Mostrando postagens com marcador Sonia Zaghetto. Mostrar todas as postagens

Não é fácil ler a Divina Comédia Abandone toda esperança de leitura fácil, você que adentra o território de Dante . Mas a leitura é algo...

literatura classica dante divina comedia mini micro roteiro sintese
Não é fácil ler a Divina Comédia

Abandone toda esperança de leitura fácil, você que adentra o território de Dante. Mas a leitura é algo possível e bom, uma experiência rica. Busque um lugar calmo e silencioso, concentre-se e mergulhe nas palavras e imagens de Dante. Se o seu cérebro anda acostumado a séries infantilizadas e textos que nada lhe exigem, não espere que ele entre em contato com o refinamento de Dante sem que haja algum estranhamento. É natural. Portanto, persista. Você vai se deslumbrar. O modo medieval de entender o mundo está ao seu alcance, traduzido por um grande poeta. Não se prive disso. Leia o micro resumo abaixo e veja, ao final, os links para ler o texto completo, em Português e no original, além de pinturas sobre Dante e sua obra.

Edgar Allan Poe – nascido em 19 de janeiro de 1809 – é o mestre do fantástico, do romantismo sombrio, raiz primeira do romance policial. S...

literatura paraibana salieri edgar alan poe rufus wilmot griswold inveja despeito rivalidade
Edgar Allan Poe – nascido em 19 de janeiro de 1809 – é o mestre do fantástico, do romantismo sombrio, raiz primeira do romance policial. Seu trabalho é impregnado de brumas, de morte e mentes transtornadas nas quais ficção e realidade se confundem em tramas engenhosas. Sua vida e morte não foram diferentes.

Dizem que todo crítico literário é um escritor frustrado. Poe, inspirado crítico, desmontou a tese. Tornou-se escritor de primeira grandeza. Não teve o mesmo sucesso quando tentou viver apenas de sua escrita.
Amargou as dores da pobreza e teve uma das mortes mais misteriosas da história da literatura.

Em 3 de outubro de 1849, o escritor foi encontrado sujo, vagando delirante pelas ruas de Baltimore, usando roupas que não eram suas e “em grande angústia”, de acordo com Joseph Walker, que o encontrou. Foi levado para o Washington Medical College, onde morreu no domingo, 7 de outubro. Não ficou consciente tempo suficiente para explicar como chegou àquela condição degradante.

As lendas em torno de sua morte afirmam que ele chamou repetidamente o nome “Reynolds” na noite anterior à sua morte, embora não se saiba a quem ele estava se referindo. Algumas fontes citam suas palavras finais: “Lord help my poor soul” (Senhor, ajude minha pobre alma).

A causa real de sua morte continua sendo um mistério. Todos os registros médicos de Poe foram perdidos, inclusive sua certidão de óbito. Final doloroso de uma vida na qual não faltaram perdas e dores lancinantes.

Os jornais da época atribuíram a morte de Poe a “congestão cerebral” ou “inflamação cerebral”, mas estes eram eufemismos comuns para mortes que tinham causas mal vistas na sociedade, como o alcoolismo. As especulações incluem delirium tremens, doenças cardíacas, epilepsia, sífilis, meningite, cólera e raiva.

Imediatamente após a morte de Poe, iniciou-se uma sequência que parece saída de um de seus livros: uma história macabra entre um vivo e um morto. Seu rival literário, Rufus Wilmot Griswold,
iniciou uma das mais terríveis campanhas difamatórias de que se tem notícia.

Começou por escrever um obituário destacado no New York Tribune. Assinava-o com o pseudônimo Ludwig. No texto, falsidades e calúnias apresentavam Poe como um lunático que “andava pelas ruas, louco e melancólico, com os lábios se movendo em maldições indistintas, ou com os olhos erguidos em orações fervorosas (nunca por si mesmo, pois sentiu ou parecia sentir, que já estava condenado)”.

