E is a Santíssima Trindade da vida, segundo o meu curto entendimento, e que tem como sigla: VBB: Verdade, beleza e bondade. A vida se expres...

Eis a Santíssima Trindade da vida, segundo o meu curto entendimento, e que tem como sigla: VBB: Verdade, beleza e bondade. A vida se expressa através delas.

Comecemos pela verdade, a verdade que Pilatos queria mesmo saber, mas que Jesus deu o silêncio como resposta. A vida está cheia de verdades e mentiras. A lei feita por Deus é uma verdade, já o dogma feito pelos homens é uma mentira, uma falsidade. A verdade é a lei. Está evidente na expressão: “Dura lex, sed lex”, a lei é dura, mas é lei.

Machado de Assis dizia que a verdade embriaga como o vinho. Não haveria aí um equívoco? Quem se embriaga está fora de si. A verdade elucida, a verdade não mente, a verdade não engana, a verdade é dura. E muita gente foge dela, procura esquecê-la. Quer ver um fato em que a verdade apareceu vestida de mentira? Foi quando se acreditou que a nossa Terra girava em torno do Sol, e não o contrário. Sim, minha gente, a Igreja com toda a sua sabedoria cometeu este triste equívoco. E chegou a condenar o físico Galileu por não concordar com a Madre. Nunca uma mentira foi tão prestigiada...

Vamos adiante. Desde que o mundo é mundo, que os corpos são atraídos para o centro da Terra. Ninguém indagou sobre esse fenômeno. Mas um cientista chamado Newton, viu uma maçã caindo da macieira e descobriu a Lei da Gravidade... Há muito tempo que caem maçãs e outras frutas e ninguém indagou sobre esse natural fenômeno.

Viva, portanto, a verdade, e morra a mentira. Morra o preconceito, que, segundo Einstein, é mais difícil de se desintegrar do que um átomo. Acontece que a maioria das pessoas adora a mentira, a ilusão. Quer ver uma verdade que faz muita gente correr? A chamada lei da reencarnação, a única que explica as desigualdades do mundo. Quer ver outra verdade? Jesus. E quer ver um mentira? Papai Noel. O nosso mundo adora a mentira e tem medo da verdade. Mas Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. E o Procurador Pilatos nem sabia disso...

Viva a Ciência que revelou muitas verdades. Uma delas é que nosso sangue não está parado, como pensava-se, antigamente.

Quem está esperando sua vez na crônica é a beleza. Que seria do mundo sem ela? Viva a mulher, símbolo de beleza, a Natureza, a Arte, e uma vida bem vivida. A vida de um Chico Xavier, a vida de uma Teresa de Calcutá...

E terminemos a crônica falando de bondade. Bondade lembra amor, amor lembra luz, luz lembra Deus. Disse um grande missionário que o amor é Deus dentro de nós. Sim, descubramos o nosso Deus interno.

“Brilhe a vossa luz” - sentenciou o Mestre dos Mestres. A luz divina está escondida dentro de nós. Não esqueçam que, desde Descartes, confirmada por André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, foi descoberta dentro do nosso corpo uma glândula minúscula, chamada Epífise, glândula da vida mental, por sinal luminosa.

Muito cuidado, então, com os nossos pensamentos, as nossas palavras, os nossos atos. E viva o amor, que é Deus dentro de nós!

U m famoso psicoterapeuta, de cujo nome não estou lembrado agora, sugeriu que, todas as manhãs, quando levantássemos, deveríamos contar noss...

Um famoso psicoterapeuta, de cujo nome não estou lembrado agora, sugeriu que, todas as manhãs, quando levantássemos, deveríamos contar nossas bênçãos, as coisas boas que possuímos e esquecemos. Os talentos dados pela vida.

E quais são essas bênçãos? Ora, ora, são tantas. Vejamos algumas delas. A saúde. Há pessoas que dormem bem, alimentam-se bem, possuem um bom emprego, uma família harmonizada, uma religião saudável, que não transforma a fé em medo, muitos amigos e assim por diante. Mas, por incrível que pareça, se julgam infelizes ou, pelo menos, preocupadas, angustiadas, deprimidas e assim por diante. Não se conscientizam de sua felicidade, o que não deixa de ser uma lástima.

