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Para Aristóteles, o poeta tem algo de divino. Este ponto de vista é compartilhado por muitos de seus seguidores numa lista acrescida a cad...

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Para Aristóteles, o poeta tem algo de divino. Este ponto de vista é compartilhado por muitos de seus seguidores numa lista acrescida a cada século desde quando esse pensador plantou sementes de sabedoria, uns quatrocentos anos antes de Cristo, mas recordo o diálogo do filósofo católico francês Maritain com o ateu Jean Cocteau, apontando que a ordem espiritual procede de Deus, estando presente em nós e revela sua constatação: “é a inspiração do poeta, e por isso ele é um homem divino”. E acrescenta: “As palavras, os ritmos, são para ele a matéria com a qual cria um objeto para a alegria do espírito, e nas quais brilham alguns reflexos da grande noite estrelada do ser”.

Em tempo de pandemia parece que até a natureza sente sua ação devastadora, pois a devastação é perceptível. Basta olhar as praças e os arr...

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Em tempo de pandemia parece que até a natureza sente sua ação devastadora, pois a devastação é perceptível. Basta olhar as praças e os arredores da cidade para se constatar árvores com menos flores, apesar do período que enceta o colorido dos paus-d’arco, das acácias e das roseiras.

Percorridos os caminhos de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, por mais de uma vez em trinta anos, livro revelador da alma human...

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Percorridos os caminhos de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, por mais de uma vez em trinta anos, livro revelador da alma humana, novas impressões me ocorreram.
Muitos motivos me levaram a retardar a releitura, porque é um livro inquietante, provocador e, por todo este tempo, busquei a opinião de estudiosos para alicerçar minha vontade de adentrar no mundo do mineiro que colocou a literatura brasileira num outro patamar. Não escondo, nem renego meu apego por “Grande Sertão: Veredas”, mesmo porque José Lins do Rego é meu consolo literário. Cada leitura refresca como água de riachos.

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A primeira leitura foi estimulada por Nathanael Alves, com a recomendação de não se aperrear se largasse a obra antes do final. Assim ocorrendo, era um bom início. Haveria de retomar tempo depois, mais de uma vez durante trinta anos, contudo abandonado pela metade.

Quando escutei a conferência da professora Ângela Bezerra de Castro sobre a personagem Diadorim, tentado, inevitavelmente retornei a obra de Guimarães Rosa, com premeditara Nathan. Foi uma leitura lenta, rabiscando os contornos do livro, sublinhando palavras para mais tarde iluminar nossos reencontros.

Encontrei o professor Milton Marques Junior numa livraria comprando “Grande Sertão: Veredas” porque a antiga edição estava bastante riscada, para recompor sua biblioteca composta de obras de incontestável valor, com anotações para estudos. Ele motivou meu retorno a esse romance que há décadas me inquieta.

Em casa, naquela mesma noite, reiniciei a leitura deste livro com igual ansiedade de quando o peguei pela primeira vez, afinal continuo o leitor em busca da compreensão de sua leitura. Nathanael, Ãngela e Milton, de modo particular, e outros críticos literários, têm dados pistas para a com preensão desta obra-prima que a literatura brasileira produziu.

Agora, tanto tempo decorrido do primeiro encontro com o livro, que muito amedrontou, ainda passeio por suas páginas tentando desvendar as veredas, situações e entender os viveres que são tão grandes quanto os sertões. O Sertão de Rosas, menos rústico e sem as feridas que esfarelam nosso viver em todo verão entrante, é maior do que imaginamos e quem penetrar nele, sai diferente.

Lemos o livro como refrescando a memória, que se alarga a cada passagem narrada, como um riachinho onde usufruímos da sua água refrescante. A primeira leitura durou o tempo de o milharal crescer, do açude ganhar água, do sol secar a babugem. No decorrer dessa viagem até ouvir a estimulante aula da professora Ângela, outros passeios ocorreram por suas páginas até chegar ao recomendado pelo professor Milton, de que, no caso dessa obra, é pegar sem interrupção da leitura. Seguindo os conselhos dos dois mestres, mais uma vez fui agarrado pela leitura, como se fosse a primeira vez.

Há uma paisagem nos grotões de Serraria que guardei na memória, cujas lembranças não se apagaram, seis décadas depo...

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Há uma paisagem nos grotões de Serraria que guardei na memória, cujas lembranças não se apagaram, seis décadas depois. Este lugar é o engenho Martiniano, composto de casa grande, capela e outras moradias que formam o acervo arquitetônico do século XIX. Na beira do córrego no sopé da serra, olhando para o alto, observam-se palmeiras que parecem atingir as nuvens.

Quando entregamos os livros para crianças daquela comunidade rural e vendo a menina sentada à mesa, folheando a obra de Monteiro Lobato, d...

