E stá lá no cemitério Père Lachaise, em Paris, no mausoléu de Allan Kardec, codificador do Espiritismo, a sua frase: ”Nascer, viver, renasce...

Está lá no cemitério Père Lachaise, em Paris, no mausoléu de Allan Kardec, codificador do Espiritismo, a sua frase: ”Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei”. Não vejo melhor síntese para conceituar o progresso, ou a evolução do que esta.

Nada fica estacionado, parado, segundo a lei do progresso. Que tal uma olhadela para o passado? Não ria, você, das coisas do passado, em seus mais diversos aspectos. Há alguns séculos, aqui no Brasil, os homens mal se vestiam. Os nossos antepassados indígenas andavam nus. Nada, portanto, de sentirem calor ou vergonha.

E que dizer das enfermidades, da peste matando milhares de pessoas, por conta da falta de higiene, de vacinas? Hoje, onde está a peste de outrora?

E o progresso da Medicina, das descobertas da ciência genética? Nem é bom falar. Apenas em pensar numa cirurgia sem anestesia, já começo a sentir dor. E pensar que a religião chegou a ser contra a anestesia. Viva Crawford Long, o primeiro cirurgião a usá-la!

No princípio, a fome era tão encontradiça como o ar que respiramos. Segue-se a ignorância, a pior desgraça do mundo. E o isolamento? Outrora, muito outrora mesmo, as tribos viviam isoladas. Ainda não tinham inventado o computador, a Internet, o Facebook, o celular. Hoje, a tecnologia anda fazendo o que a Religião ainda não conseguiu: unir as pessoas, acabar com o longe, com o distante. Tão fácil, atualmente, ver a cara para quem estamos telefonando, através dos aplicativos digitais chamados Facetime ou Skype. E muito outrora, como era?...

Agora vejamos a ignorância, tão presente, outrora, nas comunidades. Cadê a escola, o livro? Trabalho não existia. Predominava a ociosidade. Só depois, muito depois, é que apareceu a Universidade, lá pela Idade Média, embora, o obscuro período medieval seja chamado de “A noite de dez séculos”.

E na pressa, esquecemos a maior de todas as tragédias: a escravatura, que vendia homens livres. E viva a liberdade! Fizeram bem os Estados Unidos dedicando uma estátua a essa deusa.

Estamos nos lembrando também de outra calamidade, distante do progresso: a imundície, a ausência do asseio, da higiene. Daí a proliferação das doenças.

Mas, aos poucos tudo foi melhorando. Veio a boa política acabando com a barbárie. O comércio uniu os povos. Com o comércio surgiram os transportes, a navegação, o telégrafo sem fio. Veículo embaixo e veículo em cima, este graças ao avião descoberto pelo brasileiro Santos Drumond. Tudo isso nos leva a concluir que o que mais dignificou o homem, foi o trabalho.

Mas esta frase, do espírito Emmanuel, que nos inspirou para a redação deste texto, diz que “o progresso material não perdurará, enquanto não houver amor no coração dos homens”. E esta tarefa cabe a Religião, que ainda não foi, devidamente, compreendida. A Religião que foi ensinada por Jesus. Sem ela, não vale nenhum progresso material.

E a lição do Mestre foi tão simples. “Amar ao próximo como a si mesmo”. Mas o próximo ainda continua tão distante... E não deve ser pela inteligência que devemos buscá-lo. Não é pelo computador, pela tecnologia, mas pelo coração.

C omeço dizendo: nada é inútil nesta vida, tudo tem a sua utilidade, seu lado bom. E quando a aparente inutilidade serve à utilidade, temos ...

Começo dizendo: nada é inútil nesta vida, tudo tem a sua utilidade, seu lado bom. E quando a aparente inutilidade serve à utilidade, temos que aceitar a contradição. É a vida expressando-se nos seus contrastes. E a beleza da vida está na harmonia dos contrastes.