Faz-se necessário administrar bem a nossa existência. Disse Jesus: De tudo que recebemos quando vimos estagiar neste mundo nos será cobrado. Será que usamos bem os talentos recebidos? O talento das mãos, pernas e olhos perfeitos? E que tal usar bem a palavra, evitando a maledicência, mania de falar mal dos outros?

Como vêem, é grande a nossa responsabilidade de viver. Afinal, quem nos deu este corpo que usamos? Será que estamos neste mundo por acaso, como simples gaiatos? Falei do corpo, e haverá santuário mais sublime como este nosso corpo, que recebemos para o exercício do viver? A verdade é que estamos degradando este magnífico organismo com os vícios. Os vícios do fumo, da cachaça, das drogas, do excesso de trabalho, da ganância, da má digestão, da ociosidade…

Zelemos pelos talentos recebidos. Muita gente pensa que estamos aqui no mundo apenas para viver e morrer. Muita gente ignora que a vida terrena nos foi dada para ser bem administrada. Se nada existe depois da morte, se não há a responsabilidade de viver, então de papo por ar e pronto…

O espírito guia de Chico Xavier, Emmanuel, ensinou que devemos semear o chão, mas não esquecer de instruir o ignorante, pois não há desgraça maior do que a ignorância. Muito pior do que a fome física.

Nada de semear ventos. Quem semeia ventos, ensina o brocardo popular, colhe tempestades.

Voltando ao que dizíamos no início, não esqueçamos a responsabilidade de viver. Somos responsáveis por muita coisa. Responsáveis pelo ar que respiramos, pela palavra que emitimos, pelo poder que exercemos, pelo dinheiro que detemos, e que deixaremos quando daqui sairmos, pelo pensamento emitido, pelos dons e tendências com que fomos aquinhoados na vida.

E para concluir, nada como lembrar a Parábola dos Talentos, narrada por Jesus. Ei-la: Ao primeiro servo, o senhor deu cinco talentos, ao segundo dois e ao terceiro um. E partiu. O primeiro, negociou com os cinco talentos recebidos e os duplicou. O segundo, a mesma coisa. Mas o terceiro, ao invés de negociar com os talentos recebidos, enterrou-os com medo de perdê-los.

O proprietário ficou muito aborrecido com este terceiro empregado. Chamou-o de preguiçoso e medroso. Não multiplicou os bens recebidos. Saibamos, portanto, administrar bem os talentos que recebemos da vida. Sejamos um bom administrador. Não esqueçamos a recomendaação de Jesus: “Dá conta da tua administração”.

A cordei hoje com uma saudade danada de minha mãe. E vamos acabar, de uma vez por todas, com esse negócio de privilegiar apenas um dia do an...

Acordei hoje com uma saudade danada de minha mãe. E vamos acabar, de uma vez por todas, com esse negócio de privilegiar apenas um dia do ano para prestar uma homenagem àquela que nos recebeu no próprio ventre, alimentando-nos com leite e carinho, durante nove meses. O Dia das Mães é todo dia.

E se ela não está mais conosco, aqui no mundo, estejamos sempre nos lembrando dela com o presente de uma oração. Para quem não é materialista, para quem acredita na vida após a morte, a mãe jamais deverá ser esquecida. O grande médium Chico Xavier conversava com o espírito de sua mãe, num jardim, e dela ouvia muitos conselhos. E como chorou quando a viu! Chegou a pedir-lhe que o levasse com ela... E sua mãe também chorou. As lágrimas escorrendo, silenciosas, nos dois rostos...

Como ia dizendo no início, minha mãe foi a maior riqueza de minha vida. Ela se refletia em mim. Ensinou-me muita coisa, coisa para um bom viver. E não é que já estou com vontade de chorar, molhar as teclas do computador com as minhas lágrimas?...

Chamava-se Piinha. Piinha que veio de Pia. E sua fruta predileta era pinha. Às vezes, penso que minha mãe não existiu. Tudo parece um sonho. Tudo que sou hoje, devo a ela. Ensinou-me belas coisas e contou histórias lindas que falavam de fadas, de feiticeiras, histórias de amor e de terror, sobretudo aquela da feiticeira que morreu queimada na fogueira. Narrava as histórias e depois dizia: “Agora vá dormir”. E antes mandava que rezássemos o Pai Nosso.

