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Numa noite de lua cheia alguém me chamou a atenção para o espetáculo esplendoroso que ela estava proporcionando. Fui à varanda e fiquei des...

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Numa noite de lua cheia alguém me chamou a atenção para o espetáculo esplendoroso que ela estava proporcionando. Fui à varanda e fiquei deslumbrado com a sua beleza fascinante no céu, exibindo toda a sua majestade.

Quando nos matriculamos na escola da vida, ao nascermos, ainda não sabemos que o período letivo nunca terá férias. Mas aos poucos vamos per...

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Quando nos matriculamos na escola da vida, ao nascermos, ainda não sabemos que o período letivo nunca terá férias. Mas aos poucos vamos percebendo isso. Nessa escola seremos, a todo instante, aluno e professor. Mas, de fato, o grande mestre é o tempo.

Os meios de comunicação de fácil acesso têm desestimulado a prática da leitura de livros. E isso é muito ruim. Alguns culpam exclusivamente...

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Os meios de comunicação de fácil acesso têm desestimulado a prática da leitura de livros. E isso é muito ruim. Alguns culpam exclusivamente o avanço da tecnologia. Eu, particularmente, entendo que é resultante de um processo cultural que vem sendo adotado nas escolas e no exemplo familiar.

Nos acostumamos a ouvir a afirmação de que o amor e o ódio sempre andam juntos. Dois lados de uma mesma moeda. Há uma linha tênue que separ...

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Nos acostumamos a ouvir a afirmação de que o amor e o ódio sempre andam juntos. Dois lados de uma mesma moeda. Há uma linha tênue que separa um do outro. Interessante perceber que tem muita gente que fala de amor com ódio no coração. Essas emoções conflitantes se encontram em todo ser humano. Nietzsche já afirmava que “O amor e o ódio não são cegos, mas cegados pelo fogo que levam por dentro”

Na segunda metade dos anos sessenta um movimento nascido nos Estados Unidos ganhava o mundo: a contracultura. A juventude daquela época res...

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Na segunda metade dos anos sessenta um movimento nascido nos Estados Unidos ganhava o mundo: a contracultura. A juventude daquela época resolveu dar um grito de liberdade e se posicionar contra os valores impostos pela sociedade. Predominava um espírito de transformação dos costumes e padrões conservadores, um desejo de quebrar os tabus morais e culturais até então estabelecidos. Ousava transgredir regras, subverter convenções, promover uma revolução comportamental.

Essa indagação está na letra de uma canção composta por Vinicius de Moraes e Carlinhos Lyra. O fato é que a humanidade nunca se preocupou e...

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Essa indagação está na letra de uma canção composta por Vinicius de Moraes e Carlinhos Lyra. O fato é que a humanidade nunca se preocupou em responde-la com objetividade. Há pouco mais de dois mil anos, esteve entre nós quem buscou colocar na cabeça dos humanos o verdadeiro sentido do que seja a palavra amor: o filho de Deus feito homem, Jesus Cristo.

Existem pessoas que não nasceram para viver no anonimato. Nem procuram ganhar notoriedade, destacam-se naturalmente por suas qualidades sin...

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Existem pessoas que não nasceram para viver no anonimato. Nem procuram ganhar notoriedade, destacam-se naturalmente por suas qualidades singulares, por serem diferentes, por se destacarem no que fazem. A característica maior é o amor com que abraçam o exercício de seus atributos.

Na década de 60, João Pessoa possuía dois meios de transporte coletivo: o bonde e a marinete. Os principais bairros da cidade eram servidos...

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Na década de 60, João Pessoa possuía dois meios de transporte coletivo: o bonde e a marinete. Os principais bairros da cidade eram servidos por linhas regulares desses veículos de locomoção. O ponto central de partida e de chegada era a Praça Vidal de Negreiros, o Ponto de Cem Réis, hoje viaduto Damásio Franca, com cenário urbanístico totalmente diferente do que era na época.

O relacionamento humano saudável não pode prescindir da reciprocidade. O conceito de que a convivência entre as pessoas deve ser pautada nu...

