Mostrando postagens com marcador Frutuoso Chaves. Mostrar todas as postagens

Transcorria julho de 1984 quando a leitura de um artigo do amigo Hélio Zenaide me fazia cair o queixo. Então Secretário de Comunicação da ...

lenda sertao extraterrestres ovni richelieu jornalismo
Transcorria julho de 1984 quando a leitura de um artigo do amigo Hélio Zenaide me fazia cair o queixo. Então Secretário de Comunicação da Prefeitura de João Pessoa, Helinho escrevera n'A União, o jornal pertencente ao Governo da Paraíba, sobre a visita de entidades extraterrenas a um grupo de moradores de Sousa, a mais de 470 quilômetros de João Pessoa.

Artigo do próprio punho, na página de opinião do Jornal, a fim de que não restasse dúvida quanto à história e sua autoria. Mesmo assim, liguei em busca da confirmação daquilo que eu acabava de ler.

Minhas primeiras lágrimas no cinema datam de 1957, ou 58, por aí assim, se é que se possa tratar por cinema a tela pequena instalada por S...

nostalgia cinema paraiba projecao rua pilar
Minhas primeiras lágrimas no cinema datam de 1957, ou 58, por aí assim, se é que se possa tratar por cinema a tela pequena instalada por Seu Zé Ribeiro no Mercado Público da paraibana Pilar, às noites das quartas-feiras, dos sábados e domingos para a exibição de filmes alocados no escritório da Metro, no Recife, sobretudo ali.

Seu Zé tomava um dos trens da Great Western (depois Rede Ferroviária do Nordeste) pela manhã e regressava ao fim da tarde com sua bagagem mágica

Vi na internet e juro como vou fazer. É assim: ponha gelo no liquidificador e o triture o quanto possa. Despeje-o, assim pulverizado, num ...

nostalgia como fazer raspadinha ki suco
Vi na internet e juro como vou fazer. É assim: ponha gelo no liquidificador e o triture o quanto possa. Despeje-o, assim pulverizado, num copo e jogue por cima o refresco preferido. Li que isso fica bom com qualquer desses envelopes de refresco em pó. É preciso que o xarope seja muito forte e doce, pois vai encharcar o gelo e ser por ele diluído.

Sucessivas gerações lembram com saudade, certamente, dos antigos cinejornais, sobretudo do mais famoso deles, o icônico Canal 100, “o maio...

nostalgia cinema futebol canal 100 nelson rodrigues
Sucessivas gerações lembram com saudade, certamente, dos antigos cinejornais, sobretudo do mais famoso deles, o icônico Canal 100, “o maior acervo cinematográfico do futebol brasileiro”, na justa avaliação dos seus idealizadores.

Para os que não sabem, aquilo que ia, semanalmente, aos cinemas do Brasil era muito mais do que a cobertura dos campeonatos e jogos amistosos. Conta-se que de 1959 até 1986, com um cinejornal por semana, o Canal 100, criação de Carlos Niemeyer com ajuda de Jean Manzon, difundiu 70 mil minutos de imagens sobre os principais acontecimentos jornalísticos de sua época.

Vi, tempo atrás, num canal da tevê a cabo, um desses filmes em que a personagem central ganha vida quase eterna. A história tem seu começo...

filme adaline reencontro juventude eterna
Vi, tempo atrás, num canal da tevê a cabo, um desses filmes em que a personagem central ganha vida quase eterna. A história tem seu começo ambientado nos anos de 1930. Filme americano, é claro.

Conta a saga de uma moça envolvida num acidente de carro, em noite de tempestade. Caíra, ao volante, num lago extremamente frio e, como se isso já não bastasse, veio-lhe um raio na cabeça. Alguém que passava por perto acionou o socorro médico.

Aconteceu em 26 de dezembro de 1859. Com dona Tereza Cristina, a imperatriz, a reboque, Dom Pedro II desembarcou do APA, no Porto do Varad...

historia viagens imperador pedro ii nordeste anotacoes
Aconteceu em 26 de dezembro de 1859. Com dona Tereza Cristina, a imperatriz, a reboque, Dom Pedro II desembarcou do APA, no Porto do Varadouro, ainda profundo o suficiente para receber, em plena João Pessoa, o vapor da frota imperial.