Minha mãe... Estou com profunda saudade dela e invejando o grande Chico Xavier que conversava com a sua mãe, depois que ela deixou este mundo.

Minha mãe era uma ótima decifradora de Palavras Cruzadas. Quando mocinha, tocou flauta. Uma vez a vi chorando ao ouvir uma sonata de Beethoven. Fez questão que sua filha Iracema, minha irmã caçula, aprendesse piano. E a menina atendeu ao pedido da mãe.

Minha mãe... Ah se ela viesse agora aqui... Ah se eu fosse médium vidente... Pelo seu gosto, ela teria viajado o mundo todo. Estou com saudade, e saudade dói. Mas já que ela não vem, que venha minha Alaurinda, a nora que ela gostaria de ter conhecido.

E, pensando bem, o que é o mundo senão uma ilha cercada de saudades por todos os lados?

E xiste o Jesus do Cristianismo e o Jesus do Consumismo. Será que você já sacou? Evidente que sim. O Jesus do Cristianismo não veio ao mundo...

Existe o Jesus do Cristianismo e o Jesus do Consumismo. Será que você já sacou? Evidente que sim. O Jesus do Cristianismo não veio ao mundo para dar presentes, nem recebê-los. As crianças, que adoram presentes, adoram o velho do consumismo, que é alegre, continua vivo, enquanto o outro, o Jesus do Cristianismo, foi maltratado, surrado, insultado e terminou pregado numa cruz, entre dois ladrões, e a quem negaram um copo d'água para matar a sede.

Lembrar, ainda, de que o Jesus do Cristianismo nasceu numa humilde manjedoura, entre animais domésticos, e se não fosse uma estrela, teria nascido no escuro.

Faça-se um plebiscito e perguntem às crianças, qual o Jesus que elas preferiam, e, não tenham dúvida: Papai Noel, com aquela barba branca e sua roupa vermelha.

Jesus não tem nada material para dar. Ele é pobre. Tanto é assim que, uma vez, se queixou: “As raposas têm os seus covis, os pássaros os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem uma pedra para repousar a cabeça”.

Lembrar que há Cristianismo, doutrina de Jesus, e Consumismo, doutrina de Papai Noel. E, aqui para nós, Papai Noel agrada muito mais do que o menino da manjedoura. Jesus nunca deu presente a ninguém. Nem mesmo às criancinhas, que, certa vez, ele abraçou e disse que o Reino dos Céus é delas. Hoje, elas correriam para serem abraçadas pelo velho de barba branca.

Vão aos luxuosos apartamentos e vejam se Papai Noel não é, ali, muito bem vindo. As crianças de hoje correriam para serem abraçadas pelo ridículo personagem criado pelo consumismo exagerado, que está se tornando uma verdadeira religião.

Aliás, por falar em consumismo exagerado, acaba de sair um livro, que aborda este tema, de autoria de Ana Beatriz Barbosa Silva e que tem como título: Mentes consumistas. O livro é de um realismo admirável. Diz que consumir exageradamente é um vício. Vejamos estas indagações da inteligente autora: “Você se considera consumista?” “A maior parte dos objetos que adquire acaba encostada, sem uso?” “Seus gastos exagerados já lhe causaram problemas financeiros?”

Eu vinha dizendo que o consumismo é uma religião, e que seu Jesus era Papai Noel. Concluo, dizendo que os seus templos são os shoppings e supermercados.

E is aí uma indagação de grande importância para a nossa existência. Esteja sempre perguntando. Não ligue para aquele ditado popular: “Quem ...

Eis aí uma indagação de grande importância para a nossa existência. Esteja sempre perguntando. Não ligue para aquele ditado popular: “Quem tudo quer saber, mexerico quer fazer”.

A verdade é que muita gente não sabe por que está neste mundo. Se jogarem você numa ilha deserta, sua primeira pergunta será: “Onde estou?” “Por que estou aqui?” Quem não indaga, desculpe-me a franqueza, é um idiota. Eu sei que a vida é gostosa: a comida, o sexo, as viagens, o dinheiro, a posição social, a beleza física, são tantos os gozos e prazeres. Mas, infelizmente, ou felizmente, tudo isso acaba, um dia. Será que acaba? Que Deus “idiota” seria esse, que só daria uma vida ao homem e pronto?

