O Brasil, já não sei, mas a cada dia tenho dado micropassos em busca de uma autolibertação. E um dos primeiros movimentos é refletir sobre ...

O Brasil, já não sei…

ambiente de leitura carlos romero cronica poesia literatura paraibana mariana sanfer independencia do brasil autenticidade sinceridade legitimidade franqueza conveniencia

O Brasil, já não sei, mas a cada dia tenho dado micropassos em busca de uma autolibertação. E um dos primeiros movimentos é refletir sobre meu alinhamento: o que penso, o que sinto e o que faço. Tem sido profundamente libertador permitir-me ser honesta quanto a isso. Quantas vezes passamos por uma coisa, sentimos outra e ainda fazemos outra?

Certo dia, um amigo me ofereceu um pedaço de doce de goiaba, pois queria esvaziar logo o recipiente para reutilizá-lo. Não gosto muito de goiabada, e o pedaço que ele me oferecia era bem grande.

ambiente de leitura carlos romero cronica poesia literatura paraibana mariana sanfer independencia do brasil autenticidade sinceridade legitimidade franqueza conveniencia
Eu poderia simplesmente ter sido honesta, agradecido e ter dito não. Mas, em vez disso, aceitei aquela fatia imensa que eu não iria comer com satisfação, e sim por obrigação de haver aceito.

PENSEI em aceitar porque não queria desapontar a pessoa que me fez a oferta. Mas eu não SENTIA vontade de comer a guloseima. Mesmo assim, minha AÇÃO foi a de pegar para mim o que eu não desejava.

Foi então que me veio a lição! Resolvi oferecer o doce a uma criança, Ariel (8 anos). Comilona que é, perguntei se ela queria aquela goiabada. Ela, que ia passando, parou, virou-se para mim e me perguntou por que eu estava lhe oferecendo o doce? Eu expliquei que havia aceitado de um amigo "por educação", mas que, na verdade, não gostava. E sabe o que ela me disse imediatamente?

— Por que você aceitou uma coisa que não gosta e que não quer? Quando a gente não quer algo, a gente fala assim: "não quero, obrigada"!

Um exemplo simples de como nos desorganizamos internamente, e de como colecionamos pequenas prisões dentro de nós mesmos.

Eu não sei o Brasil, mas a minha libertação é diária, contínua e minuciosa. Todos os dias eu procuro declarar a mim mesma minha independência e libertação.

“Libertação
Libert(ação)
Libertador
Liberta(dor)
Dor liberta
Jaya"



Mariana Sanfer é educadora perinatal, doula e terapeuta holística

COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE

leia também