No dia seguinte, cedo da manhã, ele pegava o rumo de Pilar, na época o coração da Zona Canavieira da Paraíba. Viagem feita a cavalo, com dona Tereza, numa carruagem, a tomar poeira. Cavaleiro exímio, o homem puxou o ritmo da marcha e, logo mais, com sua comitiva, batia à porta do Engenho São João para o desjejum.

Quem passou dos 60 e viveu a infância no interior, certamente, lembra disso. Os grãos – esverdeados e separados em duas bandas – chegavam ...

nostalgia cafe preparo pilao moedor tacha
Quem passou dos 60 e viveu a infância no interior, certamente, lembra disso. Os grãos – esverdeados e separados em duas bandas – chegavam das feiras livres e mercados públicos para os quintais onde um tacho e o fogo os aguardavam.

Na minha e na casa de muitos, qualquer que fosse a região do País, o melhor café não vinha empacotado das prateleiras de armazéns, ou bodegas. Surgia, isto sim, dos tachos sobre fogo de lenha.

Engenho Corredor, em Pilar, Paraíba, berço do romancista José Lins do Rego e um dos marcos da história do Nordeste açucareiro. “Engenho Sa...

literatura paraibana terra natal jose lins rego pilar visitas
Engenho Corredor, em Pilar, Paraíba, berço do romancista José Lins do Rego e um dos marcos da história do Nordeste açucareiro. “Engenho Santa Rosa”, na ficção vigorosa de José Lins aclamada em recantos diferentes do mundo aonde chegou, em mais de dez idiomas, a parcela mais vasta dos seus romances, aquela inscrita no Ciclo da Cana de Açúcar.

Ao fundo, resquícios da antiga moita de engenho. O bueiro legendário não mais existe. Foi levado na cheia de 1985 pelo Rio Paraíba que, agora, magro como boi em pasto seco, desliza para o mar com enganosa mansidão.

Um prédio histórico, no Centro de João Pessoa, a Capital paraibana, remete o visitante a um dos episódios mais tocantes de toda a longa hi...

literatura paraibana escola normal joao pessoa agaba sady tragedia
Um prédio histórico, no Centro de João Pessoa, a Capital paraibana, remete o visitante a um dos episódios mais tocantes de toda a longa história da cidade.

Inaugurado em 30 de março de 1919, com o paraibano Epitácio Pessoa no comando do País, o prédio foi feito para abrigar a Escola Normal então reclamada por mães e pais desejosos da graduação das filhas no curso que a estas garantiria o emprego de professoras tão logo concluído.

Acompanho, embevecido, a exploração de Marte por robôs que para ali despachou a engenhosidade humana. Agora mesmo, o Perseverance cavouca ...

literatura paraibana universo marte exploracao terra imensidao perseverance
Acompanho, embevecido, a exploração de Marte por robôs que para ali despachou a engenhosidade humana. Agora mesmo, o Perseverance cavouca o solo marciano em busca de sinais de vida no que foi o leito de um lago extinto há bilhões de anos. Faz isso depois de sete meses de viagem com o auxílio de instrumentos destinados à coleta de amostras e à observação da geologia.

“Pílulas de Vida do Dr. Ross fazem bem ao fígado de todos nós”. Quem, entre os mais adentrados, não ouvia isso o tempo inteiro no rádio d...

literatura paraibana pilula dr ross nostagia saudosismo plinio salgado
“Pílulas de Vida do Dr. Ross fazem bem ao fígado de todos nós”. Quem, entre os mais adentrados, não ouvia isso o tempo inteiro no rádio dos anos de 1950 e início dos 60? E até antes disso porquanto as pílulas em questão ultrapassaram as fronteiras desse mundão de Deus ao longo de quase todo o século passado.

literatura paraibana pilula dr ross nostagia saudosismo plinio salgado
O Dr. Ross dos anúncios impressos e cantados por vozes masculinas e femininas nos aparelhos do tipo bunda quente (alusão às válvulas incandescentes que existiam antes da invenção dos transistores), foi o farmacêutico Sydney Ross dono do laboratório americano que desenvolveu esse medicamento por volta de 1890, ao que se conta.