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O relacionamento humano saudável não pode prescindir da reciprocidade. O conceito de que a convivência entre as pessoas deve ser pautada num espírito de solidariedade é de enorme valor para a harmonia social. Estamos sempre na dependência uns dos outros, e essa compreensão faz com que devamos estar permanentemente dispostos a retribuir os favores que recebemos.

Todo preconceituoso é falso moralista e tem uma mentalidade promíscua. O pior é que muita gente exerce o preconceito com certo orgulho. Mas...

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Todo preconceituoso é falso moralista e tem uma mentalidade promíscua. O pior é que muita gente exerce o preconceito com certo orgulho. Mas não deixa de ser uma manifestação de ignorância. Racismo, sexismo, discriminação étnica ou religiosa, são as formas mais conhecidas de preconceito nocivo. E assistimos essa prática encarada com naturalidade por muitos, mas que merece forte reação de quem não compactua com esse tipo de comportamento. Ainda mais quando se observa que o preconceituoso é alguém que deveria dar o exemplo de civilidade e de respeito às diferenças.

A sociedade contemporânea está ficando marcada por um comportamento que se convencionou chamar de individualismo. O ser humano está s...

Rui leitao ambiente de leitura Carlos romero

A sociedade contemporânea está ficando marcada por um comportamento que se convencionou chamar de individualismo. O ser humano está sempre querendo se autoafirmar, buscar a singularidade, se distinguir entre os demais do seu convívio.

Cada um de nós possui suas próprias peculiaridades, o que nos coloca como parte única no universo, somos indivíduos. Em sendo assim, vivemos querendo realçar nossas dessemelhanças para impor nossas individualidades. É o desejo de se reconhecer como unidade destacada num grupo.

Não acredito em pessoas que não sonham, mesmo que sejam sonhos altos, fantasiosos, utópicos. É assim que damos asas à nossa imaginação, mot...


Não acredito em pessoas que não sonham, mesmo que sejam sonhos altos, fantasiosos, utópicos. É assim que damos asas à nossa imaginação, motivada por fortes esperanças, de que algo muito bom esteja para acontecer. Ainda que classifiquem de utopia alguns planos idealizados nunca devemos desistir deles. Até porque o que parece impossível hoje pode perfeitamente ser realizável no todo ou em parte no amanhã.

O fanatismo se assemelha à burrice. Forte a expressão? Claro que não, é a pura verdade. O fanático age na irracionalidade, é prisioneiro de...

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O fanatismo se assemelha à burrice. Forte a expressão? Claro que não, é a pura verdade. O fanático age na irracionalidade, é prisioneiro de obsessões provocadas pela falta de discernimento, não mede as consequências no que faz e no que diz.

Essa manifestação de comportamento é muito comum por motivações de ordem religiosa, política, esportiva, artística, etc. O fervor excessivo na defesa de uma ideia, de uma opinião, de uma causa, ou por qualquer coisa de forma insistente, revela-se um radicalismo. Essa posição extremada de atitude leva o fanático a ausência de ponderação quando se faz necessária, a falta de respeito para com pessoas do seu convívio no dia a dia e o desprezo até do amor próprio.

Os fanáticos teimam em não querer pensar
O problema é que resistimos a fazer uma autoanálise quando nossos procedimentos assumem a característica do fanatismo. A paixão cega pelo que defendemos e acreditamos nos impede de encontrar a humildade para admitirmos as divergências, o contraditório, os pontos de vista discordantes. Alcançamos um estágio de exaltação exagerada em que nos achamos donos da verdade, senhores da razão.

O fanatismo é responsável, muitas vezes, pelo cometimento de atos insanos, transtornos mentais, desvio de personalidade. Ter a consciência dos seus sintomas ajuda a frear os ímpetos da intolerância, os impulsos da intransigência, a resistência em aceitar o pensamento contrário. Uma coisa é defender uma ideia, uma causa, com entusiasmo, com perfeito conhecimento do que faz, com convicção; outra coisa é deixar que a paixão se sobreponha à razão e cause cegueira na visão do mundo, numa ótica maniqueísta de que a verdade está no seu pensamento.

