Muitos textos possuem esse título. Mas a violência patrimonial contra mulheres e pessoas idosas nunca deixou de acontecer e, atualmente, ocorre com muitas famosas e ricas, que vêm a público denunciar esse tipo de agressão.
O assunto está em alta. Até pouco tempo atrás, as mulheres tinham vergonha de expor violência patrimonial e o próprio Judiciário dava à questão um tratamento irrelevante. Por que muitos homens nas suas relações se apropriam e gerenciam o dinheiro de suas mulheres e filhas?
É uma extensão do direito de posse e coisificação da mulher e o homem “colhe” os frutos de sua “posse”. Vamos falar novamente sobre aquela que teve um triste fim por não saber quando parar. Tratemos, então, desse tema: a apropriação pelo parceiro.
A história de Ariadne apresenta um significado espiritual e iniciático. Façamos uma análise a partir dos dados exotéricos (com x mesmo), lembrando como muitas de nós, por amor, damos mais do que recebemos.
A bela Ariadne, para conseguir o amor de Teseu, passou por cima dela mesma. Teseu deveria enfrentar o Minotauro, monstro que habitava o labirinto, na ilha de Creta. Buscava a vitória, a glória. Por essa razão, mesmo sem corresponder da mesma forma ao amor de Ariadne, casou-se com ela. Sabia que ela o levaria à glória.
Ariadne, na esperança de ter seu amor correspondido, deu a Teseu um fio para que ele pudesse encontrar o caminho de volta em seu percurso no labirinto. E, assim, ele venceu a luta contra o Minotauro.
Porém, na história, só Teseu levou os louros. Logo após a vitória, ele parte com sua esposa e a abandona numa ilha, retornando para sua pátria.
A partir daí surgem várias versões. Numa delas, o seu amor não era suficiente e por isso resolveu deixar a esposa. Em outra versão, Afrodite, a deusa do Amor, teria se comovido com o desespero da jovem e encarregou Dionísio de desposá-la. Há, também, o relato de que Ariadne morreu e, ainda, a versão de que Teseu quis evitar novos conflitos, caso fugisse com a Princesa. Mas Dionísio se apaixona por ela.
Na verdade, Dionísio rege os mistérios da iniciação, da espiritualidade e, talvez por isso, também simbolize a embriaguez dos sentidos. Talvez qualquer ser humano sugado em um relacionamento amoroso necessite se conectar com sua espiritualidade para, então, poder se redescobrir.
Em nossa sociedade, vemos vários tipos de Ariadnes. O parceiro, muitas vezes ciente do amor que lhe é depositado, apropria-se das coisas que lhe são postas à disposição por aquelas que não sabem haver limites para amar. Essas Ariadnes são aquelas pessoas que, com medo de perder o amor do outro, se submetem a qualquer coisa. Tornam-se objeto e posse do outro.
Na condição de coisa, o outro pode se apropriar de seus frutos, sejam eles quais forem. No direito civil, vemos que um dos efeitos da posse é justamente a percepção dos frutos. Quando o possuidor está de boa-fé, os frutos já percebidos continuam consigo.
Quando de má-fé, esses frutos devem ser devolvidos ao verdadeiro possuidor, dono.
Mas, na vida real é assim? Seria se, em nossa sociedade, não vivêssemos tantas incertezas nos relacionamentos descartáveis, nos quais as ameaças e medos de um fim não fossem o impulso das vontades. Seria se o parceiro não se desfizesse do sentimento e ameaçasse o outro com finais e abandonos.
São formas de apropriação inevitáveis. É comum, nas classes média e baixa, vermos bares e restaurantes em que todas as pessoas da família trabalham. Porém, quando nessa família existe um pai ou um marido, o nome do empreendimento tem o nome dele. Mulheres só dão nomes a bares e restaurantes quando trabalham sem auxílio de marido ou companheiro. Em regra, o nome de fantasia é sempre o do homem.
Essas mulheres encontram-se na cozinha ou nos serviços gerais, trabalhando até mais do que seus parceiros, do que seus pais. Elas são pessoas invisíveis. Mulheres cuja mão de obra é associada ao nome do homem e não aos delas.
São mulheres que ajudam a crescer um empreendimento, mas que não são vistas. São trabalhadoras gratuitas em nome do que a gente considera a família tradicional, heterossexual e patriarcal, em que o homem comanda e se apropria da força de trabalho feminino.
Também constatamos esse tipo de comportamento quando observamos casais jovens e pobres. O homem pobre decide se casar com uma mulher pobre, mas que tenha força de trabalho para construir, com ele, um patrimônio considerável, que, mais tarde, dará a ele status e poder econômico. É igualmente comum que esse mesmo homem troque sua companheira por outra que possa dar visibilidade ao poder.
São muitas as Ariadnes. E os homens também podem ser Ariadnes. Ariadne é uma condição do ser humano carente, que entrega tudo o que tem, inclusive seu poder de barganha, sua força, sua mão de obra, em troca de um amor que possa ser correspondido. São pessoas que temem dizer “não” e receiam perder aquilo que talvez nunca tenham tido. São pessoas que dão presentes e tudo que possuem para conquistar um amor interesseiro. Talvez, qualquer dia, essas pessoas sejam abandonadas em alguma ilha.
No Brasil, a Roda dos Expostos foi proibida a partir do Código de Menores de 1927 em seu artigo 15:
“A admissão dos expostos à assistência se fará por consignação directa, excluido o systema das rodas”.