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Quando entregamos os livros para crianças daquela comunidade rural e vendo a menina sentada à mesa, folheando a obra de Monteiro Lobato, descobrindo o invisível das palavras, foi um momento de emoção e de agradecimento para nós.

Quando passávamos pelas várzeas do Rio Paraíba e chegávamos à região do Brejo, num olhar às enseadas ou chãs onde existem plantações de cana...

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Quando passávamos pelas várzeas do Rio Paraíba e chegávamos à região do Brejo, num olhar às enseadas ou chãs onde existem plantações de cana, flamboyants e pau d’arcos floridos, com as capelas ao redor dos antigos engenhos, o deslumbramento se completava.     

As capelas estão presentes nas construções de muitas cidades, desde os mais remotos tempos. Foi uma pequena capela de taipa erguida nas imediações do Rio Sanhauá que marcou a pacificação entre portugueses e índios, e o início da construção de nossa capital.  

Na nascente civilização brasileira, em alguns Estados do Nordeste, cinco séculos atrás, pelas mãos de jesuítas e franciscanos, em povoações e pequenas aglomerações rurais que se formavam em torno dos engenhos, surgiam capelas como relevante símbolo do Cristianismo e da fé na adolescente cultura religiosa no novo Continente, que hoje, em certos lugares, ainda estão presentes no que restou destas edificações que foram surgindo no decorrer dos tempos.  

   As imagens do Engenho Pau d’Arco ganharam vida nas páginas do “EU” pela criatividade poética de Augusto dos Anjos, mesmo recordadas com nostalgia. Outras são encontradas nos romances telúricos de José Lins do Rego, com páginas de relevante valor estético de nossa literatura que falam desses ambientes das casas-grandes e das capelas dos engenhos. Lugares, onde existe uma força mítica misturada ao sabor da garapa de cana e do cheiro das frutas tropicais, perpetuados na palavra escrita, mesmo que o desleixo de alguns proprietários contribuiu na destruição de muitas delas.

   Ainda existem resquícios de antigos engenhos ou fazendas de café no Brejo, com grossas paredes que sustentam no alto uma cruz, símbolo milenar da fé cristã, mesmo cobertas pelo melão-de-são-caetano. Muitas paisagens dos livros de José Lins ganham vida nas mentes e trazem emoção aos corações de visitantes ao contemplar esses ambientes centenários, em alguns casos, guardando suas antigas características.  

Por volta de 1850, junto do primeiro engenho de Serraria, foi construída no sopé da elevação uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte, originando-se, então, a cidade que se estendeu pelo cocuruto da serra, onde cinquenta anos depois iniciaram a construção do imponente monumento sede da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. 

Quando perambulando pelos canaviais de Serraria, contemplo a paisagem dos morros pouco além de nossas cabeças, parecendo estar junto das nuvens, e vendo os velhos engenhos de fogo apagado, lembro-me da importância dos pequenos monumentos religiosos erguidos como proposta de símbolo da solidariedade e da confiança no transcendental. Cada capela com sua simplicidade arquitetônica guarda o registro daqueles que ajudaram na construção da civilização do açúcar e do café, em cujo ambiente circundam esplendor invisível.  

Nas regiões do Vale do Rio Paraíba e no Brejo, com o tempo, muitos engenhos e fazendas, lugares onde também se cultivava algodão e criava-se gado, desapareceram, levando de reboque as capelas. Seus novos donos, na maioria, não se deram conta da importância dos monumentos que marcam a riqueza histórica da região e o passado das famílias.  

Nem todos se dão conta de que a arte é o meio mais cauteloso para fugirmos do mundo opressor e por meio dela nos vincularmos à vida. Semeia um gozo de liberdade quando estabelecemos uma relação genuína com esses antigos ambientes, e também com a natureza que os rodeia. 

As capelas não são apenas adornos ao ambiente em redor das casas-grandes e dos engenhos, mas surgiram como sinais das visões místicas dos antepassados, e deixam os lugares mais belos. 

José Nunes é poeta, escritor e membro do IHGP

A fotografia de José Américo de Almeida sentado na cadeira de balanço no terraço de sua casa na Praia do Cabo Branco, com a mão no queixo c...

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A fotografia de José Américo de Almeida sentado na cadeira de balanço no terraço de sua casa na Praia do Cabo Branco, com a mão no queixo contemplando o mar, impressiona porque se supõe que esteja com o pensamento voltado para a Areia do seu tempo de criança. Assim como ele, nós repetimos esse gesto de olhar ao largo horizonte quando nos debruçamos na janela para olhar a paisagem guardada na memória. Tem sido assim com Gonzaga Rodrigues que ancorou nesta cidade há quase setenta anos, repetidas vezes nas crônicas expressando a saudade de sua Alagoa Nova, como numa fotografia que nunca desbota.