O parágrafo inicial do obituário anunciava o tom que permeou todo o texto: “Edgar Allan Poe está morto. Ele morreu em Baltimore anteontem. Este anúncio surpreenderá a muitos, mas poucos sofrerão com isso.” Uma obra-prima da vingança póstuma. Griswold, sim, merecia a má fama que injustamente atribuíram a Antonio Salieri no filme “Amadeus”, de Miloš Forman.

O obituário cruel foi publicado no exato dia em que Poe foi sepultado. Logo foi reproduzido nos jornais de todo o país. “Ludwig” rapidamente foi identificado como Griswold, editor e crítico que guardava profundo rancor em relação a Poe desde 1842.

Griswold prosseguiu com sucesso a sua campanha difamatória contra o inimigo morto. Conseguiu convencer a sogra de Poe, Maria Clemm, a lhe vender os direitos das obras do genro falecido. Sua obsessão em destruir a reputação de Edgar Allan Poe incluiu publicar as obras do escritor Poe em 1850, anexando a elas a uma biografia de Poe na qual narrou histórias de suas supostas embriaguez, imoralidade e instabilidade. Descreveu o autor de “The Raven” como um louco depravado, bêbado e viciado em drogas.

literatura paraibana salieri edgar alan poe rufus wilmot griswold inveja despeito rivalidade
Gov. EUA
Nenhum limite deixou de ser ultrapassado, nenhuma mentira intimidou Griswold, nenhum ultraje o fez hesitar. O biógrafo transformou a opção de Poe de não retornar à Universidade da Virgínia em expulsão por comportamento “selvagem e imprudente”. A dispensa honrosa do Exército tornou-se deserção. A publicação de Tamerlane e outros poemas em 1827 foi descartada como mentira. Griswold chegou a acusar Poe de se envolver em segredos obscuros e chantagens. Para comprovar suas afirmações, divulgou cartas falsificadas.

Ao elogiar os escritos de Poe e atacar sua personalidade, Griswold conseguiu parecer um admirador sincero, benfeitor da família do escritor. Em suma, assassinou seu inimigo no que tinha de mais caro: a reputação. E o fez dando a impressão que o respeitava.

RareBooks
Mais de uma vez, os amigos de Poe (John Neal, George Rex Graham, George W. Peck, James Wood Davidson, Henry B. Hirst, Charles Chauncey Burr e Sarah Helen Whitman) vieram em defesa do escritor falecido, mas Griswold havia feito um trabalho consistente. Para cada publicação que lhe condenava a infâmia, três repetiam suas difamatórias afirmações. Suas alegações somente um século depois foram completamente desmascaradas ou tratadas como meias-verdades distorcidas. Era tarde: o livro de Griswold tornara-se uma fonte biográfica popularmente aceita. Em parte porque era a única biografia de Allan Poe, mas também porque os leitores ficaram seduzidos pela ideia de ler “obras de um homem perverso”. Ah, a humanidade e suas loucuras.

Em 1852, Griswold preparou outro artigo biográfico sobre Poe, que foi novamente amplamente reproduzido.

Embora Griswold tenha morrido em 1857, seu livro permaneceu a única biografia de Poe até 1875. Após 25 anos, sua apresentação de Edgar Allan Poe havia se enraizado profundamente na consciência popular. Tudo o que suas acusações careciam em verdade foi compensado em repetição, uma vez que o escândalo e a morbidez seduz as almas mais dadas ao pensamento mágico.

Os amigos prosseguiram no combate às calúnias e muitos leitores sentiram a injustiça inerente ao relato de Griswold, mas foi em 1875 que surgiu um novo personagem, o inglês John Henry Ingram (1842-1916).

literatura paraibana salieri edgar alan poe rufus wilmot griswold inveja despeito rivalidade
RareBooks
Na inauguração de um monumento a Poe em Baltimore, a nova biografia, assinada por Ingram, recebeu muita atenção e iniciou a desconstrução da mentira de Griswold.