Disse Paulo de Tarso, em carta a Timóteo: “nada trouxemos para este mundo e nada dele levamos”. Eis uma grande verdade!. Chegamos a este mundo, nus e chorando. Só quando entramos na pousada do ventre materno é que nos calamos, pois o calor da morada é gostoso e o silêncio nem se fala...

Mas há quem pense que tudo acaba no túmulo. Se isso fosse verdade, há muito tempo que eu daria um tiro no coco. E viva Allan Kardec quando disse: “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, tal é a lei”. Frase que se transformou no epitáfio de seu túmulo, lá no Père Lachaise, em Paris.

Continuemos com a crônica. Como, então, devemos viver no mundo? A resposta é de Emmanuel, o iluminado guia de Chico Xavier: “Devemos viver como possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém. “Eis aí uma bela e inteligente regra de bem viver. Sim, porque não temos a propriedade de nada, mas apenas a posse. Tudo nos é temporariamente emprestado e fica aqui. Desculpe-me você que é proprietário de muitas coisas nessa vida...

Repitamos a norma: “viver como possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém. E adeus aos apegos...

Enfatizou Emmanuel: “lembra-te que cada criatura estará sempre em solidão. Se a vida, aqui no mundo, é uma festa, lembrar que a festa, um dia, se acaba. Aí vem aquela pergunta: “E agora, José?” - do nosso lúcido poeta Carlos Drumond.

Sabe qual é a pergunta que nos fazem, quando daqui sairmos? Que fizeste de tua vida, da tua inteligência, de tua fortuna, de tuas aptidões e talentos?

Nossa existência é como um dia. A gente acorda, trabalha, goza, mas termina na cama para dormir. E a pergunta é: “que fizeste do teu dia?” Se a consciência está em paz, você dorme, que é uma beleza. Nada de pesadelo.

Voltando aos poetas, lembremos de Manuel Bandeira, quando lamentou num poema: “Andorinha, andorinha, eu também passei a vida a toa”... Portanto, não passe a vida a toa. Viva com responsabilidade. E deixo, aqui, um lembrete: “queira ou não queira, você não morre.

Agora encerremos a crônica relembrando o que disse Paulo, na carta a Timóteo: “Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.

Não esqueça, portanto: É preciso levar a sério a vida, consciente de que daqui só carregamos a nossa consciência, que poderá ser um inferno, com o fogo do remorso, ou um paraíso com a paz do dever bem cumprido.

P ois é, visando a saúde e o meu preparo físico, já que o espiritual vai indo bem, vejamos os diversos exercícios a que venho me submetendo,...

Pois é, visando a saúde e o meu preparo físico, já que o espiritual vai indo bem, vejamos os diversos exercícios a que venho me submetendo, com vistas a uma boa qualidade de vida. Sem esquecer a alimentação, que nos sustenta, que deve ser pura e integral, assim como o oxigênio, esse importantíssimo alimento que Deus nos dá de graça, e que a gente não vê.

Por falar em exercício físico o melhor é a caminhada, que venho fazendo há muito tempo. Recomendaram-me, depois, outros, por sinal, sofisticados: “Pilates”, um tal de “RPG”, e, finalmente, a hidroginástica, isto é, exercício dentro d'água.

E eis-me em companhia de Alaurinda e Germano, dentro de uma piscina quente, ao lado de outros companheiros, tendo como professora Catarina, que não brinca em serviço. Basta eu dar um cochilo no exercício e ei-la me passando um suave carão.

Hidroginástica! Por que danado não me lembrei disso antes? O corpo se tornando leve, como se a gente fosse voar, a facilidade de movimentos, dada a gravidade ser menor, e uma espécie de euforia tomando conta da gente. Os anos já não pesam mais. Sinto-me tomando banho numa enorme banheira.

A turma que nos antecede é só de mulheres, todas alegres e descontraídas como se fossem garotas num recreio.

Hidroginástica!... Há muitos anos, o físico Arquimedes tomava banho numa banheira, quando, sentindo o corpo mais leve, saiu eufórico e foi logo gritando: “Eureka”, “eureka”! Isto é, achei! Sim, ele acabara de descobrir a Lei da Hidrostática. Que dentro d'água a gente perde peso. Daí os benefícios da ginástica na água.