Que seria da planta sem o estrume? Que seria da vida sem a morte? Que seria do amor sem o ódio? O ódio é vibração desviada, energia equivocada.

Temos os pés, temos as mãos. Jesus utilizou muito bem os dois. Com as mãos aplacou tempestades, expulsou maus espíritos; com os pés caminhou léguas divulgando a Boa Nova. Com as mãos restituiu vista aos cegos, limpou leprosos, com os pés passeou no Mar da Galiléia, nas praias de Cafarnaum, como se estes fossem avenidas...

As mãos! Vou beijá-las, já, já. E os pés? Difícil, não? Nem com anos de alongamentos ou Pilates...

E a mente? Este é o nosso tesouro, que Deus colocou lá em cima. O diamante que tanto reflete a lama como a luz. Ah, os bons pensamentos! Pensamentos de amor. Pensamentos positivos.

Que seriam das nossas caminhadas sem os pés? Eis uma obviedade que não devemos esquecer. Lamentável quem não os tem.

Pés e mãos. Minha Alaurinda sempre está dizendo: “vou fazer, hoje, pés e mãos lá em Anthony. E quanta gente, ali, cuidando da beleza física, da aparência externa.

Pés e mãos! E chega Alaurinda, como faz Germano sempre, me trazendo o Concerto nº 2 para piano e orquestra, de Rachmaninov, para ver e ouvir. A pianista é linda, e suas mãos dançam no teclado que é uma beleza. Viva as mãos. E os pés? Estão lá embaixo mexendo nos pedais, que ninguém vê, mas que têm uma grande importância no fraseado musical.

Ah como os pés invejam as mãos! E quando termina o concerto, aí é que as mãos vibram, aplaudindo e fazendo inveja aos pés, embora, algumas vezes, os músicos, por estarem com as mãos ocupadas segurando seus instrumentos, aplaudem o maestro batendo com os pés no tablado.

Mas, quem vai esvaziar o teatro? Serão as mãos? Não, são os pés que levam toda aquela gente de volta para casa... Afinal, não esqueçamos de nada, tudo é útil, nesta vida!

S im, qual foi o maior perdão de todos tempos? E, afinal, o que é o perdão? Você já perdoou alguém pelo mal que este lhe fez? E se perdoou, ...

Sim, qual foi o maior perdão de todos tempos? E, afinal, o que é o perdão? Você já perdoou alguém pelo mal que este lhe fez? E se perdoou, bateu com os pés dizendo: perdoo, mas não esqueço. Aqui para nós, valeu esse perdão?

Lembremos que perdoar é esquecer, limpando a alma de qualquer resquício de mágoa. Jesus ensinou-nos que deveremos nos conciliar com o nosso adversário enquanto estivermos a caminho com ele. Sim, porque depois ele desaparece de nossa vida, a oportunidade se perde e a conciliação torna-se impossível.

Para a nossa paz interior, não é nenhuma vantagem conservar mágoas, ressentimentos, que valem como espinhos. Perdoar e esquecer, eis a grande fórmula.

O grande Gandhi disse aos seus discípulos que nunca havia perdoado na vida. Estes ficaram horrorizados... Mas o Mestre, imediatamente, esclareceu melhor o que dizia: “Nunca perdoei porque nunca me senti ofendido. ”

Mas, qual teria sido o maior perdão de todos os tempos? Continuemos pensando. Cá entre nós, não é nada fácil perdoar. Fácil é vingar-se...

Voltando a Jesus, disse Ele que deveríamos perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete. Que o leitor faça as contas, pois a crônica precisa continuar.

Afinal, você costuma orar o Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos seus apóstolos? Pois, tenha muito cuidado quando afirma: “Perdoai nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Você perdoa aos seus devedores? “Pense bem na responsabilidade no que está afirmando”. Cuidado com a oração do Pai Nosso”.