Quando celebramos os noventa anos de nascimento do poeta Ferreira Gullar, prefiro falar dele como estudio...

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Quando celebramos os noventa anos de nascimento do poeta Ferreira Gullar, prefiro falar dele como estudioso do universal Augusto dos Anjos, sobre o qual escreveu um primoroso estudo crítico acerca da obra do nosso conterrâneo.

Ao entardecer do dia 19 de novembro de 1937 na cidade de Salvador (BA), o vermelho do pôr do sol foi infestado pela fumaça encarnada da q...

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Ao entardecer do dia 19 de novembro de 1937 na cidade de Salvador (BA), o vermelho do pôr do sol foi infestado pela fumaça encarnada da queima de livros, deixando boquiabertos transeuntes que não entendiam o corre-corre que estava acontecendo na cidade.

Quando nestes meses a paisagem no nosso redor está destroçada, a nossa esperança brota na meditação sobre a mensagem cristã, “a poesia e a...

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Quando nestes meses a paisagem no nosso redor está destroçada, a nossa esperança brota na meditação sobre a mensagem cristã, “a poesia e a arte para acalmar a dor e a ansiedade”.

Quando à porta da Academia Paraibana de Letras eu me despedia da professora Ângela Bezerra de Castro , depois da sua aula-conferência tendo...

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Quando à porta da Academia Paraibana de Letras eu me despedia da professora Ângela Bezerra de Castro, depois da sua aula-conferência tendo como tema central a personagem Diadorim de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, respondendo a uma indagação dela de que muitos começam e nunca terminam a leitura deste livro emblemático, penitenciei-me. Disse-lhe que em três ocasiões coloquei de lado o monumental romance, um dos cem principais livros até agora escritos no Brasil.

Foi na poesia de Manuel Bandeira que pela primeira vez atravessei as ruas do Recife antigo. Com vinte anos eu era um camponês que andava ol...

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Foi na poesia de Manuel Bandeira que pela primeira vez atravessei as ruas do Recife antigo. Com vinte anos eu era um camponês que andava olhando para o chão, mas por sugestão do amigo Nathanael Alves, realizei uma fantástica caminhada pelas alamedas e quintais com fruteiras daquela cidade e debaixo das árvores do Campo das Princesas repousei do cansaço, impregnado pelas fantasias do poeta.
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Tempos depois repetia o passeio pelas páginas de “O Moleque Ricardo”, de José Lins do Rego, igualmente sendo purificado pelos poemas de João Cabral de Melo Neto, Ascênsio Ferreira e Mauro Mota que busquei como acalento. Todavia Bandeira e Zé Lins mostraram-me becos poéticos, bem mais íntimos do que a poesia de Augusto dos Anjos, que ainda tento decifrar para melhor sentir e viver na paisagem da comprida Ponte Buarque de Macedo, com sua alma e seus arredores.

Recife é um lugar agitado que me atormenta, talvez por isso poucas vezes tenha ido até lá, preferindo passear pelas crônicas de Gilberto Freyre e Edson Nery da Fonseca. Caminho pela poesia de Bandeira, tão cheia de lirismo e beleza estética, porque me atrai com o cheiro de fruta silvestre, de suor feminino exalando das antigas senzalas como também do cheiro da bagaceira das velhas usinas. Isso me basta porque acalma minha ânsia de andar pelas ruas da antiga Veneza Brasileira, porém em contrapartida, essas lembranças levam-me até Serraria, onde plantei sonhos na primavera da minha vida.

Como numa crônica de quase uma década atrás, quando lembrava os quarenta anos da morte deste pernambucano, ou melhor, do seu encantamento, porque os místicos e poetas se encantam para ficar na memória do tempo, agora, mais uma vez, retorno àquela cidade para saborear o cheiro do caju, da goiaba e da laranja-cravo dos antigos quintais das casas que a poesia de Manuel Bandeira nos apresenta.

A poesia de Bandeira nos conduz a essa paisagem do Recife antigo, porque a cidade atual é tão estranha e borrada pela decadência da solidariedade.

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Minha identificação com o poeta de “A Cinza das Horas” talvez seja porque carrego a aparência de menino criado entre os canaviais de Serraria, sob a sombra das mangueiras e das bananeiras do sítio onde aprendi a andar com a cabeça abaixada. O lirismo da poesia de Bandeira lembra as brincadeiras de cavalo-de-pau, banhos nos açudes com repetidos canga-pés e caçada de baladeira pelas capoeiras, que revivo com certa nostalgia.

