Falava-se em costurar a cortina. Havia uma costureira, D. Sandy, famosa pelas peças cosidas e realçadas, verdadeiras obras artísticas; a mo...

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Falava-se em costurar a cortina. Havia uma costureira, D. Sandy, famosa pelas peças cosidas e realçadas, verdadeiras obras artísticas; a modista estivera a medir, traçado um projeto do adorno: prometera ficar a cortina pronta em menos de duas semanas.

Narrei, há poucos dias, as conversas dos galos da minha vizinhança, cheias de ritmo e me dizendo coisas interessantes. Para a minha satisfa...

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Narrei, há poucos dias, as conversas dos galos da minha vizinhança, cheias de ritmo e me dizendo coisas interessantes. Para a minha satisfação, o Dr. Adhailton Lacet Porto, Juiz de Direito, leu o meu texto e me informou que havia julgado um processo em que uma moça se queixava da vizinha, cujo galo cantava cedinho.

Nos acostumamos a ouvir a afirmação de que o amor e o ódio sempre andam juntos. Dois lados de uma mesma moeda. Há uma linha tênue que separ...

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Nos acostumamos a ouvir a afirmação de que o amor e o ódio sempre andam juntos. Dois lados de uma mesma moeda. Há uma linha tênue que separa um do outro. Interessante perceber que tem muita gente que fala de amor com ódio no coração. Essas emoções conflitantes se encontram em todo ser humano. Nietzsche já afirmava que “O amor e o ódio não são cegos, mas cegados pelo fogo que levam por dentro”

Sempre tive o hábito de acalentar a madrugada. Como durmo muito cedo, geralmente acordo por volta das 4 da matina. Desde que começou esse...


Sempre tive o hábito de acalentar a madrugada. Como durmo muito cedo, geralmente acordo por volta das 4 da matina.

Desde que começou esse confinamento, no entanto, vejo que tenho muitas companhias. Acordo, fico bolando na cama, mexo no celular e encontro um monte de gente online, fazendo postagens, curtindo, comentando.

Na verdade, estamos como zumbis nesse pandemônio que vivemos. Muita tensão e inquietação para conseguir dormir com leveza.

Como se não bastasse o confinamento, ainda vêm as notícias de morte, as doenças na família. Como diria Gullar, estamos com o corpo riscado de hematomas. Mas sempre existe a cura. E quando ela chegar, a madrugada é que nos acalentará.

2020 é praticamente um ano perdido. Tudo sendo adiado para as calendas gregas. Quando não, cancelado.

Não há perspectiva de mudança. O pico sempre fica para o mês seguinte, já que não se tem a cura e o vírus está no ar.

E há outros vírus que estão no ar, mas desses é melhor nem falar.

O certo é que a vida está suspensa e não somos os que se equilibram em cima do arame. Nós somos o arame.

Cuidemos um do outro e aguardemos!

Uma hora isso tudo passa.


Linaldo Guedes é mestre em ciências da religião, jornalista e poeta

Talvez alguns leitores estejam se perguntando o que significa adversativo; outros talvez estejam dizendo que já viram vários títulos dados ...


Talvez alguns leitores estejam se perguntando o que significa adversativo; outros talvez estejam dizendo que já viram vários títulos dados a Jesus, mas não este. Para responder a essas dúvidas, é importante começar lembrando que a adversatividade é a condição da contraposição que se manifesta linguisticamente pelas orações adversativas - aquelas iniciadas pelas conjunções coordenadas mas, porém, contudo, entretanto, todavia.

"Sub specie aeternitatis" - A expressão latina consta da Ethica, de Espinosa , e tem sido traduzida de diferentes maneiras. Há os...

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"Sub specie aeternitatis" - A expressão latina consta da Ethica, de Espinosa, e tem sido traduzida de diferentes maneiras. Há os que a entendem como “à luz da eternidade”, enquanto outros preferem “do ponto de vista da eternidade”, como o escritor Paulo Rónai. Pessoalmente, penso que as duas traduções são boas, pois expressam com razoável fidelidade o “espírito” da frase, isto é, uma perspectiva de vida eterna colocada como parâmetro, referencial ou contraponto à vida terrena dos homens.