Em 1880, com a ajuda dos amigos de Poe, Ingram produziu uma nova biografia do escritor, em dois volumes. Esta havia sido cuidadosamente pesquisada e documentada. Juntamente com as biografias mais curtas de Eugene L. Didier (1877) e William Fearing Gill (1878), a reputação de Poe foi aos poucos restaurada.

Poe estava morto e difamado havia 31 anos.

Para economizar o dinheiro do transporte, caminhava até a escola após o almoço — o sol do Equador tostando a pele jovem. No fim do mês, c...

queen freddie mercury brian may rock musica aids
Para economizar o dinheiro do transporte, caminhava até a escola após o almoço — o sol do Equador tostando a pele jovem. No fim do mês, com as notas e moedas nas mãos, entrava na loja de discos e falava com o rapaz de cabelos encaracolados. Ele lhe vendera os álbuns dos Beatles. Havia sido uma descoberta desde que a Íris lhe falara daqueles ingleses bonitinhos. Tornou-se um vício ouvi-los e o rapaz da loja de discos a ajudara a comprar aos poucos toda a coleção, em ordem cronológica. Teve de apelar para os dicionários a fim de traduzir as coisas que seu inglês precário não alcançava.

Eu ia escrever um texto para dizer que falhei esta semana, que falei mais do que devia, que não me dei conta de que uns amados estão mais ...

cronica reflexoes pensamentos paisagens van gogh reconnhecer erro desculpas
Eu ia escrever um texto para dizer que falhei esta semana, que falei mais do que devia, que não me dei conta de que uns amados estão mais frágeis do que eu imaginava.

Eu ia fazer um texto cheio de imagens literárias que espelhavam meu esforço incessante para manter a minha paz de espírito; o combate ao sentimento de perda e ansiedade que ameaça a mim e a todos nós; a luta diária contra a vaga sensação de tristeza e algum medo que esses tempos infiltram na gente.

Numa fresca manhã de outono do ano de 79 d.C., o vulcão Vesúvio acordou de um prolongado sono de mais de 500 anos. Aos seus pés, florescia...

mitologia baco vinho pompeia vesuvio carpe diem
Numa fresca manhã de outono do ano de 79 d.C., o vulcão Vesúvio acordou de um prolongado sono de mais de 500 anos. Aos seus pés, floresciam vinhas e uma pequena cidade voltada para as alegrias da cama e da mesa: Pompeia. Em poucos minutos, fogo e cinzas sepultaram copos de vidro, jarras coloridas, estátuas de jardim e pães recém-saídos do forno. As casas decoradas com mosaicos e afrescos tornaram-se o túmulo de milhares de habitantes da cidade que cultuava dois mundos – o da morte e o dos prazeres.

Para George Harrison Minha amiga raspou a cabeça. Gosta e acha prático. Foi uma comoção: a mãe chorou, estranhos a olharam com muita c...

preconceitos liberdade individualidade multiculturalismo
Para George Harrison

Minha amiga raspou a cabeça. Gosta e acha prático. Foi uma comoção: a mãe chorou, estranhos a olharam com muita compaixão, supondo que enfrentava uma quimioterapia; e houve quem se afastasse dela no ônibus, temendo o contágio de alguma doença.

Bastou cortar os cabelos para acender a imaginação das pessoas. Um mundo de suposições, preconceitos e medos tomou conta de amigos e desconhecidos. Enquanto ela, aos risos, me contava a experiência, lembrei que homens optam pela máquina zero e não causam um terremoto. Questão de convenção mesmo. Acostumamo-nos a um padrão e ele passa a ser inquestionável. Pelo menos até que algo dentro de nós se insurja e faça a pergunta fatal: por que penso assim?

"Há tempos venho tentando achar um momento para dizer isso: você já me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo”. A tua ...

arte escrever deusa egipcia seshat sabedoria arte escrever
"Há tempos venho tentando achar um momento para dizer isso: você já me salvou de todas as maneiras que alguém pode ser salvo”. A tua mensagem brilha na tela do meu celular e ali, permanece, pulsando na exata batida do meu coração. Eu a contemplo com a respiração suspensa. Os fios invisíveis que unem humanos estão todos esticados.