Este poeta fala das amenidades da alma, estabelece fantasias que dão sentido a fatos que parecem ocorridos recentemente, mesmo que o horizonte da infância se distancie. Ler a poesia de Bandeira é conversar sobre a paisagem guardada na memória, mesmo distante no tempo, porque é um poeta que fala daquilo que sentimos.

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Na voz deste poeta pernambucano, evocando seu passado tão longe, retornamos às reminiscências de menino; ele com seu Recife antigo e eu, com minha Serraria de saudades.

Volto à leitura da poesia de Manuel Bandeira para reanimar as visões guardadas no canto da memória de um Recife romântico, mesmo preferindo andar pelas páginas do “Moleque Ricardo” de José Lins, pois os cenários são menos metafóricos. Quando o paraibano descreve os encantos dos engenhos da várzea do Rio Paraíba, vejo semelhança às rústicas paisagens da minha terra que hoje eu recolho como o alimento para as canções que improviso.


José Nunes é poeta, escritor e membro do IHGP

Agora, quando a Professora Ângela Bezerra de Castro assume a presidência da Academia Paraibana de Letras, recordo o poema de Carlos Drummo...

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Agora, quando a Professora Ângela Bezerra de Castro assume a presidência da Academia Paraibana de Letras, recordo o poema de Carlos Drummond de Andrade que fala de “um certo modo de ver”, para definir o perfil dela como leitora, escritora, poetisa e estudiosa da literatura brasileira.

Entre os paraibanos que integram o seleto grupo de referências no Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda, está ...

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Entre os paraibanos que integram o seleto grupo de referências no Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda, está o escritor e teatrólogo José Bezerra que, com o romance “Fogo”, teve seu nome gravado para na história da literatura brasileira.

Com atraso involuntário de alguns anos, eu alço voo na releitura de “Cesário Alvim 27”, livro de reminiscências de Abelardo Jurema Filho. ...

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Com atraso involuntário de alguns anos, eu alço voo na releitura de “Cesário Alvim 27”, livro de reminiscências de Abelardo Jurema Filho.

Mantenho esse livro guardado em espaço de minha biblioteca, reservado aos autores paraibanos, dele me apropriando quando preciso de uma referência sincera sobre a ditadura militar de quem viveu as amarguras de uma época, que desejamos nunca mais reviver.

No Bairro dos Ipês, em Mandacaru e adjacências existe um senhor de idade avançada que cata resíduos pelas ruas, quase todos os dias, usando...

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No Bairro dos Ipês, em Mandacaru e adjacências existe um senhor de idade avançada que cata resíduos pelas ruas, quase todos os dias, usando um sinal inusitado de anunciar sua aproximação. Chapéu de palha na cabeça e empurrando um carrinho de mão, ao longe se ouve o assobio dele. Um som fino e prolongado, por vezes imitando pássaros, sempre alegre. Escutando, sabe-se que é hora da colocar na calçada o lixo domiciliar reciclado.

Não existe nada mais gratificante do que contemplar uma criança ou adolescente com um livro nas mãos. Seja a caminho da escola ou em casa. ...

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Não existe nada mais gratificante do que contemplar uma criança ou adolescente com um livro nas mãos. Seja a caminho da escola ou em casa. Esses instantes são para mim gratificantes, pois aconteceram no passado com os meus filhos e agora se repetem com os netos. Antes acompanhava minha filha adentrando o mundo da literatura e, agora adulta, ela mesma escrevendo e lendo seus textos para seu filho e sobrinhos. Sinto-me realizado.

Enquanto lia o livro “Engenho Laranjeiras: O Doce Afeto da Natureza” de Francisco Barreto, furtivas lembranças me ocorreram de quando, aind...

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Enquanto lia o livro “Engenho Laranjeiras: O Doce Afeto da Natureza” de Francisco Barreto, furtivas lembranças me ocorreram de quando, ainda criança, as pessoas me conduzindo pelas mãos, eu estive nesse aprazível recanto de beleza que ornamenta Serraria.

O Dia dos Avôs, para nós, tem um significado que vai além de nossa possibilidade de imaginar quanto ressoa a alegria de termos netos para p...

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O Dia dos Avôs, para nós, tem um significado que vai além de nossa possibilidade de imaginar quanto ressoa a alegria de termos netos para paparicar.

Quando comecei a conviver com minha esposa, há quarenta anos, ela residia em Arara. e eu em João Pessoa, numa distância de 155 km. Nossos e...

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Quando comecei a conviver com minha esposa, há quarenta anos, ela residia em Arara. e eu em João Pessoa, numa distância de 155 km. Nossos encontros eram nos finais de semana, mas, entre um sábado e outro, eu lhe mandava duas cartas pelos Correios, porque o contato por telefone era difícil. Afinal, em Arara existia apenas um posto telefônico para atender a toda população, exceto algumas famílias que tinham linha telefônica particular.