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Autorretrato De superfície… Jamais! Detesto coisas rasas. Atiro facas, quebro correntes Deságuo rios de palavras crua...

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Autorretrato
De superfície… Jamais! Detesto coisas rasas. Atiro facas, quebro correntes Deságuo rios de palavras cruas, reviro os céus. Nem os anjos me acodem em tais momentos Minha sede pede mais que um copo d’água. Nada me marca com um simples arranhão Vou ao fundo do fundo.

Impasse E quase não há mais como dizer do novo. Que o tempo subtrai a juventude do instante E a beleza em seu estado puro.

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Impasse
E quase não há mais como dizer do novo. Que o tempo subtrai a juventude do instante E a beleza em seu estado puro.

Visita Ontem, ao contemplar As lágrimas cristalinas da chuva sobre as romãs Me visitaste.

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Visita
Ontem, ao contemplar As lágrimas cristalinas da chuva sobre as romãs Me visitaste.

Ainda Desde o primeiro instante em nos encontramos Das ondas de prazer aos rios de amargura Muito tempo se escoou, um sécu...

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Ainda
Desde o primeiro instante em nos encontramos Das ondas de prazer aos rios de amargura Muito tempo se escoou, um século talvez...

Monólogo ao espelho Passou como um raio a fase de enlevo! Mais fugaz que um beijo terno Em que os lábios mal se tocam. ...


Monólogo ao espelho
Passou como um raio a fase de enlevo! Mais fugaz que um beijo terno Em que os lábios mal se tocam. Como, pois, despertar de longo inverno Florescer em nova primavera Emergindo das cinzas e ser reconhecida,

Leveza Gostaria de ser leve, mas não sei. Leve, sem fundas marcas Nas coisas sentidas e tocadas.

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Leveza Gostaria de ser leve, mas não sei. Leve, sem fundas marcas Nas coisas sentidas e tocadas.

Entrega Fiz dos meus olhos Dois pedaços de uma noite comprida Dois atalhos de um caminho vasto Duas portas escancaradas Sem tranca e...

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Entrega


Fiz dos meus olhos
Dois pedaços de uma noite comprida
Dois atalhos de um caminho vasto
Duas portas escancaradas
Sem tranca e sem nada
Em posição de espera.

Estações Elã havia. Visita às estrelas, Pássaros dançantes Embriagados de voos. Dias como um tapete Bordado de eternidade E noites ...

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Estações


Elã havia. Visita às estrelas,
Pássaros dançantes
Embriagados de voos.
Dias como um tapete
Bordado de eternidade
E noites de sabores e perfumes raros.
Todas as portas se abriam para o vale
Do êxtase, das vertigens,
De todas as cintilações do céu.
Um soco, quando o inverno chegou
Enterrando o sol
No gelo...
A primavera veio sem flores!
Raízes inférteis vincaram o Jardim
De cacos cortantes.

Crepúsculo Um majestoso tapete vermelho Se estende pelo céu Sobre retalhos de azul. Tão belas as coisas de Deus! A tarde se despede ...

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Crepúsculo


Um majestoso tapete vermelho
Se estende pelo céu
Sobre retalhos de azul.
Tão belas as coisas de Deus! A tarde se despede
Em pleno esplendor com suas cores e murmúrios.
Divago: são os anjos preparando um concerto!
Tento imaginar a beleza e a magia
Da música celestial
E me vem um enorme desejo de ter asas.
Exponho desarmada ao novo espetáculo
Meu querer. E esqueço que a noite
Tão rica de estrelas, não tem poder...

Língua Nem prestamos atenção. Verbos difíceis de conjugar... Decidir é um deles, Amar, nem me fale! Facilmente nos perdemos nos tempos...


Língua


Nem prestamos atenção.
Verbos difíceis de conjugar...
Decidir é um deles, Amar, nem me fale!
Facilmente nos perdemos nos tempos,
Nos modos, nas pessoas.

Enigma Enquanto penso, teço enredos, crio imagens Debruço-me sobre algo que não sei Para engendrar-lhe um rosto. Nenhuma ideia! Fals...

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Enigma



ambiente de leitura carlos romero milfa valerio poesia intimista
Enquanto penso, teço enredos, crio imagens
Debruço-me sobre algo que não sei
Para engendrar-lhe um rosto.
Nenhuma ideia! Falsa fluidez, teia oblíqua.
Loucura, ânsia de flagrar no outro
O que tanto busco em mim.

Acalanto Por força do destino tornei-me tecelã, Mas não reclamo. Exerço meu ofício e amo. Como acalanto de cada manhã, Mistur...

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Acalanto


milfa araujo valerio ambiente de leitura carlos romero poesia acalanto hemostasia
Por força do destino tornei-me tecelã,

Mas não reclamo.

Exerço meu ofício e amo.



Como acalanto de cada manhã,

Misturar traços, linhas e matizes,

Para alegrar-me na terra