O extraordinário Chico Xavier confessou que a virtude mais difícil de ser praticada é a do perdão. Dizia ele que o perdoar exige um esforço de auto-superação muito grande.

E lembremos que Chico, certa vez, disse: “Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste, se fosse eu o ofensor. Magoar alguém é terrível”.

A verdade é a seguinte: cometido o mal, vem, impreterivelmente, o arrependimento. O arrependimento, como o próprio nome indica, é um movimento para trás. Mas antes há o remorso, que é um verdadeiro fogo, fogo da consciência culpada.

Por fim vem o desejo de reparação, que significa desfazer o mal que se praticou. Como preleciona o livro “O céu e o inferno”, de Allan Kardec: “O sofrimento é ligado à imperfeição, como a alegria à perfeição”.

Perdoar! Eis a virtude máxima. Perdoar e esquecer. E como aludi no começo da crônica, qual foi, então, o maior perdão de todos os tempos? Será que você está lembrado? Foi o de Jesus! Crucificado, o rosto sangrando, sentindo a dor das chibatadas, dos cravos perfurando seu corpo, a dor dos insultos, assim mesmo abriu a boca, ainda com gosto do vinagre que lhe deram, e rogou ao Pai: “Perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”...

F eliz daquele que atende a uma vocação para o exercício de uma profissão. Houve tempo em que os pais é que escolhiam a carreira do filho. D...

Feliz daquele que atende a uma vocação para o exercício de uma profissão. Houve tempo em que os pais é que escolhiam a carreira do filho. Daí as frustrações que disso decorriam, e, ainda hoje, ocorrem com aquele que escolhe mal a sua profissão.

Estou me lembrando disso ao ler algumas informações do ecologista paraibano Heretiano Zenaide, pai do jornalista e escritor Hélio Zenaide, que muita falta faz a este matutino, no qual publicou inúmeras crônicas em uma coluna que era um verdadeiro manancial de ensinamentos espíritas e cristãos.

Heretiano, pai de Hélio, não seguiu a carreira política por vocação, mas por escolha paterna, que, como já disse, era muito natural naquele tempo.

Nascido em Alagoa Grande, ele passou por todos os escalões da vida pública. Teve de frequentar as câmaras e assembléias, mas o que ele desejava mesmo era ser botânico. Tanto é assim que, muitas vezes, deixava a Câmara Federal, para dar um pulinho até o Jardim Botânico, onde ficava horas e horas contemplando as árvores, estudando a flora e esquecendo os prosaicos projetos parlamentares. A Natureza era o seu verdadeiro templo. Dela ele foi seu apóstolo.

Heretiano Zenaide, eis um nome que não deve ficar esquecido da nova geração. Seus livros, inclusive “Aves da Paraíba”, devem ser reeditados. Está aí uma sugestão ao novo Secretário de Cultura, Lau Siqueira. E estou me lembrando também de outro livro ecológico maravilhoso: “Escola Pitoresca”, do nosso imortal Carlos Dias Fernandes.

Voltando a Heretiano, ele foi um pioneiro da ecologia, da defesa do meio ambiente, assunto tão importante e urgente hoje em dia. Estudou as ciências naturais, aprofundou seus conhecimentos no campo da botânica, da zoologia, da ornitologia. Seu nome figura no volume VI da série “Vultos da Zoologia Brasileira”, do PHD em História Natural, Dr. Hitoshi Nomura. Chegou a empreender estudos profundos na Biblioteca do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Biblioteca do Jardim Botânico.

Heretiano também lançou o “Livrinho dos nossos animais”, fruto de suas pacientes pesquisas. Fico a imaginar seus livros sendo reeditados com bela e moderna ilustração.

Estou, aqui, com “Aves da Paraíba”, editado por uma editora de Mossoró, e fico a pensar como foi possível o autor botar na cabeça tão variadas espécies de aves, sem esquecer o meu querido bem-te-vi, que me acorda todas as manhãs, aqui no Cabo Branco. Quanta variedade deles.

