Sobre o sensualismo de Drummond e a presença do erotismo em sua poesia muito se tem escrito. E é fato. O poeta foi sempre muito sensível às...

francisco gil messias erotismo drummond ambiente de leitura carlos romero

Sobre o sensualismo de Drummond e a presença do erotismo em sua poesia muito se tem escrito. E é fato. O poeta foi sempre muito sensível às coisas de Eros e o revelou desde o começo. Lá no primeiro poema (Poema de Sete Faces) de seu primeiro livro (Alguma poesia) já se vê o registro explícito do sexo como algo incontornável: “As casas espiam os homens/que correm atrás de mulheres./A tarde talvez fosse azul/não houvesse tantos desejos.”.

francisco gil messias erotismo drummond ambiente de leitura carlos romero
Concluída a obra poética de Drummond, os estudiosos tendem a dividi-la em quatro fases, facilmente identificáveis para o leitor mais atento. A primeira (Alguma poesia e Brejo das almas), é a do conflito com o mundo, a do gauche, a do coração do poeta esquivo maior que o mundo. A segunda (Sentimento do mundo, José e A rosa do povo) , a do diálogo com o mundo, da inserção social do poeta na realidade, a do poeta engajado, em que seu coração fica do tamanho do mundo. A terceira (Claro enigma, Viola de bolso, Fazendeiro do ar, A vida passada a limpo, Lição de Coisas, A falta que ama, As impurezas do branco, Discurso de primavera, Boitempo e A paixão medida), a da introspecção metafísica, da “viagem ao interior de si mesmo”, na qual o coração do poeta se reconhece menor que o mundo, nele não cabendo nem suas próprias mágoas, vejam só. E finalmente a quarta fase (Corpo, Amar se aprende amando e O amor natural), a da velhice ou quase velhice, em que o poeta canta o amor, o corpo e o sexo em todo seu esplendor vital, num verdadeiro desafio a Tânatos, que se aproximava. E aí temos (em O amor natural), sem nenhum pudor, mas com extrema elegância, os versos do poema “Amor – pois que é palavra essencial” ( poema)

Como bem observou Antonio Carlos Villaça, nessa fase outonal, no limiar da velhice, “Não é mais o individualismo tenso e triste, de Belo Horizonte outrora, na juventude inquieta e insatisfeita. Não é mais a guerra com a batalha de Stalingrado. Não são mais os edifícios. Não é mais a reflexão existencial. Agora, é o diálogo com o corpo, renovado.”. Agora (então) é a assumida celebração da sensualidade cultivada, afirmação impetuosa da vida perante a morte ameaçadora.
Fiquei embasbacado, observando-o, até ele desaparecer em meio à multidão

No coração de Drummond de fato couberam muitos amores. Ele estava sempre atento aos encantos femininos, em todo lugar. Não que fosse rudemente galinha. Não. Ele era antes de tudo um esteta especial, sensível aos apelos de mulheres interessantes, não necessariamente belas. Seus casos mais conhecidos foram com Eneida, a paraense intelectual, com Célia Neves e com Lígia Fernandes, esta última uma relação de mais de trinta anos, presenciada por mim, por puro acaso, ora vejam, já no ocaso do poeta. Estava eu uma tarde de sábado na Visconde de Pirajá, em Ipanema, quando avistei, ao longe, um casal que vinha em minha direção, pela calçada. Era um senhor visivelmente idoso, elegante, de “blaser”, de braço dado com uma senhora aparentando meia-idade. Achei-o parecido com Drummond, que conhecia apenas de fotografia, e fiquei curioso, prestando atenção. À medida que o casal se aproximava, constatei que era ele realmente. O coração bateu forte. Não acreditei. Mas era verdade. O poeta aproximou-se sem pressa, passou por mim, bem próximo, e seguiu adiante. Fiquei embasbacado, observando-o, até ele desaparecer em meio à multidão. Como diria Bandeira, foi um alumbramento.

Aqui é importante registrar que, a despeito de seu coração imenso, o poeta nunca deixou de amar Dolores, a esposa que um dia quis deixá-lo. Mas ele pediu-lhe para ficar (“Que seria de mim sem você?”) e ela aceitou, até o fim. Mulher sábia.

francisco gil messias erotismo drummond ambiente de leitura carlos romero
É muito interessante essa sensualidade de Drummond, um homem sabidamente tímido, reservado, de poucos derramamentos emotivos. É um daqueles casos em que uma coisa não combina com a outra. Quem não o conhecesse mais de perto e o visse na rua, ensimesmado, não adivinharia nunca o alegre fauno que havia nele.