Tive a oportunidade de ver uma em um antigo convento em Igarassu, Pernambuco. Fiquei girando curiosa para ver realmente se a identidade das pessoas poderia
Dos colonizadores empobrecidos (mas nobres ou aventureiros) ou cristãos-novos fugidos que aqui chegaram a partir de 1532 (São Vicente) e de 1535 (Olinda), a maioria traz o DNA mesclado com o de Dom Egas Moniz IV, o Aio. Depois dele, o DNA mais comum é de Dona Tereza e Dom Henrique de Borgonha, pais de Dom Afonso Henriques.
No livro A Paraíba nas Velhas Páginas dos Jornais, Wellington Aguiar informa que a notícia da Proclamação da República chegou à Paraíba com alguns dias de atraso e não foi recebida com maiores empolgações. Provavelmente, essa falta de entusiasmo se deve ao fato de que a República foi um evento que não contou com a participação popular.
Segundo minha mãe informou, "Cemitério" vem do grego e significa câmara nupcial. Não me perguntem o porquê, já que nunca casei, nem morri, mas os gregos com seus mistérios eleusinos com certeza têm uma explicação. Como diz o ponto de Pombagira: "Cemitério é praça linda, mas ninguém quer passear". Local sagrado para várias religiões, local de culto e de oferendas, onde reside entidades, os cemitérios possuem uma energia própria e importante para os apreciadores.
"Nasci
Nasceu
Cresceu
Namorou
Noivou
Casou. Noite nupcial.
As telhas viram tudo.
Se as moças fossem telhas não se casariam."
Anayde Beiriz
Esse poema foi um dos poucos que chegaram até nós da poetisa paraibana Anayde Beiriz. Foi engolida pelas turbulências da Revolução de 1930, movimento desencadeado quando seu noivo, o advogado João Dantas, assassinou João Pessoa, em 26.07.1930.
Geralmente, quando se fala em invasão holandesa no Nordeste, nos remetemos sempre a Pernambuco. Porém, é inegável a participação de Potiguaras paraibanos que se aliaram aos batavos. Costuma-se minimizar a influência dos holandeses na Paraíba, pelo "curto" período de 20 anos que aqui passaram.
Estou ainda para ler "História das Lutas com os Holandeses no Brasil" de Varhagen. Ficará como leitura para o recesso forense.
No prédio do Tribunal de Justiça da Paraíba, até algumas décadas atrás — segundo me contou certa vez o historiador Humberto Mello —, havia um buraco provocado por um dos tiros desferidos contra Sady Castor.
Em 22 de setembro de 2023, a tragédia de amor de Ágaba de Medeiros, normalista de 16 anos, e Sady Castor, estudante do Lyceu Parahybano, morto aos 23 anos, completou 100 anos. No dia 22 de setembro de 1923, Sady foi assassinado na atual Praça Joao Pessoa, onde estudantes do Lyceu Parahybano e da Escola Normal se encontravam. O Lyceu funcionava no prédio que posteriormente serviu à Faculdade de Direito da UFPB; a Escola Normal é o atual edifício do TJ da Paraíba, no centro histórico da capital do estado.
A obra "A Alma Encantadora das Ruas" foi publicada em 1908, quando a população carioca ultrapassava pouco mais de 800 mil habitantes. João do Rio foi um dos maiores cronistas do Rio de Janeiro, ao lado de Luís Edmundo e Lima Barreto, embora fosse racista na descrição pejorativa de tipos.
Em outra obra sua "As Religiões do Rio" publicada em 1904 se vê o desprezo pelas religiões de matrizes africanas. Mas, sua obra deve ser lida por trazer minúcias dos costumes.
As três Matriarcas do Povo Brasileiro são consideradas Bartira, Catarina Paraguaçu e Muirã Ubi (Maria do Espírito Santo Arcoverde). Assú Piquerobi (Antônia Rodrigues), filha do Morubixaba Piquerobi, apesar de ter deixado ilustre descendência, não teve a mesma projeção de seu nome, como sua prima Bartira.
No dia 26 de julho, a Paraíba completará 93 anos da tragédia de 1930. A Paraíba nasceu de uma grande tragédia (1574 - Tragédia de Tracunhaém), originando a Capitania Real da Parahyba, devido à valentia da etnia Potiguara e à beleza de uma jovem indígena. Capitania Real porque passou a ser administrada diretamente pela Metrópole.
Um clássico da literatura universal, de autoria do italiano Carlo Collodi, publicado originalmente em 1881, foi tratado pela Disney como o boneco de madeira mentiroso, que tinha como principal característica o nariz que aumentava a cada mentira.
Há muito fiz um arremedo de informações sobre Mariologia e meditei sobre um dos dogmas da Igreja Católica: a Virgindade de Maria. Ao lado da maternidade, da Imaculada Conceição e da Assunção, temos o da virgindade, que para muitos tem servido como dogma e, assim, é uma verdade inalienável, colhida com base nas Sagradas Escrituras e na Sagrada Tradição.
Nesse pequeno texto, manterei o termo "descobrimento", visto que a data é marcada a partir de uma visão eurocêntrica e, sob essa lógica, será feito o presente comentário sobre o "Descobrimento do Brasil". Estou a menos da metade ainda da leitura do livro de Bauman, "Europa - Uma aventura inacabada", em que o sociólogo polonês nos fala do sentido europeu de viver no mundo, de se lançar em aventuras e de expandir
Recentemente, concluí a leitura da obra "30 Anos de Paraíba" escrita pelo engenheiro, etnólogo e arqueólogo francês Leon Clerot, que, desde os anos 1930, prestou inúmeros trabalhos e pesquisas importantes na área de geologia, mineralogia, paleontologia e etnologia em terras paraibanas.
Recentemente iniciei os estudos do idioma Tupi-Guarani (Nhandewa, falado em São Paulo e Paraná, basicamente). O tronco Tupi se apresenta de forma distinta. Na Paraíba estuda-se o Tupi-Potiguara e me questiono sobre a diversidade de línguas tupis.