Desde quando foram anunciadas as premiações da festa do Oscar, fiquei a me perguntar porquê o excelente Chadwick Boseman não levou o prêmi...

O filme “Meu Pai”

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Desde quando foram anunciadas as premiações da festa do Oscar, fiquei a me perguntar porquê o excelente Chadwick Boseman não levou o prêmio de melhor ator... embora póstumo, para o seu belo currículo cinematográfico, concorrendo através do magnífico filme "A Voz Suprema dos Blues", 2020, com as parcerias de Viola Davis, Taylour Paige e outros...

Ontem, vimos o trabalho e entendemos que não houve, para este ano, nada que superasse Anthony Hopkins. Ele ganhou seu primeiro oscar (1991) vivendo o serial killer "Hannibal Lecter” — um psiquiatra canibal, que através de roteiros guiava a agente do FBI,
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"Clarice Starling" (Jodie Foster), na perseguição e prisão de vários assassinos de mulheres com requintes de maldade.

Desde então incorporou os trejeitos da carpintaria onde moldou esta personagem e passou os últimos trinta anos apenas repaginando-a, pois a sua capacidade cênica assim o permitiu.

Agora, as exigências obrigaram-no - pois, a exemplo do que houve com outros roteiros pensados para um determinado ator, entre eles "Joaquin Phoenix”, oscarizado alguns anos atrás pelo insano e histriônico Coringa, o melhor de todos eles, superando até o Heath Ledger, também premiado nesta categoria por vivê-lo no cinema, a recompor todos seus conteúdos de interpretação para viver esta personagem que daqui uns anos poderá ser ele ou um de nós.

Quando começamos a ver o filme, uma remessa de desassossego invadiu-me, pois vivi nos meus bastidores todo este flagelo com a minha mãe! Não me deprimi. Fui tocado por uma pungência cálida vendo a filha (Olívia Colman, premiada por "A Favorita") no seu silencioso desespero diante do pai totalmente desconectado da realidade.

Estas patologias instalam-se e prosperam rapidamente. Desde os seus exames para diagnosticar sua futura demência (julho/2000), até janeiro de 2001, quando por vários motivos vim morar em Porto Alegre, ela — entre um lapso de memória e outros — mantinha-se na realidade não mais que cinco minutos.

O Roteirista/diretor Florian Zeller foi muito feliz em transferir para o espectador toda a confusão mental sentida por ele — perguntas, falas e movimentos — já aleatórios aos cômodos da casa!

O que mais fica na memória de todos nós, por ser ancestral e definitivo, é o simbolismo da moradia onde vivemos. A mãe sempre me perguntou: Quando eu vou voltar para a minha casinha ?...


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  1. Maravilha🤜💥🤛 Élvio Vargas..excelente crítica!! que nos apresenta graças à competente edição de nosso amigo Germano Romero através da ALCR TV.
    Paulo Roberto Rocha

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