Nosso grupo de hidroginástica é muito homogêneo, com as gaúchas Sheila e Concita, a baiana Liziene e os paraibanos, eu, Germano e Alaurinda. Quanta alegria, quantos sorrisos, quanta solidariedade e confraternização! Os corpos boiando n'água, a vida passando, e a saúde sendo levada a sério. E vem depois, como complemento, o voleibol. Sim, aqui pra nós, o cronista, modéstia à parte, é bom de saque.

É com muita pena, mas com o sangue fluindo bem pelas veias, que a gente sai da água. E viva a saúde, viva a nossa responsabilidade com o corpo, que devemos respeitá-lo. Mais do que isto: venerá-lo. E a grande verdade é que dentro d'água voltamos a ser crianças.

A s praias que vi, há algum tempo, seja na Nova Zelândia ou na Austrália, seja na Islândia, que vim conhecer agora, são muito diferentes das...

As praias que vi, há algum tempo, seja na Nova Zelândia ou na Austrália, seja na Islândia, que vim conhecer agora, são muito diferentes das nossas. Além de desertas, elas não prestam para o banho, pois são geladas. Além do frio ser grande, cadê as areias fininhas de nossas praias? Areia para a gente se deitar e sonhar, para escrever o nome da amada ou um poema, como fazia o padre Anchieta, não existe.

Areias cheias de pedra é só o que se vê. Outra coisa, em geral, as praias desses países citados são desertas. Vêem-se poucos turistas e muito menos o pessoal da terra. Agora, com uma vantagem: O que predomina, ali, é o silêncio. Daí serem boas para se meditar. Não são boas para o banho, nem para o cooper. E eu vendo as praias de lá e me lembrando das praias de cá.

Outra coisa: não vi coqueiros. Os belos coqueiros que abundam em nossas praias. Aqui, o coqueiro dá nome às praias, não é Coqueirinho?

E que dizer dos coqueiros de Tambaú? Como eles são femininos! E agora me deu um desejo danado de beber água de coco. Que suave bebida! Mas, muitos preferem a cachaça ou outra bebida alcoólica. Já se disse que gosto não se discute. Concordo.

Voltemos às praias de lá. Houve delas que serviram de cenários para filmes como Kare Kare, perto de Auckland. Uma praia mística, meio fantasmagórica.

Praias da Nova Zelândia, praias da Islândia, praias de se ver, praias para se tomar aquele banho, praias de areia lisas como um lençol. Praias de fazer a gente bater o queixo. E a famosa Praia dos doze apóstolos? lá na Austrália, que me deixou tremendo de frio? Só os apóstolos de pedra tomavam banho. Os turistas só faziam olhar.

Na Islândia, meus amigos foram ver uma praia que só para chegar lá você tinha de sair se desviando de barrancos e enormes pedras. Eu preferi ficar lendo um livro no conforto do carro, ouvindo o adágio da Pastoral. A turma voltou informando que a praia, ao invés de areia, só tinha seixos negros.Tomar banho, nem sonhar...

Faz bem o meu filho Germano, passando os fins de semana curtindo as praias do nosso litoral sul, que ele não troca por praia nenhuma do mundo.

Praia de Tambaú, não há outra igual. Praia para se tomar banho, fazer caminhadas, deitar-se na areia, olhar a lua cheia. Praia de se sonhar.

A primeira questão de “O Livro dos Espíritos”, obra básica da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, é: “Que é Deus?” Por que a pe...

A primeira questão de “O Livro dos Espíritos”, obra básica da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, é: “Que é Deus?”

Por que a pergunta não foi “Quem é Deus?”. Ora, ora, justamente para evitar qualquer antropoformismo.

Quem não acredita neste ser supremo é ateu. Dizem que não há povo ateu. O Livro dos Espíritos elucida a questão na “Lei de Adoração”.

Mas quem criou o homem, a Natureza? Seria o acaso o autor de todas essas maravilhas? A maravilha do Universo, a maravilha do corpo humano? Houve um ateu que, certo dia, chegou a dizer: “Graças a Deus, sou ateu”, ora vejam só...