E um detalhe: a publicação dos poemas eróticos drummondianos não se deu de repente, de uma só vez, já em livro. Não. Ela foi se dando aos poucos, um poema aqui, outro acolá, dados a público em revistas masculinas da época. O fato é que havia uma espécie de “patrulha” moral conservadora que inibia a publicação ostensiva de tais poemas, como se eles atentassem contra a respeitabilidade do poeta consagrado. Nesse sentido, um livro como “O amor natural”, totalmente dedicado à louvação de Eros, representou a corajosa libertação do poeta da referida censura.

Enfim, sabemos todos que, na vida, a vitória final é sempre de Tânatos. E talvez seja melhor assim, para que o homem não cultive a soberba. Mas na poética de Drummond constata-se, sem dúvida, um derradeiro triunfo de Eros, deus poderoso que pairou sobre ele até mesmo quando o seu velho corpo já não correspondia aos seus ímpetos. É o que se vê, bela e melancolicamente, no poema “Restos”, do livro que encerra oficialmente sua obra, “Farewell”, com o que, em negrito, encerro, reverente, este breve texto:

O amor, o pobre amor estava putrefato.

Bateu, bateu à velha porta, inutilmente.

Não pude agasalhá-lo: ofendia o olfato.

Muito embora o escutasse, eu de mim era ausente.


Francisco Gil Messias é cronista e ex-procurador-geral da UFPB

Ancianidade Sinto na alma A ancianidade das montanhas, E nos ombros pesam A passagem do tempo.

volia loureiro ancianidade portugal ambiente de leitura carlos romero


Ancianidade

Sinto na alma

A ancianidade das montanhas,

E nos ombros pesam

A passagem do tempo.

Todos os idosos se parecem; alguns aproveitam a alegria do presente, outros, atingidos pela “caduquice”, andam de braços com a saudade, viv...

Ana Paula Cavalcanti Ramalho lembrancas engenho ambiente leitura carlos romero

Todos os idosos se parecem; alguns aproveitam a alegria do presente, outros, atingidos pela “caduquice”, andam de braços com a saudade, vivem seu passado como se fosse o presente, enquanto o presente lhes parece alheio.

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Após a reforma no calendário romano, realizada por Júlio César, com a ajuda do astrônomo grego Sosígenes, em 46 a. C., o mês de fevereiro, a cada 4 anos, passou a ter 29 dias, de modo a completar com perfeição a órbita da terra ao redor do sol (na época pensava-se o contrário, óbvio). No entanto, mesmo depois do calendário juliano e enquanto permaneceu a contagem tradicional dos dias pelos romanos, nunca existiu o dia 29 de fevereiro.

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arte e espinhos jose nunes ambiente de leitura carlos romero

Na tarde de um dia com chuva que nos faz recolher ao aconchego da rede preguiçosa, passeando pelos círculos sociais, percebo um texto me chamou a atenção. Não conheço a pessoa que o escreveu, mas muito gostaria de parabenizá-la pelas colocações acerca da arte, porque trouxeram salutares reflexões, como um manto a agasalhar as inquietações de minha alma.

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josinaldo malaquias decadencia midia tradicional ambiente de leitura carlos romero

Há mais ou menos 100 anos, a radiodifusão irrompeu no mundo criando novos paradigmas para a Comunicação. O dramaturgo alemão Bertolt Brecht saudou o novo meio como uma concretização da ágora ateniense, ou seja, um espaço para a participação democrática em todas as esferas da vida, por intermédio da livre manifestação da opinião.

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national gallery londres solha ambiente de leitura carlos romero

National Gallery! Para que se tenha ideia aproximada do espaço ocupado pelas 2.300 obras da Galeria Nacional, que se impõe ante a Praça Trafalgar, parei no centro dele e, ao me voltar para a série de salões a oeste, portas afora, depois para outro tanto delas a leste, eu disse:

O trato continuado com a ensaística de Ângela Bezerra de Castro não dá margem a assomos de surpresa com a sua poesia. Ela não tem feito ou...

gonzaga rodrigues angela bezerra castro ambiente de leitura carlos romero

O trato continuado com a ensaística de Ângela Bezerra de Castro não dá margem a assomos de surpresa com a sua poesia. Ela não tem feito outra coisa, desde que se dedica ao cultivo literário, senão exercícios de percepção poética. Se o resultado ganha a aparência de ensaio ou discurso, não seja por isso, pela forma comum, que ele se dissocie do conteúdo poético. Boa parte das pessoas que se confessaram surpresas com aquele mínimo de espaço transbordante de poesia, trazido a público no blog de Germano Romero, se disso não sabiam, bem o pressentiam.