Para que servia? Pois bem, para males que iam da prisão de ventre ao intestino frouxo, passando pelo sangue impuro. Com raízes e extratos vegetais na sua composição, as pílulas, de cor rosa, eram apresentadas em propaganda de 1940 como “o remédio que corrige mais erros do que qualquer outra descoberta da ciência moderna”. Servia, até contra divórcio, se a encrenca entre marido e mulher decorresse apenas do mal humor acarretado pela digestão difícil, como neste anúncio se pode ver.

As notas do jingle das Pílulas de Vida, de tão populares, serviram para musicar o deboche de Alvarenga e Ranchinho à campanha política de Plínio Salgado, nos idos de 1955. “Plínio Salgado quando abre a voz faz mal ao fígado de todos nós”, cantava aquela que por muito tempo foi a dupla caipira mais famosa do País.

Fossem tão antenados quanto seus ancestrais, os caipiras modernos (hoje, eles preferem o termo “sertanejo”, as guitarras e os chapéus de cowboy) teriam em muitas expressões da política atual motivos para a zombaria de norte a sul. E, assim, prestariam um enorme serviço à Nação.

Mas, em plena madrugada, ocorre-me perguntar por que diabo fui eu lembrar do Dr. Ross. Deve ser por causa da pandemia, essa coisa brutal que nos obriga à reclusão. O isolamento, de fato, inverte o metabolismo, tira o sono de quem precisa dormir e faz o pensamento voar ao destino invariável: o passado. Nunca tive tanta saudade dos meus verdes anos. Agora mesmo, sinto falta até do óleo de fígado de bacalhau.

Não perco muito do meu latim com o futebol, há longo tempo. A bem da verdade, nunca fui um desses torcedores apaixonados a ponto da arenga...

literatura paraibana cronica futebol nostalgia copa do mundo 1958 garrincha
Não perco muito do meu latim com o futebol, há longo tempo. A bem da verdade, nunca fui um desses torcedores apaixonados a ponto da arenga em ambiente doméstico, ou público. Torço, moderadamente, por três times: o Santa Cruz do Recife, o Fluminense do Rio e o Modena de Pilar.

Datam de 1980 meus últimos ingressos em estádios e, mesmo assim, por dever do ofício. Foi uma época na qual eu era solicitado a cobrir para “O Globo”

Manhã de supermercado. Vagueio por entre gôndolas quando me chegam os acordes de um hino que eu costumava ouvir aos meus 11 ou 12 anos. Pr...

literatura paraibana nostalgia cinema musica cantico religioso ecumenico boberg
Manhã de supermercado. Vagueio por entre gôndolas quando me chegam os acordes de um hino que eu costumava ouvir aos meus 11 ou 12 anos. Pronto, bastaram as primeiras notas para eu recordar, de imediato, os versos que supunha perdidos num recanto qualquer da memória:

"Senhor meu Deus, quando eu maravilhado contemplo a tua imensa criação. A terra e o mar e o céu todo estrelado me vêm falar da tua perfeição. Então, minha alma canta a Ti, Senhor Grandioso és tu”.

Essa garrafa enrugada e escura foi objeto do desejo da meninada, no transcurso das décadas de 1950 e 60. Não exatamente ela e, sim, o que ...

literatura paraibana cronica nostalgia refrigerante antigo anos 50
Essa garrafa enrugada e escura foi objeto do desejo da meninada, no transcurso das décadas de 1950 e 60. Não exatamente ela e, sim, o que ela continha: a laranjada em sua plenitude, a explosão de sabor apenas percebida na fase em que a vida conduz às descobertas e ao encantamento.