E já que estamos falando de aves termino com esta referência a um grande trabalhador da limpeza pública que é o urubu: “Feio, deselegante, mau cheiroso, metediço, tudo pode ser atribuído a esse príncipe, um dos mais privilegiados planadores do nosso lindo céu azul.” Além de ser muito astuto, segundo a interessante observação do nosso Carlos D. Fernandes a seu respeito: “É o único carnívoro coerente, pois espera que a carne apodreça para melhor digeri-la”.

É o que diz o ditado: “Boa romaria faz quem em casa está em paz. Sair de casa deixa você exposto a muitos imprevistos desagradáveis, desde ...

É o que diz o ditado: “Boa romaria faz quem em casa está em paz. Sair de casa deixa você exposto a muitos imprevistos desagradáveis, desde um engarrafamento, um assalto, a um acidente, de que o mundo está cheio. Portanto, mais tempo em casa, menos tempo na rua.

Sabemos que na rua está a distração. E a distração é uma beleza para quem não gosta de levar a vida a sério. Para quem não gosta da reflexão, de conversar consigo próprio.

A rua de ontem era outra coisa. Crianças brincavam de rodas, as mulheres botavam cadeiras nas calçadas, as janelas eram abertas para a rua, sem grades, sem cercas elétricas, emoldurando o semblante das pessoas, nada de zoada, a não ser o grito suave dos pregões: “Chora menino para comprar pitomba”.

Hoje, a rua é um perigo. De minuto a minuto, um assalto. Às vezes seguido de homicídio. De minuto a minuto, um estrondo, um barulho, como se nossos ouvidos fossem de bronze. É a triste poluição sonora.

Mesmo assim, hoje, a casa, o apartamento, ficam vazios e seus habitantes insistem em sair para a rua. Refeição boa é fora, com os seus restaurantes cada vez mais sofisticados e entupidos de gente. É necessário cada vez mais se mostrar, se exibir. Sair de casa, quase sempre é uma necessidade, para que a gente possa ser vista E que a casa ou o apartamento fiquem lá trancados, no seu sossego, no seu silêncio.

E haja a rua cheia, com seus assaltantes, com os seus carros buzinando, engarrafados e sem saírem do lugar. Ah, os congestionamentos, que tortura! Dentro dos seus carros, todo mundo morrendo de ansiedade, que é preciso sair de casa para se exibir, mostrar o que se comprou, mostrar o carro novo, a bolsa nova, graças ao consumismo. E a paz lá no aconchego de casa, do lar. Espaços tão bons para ler, para ouvir música, meditar, relaxar, para pensar um pouco sobre o sentido da vida. Lá fora o barulho insistente das buzinas, dos carros de som, de propaganda. Todos gritando suas frustrações, suas inquietações. E não vai faltar o palavreado vulgar, a música de má qualidade.

Só a televisão fica em casa. E quando é ligada, fica dizendo aos seus telespectadores que saiam de casa para comprar mais... E haja gente na rua.

U ns chegando, outros saindo, e assim é a vida. Uns nascendo, outros morrendo, uns viajando, outros ficando, e cada um com suas opções. Viva...

Uns chegando, outros saindo, e assim é a vida. Uns nascendo, outros morrendo, uns viajando, outros ficando, e cada um com suas opções. Viva a diversidade. Viajar é bom, mas não viajar, também é bom, pois diz o ditado que boa romaria faz quem em casa fica em paz. E é a mais pura verdade.

E também é bom, vez por outra, ficar sozinho, conversando consigo mesmo, coisa que poucos fazem. Muita gente ainda não se conhece. Muita gente vive fugindo de si mesma. Daí o medo de ficar só. Mas, às vezes, é tão bom, tão terapêutico, ficar frente a frente consigo mesmo.

Há os que adoram barulho. O barulho faz com que se esqueçam de si mesmo. Barulho, bebida alcoólica, conversa alta são a preferência de muitos, hoje em dia.