Tudo aconteceu desse jeito mesmo, tal e qual. Era a época em que Rita Pavone buscava um martelo para com ele dar na cabeça daquela exibida ...

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Tudo aconteceu desse jeito mesmo, tal e qual. Era a época em que Rita Pavone buscava um martelo para com ele dar na cabeça daquela exibida de olhos pintados. Também, nas dos casais coladinhos, em baile com música lenta e luzes apagadas. Que raiva isso dava naquela mocinha com modos de criança, mas já então nos palcos do mundo.

Num desses paradoxos da vida, passei nove meses calado, em 1997, pintando minha homenagem ao mestre supremo da palavra - William Shakespea...


Num desses paradoxos da vida, passei nove meses calado, em 1997, pintando minha homenagem ao mestre supremo da palavra - William Shakespeare – no retângulo de 3,60 X 7,20 m, composto de trinta e seis telas, que está lá no auditório da reitoria da UFPB. Em lugar de criar espetáculos teatrais, seus textos me proporcionaram “fotogramas” deles. Foi o que vi Miguelângelo fazer no teto da Sistina, com os versículos do Gênesis.

Tinha vários colares de pérola. E este era velhinho; guardado a sete chaves. Com um fecho especial, há tanto tempo, havia sido um presente ...


Tinha vários colares de pérola. E este era velhinho; guardado a sete chaves. Com um fecho especial, há tanto tempo, havia sido um presente de papai.

Dos picos pedregosos desceu o avô para a vila, a fim de arrumar matrimônio. Egresso dos Pintados, os quais, sabe Deus sob que tecnologia an...

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Dos picos pedregosos desceu o avô para a vila, a fim de arrumar matrimônio. Egresso dos Pintados, os quais, sabe Deus sob que tecnologia ancestral, plantavam um bom grão de café pelas encostas íngremes da montanha, compunha um tipo exótico em meio àquela brejeirice, com seus olhos e cabelos claros.

Era possível reconhecer nas letras uma certa impressão digital de cada pessoa. Um registro individual, a identidade de cada remetente nas c...

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Era possível reconhecer nas letras uma certa impressão digital de cada pessoa. Um registro individual, a identidade de cada remetente nas curvas e traços da escrita. As cartas manuscritas e toda uma série de sentimentos. Da expectativa de sua chegada, nem sempre prevista, ao desvendar dos seus "segredos" contidos em palavras. A passagem do carteiro era uma festa. Os dias da chegada desse visitante ilustre sabia-se de cabeça.

Tenho em minhas mãos um exemplar de Les cinq livres des faits et des dits de Gargantua et Pantagruel (Os cinco livros dos feitos e ditos d...

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Tenho em minhas mãos um exemplar de Les cinq livres des faits et des dits de Gargantua et Pantagruel (Os cinco livros dos feitos e ditos de Gargântua e Pantagruel), publicados originalmente entre 1532 e 1564, da autoria de François Rabelais (1494-1553), escritor renascentista, de grande importância para o reconhecimento do francês como uma língua de cultura.

Nunca me libertei da primeira impressão que uma antiga folhinha do ano me marcou com a estampa de um “prado bem verde mesclado de cores de ...

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Nunca me libertei da primeira impressão que uma antiga folhinha do ano me marcou com a estampa de um “prado bem verde mesclado de cores de predomínio amarelo que ornavam um lago azul, diferente da água barrenta do pequeno açude lá de casa.” Essa impressão me rendeu a única página de que não me arrependi neste meio século de literatice. Marcos Tavares não imagina o instante feliz que vivi quando a apontou, sério, num rompante dos seus, para integrar a coletânea de autores paraibanos editada por iniciativa do professor Neroaldo Pontes quando secretário de Educação.

Quando Zélia começou a namorar Jorge, a mãe dela disse que ele era um homem muito preparado, e que ela não estava à altura dele. Zélia cont...

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Quando Zélia começou a namorar Jorge, a mãe dela disse que ele era um homem muito preparado, e que ela não estava à altura dele. Zélia contou a Jorge, que quis conhecer a futura sogra. Depois de um bom papo, Jorge perguntou a ela se ele merecia Zélia.

O hábito começou muito cedo. Dizia “papá” e “mamã” com um prazer especial em jogar com as sílabas. “Pa... pá”, “mã... mã” – os sons iam e v...