O relacionamento humano saudável não pode prescindir da reciprocidade. O conceito de que a convivência entre as pessoas deve ser pautada nu...

rui leitao reciprocidade ambiente de leitura carlos romero

O relacionamento humano saudável não pode prescindir da reciprocidade. O conceito de que a convivência entre as pessoas deve ser pautada num espírito de solidariedade é de enorme valor para a harmonia social. Estamos sempre na dependência uns dos outros, e essa compreensão faz com que devamos estar permanentemente dispostos a retribuir os favores que recebemos.

Mesmo os urubus mais antigos – Segundo Seu Axessio Pordeus, alguns chegando a viver dez, doze anos --, não tinham memória de seca daquela. ...

Alberto Lacet Ambiente de Leitura Carlos Romero

Mesmo os urubus mais antigos – Segundo Seu Axessio Pordeus, alguns chegando a viver dez, doze anos --, não tinham memória de seca daquela. Mas tinham, isso sim, começado a cair, de tão gordos. Simplesmente despencavam do alto e esborrachavam o papo no chão. Nos lajedos. Na lama esturricada da vazante.

Cinco vezes! Foram 5 chances para se evitar tal absurdo. Mas a burocracia, a desatenção com os idosos, a indiferença com os mais velhos, o ...


Cinco vezes! Foram 5 chances para se evitar tal absurdo. Mas a burocracia, a desatenção com os idosos, a indiferença com os mais velhos, o descaso com um ancião, concorreram para o disparate.

Ele acordou num pequeno corredor, estranho, sem teto. Ainda meio desorientado, ergueu-se, cambaleante, pé ante pé em direção ao nada.

labirintos adriano leon ambiente de leitura carlos romero

Ele acordou num pequeno corredor, estranho, sem teto. Ainda meio desorientado, ergueu-se, cambaleante, pé ante pé em direção ao nada.

Nem tanto mais imponente, mas desafiante do esquecimento que a persegue nas últimas décadas. Para olhos atentos, ela fornece pinturas, em m...

ponte do baralho joao pessoa clovis roberto ambiente de leitura carlos romero

Nem tanto mais imponente, mas desafiante do esquecimento que a persegue nas últimas décadas. Para olhos atentos, ela fornece pinturas, em meio à chuva, no rasgar do sol matinal, na penumbra vespertina. Muitas vezes se transforma em ouro ao deixar-se tocar pelos raios das primeiras e últimas horas do dia.

No tempo em que se usava relógio de algibeira se deu o fato que vou narrar. Era elegante puxar a corrente e trazer à vista o redondo e trab...

jose leite guerra ambiente de leitura carlos romero

No tempo em que se usava relógio de algibeira se deu o fato que vou narrar. Era elegante puxar a corrente e trazer à vista o redondo e trabalhado relógio de metal precioso. Um esnobismo que foi desaparecendo com o surgimento dos relógios de pulso. Atualmente, o celular faz tudo, inclusive marcar as horas. Mas, vamos à história propriamente dita.

Certo senhor de posses, dono de uma das lojas de bom porte, detentor de vultosa fortuna escondida nos bancos, morador de uma grande e confortável residência, saía, a pé, cada manhã para a sapataria de sua propriedade. Imaculadamente trajando branco, terno de linho puro, chapéu de linha, lenço no bolso do paletó, sapatos engraxados. Cumprimentava as pessoas de forma mecânica, por educação, mas sem aquele sabor de quem gosta de se entrosar com os conhecidos da rua onde morava ou passantes. Um pernóstico. Gabava-se de sua riqueza e principalmente do relógio de algibeira importado - fazia questão de acentuar – em ouro maciço, feito por encomenda e personalizado, inclusive com seu nome gravado. O único do planeta. Não vou revelar a identidade do dono, posto ser falta de ética desmesurada, e seria correr o risco de alguém ainda sobrevivente de sua prole elástica ainda estar no meio de nós.