Mas, viajar, mudar de clima, ver outros povos, outras culturas, também é recomendável. Uma amiga nossa, vibrando de contentamento, disse que ia passar o carnaval fora. Vai para Camboja e Tailândia. Camboja ou uma ilha deserta? Cada qual com seu gosto. E lembrar que a colunista Goretti Zenaide, quando entrevista uma pessoa, um dos itens de seu questionário, é: Quem você mandaria para uma ilha deserta?” Honra-me ter sido um de seus entrevistados. Não me lembro do que eu disse. Mas, uma ilha deserta é uma maravilha, com o seu silêncio, a sua paz, pois é na paz que a gente conversa com Deus. Então, para lá, eu só mandaria alguém de quem gosto muito.

Outro lugar bom de a gente fugir da vida lá fora é a biblioteca. Quando viajo levo muita saudade dos meus livros, da paz de meu gabinete, onde os eles falam em silêncio. E percebo que meus amigos, os livros, também ficam com saudade de mim.

Viajar é bom, chegar de viagem também é ótimo. E viva a vida com suas opções, de idas em vindas. É preciso saber dosar a rotina com a aventura. E viva o ditado que diz: tudo demais é veneno.

E sabem um lugar para o quql eu gostaria de ir, durante o carnaval? Portugal, que não tem carnaval, mas bacalhau. Quem sabe?...

Fechemos a crônica, como diz o título: uns chegando, outros saindo. Que este é o ritmo da vida.

Vez por outra, o cinema e a literatura fazem um grande estrago à natureza, principalmente quando, em suas obras, demonizam alguns animais,...

morcego


Vez por outra, o cinema e a literatura fazem um grande estrago à natureza, principalmente quando, em suas obras, demonizam alguns animais, fazendo com que se crie no imaginário popular um certo temor e repulsa a uma determinada espécie.

S im, há tantas coisas na vida de que eu gosto e não gosto. Que fazer? Usar o bom humor e a sabedoria, naquilo que não me apraz. Aliás, o bo...

Sim, há tantas coisas na vida de que eu gosto e não gosto. Que fazer? Usar o bom humor e a sabedoria, naquilo que não me apraz. Aliás, o bom humor é o sorriso da sabedoria. Duvido que um selvagem tenha humor. Ele não tem nem humor, nem amor.

Ah, Voltaire, Bernardo Shaw e o nosso Machado de Assis! Como souberam rir de muitas coisas de nossa vida.

Mas vamos ao gosto. Não gosto, para não dizer que detesto, das longas esperas nas salas de consultório médico, nas consultas por “ordem de chegada”. E o pior é aquela TV lá no alto, vomitando besteiras...

Não gosto de gente que fala mal dos outros, usando a tal da maledicência. E há muitos maledicentes que se dizem religiosos.

Gosto das pessoas que sabem cumprimentar, sobretudo quando entram num elevador ou numa sala onde há outras pessoas.

Não gosto de pessimismo. Tem pessoas que parecem que estão num sanitário mal cuidado... A vida para elas está exalando mau cheiro. No entanto, há tanta coisa para nos alegrar a vida... Um bom passeio à beira-mar. Um sorriso. E nisso as crianças educadas são adoráveis. Não foi sem motivo que Jesus disse que o Reino do Céu era delas... Criança como símbolo de alegria, pureza, entusiasmo, encantamento diante da vida.

Reclamações constantes são outras coisas insuportáveis. Há gente que reclama de tudo e todos a toda hora.

Bem, vivemos a época da boa imagem. Vejam os outdoors, a TV, as colunas sociais, tudo com aparência bem cuidada – E viva a boa imagem de um sorriso.

Não gosto de quem fala alto. Outro dia, numa livraria, um sujeito gritava ao celular, incomodando a todos com seu exibicionismo bobo. E que dizer das crianças mal comportadas. correndo e gritando, perturbando o ambiente, não por sua culpa, mas culpa dos pais?...