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O hábito começou muito cedo. Dizia “papá” e “mamã” com um prazer especial em jogar com as sílabas. “Pa... pá”, “mã... mã” – os sons iam e voltavam até que ele os guardava para depois, quando quisesse, brincar de novo. Com o tempo foi juntando outros fonemas (“bu... bu”, “pi... pi”, “tó...tó”). Um dia teve febre e ouviu “dodói”; enamorou-se da palavra e ficou repetindo-a em seu delírio.

As três coisas mais fortes da existência humana, eu vi de uma vez só: a morte, o amor e a vida. Eu era menino e um garoto mais velho da r...

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As três coisas mais fortes da existência humana, eu vi de uma vez só: a morte, o amor e a vida.

Eu era menino e um garoto mais velho da rua foi atropelado.

Naquele tempo, menino brincava na rua, na calçada. O medo não fazia parte. Raul devia ter uns 17 ou 18 anos e foi atropelado por um Opala.

Imagine-se numa eletrizante excursão na Bavária alpestre, pelas lentes de um drone, de uma madrugada ao anoitecer, guiado por uma grande ob...

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Imagine-se numa eletrizante excursão na Bavária alpestre, pelas lentes de um drone, de uma madrugada ao anoitecer, guiado por uma grande obra musical; assim é o Opus 64 de Richard Georg Strauss. Ao convite irrecusável orbitam algumas informações sobre seu criador, a obra em si e os desdobramentos dessa aventura que impressiona pela pujança e emotividade.

Havia mais de uma década que Richard finalizara a Sinfonia Doméstica e estava pressentindo o trabalho que teria com a obra que passa para a produção sinfônica dele próprio e de todo o repertório orquestral, como uma das mais densas e tecnicamente complexas.

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Richard Strauss
Fortemente impactado pela morte de seu colega de ofício – “o judeu” como ele costumava chamar – Gustav Mahler, em 1911, Richard soltou uma frase de efeito: “torturo-me com uma sinfonia, trabalho que, quando tudo estiver dito e feito, me trará menos satisfação do que perseguir baratas...”.

Espirituoso, Richard, sim, teve descomunal trabalho, muito embora tenha tido uma verve criadora e facilidade no compor que sequer requeria aproximar-se do piano durante seu processo composicional. Mas o trabalho deveu-se à intrincada trama de relacionamento temático, além das alusões imagéticas, baseadas numa viagem que fizera aos alpes bávaros, aos seus quatorze anos, e, ainda, nos recursos timbrísticos muito ricos que desprendeu na instrumentação, sem perder de vista uma orientação filosófica nietzscheriana. Para ainda mais adensar essa urdidura sinfônica, ele a faz como uma espécie de conto fantástico, façanha alpinista de um adolescente – ou de suas lembranças – reunida ao respeito que nutria por Mahler e sua obra: diversas são as alusões à música mahleriana e seu peculiar estilo.

Tal como Franz Liszt, – que criou sinfonias, poemas sinfônicos e sonatas em formas unas e cíclicas – Strauss concebeu Ein Alpensinfonie como um romance imagético-musical, ou conto orquestral. Os vinte e dois títulos são guias para o ouvinte, representações visuais que se desdobram, sem pausas, num cenário montanhesco de impressões que o compositor reuniu: Noite, Nascer do Sol, Ascensão, Entrada na Floresta, Vagueando junto ao Ribeiro, Na Cascata, Aparição, Sobre Prados Floridos, Na Pastagem Alpina, Perdendo-se por entre o Bosque Denso e a Mateira, No Glaciar, Instantes Perigosos, No Cume, Visão, Aumento do Nevoeiro, O Sol encobre-se a pouco e pouco, Elegia, Calma antes da Tempestade, Trovoada e Tempestade, Descida, Pôr-do-sol, Final e Noite.