Meu corpo querido, meu amado, como te sou grata. És música, uma explosão de desejos e mistérios, meu templo e meu instrumento. Sentada s...

sonia zaghetto musica erudita inspiracao cuidado corpo saude interior esperanca
Meu corpo querido, meu amado, como te sou grata. És música, uma explosão de desejos e mistérios, meu templo e meu instrumento.

Sentada sob essa árvore tão antiga, penso em ti. O perfume das folhas entra pelas narinas, chega aos pulmões. Sigo sua trajetória. Notas musicais pousam nas minhas células, mantendo o fôlego da vida. Bach.

Ouço o meu coração. Regulares batidas a traduzir o ritmo da minha existência. Elas se juntam a um ruído leve, de água a cair sobre pedras. Ruídos de verão, asas de libélulas, o calor impregnado no som, meu sangue a navegar. Pizzicato líquido. Mahler.

O sol paira sobre o mar profundamente azul da baía de Monterey. Algas dançam com a maré perto de um caiaque amarelo. Tudo brilha junto, nu...

literatura brasileira sonia zaghetto steinbeck monterey dalai lama mar paisagem maritima
O sol paira sobre o mar profundamente azul da baía de Monterey. Algas dançam com a maré perto de um caiaque amarelo. Tudo brilha junto, numa sinfonia inesperada. Uma criança descalça, chapeuzinho à cabeça, cata conchas na areia. O pai a acompanha, com um olhar enternecido afivelado na cara. Tenho vontade de entender sânscrito, de desinventar feiuras, de falar a língua dos pássaros. A impossibilidade me empurra para a filosofia.

Hoje abri um livro e dele caiu a folha de bordo que eu trouxe de Montreal. Flutuou até o chão e o gato a destruiu em segundos. Tornou-se ...

filosofia vida morte partida folhas transicao perdas
Hoje abri um livro e dele caiu a folha de bordo que eu trouxe de Montreal. Flutuou até o chão e o gato a destruiu em segundos. Tornou-se pó. Imediatamente lembrei de Elizabeth Bishop e seu poema sobre a arte de perder.

Levante a mão se, numa noite quente, você lentamente abriu os olhos e perguntou, baixinho: Você está aí? Se está, pode me dizer, por favor...

espiritualidade finitude morte eternidade fe efemeridade transitoriedade existencia
Levante a mão se, numa noite quente, você lentamente abriu os olhos e perguntou, baixinho: Você está aí? Se está, pode me dizer, por favor, por que razão estou aqui, qual o propósito disso tudo ou por que não posso vê-lo? Ou num dia chuvoso, olhando pela janela enquanto escondia o coração sufocado de saudade, ergueu os olhos para o céu encoberto e sussurrou para alguém: Pai, onde você está? Mãe, pode me ouvir? Filho, tudo se acabou ou algo de você vive ainda, em um lugar além das estrelas?

Nem parece quase verão. Chicago, eternamente açoitada por ventos fortes, encara uma tardia onda de frio. Subo a gola do casaco enquanto ...

cronica viagem liberdade trem chicago amish zaghetto
Nem parece quase verão. Chicago, eternamente açoitada por ventos fortes, encara uma tardia onda de frio. Subo a gola do casaco enquanto arrasto a mala pequena pela calçada. Diante da Union Station, café, croissant e um gosto de liberdade. Estar só é um prazer que nem a pandemia abalou. Ao contrário: cada vez mais valorizo a companhia dos meus pensamentos, o diálogo interno com uns filósofos mortos e o mastigar constante das ideias para o próximo livro.

Ando dedicada a ofício novo: uma apreciação muito exata das coisas mínimas e um artesanato do meu cotidiano. Cada detalhe da minha vida de...

cronica vida simples passaros jardim auto ajuda sonia zagheto poesia coisas simples
Ando dedicada a ofício novo: uma apreciação muito exata das coisas mínimas e um artesanato do meu cotidiano. Cada detalhe da minha vida desimportante me fascina e encanta. Retiro pequenezas da estante da simplicidade e as elevo, novos ídolos, ao altar das divindades recém-nascidas. Lá permanecem, dourados instantes, a me confortar na paisagem cinza destes dias longos.