Não gosto de fanatismo. A moderação e o bom senso são tudo. Não esqueçamos esta verdade: com o nosso exemplo, somos professores de muitas coisas, positivas ou negativas. Afinal, o importante não é só o viver, e, sim, o conviver.

Portanto estejamos alertas, quanto aos nossos pensamentos e sentimentos. Alertas quanto à palavra, quanto ao exemplo. Jesus disse: “que o teu falar seja sim, sim, não, não. Seja do gosto, e não do desgosto.

E la, a Federação Espírita Paraibana, está completando um século de existência, e que começou a divulgar a Doutrina Espírita, num prédio sit...

Ela, a Federação Espírita Paraibana, está completando um século de existência, e que começou a divulgar a Doutrina Espírita, num prédio situado na rua Treze de Maio. Um prédio de uma porta e duas janelas.

O seu primeiro presidente foi meu pai, José Augusto Romero, um homem que se iniciou seminarista e terminou espírita. E o que o levou a aceitar a Doutrina foram dois acontecimentos: uma sessão mediúnica, lá em Alagoa Nova, quando se manifestou irrefutavelmente o espírito de uma prima, muito querida, e a leitura do livro “O problema do ser do destino e da dor”, de Léon Denis. A leitura deste livro o empolgou tanto, que ele teve vontade de sair gritando pela rua, como fez Arquimedes, quando descobriu a lei da hidrostática. Ele também achara a verdade que buscava. Daí em diante não queria outra coisa na vida: pregar a Doutrina dos Espíritos.

Eu, adolescente, sempre o acompanhava nesse trabalho de divulgação. O prédio da Federação era pequeno. Logo à entrada, havia uma mesa com revistas e jornais espíritas. Lá no alto da parede, onde se encontrava a mesa diretora, uma grande inscrição com os seguintes dizeres: “Deus, Cristo e Caridade”.

Havia uma farmácia homeopática muito bem dirigida por José Pereira da Silva, “Seu Zuza”, funcionário da Alfândega e de uma postura admirável.

A Federação mantinha aulas de catecismo para criança e o livro adotado era de autoria de Leon Denis. Fui um de seus alunos. Mas, o bonito mesmo era ver a enorme fila de pessoas necessitadas, que iam receber roupas, pelo Natal.

O tempo foi passando e eis que apareceu um senhor, chamado Arthur Lins de Vasconcelos, comerciante de madeiras do Paraná, espírita e amigo de José Augusto Romero, que doou um terreno onde se ergueu, logo depois, um moderno prédio, no Parque Sólon de Lucena. Lembrar que Sólon de Lucena, que foi presidente do nosso Estado, era espírita e chegou até a publicar uma revista denominada “O Além”.

Grandes oradores espíritas nos visitaram, desde Pietro Ulbadi a Divaldo Franco, a quem José Augusto Romero admirava e hospedava, quando vinha a esta capital.

E a vida de José Augusto Romero passou a transcorrer entre a nova Federação e a DNOCS, de que era funcionário.

Então aconteceu um fato imprevisível. O famoso Antônio Silvino, cangaceiro tão temido quanto Lampião, depois que foi libertado da prisão no Recife, certamente levado por alguém, foi assistir a uma reunião na Federação. Esse fato eu presenciei. E uma garotinha chegou a beijar-lhe. Ele afastou-a, delicadamente, e disse: “Minha filha, não beije um criminoso”...

E o movimento espírita foi crescendo. O prédio da Lagoa já era pequeno. Daí surgiu o jovem José Raimundo de Lima, hoje Procurador, a quem coube a iniciativa de dar uma nova sede para a Federação, justamente no local onde funcionou, por muito tempo, o “Lar da Criança”, dirigido por Laurindo Cavalcanti e sua esposa, Déa.