A obra inicia e finaliza-se com a noite fazendo-nos atentar para o fechamento de um ciclo natural com tempo próprio, dado pelas montanhas, suas sombras e espantosas belezas. Também, noutro perceber, a filosofia que há na própria apreensão desses pulsos naturais de recorrência. O intelectual Antônio Houaiss – que nasceu apenas treze dias antes da estreia de Ein Alpensinfonie – define o verbo perceber como uma tomada de consciência por meio dos sentidos; um conhecimento por intuição ou perspicácia. Compreender, então, esse mundo sinfônico, – tanto literal das imagens não só Richard, mas de todos os que às montanhas alpinas forem, como das referências composicionais que direcionaram, por exemplo, as relações motívicas com os conceitos de Nietzsche emprenhados em Strauss – tem como condição sine qua non essa ‘tomada de consciência’ das capacidades cógnitas straussianas. Compreensão musical que não se dará apenas em nível de performance, ou seja, do desempenho de intérpretes, mas, aqui, toma um sentido amplo e irrestrito: a contenção em nós do fenômeno, de suas articulações timbrísticas e discursivas, e de seu poder expressivo e referencial, seja por criadores, executantes e ainda quaisquer outros ouvintes.

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Assim, não só ouvimos essa sinfonia com nossos ouvidos, mas todas as inteligências, sentidos e recursos possíveis e imagináveis são convocados para o ato eminentemente polissêmico e plural.

A madrugada vai se movimentando para o amanhecer e os primeiros dilúculos (Sonnenaufgang), que se irrompem por sobre a cordilheira gelada, explodem na orquestração que é sempre cheia. Após os irradiantes fachos de luz dá-se a ascensão imperiosa do sol (Der Anstieg) que soa enérgica, acentuada, quase marcial: um intenso despertar. À poesia da natureza é incrementada a curiosidade humana de explorar o entorno e surge a misteriosa floresta; como um narrador em primeira pessoa, a música nos faz adentrá-la (Eintritt in den Wald). Antes da floresta propriamente, há recurso já bem conhecido porém numa dimensão ampliada cujo efeito é magnífico: doze trompas, dois trompetes e dois trombones longe do alcance de visão (fora do palco) a anunciar uma altruística empreitada de caça, a encorajar.

Na floresta a música reporta-nos para um caminhar pensativo ao lado de um curso d’água: a destreza de Strauss é de uma simplicidade e criatividade tal que só os grandes possuem; ele põe, lado a lado, dois grupos rítmicos, um mais melódico e outro em notas bem curtas e sinuosas como uma corredeira que brota e segue. A corrente de água vai tomando forma e desemboca numa cachoeira (Am Wasserfall) que primeiro é pressentida, ouvida a queda d’água, e depois, vista (Erscheinung).

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A fauna e flora nas montanhas é exuberante: cores florais nas pequenas campinas montanhescas e sinos de vacas e cabras alpinas associadas a breves trechos melódicos que rememoram cantos pastorais, inclusive encontrados nalgumas sinfonias de Mahler, como a sexta e a sétima. A aventura segue por trilhas erráticas com moitas fechadas, em momentos delicados e incertos (Gefahrvolle Augenblicke) cuja métrica interna é difícil de conduzir. E, claro, a geleira (Aus dem Gletscher) e o cume montanhoso (Aus dem Gipfel) levam-nos a uma melodia reflexiva e singela que é seguida pela visão (Vision) do todo, do amplo alcance que nos enternece e nos faz calar... Aparição, talvez, do próprio Mahler: no cume dos montes quiçá possa-se ver e ouvir a quem admiramos em Arte... Paira uma neblina, o sol, a pouco e pouco vai-se embora e a nostalgia emana numa Elegia – em memória de Mahler?... – que é sucedida por uma calmaria, depois forte e breve tempestade com trovoada e pôr do sol (Sonnenuntergang). Um epílogo (Ausklang) arremata a obra antes do ressurgir da noite... É de fato uma obra magistral: indispensável repertório e desafio imprescindível para ouvidos aventureiros e desprendidos que buscam profundo deleite e abstração.

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Referindo-me à relação de Richard e Gustav, ouso a alegoria de que, além das que já são sabidas, as montanhas alpinas, na sinfonia, são a barreira da morte que separa dois grandes baluartes contemporâneos de fé musical e carreiras bem semelhantes, mas, no topo inabalável, se (re)encontram: onde não há tempo mensurado, e onde um dia é como mil anos, onde a melodia é supra-humana, lugar de perfeita harmonia... Richard levou quatro intensos anos, em meio a criação de várias óperas, para finalizar sua Ein Alpensinfonie. Dedicou-a com gratidão profunda ao entusiasta de sua Arte, o Conde Nicolaus Seebach, quando este dirigia a Capela Real de Ópera em Dresden, a que também foi dedicada. A estreia foi aos vinte e oito de outubro de 1915, sob a batuta do próprio compositor, com a Dresden Hofkapelle em Berlim. Recomendo o registro fonográfico realizado em 1941, na autêntica e arrebatadora execução de Richard Strauss & Die Bayerische Staatskapelle.