Há quem veja esse estado psicológico como uma manifestação de necessidade das pessoas inseguras se sentirem fortalecidas, buscando uma compensação por sentimentos de inferioridade. Porém revela-se um distúrbio que, geralmente, traz prejuízos à sociedade, quando as crenças se tornam mais importantes para a sobrevivência do que a razão. Os fanáticos teimam em não querer pensar, assumindo deliberadamente posições próprias da alienação. Por isso mesmo é que devemos ter sempre a consciência de que precisamos policiar nossas emoções, de forma a que não nos deixemos ser influenciados pelas paixões irrefletidas.


Rui Leitão é jornalista e escritor

Discordo dos que defendem a tese de que a sensibilidade por vezes deixa as pessoas frágeis, vulneráveis, ameaçadas. Esses vêem o mundo excl...


Discordo dos que defendem a tese de que a sensibilidade por vezes deixa as pessoas frágeis, vulneráveis, ameaçadas. Esses vêem o mundo exclusivamente pela ótica da racionalidade, sem compreenderem a linguagem do coração. Os insensíveis são pessoas frias, ausentes de carinho e afeição, indiferentes às belezas da vida.

É verdade que, quando estamos com a sensibilidade à flor da pele, nos magoamos com mais facilidade, nos decepcionamos com mais frequência, nos comportamos na influência do medo. No entanto, nada justifica deixar de dar valor às emoções, potencializar os sentimentos íntimos. As surpresas que a sensibilidade exagerada nos apronta, de forma desagradável, devem ser vistas como alertas na vida, nunca como imperfeições da alma.

A sensibilidade nos permite enxergar grandeza nas coisas mais simples, perceber delicadeza nas atitudes puras e ingênuas, vivenciar a suavidade encantadora da natureza. Quando perdemos a sensibilidade ficamos a um passo da estupidez. Ser sensível é estar sempre pronto a oferecer amor, ser solidário nos momentos de alegria e tristeza, oferecer o abraço amigo nas horas precisas.

A inspiração dos artistas e dos poetas nasce da sensibilidade que brota do espírito. Eles conseguem compreender melhor a alma humana porque são emotivos, traduzem espontânea e francamente as sensações que nos oferecem os prazeres da vida, colocam lirismo nas ocorrências rotineiras do nosso cotidiano. São tocados pela sensibilidade aguçada.

Como afirma Clarice Lispector, “jamais eu quero perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma”.



Rui Leitão
é jornalista e escritor

Esta quarentena a que estamos nos submetendo por recomendação médico-científica, para enfrentamento da pandemia do coronavírus, tem feito c...


Esta quarentena a que estamos nos submetendo por recomendação médico-científica, para enfrentamento da pandemia do coronavírus, tem feito com que nos dediquemos a reflexões sobre a vida. E ficamos nos perguntando porque fomos surpreendidos com algo tão ameaçador quanto esta doença que desafia o mundo inteiro. Uma ocorrência que surpreende, não só pela forma como vem se estabelecendo, mas, principalmente, porque foge ao conhecimento humano e ao seu controle. Provoca a inteligência, o poderio e a capacidade de entendimento do homem. Daí chegarmos à conclusão que se trata de um acontecimento que independe da vontade humana. É determinação de Deus.

A propósito, gostei muito do sermão dominical ministrado pelo pastor Robinson Granjeiro, da Igreja Presbiteriana de Tambaú. Ele, com a sabedoria que lhe é peculiar, nos mostra que “Deus tomou a agenda de nossas mãos”, até para demonstrar que jamais fomos donos dessa agenda. Quem define a construção da História da humanidade é o Ser Supremo. É plano dEle.

Não adianta ficarmos procurando explicações. Somos incapazes de compreender. Façamos do infortúnio circunstancial a oportunidade para recebê-lo como uma advertência. O vírus chega de maneira avassaladora sem respeitar autoridades constituídas ou o [até então] presumível poder do dinheiro e das forças da economia mundial. Evidencia-se o que a humanidade estava ousando desconhecer: o arbítrio de Deus sobre o nosso destino.