Hoje a Federação está nas mãos de um jovem dinâmico, o nosso Marco Lima, que, com sua serenidade, vai dirigindo muito bem a Casa Máter do Espiritismo na Paraíba. Orador dos melhores, Marco também é bom na voz e violão. Recentemente, ele promoveu concorrida conferência de Divaldo Franco, em que se viam, lado a lado, o Arcebispo Dom Aldo Pagoto e o Pastor Estevam Fernandes, lá no auditório da Federação, dando uma bela e comovente lição de ecumenismo.

S im, que seria de nós sem este instrumento de evolução?: o nosso corpo. Já se disse que o corpo humano é um santuário. Se é santuário, mere...

Sim, que seria de nós sem este instrumento de evolução?: o nosso corpo. Já se disse que o corpo humano é um santuário. Se é santuário, merece o nosso maior respeito. Houve ainda quem o qualificasse de uma das “maravilhas do mundo”, seja do mundo antigo, seja do mundo moderno. Nosso corpo é tão belo como os Jardins Suspensos da Babilônia, as pirâmides do Egito, mais modernamente, a Torre Eiffel. Que o homem invente o computador, a Internet, o smartphone, iPod, iPad, está muito bem. Mas, um corpo humano, jamais nenhum cientista ou inventor criará. Nem mesmo o mosquito da Dengue. E vocês já viram esse mosquito? Lindo! Uma verdadeira obra de escultura e design. Por que Deus teria criado tal mosquito? Deve haver um motivo que a gente ignora. Talvez, um dia, quem sabe, nele esteja a cura do câncer, pois o ditado popular diz que Deus escreve certo por linhas tortas. O que, na verdade, significa “aparentemente tortas”...

Mas deixemos o mosquito e subamos os olhos para olhar o céu à noite, cheio de estrelas, outra maravilha. Todavia, contemplemos outro universo que se chama o corpo humano, tão maltratado pelo homem inconsequente.

Não devemos esquecer de que a vida terrena, uma caminhada do berço ao túmulo, é também um instrumento para a nossa evolução espritual.

O espírito Emmanuel, guia do grande Chico Xavier – “O maior brasileiro de todos os tempos”, eleito em pesquisa nacional –, qualifica o nosso corpo como um santuário. E chega a dizer: “A benção de um corpo, na Terra, ainda que mutilado ou disforme, é como uma preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode oferecer”. Escreve, ainda, Emmanuel que “o espírito tem o corpo que merece e de que necessita”. Já Francisco de Assis e Chico Xavier apelidaram o nosso corpo de jumentinho. É ele que nos carrega para todo canto.

Lembremos de que há milhares de quilômetros de artérias, veias e vasos dariam para dar duas vezes a volta da Terra.

E você já parou pre pensar em como é que estamos usando esse santuário? Que qualidade de alimento estamos lhe dando? E que dizer dos venenos que lhe damos: álcool, fumo, drogas. Sem esquecer a ociosidade, o sedentarismo que são outro veneno. O corpo precisa de ação, movimento, caminhada, de respiração e de uma boa alimentação, que é tão importante ao ponto de Hipócrates, considerado o “Pai da Medicina”, ter-nos ensinado: “Que o teu alimento seja o teu remédio”.

Todo homem precisa conhecer o seu corpo, tanto quanto um médico. Com esse conhecimento evitaríamos muitas enfermidades.

E a beleza dos nossos olhos? imagine-se sem eles. A beleza das nossas mãos, seja do pianista ou violinista. A beleza dos nossos pés... E agora chegou a vez de citar um alimento invisível e gratuito: o oxigênio que respiramos e que nunca nos lembramos dele.

A verdade é que vivemos rodeados de maravilhas. Somos dotados de muita riqueza que ignoramos.

Nosso corpo! Como necessitamos de cuidar dele, com muito amor e responsabilidade.

Nunca esqueça: Ele é o nosso instrumento de trabalho e de evolução. O santuário divino a que se referiu Emmanuel.