Isto nos faz lembrar Napoleão. Ia ele caminhando à noite pelo deserto, quando indagou a um famoso astrônomo, que compunha a sua comitiva, mas que era profundamente materialista. O grande corso, olhando a beleza do firmamento, cheio de estrelas, indagou: “Mestre, existe Deus? ”O astrônomo, que era um cético, vociferou, orgulhoso”: Ainda não estudei esta hipótese”. Sorrindo, Napoleão perguntou: “E quem fez este belo firmamento cheio de estrelas?” O sábio nada respondeu.

Aqui para nós, não é possível negar Deus, que criou o maravilhoso firmamento, que criou as estrelas, a Natureza, o próprio homem, desde o selvagem ao gênio. E é preciso constatar a existência divina ante as estrelas, nas infinitas galáxias, sem esquecer o próprio homem. Peguemos uma melancia. Quantos caroços! Peguemos a manga, com apenas um. E quantos sabores diferentes! E a banana, que nem caroço tem? E o limão, azedo de se fazer careta, enquanto o sapoti, que doçura!...

O estudo de Deus se chama Teologia, e devemos lembrar que Deus está na palavra entusiasmo, que em sua origem grega siginifica “sopro divino”. Portanto, nada de desânimo, nada de tristeza. A Divindade gosta de alegria, bom ânimo. Mas, não se sintoniza com o barulho. O barulho não se coaduna com a oração. Oração rima com reflexão e barulho com distração.

Dizem que o diabo é um filho que desobedeceu a Deus e que mora no Inferno, mas, o curioso é que ele vive fora de sua “residência”, infernando e azucrinando os outros.

A grande definição de Deus está na resposta à pergunta inaugural de O Livro dos Espíritos: “Inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas”.

Como mencionei, Napoleão, durante aquele trajeto no deserto, onde se via um belo firmamento cheio de estrelas, indagou sobre o seu Criador ao astrônomo cético de sua comitiva: Será que foi para nada?...

Nietzsche disse que Deus estava morto, e terminou louco agarrando-se ao um animal que ia passando na rua.

Mas ninguém exaltou e compreendeu a Divindade como Jesus, que o chamava de Pai. E chegou a dizer, numa magnífica sintonia: “Eu e o pai somos um”.

Não esquecer, porém, que o Deus de Moisés não era um Deus de amor, mas de ódio, vingança e terror.

E fiquemos por aqui, admirando a moderna tecnologia, mas lembrando que o homem não criou, nem criará a eletricidade. Muito menos um mosquito… Que Deus nos ilumine!

É a tal coisa, vive bem quem vê bem. E eu estou me lembrando agora do bem-te-vi, que, de madrugada, começa a cantar, acordando as pessoas p...

É a tal coisa, vive bem quem vê bem. E eu estou me lembrando agora do bem-te-vi, que, de madrugada, começa a cantar, acordando as pessoas para o trabalho nosso de cada dia.

Vale a pena ficar entre os lençóis para escutar essa ave, que todas as manhãs, nos dá lições de otimismo, com o sol nascendo, o dia clareando e a vida acontecendo.

O bem-te-vi é uma ave meio assustada. Ela tem muito medo dos homens. Em gaiola não canta. Mas, de manhã cedo, já viu... Outra singularidade: O bem-te-vi é ave bem casada. O macho está sempre chamando pela fêmea, seja para comer, seja para amar.

Quem deve ter uma inveja danada do bem-te-vi é o urubu, que não canta, mas que tira a nossa carniça cá em baixo.

O bem-te-vi é lindo, com aquele papo amarelo e o seu canto de alegria, de euforia, de sintonia com o mundo. A gente precisa ver. Mais do que isto. A gente precisa ver bem. Ah, a responsabilidade do nosso olhar!... Dize-me como olhas e eu te direi quem és. Somos o nosso olhar. Olhar de bondade, de humildade, de tristeza, de euforia, de compaixão, de compreensão, de inveja, de orgulho, de ciúme.

E um poeta chamado Jesus nos convidou a olhar... Olhar o quê? Olhar a paisagem, olhar a Natureza, olhar os lírios do campo.
Cuidado com o seu olhar. Para onde você o esta dirigindo. Olhar é luz, tanto é assim que Jesus advertiu-nos: Se os teus olhos forem bons todo o teu corpo se iluminará. Que beleza…

Repetindo, você é o que vê. Cuidado como você está olhando. Se não sabe, vá ao espelho. E exercite a sua maneira de ver as coisas. Veja o olhar daquele homem sem braços, no trânsito, pedindo uma esmola... O olhar da criança. O olhar daquela mãe vendo pela primeira vez o filho renascido.