No olhar dEle estávamos absorvidos pelas ambições desmedidas, pelo desprezo ao que Cristo nos ensinou como conceito de fraternidade, pela agressão à natureza que Ele criou, pela falsa ideia de que “podemos tudo”. Por consequência estamos experimentando uma overdose de angústias e medos. Não vejo a catástrofe mundial como “punição” divina. Assimilo como uma reprimenda, que nos obriga a rever comportamentos e valores equivocadamente considerados importantes. É como se Ele quisesse nos dizer: “Basta! Vocês têm que aceitar a existência de um Ser Supremo a quem devem louvor, veneração e obediência. Estão passando dos limites na liberdade de agir, sem o Meu consentimento”. Ele está nos chamando à responsabilidade.

Esta invasão abrupta em nossas vidas, interrompendo sonhos, modificando projetos, contestando ideais, ainda que nos leve ao pranto e ao desespero, deve ser enfrentado com a consciência de que necessitamos ser submissos à vontade dEle, que é o Deus soberano que tudo sabe, tudo vê e que, nas entrelinhas, nos ensina a depositar nEle toda a confiança.

Como disse o pastor Robinson, devolvamos para Ele a agenda que jamais foi nossa. Fomos muito pretensiosos em achar que poderíamos determinar os caminhos da História da humanidade sem cumprir as regras que Ele nos apresentou. Através das tragédias Ele amplifica a Sua voz de comando sobre tudo o que acontece no universo. A humanidade precisa admitir sua fragilidade. A pandemia está nos convocando a entender isso.


Rui Leitão é jornalista e escritor E-mail

Os contos têm muito a ensinar sobre costumes e valores da sociedade moderna. É o caso de uma fábula escrita pelo dinamarquês Hans Christian...


Os contos têm muito a ensinar sobre costumes e valores da sociedade moderna. É o caso de uma fábula escrita pelo dinamarquês Hans Christian Andersen. Ele narra que existia um rei muito vaidoso que contratou uns alfaiates para prepararem uma roupa que exaltasse toda sua vontade de exibição diante dos súditos. Espertos, os alfaiates disseram para ele que costurariam uma roupa mágica, feita de ar.

Então o monarca embusteiro foi desfilar com os novos trajes em praça pública. Seus súditos, anestesiados pela subserviência, aplaudiam sua passagem e elogiavam a roupa, porque estavam cegos pela idolatria. Até que uma criança enxergou o óbvio: o rei estava nu. E gritou revelando o que estava percebendo. Na verdade, a exclamação do menino representava o desejo de todos. E encorajou a adesão dos demais a admitirem a verdade, até então ignorada. Realmente o rei estava nu.

Na vida real esse conto se repete. Muitos “reis” passeiam com trajes que as pessoas imaginam decentes, em razão de estarem como que hipnotizadas. De repente alguém prova que o “rei está nu” e acorda a consciência coletiva. E todos percebem a sua nudez que muitos sequer ousavam enxergar antes.

A esperteza desmascarada, o imaginário da honestidade descontruído, a aura de incorruptível desaparecendo, a incompetência sendo explicitada, a falsa seriedade desmoronada. O “rei”, ao se ver nu, recolhe-se aos seus aposentos para tentar se esconder. Porém, a opinião pública já descobriu que a majestade é uma farsa. O reinado se desfez. Os conceitos se desmoralizaram. Afinal, “o rei ficou nu”.

O conto trata muito bem da vaidade humana. Notícias manipuladas concorrem para a construção de enganosas aparências. O séquito real se divertindo com os aplausos dos empobrecidos bobos da corte. O grito do garoto, no entanto, fez despertar a população para a sombria realidade. A multidão, até então apática, entende que é chegada a hora de reagir. Não pode mais continuar sendo vítima do ludibrio. O desfile da hipocrisia tem que acabar. As bizarrices tornam-se intoleráveis. Os cegos por conveniência diminuem em quantidade. O “rei nu” não encoraja mais o entusiasmo dos seus antigos defensores. O espetáculo constrangedor de sua nudez inibe os que antes o seguiam apaixonadamente. Quando o “rei fica nu”, seu reinado está prestes a ruir, não tem como se sustentar.