Numa dessas manhãs, logo que dobrou a esquina rumo à loja, não notou ser acompanhado por um homem do povo, a certa distância. Jamais desconfiaria ser seguido por um larápio ou gente que lhe pudesse fazer o mal. Jamais. Na cidade todos o conheciam, inclusive o tal humilde personagem. Este logo se aproximou do ricaço e o cumprimentou com naturalidade, dizendo-se freguês, entrou na sapataria, experimentou um calçado, pagou e saiu. Iria estrear o sapato no casamento da filha. Mas o freguês tinha maléfica intenção que logo mais se saberá.

Próximo, havia uma feira livre extensa. O comprador do sapato, cujo nome omito por motivo óbvio, se aproximou de alguns perus e adquiriu o mais nutrido. Foi-se com a ave debaixo do braço em direção à bela mansão do vendedor de calçados. Chegou-se ao portão de ferro, bateu palmas. Veio atendê-lo a esposa do rico comerciante:

“Que deseja?” Ele respondeu, prontamente, na maior naturalidade:

“Seu digníssimo esposo mandou entregar este peru e pediu que lhe mandasse o relógio de algibeira que ele esqueceu”. A senhora mandou que um dos empregados recolhesse o peru e trouxe a peça, entregando-a ao emissário, em confiança. Agradeceu ao portador com alegria.

Quando o marido chegou para o almoço, a esposa contou o fato. Ele ficou totalmente surpreso. De nada tinha conhecimento. Apenas que esquecera, realmente, o famoso relógio, pois saíra apressado. Ficou perdido em suposições. Aquele perseguidor era um ladrão fino e inteligente. Notara que ele, dono da sapataria, se esquecera de levar na algibeira a raridade. Astuto o rapaz. O valor do peru estava aquém do portentoso marcador de horas fornido a ouro maciço...


José Leite Guerra é bacharel em direito, poeta e cronista

A ARAPONGA A Sérgio Faraco carcereira, abre a lingueta da garganta e aperta-me o cerco: o canto que a liberta dos ferros

sergio de castro pinto poemas animais ambiente de leitura carlos romero



sergio de castro pinto poemas animais ambiente de leitura carlos romero
A ARAPONGA

A Sérgio Faraco

carcereira,

abre a lingueta

da garganta


e aperta-me o cerco:


o canto

que a liberta

dos ferros

O rapaz se chamava Josué e tinha cavalgado quatro léguas para assistir a primeira missa do domingo na Matriz de Nossa Senhora das Mercês. E...

celio furtado amor perdido ambiente de leitura carlos romero

O rapaz se chamava Josué e tinha cavalgado quatro léguas para assistir a primeira missa do domingo na Matriz de Nossa Senhora das Mercês. Era uma manhã deserta e silenciosa porque não havia ninguém pelo caminho e também porque nada parecia importar, a não ser os pensamentos que lhe martelavam o coração, assim como os cascos do cavalo nas folhas secas do terreno arenoso. Nem a beleza da névoa azulada que pouco a pouco se dissipava através dos galhos e folhagens das árvores que margeavam a estrada parecia importar. E nem mesmo o último mata-burros sombreado por frondosas algarobas e touceiras de aveloses que chamavam a atenção pela exuberância e onde havia uma casa secular com janelinha perto da cumeeira e telhado com chaminé, parecia importar.

Quando penso ter esgotado todo o acervo de orações, vejo que a sintonia com o Alto é infinta como a Inteligência Suprema. Mesmo respeitand...


germano romero convite prece ambiente de leitura carlos romero

Quando penso ter esgotado todo o acervo de orações, vejo que a sintonia com o Alto é infinta como a Inteligência Suprema. Mesmo respeitando preces historicamente tradicionais, como a de Cáritas, São Francisco, Pai Nosso, Credo, Ave-Maria e outras, o conceito de oração não se reflete exatamente em repeti-las. Ainda que, como atestam estudiosos do magnetismo e das energias vitais, o “Pai Nosso” tenha o poder de um mantra.

O nome da teoria não deixa de ser estranho: de tudo. Mas é o apelido que renomados cientistas, no campo da Física, denominam a teoria “que ...

teoria de tudo espiritismo ambiente de leitura carlos romero

O nome da teoria não deixa de ser estranho: de tudo. Mas é o apelido que renomados cientistas, no campo da Física, denominam a teoria “que visa resumir em um único conjunto de equações a origem e a natureza do cosmo, assim como as forças contidas nele” - esclarece o inglês Robert Mattheus, físico-matemático, pesquisador e repórter científico.

teoria de tudo espiritismo ambiente de leitura carlos romero
A teoria propõe unir o micro e o macrocosmo, sendo também denominada Teoria da Grande Unificação (TGU). Essa união consiste em provar, na prática, o que os cálculos já revelam: a existência de uma matéria primordial, encontrada tanto no Universo quanto no átomo. Para demonstrá-la é preciso unir os métodos de estudo do Universo com os das partículas atômicas.