O olhar de quem ama. Veja tudo com amor, compreensão e sabedoria.

A verdade é que olhamos para todas as direções. Olhamos para cima quando buscamos as estrelas ou Deus, olhamos para baixo, quando perdemos alguma coisa que caiu no chão. Olhamos para trás, quando sentimos saudades. E também devemos olhar para o lado, pois é ao lado que está o próximo, a quem Jesus disse que o amássemos como a nós mesmos...

J á estou vendo a cara de nojo de quem lê estas três palavras. Esquece ele, caso seja fumante, que estas coisas estão no vício de fumar. E o...

Já estou vendo a cara de nojo de quem lê estas três palavras. Esquece ele, caso seja fumante, que estas coisas estão no vício de fumar. E o que é fumar? É botar fumaça pela boca. Vejam só que coisa besta. Fumo nunca foi alimento para entrar na boca. Fumo fede, fumo ofende, fumo produz enfisema, transformando os pulmões em pus. Os pulmões são órgãos delicadíssimos. É através deles que respiramos o oxigênio, o melhor alimento que ingerimos, invisível e gratuito. Fôssemos pagar pelo oxigênio que respiramos, gastaríamos uma nota. Só os ricos o respirariam. Mas Deus é grande e nos dá de graça o valoroso alimento.

Pois bem, o fumante estraga com o seu vício os pulmões. Como fui um inveterado fumante, acho que tenho autoridade para falar contra esse fedorento e maléfico vício. Deixei-o no ano de 1962. Pois bem, tempos depois fui tirar a radiografia dos meus pulmões e ainda restavam resquícios de um enfisema, porém, felizmente, inativo. Que confirme o meu radiologista e amigo Vamberto Costa Filho.

Sim deixei o cigarro, de que era viciadíssimo, por conta de uma taquicardia. O coração batendo a ponto de pular fora. Sofri muito a falta do veneno fedorento, quando o deixei. E eu culpo o ator cinematográfico Humphrey Bogart pela minha viciação. Ele fumava bonito e muito. Não sei como sua belíssima parceira Ingrid Bergman tolerava.

Meus filhos não se viciaram em fumo. Gozam de boa saúde. Meu pai nunca botou um canudinho venenoso na boca. Mas meus irmãos, o mais velho, Mário, morreu de cigarro. Vi-o no hospital, arfante, com o pulmão preto de nicotina. E o meu tio, jornalista José leal, que não tirava o cigarro da boca? Fui visitá-lo também no hospital, arquejante, chegando a dizer para mim que o vício era a coisa de que mais se arrependia na vida.

Duvido que os animais irracionais (irracionais?) fumem. Nem o macaco, que parece muito com o homem, fumaria.

Repito: o cigarro fede, o cigarro ofende. E o fumante é hoje um discriminado, um marginal. Não faltam avisos de advertência em todo lugar que a gente vai. Chegam a engaiolá-los em fumódromos fechados e isolados de todos. Muitos curiosos ficam olhando para o fumante com muita pena. E tem deles que dão as costas aos curiosos. Pois bem, até essa gaiola está sendo proibida agora.

O hálito do fumante, manhã cedo quando acorda, é capaz de matar uma mosca.

Nesta última andança mundo afora, assustou-me como ainda se fuma no estrangeiro, principalmente em Paris. A gente olha para o chão e ei-lo atapetado da chamada piola. Fuma-se muito lá fora, embora não falte aviso proibindo o vício. Só os pombos, que andam farejando o chão, não pegam uma piola para comer.

E aqui vai uma confissão. Gozo, hoje, uma saúde fora de série. Minha alimentação é toda integral, regime que o nosso Germano adotou primeiro lá em casa.

Agora, um aviso aos navegantes. Quando uma pessoa morrer devido ao fumo, diga: “Morreu de fumo!”

E foram tantos que se foram, devido ao cigarro, com o seu pigarro e o seu catarro. Valeu a rima...