Rui Leitão é jornalista e escritor E-mail

A mediocridade é um comportamento humano que encontramos em todas as classes sociais e faixas etárias. São pessoas que aceitam essa postura...


A mediocridade é um comportamento humano que encontramos em todas as classes sociais e faixas etárias. São pessoas que aceitam essa postura como opção de vida, porque desacreditam do seu próprio potencial. Possuem como característica a falta de iniciativa em tudo que fazem. Não têm pensamento voltado para a criatividade, são desprovidos de talento, não se dão valor. Fogem das oportunidades de serem autônomas.

A mediocridade estimula procedimentos que resultam da vontade de imitar os outros, acreditando que assim se nivelam aos que se destacam. Os medíocres adoram uma rotina, em razão do medo de encarar o diferente. Falta-lhes o senso das coisas, daí preferirem acompanhar a compreensão e o raciocínio dos que elegem como exemplos de conduta.

Quem tem a tendência a obedecer sem questionar, será sempre um submisso, subalterno, dependente, nunca será um líder. Haverá permanentemente de seguir um comando, jamais terá capacidade de dirigir, ordenar, mandar. Revela-se um medíocre.

Interessante que a mediocridade incentiva as pessoas a procurarem estar na moda, dando-lhes a impressão de que assim se tornam iguais aos que se sobressaem de alguma forma. Vivem das aparências. Amam o supérfluo. Valorizam as insignificâncias, desde que induzidas a isso.

O reinado da mediocridade é povoado por indivíduos que não controlam seus próprios destinos. São guiados, não se permitindo darem encaminhamento por espontânea decisão ao curso de suas vidas. O pouco lhes contenta, não têm ambição. Têm receio de irem em busca do crescimento pessoal.

Precisamos ter cuidados na convivência com os medíocres. Eles tentam nos puxar para o seu grupo. Todo medíocre gosta de se ver espelhado noutro. Não se incomoda em ser apenas mais um na multidão, desde que se veja em nível de igualdade com os demais. O medíocre é, portanto, uma péssima companhia, com ele não aprendemos nada de bom.


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Nunca devemos desprezar a coragem de construir a História com “H” maiúsculo. É preciso não deixar que os acontecimentos mudem os rumos das ...


Nunca devemos desprezar a coragem de construir a História com “H” maiúsculo. É preciso não deixar que os acontecimentos mudem os rumos das coisas projetando um porvir reacionário e retrógrado. Há a necessidade de trabalhar transformações de idéias objetivando formar conceitos novos, sem perder a consciência das responsabilidades inerentes a uma democracia. Gestar o futuro a partir da análise reflexiva e crítica dos acontecimentos sociais, políticos e econômicos, em obediência aos valores morais e éticos que se afirmaram na transferência de gerações.

O engajamento cívico em favor das causas que interessem ao país é, antes de tudo, uma atitude de cidadania. No entanto, é inaceitável que os envolvimentos em projetos de mudanças sociais, se façam de forma irresponsável, guiados por interesses escusos, pressionados por campanhas midiáticas patrocinadas pelos que ambicionam o usufruto de benefícios em detrimento das demandas coletivas. A História com “H” maiúsculo preza pela desapaixonada visão interpretativa dos fatos, aproveitando-os como norteadores de uma posteridade que sirva a todos e honre nossas tradições.

Os acontecimentos emblemáticos da contemporaneidade, na análise dos seus significados, devem produzir narrativas de caráter histórico que engrandeçam e valorizem a cultura do nosso povo. Elaboremos uma memória social e politica válida, de maneira que nossos descendentes se orgulhem do protagonismo que exercemos na atualidade. Que as ações do hoje sejam compreendidas no futuro como determinantes na edificação de um Brasil cada vez melhor.