Tenho um amigo-jardim. Ele planta flores nos meus dias. Cria quarentenas imaginárias, lugares povoados de rara beleza, fartas doses de poe...

auto ajuda otimismo quarentena jardim flores lembrancas
Tenho um amigo-jardim. Ele planta flores nos meus dias. Cria quarentenas imaginárias, lugares povoados de rara beleza, fartas doses de poesia. Ensinou-me muitas coisas — a mais importante delas sobre encontrar conforto e alegria nas pequenas dádivas escondidas no cotidiano.

Há lições nesta pandemia de Covid-19. E histórias estão sendo escritas neste exato instante: a nossa história pessoal e a coletiva. Est...

pandemia solidariedade licao vida desemprego pandemia covid zaghetto
Há lições nesta pandemia de Covid-19. E histórias estão sendo escritas neste exato instante: a nossa história pessoal e a coletiva.

Estamos há mais de um ano em uma guerra que nos exige coragem, é óbvio, mas também sabedoria, sacrifícios e o exercício da serenidade. Esta é decisiva para tomar sábias decisões, a fim de sobreviver. Até hoje ninguém provou que o desespero e o ódio sejam bons conselheiros quando se exige de nós fazer escolhas sensatas. Muito ao contrário.

Vinte e cinco anos antes de morrer, Beethoven escreveu um pungente testamento. Um retrato de sua existência assinalada por sofrimentos ...

literatura beethoven testamento sinfonia 3 eroica Heilingenstadt
Vinte e cinco anos antes de morrer, Beethoven escreveu um pungente testamento. Um retrato de sua existência assinalada por sofrimentos múltiplos: o alcoolismo do pai, a tuberculose que lhe levou a mãe precocemente, a surdez que avançava sobre ele de forma implacável, aos 32 anos, e lhe roubava definitivamente a alegria da convivência com os homens, soterrando o terno sentimento que carregava dentro de si.

"Quem enfrenta monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro. Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo,...

literatura brasileira barbárie governo pandemia hubris terror maniqueismo
"Quem enfrenta monstros deve permanecer atento para não se tornar também um monstro. Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti”.


A frase de Nietzsche me vem à memória a cada novo episódio da batalha campal em que se converteu a política brasileira.

Você já viu o sol nascer em Chipre? Ele surge como o carro de fogo de Apolo e suas faíscas põem gotas de ouro sobre o Mediterrâneo azul. U...

literatura paraibana pigmaliao afrodite galatea mitologia grega zaghetto
Você já viu o sol nascer em Chipre? Ele surge como o carro de fogo de Apolo e suas faíscas põem gotas de ouro sobre o Mediterrâneo azul. Uma brisa atravessa as montanhas e agita as águas claras, enchendo o coração dos homens de pequenos risos.

Eu, se pudesse, hoje te daria um beijo. Estalado, roubado, risonho, vermelho. E te abraçaria com força, te espremendo as costelas, até...

literatura conto otimismo auto ajuda semente alegria
Eu, se pudesse, hoje te daria um beijo. Estalado, roubado, risonho, vermelho.

E te abraçaria com força, te espremendo as costelas, até te ouvir dizer: “Para! Tá todo mundo olhando!”.

Não sei por que insisto em caminhar de manhãzinha se faz tanto frio estes dias. Comigo segue uma solidão invencível que se enrola em véus ...

literatura cronica sonia zagheto japantown california pessegueiro cultura japonesa
Não sei por que insisto em caminhar de manhãzinha se faz tanto frio estes dias. Comigo segue uma solidão invencível que se enrola em véus de neblina, nuvens de grafite e árvores sem folhas. Ando com amendoins no bolso do casaco para dar aos corvos e esquilos. É fim de inverno e os bichos têm fome. A minha é outra fome, a de ver tudo renascer no parto anual da Terra.