Sam Cavalcanti é mestre em música, crítico e escritor

Não, não era por acaso que se resolveu pela rejeição daquela nova moradora da rua. Uns a achavam um saco de impropérios, uma mulherzinha ba...

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Não, não era por acaso que se resolveu pela rejeição daquela nova moradora da rua. Uns a achavam um saco de impropérios, uma mulherzinha banal que não iria trazer para ninguém uma convivência prazerosa. Era uma mulher nada serena, advinda de ricas procedências sulistas, neta de algum ricaço empresário da Pauliceia.

Já morando no atual apartamento, pensávamos que bichos seriam páginas viradas. Mas não contávamos com o amor que nossos filhos têm por eles...

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Já morando no atual apartamento, pensávamos que bichos seriam páginas viradas. Mas não contávamos com o amor que nossos filhos têm por eles e por mim. E me deram no Natal de 2006 uma linda salsichinha (dachshund) preta e marrom: Maria Luiza Pires de Sá Espínola. Ou Merilú, como ela gostava de ser chamada.

Sou acordada pela Banda de Música Santa Cecília. É a alvorada que a Banda me presenteia avisando que é dia de festa, é vinte e quatro de ju...


Sou acordada pela Banda de Música Santa Cecília. É a alvorada que a Banda me presenteia avisando que é dia de festa, é vinte e quatro de junho, aniversário da nossa cidade. O frio, o céu azul e as músicas me despertam para as comemorações. Agora, é vestir o uniforme de gala, saia cuidadosamente plissada, blusa de manga comprida, gravata, boina, luvas brancas e os sapatos impecavelmente engraxados. Perfeita e pronta para desfilar pelas ruas da cidade representando nosso colégio.

O Sermão da Sexagésima é uma grande obra, em vários sentidos. Além de ser uma teoria da arte da parenética, por quem entende do assunto, v...

ambiente de leitura carlos romero milton marques junior padre antonio vieira metafora metalinguagem Sermao da Sexagesima

O Sermão da Sexagésima é uma grande obra, em vários sentidos. Além de ser uma teoria da arte da parenética, por quem entende do assunto, vem de alguém que conhece a matéria por dentro, sabendo como fazer o que teoriza. Esta peça do padre Antônio Vieira nos atrai pela bela imagem que constrói de um sermão, mostrando de maneira inequívoca o seu objetivo: a repreensão dos vícios para a frutificação do bem. Trata-se, portanto, de peça doutrinária.

A obra de arte sempre reflete o estado de espírito do artista, o ambiente em que vive, pois existindo harmonia em sua alma, ele coloca paz ...

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A obra de arte sempre reflete o estado de espírito do artista, o ambiente em que vive, pois existindo harmonia em sua alma, ele coloca paz naquilo que constrói. Seja um poema, um romance ou uma pintura, tudo traz o gozo desta quietude.

Não era tempo. Para algumas raras criaturas nunca será tempo. Ainda mais (para não dizer mormente, que agrediria seu ouvido) quando se trat...


Não era tempo. Para algumas raras criaturas nunca será tempo. Ainda mais (para não dizer mormente, que agrediria seu ouvido) quando se trata de um remanescente do rebanho insubmisso de Augusto, o dos Anjos, destinado a fazer vagar na alma do mundo a noção expressa que colheu da vida e do mundo em seu “hidrogênio incandescente”.

A formação da família espiritual destina-se à família do mundo. Enquanto a humana é resultado de ato biológico, a espiritual é formada apen...

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A formação da família espiritual destina-se à família do mundo. Enquanto a humana é resultado de ato biológico, a espiritual é formada apenas por elos de amor entre os componentes. A finalidade da família na Terra é transformar parentes em amigos. Somos parentes às vezes à nossa revelia, mas para ser amigo é necessário o consentimento. E para bom êxito é comum termos até que engolir sapos.