Leveza Gostaria de ser leve, mas não sei. Leve, sem fundas marcas Nas coisas sentidas e tocadas.

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Leveza Gostaria de ser leve, mas não sei. Leve, sem fundas marcas Nas coisas sentidas e tocadas.

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Em 1705, Johann Sebastian Bach viajou 400 km, de Arnstadt a Lübeck, a pé, para conhecer seu ídolo Buxtehude, o que mostra que não sou tão doido, pois em 68 viajei mais do que ele (452 km), de Pombal, no alto sertão paraibano, onde morava, até o Recife, para ver o filme 2001 – a maior das várias obras-primas de Kubrick – mas no meu fusca.

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Como era interessante a chegada daquelas pessoas que procuravam o "Foto Ventania"!!! Também conhecido pelo nome de vuco-vuco, eram pequenos estúdios fotográficos ambulantes, espalhados em várias praças da Capital paraibana. As pessoas chegavam timidamente e, de repente, eram abordadas pelos lambe-lambes que já lhes ofereciam, logo de cara, um pequeno tamborete para sentar e posar para a foto.

Meia dúzia de pequeninas xícaras. De café, de chá. Ornadas de florezinhas comuns vermelhas e um risco dourado nas bordas. Permanecem ali, ...

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Meia dúzia de pequeninas xícaras. De café, de chá. Ornadas de florezinhas comuns vermelhas e um risco dourado nas bordas. Permanecem ali, num dos armários da cozinha, e que eu me lembre, nunca foram usadas. Emborcadas e esquecidas, seriam de utilidade se, por um feliz e raro acaso, a família se dispusesse a ressuscitar o costume de oferecer um cafezinho aos visitantes.

Quando nestes meses a paisagem no nosso redor está destroçada, a nossa esperança brota na meditação sobre a mensagem cristã, “a poesia e a...

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Quando nestes meses a paisagem no nosso redor está destroçada, a nossa esperança brota na meditação sobre a mensagem cristã, “a poesia e a arte para acalmar a dor e a ansiedade”.

Nos primeiros anos do século passado, em um bairro pobre de população predominantemente negra, em Saint Louis, no Missouri, a vida dos mor...

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Nos primeiros anos do século passado, em um bairro pobre de população predominantemente negra, em Saint Louis, no Missouri, a vida dos moradores não tinha grandes perspectivas. E seria assim, também, com aquela menina nascida em 1906, filha de pai ausente e de uma mãe que sustentava a família como lavadeira.

O que de proveitoso acontecia ali, viu-se, de uma hora para outra transformado em mais uma acerba traição entre companheiros de viagem pla...

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O que de proveitoso acontecia ali, viu-se, de uma hora para outra transformado em mais uma acerba traição entre companheiros de viagem planetária. Uma traição tida, pra variar, como irrelevante na história, que é sempre escrita por vencedores. Para acúmulo de toxicidade, naquele momento a covardia dava-se entre consorciados do reino animal, e não entre meros indivíduos de mesma espécie, como sói acontecer. Sim, nós, os porcos, vítimas da ingratidão e impiedade humanas.

Eugène Rougon é um advogado de província, nascido em Plassans, sul da França, que busca Paris como uma maneira de melhorar a vida. Advogad...


Eugène Rougon é um advogado de província, nascido em Plassans, sul da França, que busca Paris como uma maneira de melhorar a vida. Advogado medíocre, mas com um pendor todo especial para a política, logo ele percebe as reais intenções de Charles-Louis Bonaparte, eleito democraticamente presidente, na instauração da Segunda República Francesa, em 1848. Tornando-se seu acólito, Eugène apoia e ajuda a urdir o golpe de Estado de 1851, que tornaria o presidente Louis Bonaparte, no ano seguinte, o imperador Napoleão III. Feito ministro, ele se torna sua Excelência Eugène Rougon, presidente do Conselho de Estado, segunda pessoa do imperador.

A minha infância foi toda ali na Rua da Palmeira, bem pertinho do Institudo Dom Adauto. Época em que as casas não possuíam grades nos terr...

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A minha infância foi toda ali na Rua da Palmeira, bem pertinho do Institudo Dom Adauto. Época em que as casas não possuíam grades nos terraços. Lembro-me de que no terraço lá de casa as cadeiras lá permaneciam durante a noite sem que ninguém as furtasse, apesar de ser uma casa simples. Recordo-me de várias outras vizinhas que também se comportavam da mesma forma, com relação aos seus mobiliários em terraço aberto, sem maiores preocupações.

Quando assisti à série da Globo " Os Dias eram assim " confesso que, no início, não suportei as cenas de tortura e tantas maldad...

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Quando assisti à série da Globo "Os Dias eram assim" confesso que, no início, não suportei as cenas de tortura e tantas maldades dos tempos de chumbo dos anos 70 no Brasil. Mas depois, fui me interessando mais pelas outras tramas e engolindo o soco no estômago. O título da série, uma frase de música de Ivan Lins, tem a força da memória, como se dissesse: olha! Vejam! Os dias eram assim. Todo cuidado é pouco para não repetir...

Ela era linda! Mais que o amanhecer, Mais que as noites de luar. A sua beleza era tanta, Que fez Afrodite invejar.