Natacha Rostóva, na sua ingenuidade de criança, aliada a uma vida fátua de aristocrata, embora em franca decadência, apaixonava-se com faci...

Milton Marques Júnior Guerra e Paz Ambiente de Leitura Carlos Romero

Natacha Rostóva, na sua ingenuidade de criança, aliada a uma vida fátua de aristocrata, embora em franca decadência, apaixonava-se com facilidade. Uma de suas paixões foi pelo príncipe Andrei Bolkónski, com quem chega a ter um compromisso de noivado. Instado pelo pai, Andrei propõe que eles esperem um ano, dando total liberdade a Natacha, durante esse período, até de ela se apaixonar por outro. Se, passado um ano, Natacha mantiver firme a sua decisão, eles se casarão. Por mais que seja duro para ela, Natacha aceita a situação, não sem lamentos.

Flávio Tavares, aos 70, se reinventa. E inventa de alcançar os limites do seu próprio tempo. Elege esses dias de pandemia para sugerir exu...

ambiente de leitura carlos romero juca pontes flavio tavares

Flávio Tavares, aos 70, se reinventa. E inventa de alcançar os limites do seu próprio tempo. Elege esses dias de pandemia para sugerir exultante grafia em forma de poesia. E colhe luz de outros escolhidos e merecidos espelhos seus.

Algumas vezes a revisão do jornal se arrastava até a madrugada. Fosse por algum ato de última hora ou pela onda de oposição que começava a ...

gonzaga rodrigues cronica uniao ambiente de leitura carlos romero

Algumas vezes a revisão do jornal se arrastava até a madrugada. Fosse por algum ato de última hora ou pela onda de oposição que começava a abalar a cabeça e os porões do Catete. “Mar de lama”, no discurso de Afonso Arinos, com maremoto no atentado a Lacerda. Na Paraíba mesmo ecoou forte o anátema saído do discurso de um dos nossos senadores, Argemiro de Figueiredo: “É preciso matar este governo para que sobreviva a nação”. O imã dos acontecimentos neutralizava a cantilena dos revisores em cima da prova tipográfica. Dois revisores para cada texto, um escandindo a leitura e o outro correndo os olhos no texto.

Na proximidade do crepúsculo é normal o trabalhador retornar a casa, esperançoso ou ansioso, aguardando o descanso noturno, seja ele reside...

aconchego de casa cronica jose nunes ambiente de leitura carlos romero

Na proximidade do crepúsculo é normal o trabalhador retornar a casa, esperançoso ou ansioso, aguardando o descanso noturno, seja ele residente na cidade ou na roça.

Voltar para casa é o desejo de todos, mesmo que a sua residência seja uma choupana de taipa ou papelão, mas é um cantinho ao qual chamamos de “minha casa”.

Os sebos e suas revelações. Não apenas as raridades bibliográficas que às vezes encontramos surpresos e recompensados. Também certos achado...

francisco gil messias sebos joao pessoa ambiente de leitura carlos romero

Os sebos e suas revelações. Não apenas as raridades bibliográficas que às vezes encontramos surpresos e recompensados. Também certos achados menos nobres mas não menos pitorescos, com dedicatórias ou autógrafos revelando histórias nem sempre edificantes, histórias de descaso, de desconsideração ou simplesmente de avara ignorância. São muitas as histórias dos sebos.

Os que acreditam na influência dos astros em suas vidas devem ter ficado chateados com Parke Kunkle, professor de uma instituição americana...

horoscopo chico viana ambiente de leitura carlos romero

Os que acreditam na influência dos astros em suas vidas devem ter ficado chateados com Parke Kunkle, professor de uma instituição americana. Segundo ele, “está errada a interpretação dos movimentos celestes usada pela astrologia para determinar os signos de acordo com a data do nascimento das pessoas”. Isso porque os mapas astrológicos, produzidos 3.000 anos atrás, estariam há muito defasados. Com a mudança no posicionamento do eixo da Terra, uma pessoa que se imaginava capricorniana, por exemplo, é na verdade de Sagitário. Um suposto taurino, como eu, pertence ao signo de Áries.