Provei meu primeiro Crush aos 10 anos de idade, numa bodega de beira de estrada, no interior da Paraíba. O bodegueiro, que não tinha refrigerador, retirou da prateleira uma das 15 ou 20 garrafas ali enfileiradas, abriu-a e me deu sem copo, ali mesmo, no gogó. Meu pai, que então já se servia de uma dose do Conhaque de Alcatrão São João da Barra,

A mulher do general Eurico Gaspar Dutra, sob certo aspecto, não fazia jus ao nome. Ou seja, não tinha a mansidão da mãe de Cristo, ou de o...

literatura paraibana dona santinha dutra cassinosjogo bicho
A mulher do general Eurico Gaspar Dutra, sob certo aspecto, não fazia jus ao nome. Ou seja, não tinha a mansidão da mãe de Cristo, ou de outras servas de Deus conhecidas pela ternura e a compaixão, se for verdade aquilo que dela se conta.

E o que se diz? Pois bem, que foi Dona Santinha, católica fervorosa, quem exigiu do marido o fechamento dos cassinos e o fim do Jogo do Bicho. Também, que o general instalado em 1946 na Presidência da República

Antes do mergulho no horizonte o Sol dispõe um rastro de luz a um homem e seu barquinho. Em retribuição, ganha, nessa despedida, os belos ...

literatura paraibana cronica turismo por sol praia jacare jurandir saxofone bolero ravel
Antes do mergulho no horizonte o Sol dispõe um rastro de luz a um homem e seu barquinho. Em retribuição, ganha, nessa despedida, os belos acordes do Bolero, a imortal composição do francês Maurice Ravel. O espetáculo repete-se, quase diariamente, há uns 20 anos. E já mudou a vida de muita gente porquanto inscrito no Calendário Turístico da Paraíba.

Pergunte-se à grande massa dos colegiais do Brasil qual o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o b...

literatura paraibana cronica historia independencia pedro leopoldina ipiranga
Pergunte-se à grande massa dos colegiais do Brasil qual o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”.

Falo daqueles às vésperas do vestibular, recém-saídos de cursinhos ou colégios caríssimo. À turma da escola pública desaparelhada e, salvo raríssimas exceções, com professores mal pagos e desmotivados, nem adianta perguntar.

O menino que eu fui aguardava com certa ansiedade as noites do sábado, no Pilar da minha infância. Às 20 horas, em ponto, Seu Zé Ribeiro m...

literatura paraibana cronica nostalgia cinema trash tarzan
O menino que eu fui aguardava com certa ansiedade as noites do sábado, no Pilar da minha infância. Às 20 horas, em ponto, Seu Zé Ribeiro mandava o ajudante Jiló apagar umas poucas lâmpadas do Mercado Público, onde, momentos antes, as famílias locais haviam arrumado cadeiras domésticas para mais uma sessão de cinema.

Eu gostaria de ter nascido muito antes do momento em que vim ao mundo. Deveria ter vivido a fase adulta durante os anos de 1940 ou 1950, p...

literatura paraibana cronica nostalgia saudosismo propagandas antigas
Eu gostaria de ter nascido muito antes do momento em que vim ao mundo. Deveria ter vivido a fase adulta durante os anos de 1940 ou 1950, por aí assim, nem muito além nem muito aquém. É dessa época que mais gosto.

Mas longe de mim o propósito de contraditar os desígnios divinos (para os que neles creiam) nem as leis da natureza (para o ateu e o à toa). Aceito meus dias e a eles me adapto, até porque me trouxeram a família que tenho e os amigos que fiz.

O coração respondeu, em 1958, com batidas mais fortes ao aviso da escola primária, no Recife. Estava lá no quadro negro em letras grandes...

literatura paraibana sao joao festa junina nostalgia pilar quadrilha pandemia covid frutuoso chaves
O coração respondeu, em 1958, com batidas mais fortes ao aviso da escola primária, no Recife. Estava lá no quadro negro em letras grandes de giz: “Férias a partir de 15 de junho”. Notícia melhor então não havia. E a data assinalada com antecedência de uma semana me recomendava a providência: a mudança das melhores peças de roupa do armário para a mala. Disso e de uns 20 gibis, alguns ainda não lidos.