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Ela era linda! Mais que o amanhecer, Mais que as noites de luar. A sua beleza era tanta, Que fez Afrodite invejar.

Na ciência sempre houve polarização ideológica. Na filosofia, na religião, idem. Em outras correntes do pensamento a polarização adquire r...

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Na ciência sempre houve polarização ideológica. Na filosofia, na religião, idem. Em outras correntes do pensamento a polarização adquire raízes desde que suas ideias brotam e fazem a humanidade refletir.

Conversar é coisa que as pessoas fazem há milênios, hábito tornado natural, e, sendo conversa amistosa, deveria ser sempre algo agradável,...

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Conversar é coisa que as pessoas fazem há milênios, hábito tornado natural, e, sendo conversa amistosa, deveria ser sempre algo agradável, mas nem sempre saímos de uma conversa serenos. Há pessoas que conversam com alegria e descontração e ao deixá-las saímos com aquela sensação de leveza que nos ajuda a levar o mundo nos ombros. Outras pessoas há que tornam a conversa insuportável e a vida um tsunami: são as “carpideiras”.

É da natureza humana exercer o papel de crítico. Estamos a cada dia, sem percebermos, emitindo opiniões apressadas sobre algo ou alguém. E ...

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É da natureza humana exercer o papel de crítico. Estamos a cada dia, sem percebermos, emitindo opiniões apressadas sobre algo ou alguém. E o fazemos, muitas das vezes, com um sentido acusatório, julgando e até condenando. Ficamos apontando defeitos no outro, sem nos dar ao trabalho de, antecipadamente, fazer uma análise mais cuidadosa do que estejamos criticando. A crítica impulsiva nasce junto com sentimentos de raiva, desprezo, inveja, e, portanto, tem geralmente efeitos destrutivos.

Antes da pandemia, quando as pessoas podiam se visitar, professor Bené, vizinho de apartamento, convidou-me para um café em que ia receber...

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Antes da pandemia, quando as pessoas podiam se visitar, professor Bené, vizinho de apartamento, convidou-me para um café em que ia receber Fernando Vasconcelos, seu amigo e ex-colega do Seminário de Ipuarana.

Dois motivos para não faltar, somados à delicadeza de Bené e da médica Rosângela Amorim, sua esposa: o de ter presente um divulgador das questões novas do Direito, como as da Informática, e o de invejar os dois, tanto ele como Bené, poeta da matemática, ambos ex-alunos do Seminário de Ipuarana.

Os pés pisavam descalços a terra dos homens, das mãos caíam sementes que engravidavam o solo. A cada passo os campos se cobriam de brotos ...

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Os pés pisavam descalços a terra dos homens, das mãos caíam sementes que engravidavam o solo. A cada passo os campos se cobriam de brotos verdes e tenros. Logo o trigo estaria maduro e as ervas aromáticas tomariam o chão. Ao toque dos dedos de Deméter, os frutos amadureciam, enchiam-se de sumos. Ela sorria e os pêssegos instantaneamente se tingiam de rosa, as uvas escureciam, as maçãs avermelhavam.

No último dia 27, dia de Cosme e Damião, me agarrei em uma lembrança que me tomou nos braços para um passado tão belo e de tanta pureza que...

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No último dia 27, dia de Cosme e Damião, me agarrei em uma lembrança que me tomou nos braços para um passado tão belo e de tanta pureza que me fez emocionar. Vivi minha infância em uma mercearia em casa, ‘A Bodeguita’, criada por Papai em 1989. Queria ele deixar de lado certas picuinhas de trabalho e passar a ser patrão de si próprio. Com espírito empreendedor, resolveu arriscar. Mas dela falaremos em outra hora.

– Eu soube que você tem lido muito. É verdade? – É verdade, sim. Quero decifrar o enigma da vida. – Como aquele rei tebano... Qual é me...

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– Eu soube que você tem lido muito. É verdade?

– É verdade, sim. Quero decifrar o enigma da vida.

– Como aquele rei tebano... Qual é mesmo o nome dele?

Tocar piano não é mesmo nada simples ou fácil; mui penoso é o estudo, requer árduo esforço e perseverança inabalável. Quanto mais estudamo...

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Tocar piano não é mesmo nada simples ou fácil; mui penoso é o estudo, requer árduo esforço e perseverança inabalável. Quanto mais estudamos, mais nos damos conta do nobilíssimo mister, do dominar a Arte de tocar esse instrumento que sobrepuja a escrita musical desde sua criação por volta de 1711, pelo italiano Bartolomeo Cristofori di Francesco.

Eu tenho o meu mar, a minha chuva, a minha lua, o meu vento... Quando eu os quero por perto fecho os olhos. Eu tenho o meu próprio por do s...

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Eu tenho o meu mar, a minha chuva, a minha lua, o meu vento... Quando eu os quero por perto fecho os olhos. Eu tenho o meu próprio por do sol litorâneo e seus multi tons de um quase branco ao rubro denso ou o do Sertão, quadro estampado no horizonte como se terra e céu se unissem. Sim, consigo sentir até o cheiro e perceber a cor intensa da flor mais bela largada pela estrada, em algum campo ermo, em qualquer estação onde já não passa trem, só o verão, ao fechar os olhos.