Façamos então bom proveito desse clamor por moralidade no exercício do “fazer política”, mas prioritariamente nos comprometendo a combater as velhas práticas que caracterizam o comportamento nacional, já conhecido no mundo inteiro como “o jeitinho brasileiro de querer levar vantagem em tudo”. Urge uma revolução cultural, mudanças rápidas e radicais nessa forma viciada e corrupta de atuar enquanto atores sociais. Só assim, iniciando com a cobrança de nossas próprias posturas, poderemos exigir dos outros que ajam em consonância com as regras morais e éticas que nos livrarão definitivamente da chaga da corrupção.

Não joguemos por terra a oportunidade de escrever a História com “H” maiúsculo, atacando um bem conquistado através de muita luta, que é a democracia. Na História com “H” maiúsculo não se admitem retrocessos, volta às experiências que nos fizeram sofrer, fortalecimento de idéias que alienam e subvertem os conceitos que nos garantem o inalienável direito de agir e pensar livremente. A História com “H” maiúsculo não consegue registrar ocorrências que violem ordenamentos jurídicos ou preceitos constitucionais, no afã de atender interesses menores liderados por agentes políticos descomprometidos com as questões nacionais.


Rui Leitão é jornalista e escritor E-mail

A pandemia do coronavirus tem pressionado a humanidade a entender que é hora de promover uma revolução solidária. A sociedade, em todo ...


A pandemia do coronavirus tem pressionado a humanidade a entender que é hora de promover uma revolução solidária. A sociedade, em todo o mundo, tendo que fazer escolhas entre manter-se numa postura de egoísmo e ganância ou adotar condutas de colaboração recíproca, sem vinculações a limites geográficos ou diferenças de ordem social, econômica e política. A necessidade de assumir o espírito de fraternidade.

Estamos sendo intimados a perceber os sentimentos alheios, despertando valores íntimos como compaixão e piedade. Fazendo prevalecer o altruísmo, praticando gestos capazes de transformar pessoas e circunstâncias, no propósito voluntário de contribuir sem esperar algo em troca.

O presidente de El Salvador, dirigindo-se a grandes empresários do seu país, afirmou: “Vocês têm dinheiro para viver dez vidas, mas agora ao precisarem de um hospital e um respirador, de nada vai adiantar a sua conta bancária”. Este alerta define bem a situação em que todos nos encontramos. Para sobreviver necessitamos da ajuda uns dos outros. Não entender isso é tomar partido pela política da morte.

O coronavírus surgiu como uma doença dos ricos. Porém ela socializou-se alcançando todas as classes sociais, com danos maiores, obviamente, aos que vivem em condições de pobreza. Não é difícil chegar a essa conclusão. A propagação comunitária invadindo as periferias, onde o isolamento social torna-se impossível de ser respeitado. Sem falar que milhões de pessoas moram em áreas urbanas sem saneamento básico adequado. Essa população sofre um efeito mais devastador da pandemia.

Urge revaliarmos o modo de ver o mundo ao nosso redor. Solidariamente, nos envolvermos em ações que possam mitigar o sofrimento dos mais necessitados, valorizando as vidas das pessoas, sem a preocupação imediata com a perda de lucros dos que vivem de ganhos econômicos. A crise sanitária que nos amedronta vem provocando espontâneas manifestações de apoio solidário, sem esperarem a necessária intervenção dos poderes públicos.

Começo a acreditar num avanço revolucionário de consciência coletiva, capaz de subverter a lógica capitalista de concentração de riquezas e de exclusão social. As tragédias são mais eficazmente contidas quando se verificam procedimentos pautados na cooperação, no entendimento e na paz. A onda de solidariedade que estamos assistindo é, sem qualquer dúvida, a forma mais correta de combater a pandemia do coronavírus. Unidos conseguiremos vencer os medos e as incertezas do momento.

Tomara que saiamos desse quadro de grandes preocupações menos individualistas, oferecendo mais importância ao convívio social, sem discriminações, respeitando as dessemelhanças. Fortaleçamos o grau de coalizão da sociedade promovendo a revolução solidária que o mundo está a carecer.


Rui Leitão é jornalista e escritor (João Pessoa-PB). iurleitao@hotmail.com