A juventude em êxtase. O mundo inteiro entra numa alucinada e apaixonada admiração por um quarteto de jovens ingleses que veio para mudar ...

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A juventude em êxtase. O mundo inteiro entra numa alucinada e apaixonada admiração por um quarteto de jovens ingleses que veio para mudar comportamentos, indumentárias e conceitos. A beatlemania nasceu em outubro de 1963, quando quatro ingleses na faixa dos vinte anos surpreenderam, promovendo a mais revolucionária das mudanças de procedimentos de que temos conhecimento na história.

Em que é que eu pensava enquanto conduzia Juliana ao altar? Foi mais ou menos isso que alguém me perguntou na recepção que houve depois. E...

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Em que é que eu pensava enquanto conduzia Juliana ao altar? Foi mais ou menos isso que alguém me perguntou na recepção que houve depois. Eu respondi que já não me lembrava, mas a verdade é que não pensei em nada. Queria chegar logo ao final do cortejo e me livrar das fisgadas daquelas dezenas de pares de olhos.

PRÓLOGO Nos anos 1950, na esteira da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, desenvolveu-se a Era Espacial. Cad...

PRÓLOGO

Nos anos 1950, na esteira da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, desenvolveu-se a Era Espacial. Cada uma das superpotências queria vencer a corrida no espaço, lançar seu primeiro satélite e colocar seu primeiro homem na lua. Foi nesse clima que se desenvolveu o culto à vida extraterrestre.

Surgiram os primeiros grupos de estudos de Objetos voadores não-identificados, os OVNI. Essa nova “religião” era alimentada pela indústria do entretenimento, na forma de histórias em quadrinhos, com destaque para Flash Gordon.

A Ponte do "Tê” é uma construção inacabada de via férrea situada na cidade de Alagoa Grande, interior do Estado da Paraíba.

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A Ponte do "Tê” é uma construção inacabada de via férrea situada na cidade de Alagoa Grande, interior do Estado da Paraíba.

Parecia um homem comum. Talvez um funcionário público modesto, talvez um guarda-livros, antiga profissão fadada à extinção, pelo menos n...

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Parecia um homem comum. Talvez um funcionário público modesto, talvez um guarda-livros, antiga profissão fadada à extinção, pelo menos no nome. De paletó, sua segunda pele, óculos redondos de lentes grossas, realçadoras de uma miopia congênita, a surrada pasta de couro na mão, símbolo de seu ofício e de sua austeridade, modo de ser natural de quem só se importava com o que era essencial. Sem falar no chapéu de feltro, adereço indispensável para os homens da época. Quem passasse menos atento por aquela tranquila esquina do Jardim Botânico, bucólico bairro de um Rio de Janeiro ainda aprazível, e visse aquele homem de pé, esperando o bonde como qualquer mortal, não desconfiaria nunca de sua verdadeira identidade, a despeito de sua já reconhecida proeminência na vida pública nacional.

Como sempre acontece quando arquivos vedados são liberados para pesquisas, fatos e episódios são esclarecidos e sentenças que, antes, eram...

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Como sempre acontece quando arquivos vedados são liberados para pesquisas, fatos e episódios são esclarecidos e sentenças que, antes, eram, aparentemente, verdadeiras, são corrigidas. Foi o que ocorreu, há cinco anos, quando o Arquivo Nacional permitiu a consulta aos documentos da famigerada Divisão de Censura e Diversões Públicas — órgão da Polícia Federal — referentes ao período da ditadura militar.

Havia, tempos passados, um rapaz que saía anotando num caderno as placas dos carros estacionados nas ruas. Consideravam-no um maníaco. Ma...

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Havia, tempos passados, um rapaz que saía anotando num caderno as placas dos carros estacionados nas ruas. Consideravam-no um maníaco. Mal trajado, lápis na mão, não falava com ninguém. Robotizado pelo seu comportamento esdrúxulo.

Pois se já não brilham os olhos, brilham os cristais de poeira. Jorge Elias Neto Pai No chão lavrado se faz premen...

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Pois se já não brilham os olhos, brilham os cristais de poeira. Jorge Elias Neto
Pai
No chão lavrado se faz premente o fruto.   Se o em torno repele, formam-se na pele sulcos dilatados donde escorrem incertezas.   No vão arado se faz presente o bruto.

A capital paraibana já se tornara um destino para o qual convergia, aos poucos, toda a família. Primeiro veio um filho. Depois trouxe a mã...

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A capital paraibana já se tornara um destino para o qual convergia, aos poucos, toda a família. Primeiro veio um filho. Depois trouxe a mãe, Maria Antério, uma mulher abençoada, heroína que deu conta de criar os sete filhos com a maior das conquistas: o amor familiar.

Em seguida vieram as filhas, alguns netos e o caçula que se estabeleceu em Campina Grande. São de Patos, sertão bom, de gente boa. Faltavam Dennes, o “guerreiro”, o mais velho, que passou muitos anos trabalhando no Norte, e outro, em Santa Catarina, depois de morarem em vários estados.

E a vida foi passando… como tudo neste mundo. Com natais, reveillons e tantos encontros memoráveis de família que se ama. Após uma década, Maria adoece e alça voo. Mas foi e não foi, porque vive em todos, ainda hoje, que a têm como mãe que nunca se deixa nem deixa ninguém.

No último Natal, Dennes, o mais velho, mudou-se para cá. Sonho maturado, esperado, mesmo com a ausência da mãe que não foi… Brincalhão, jeitão de menino, símbolo inaugural de uma ninhada de amor, unida, amiga, de mais seis irmãos. Recém aposentado, com muitos anos de Amazonas, o derradeiro desejo foi vir para onde estava a família. Juntar-se aos seus e às praias queridas, com os amados irmãos, amigos-irmãos. O mundo para ele era todo irmão.

E assim chegou, no último Dezembro. Mesmo sem contar com o clima que sua vinda merecia, por causa da doença que assombra o planeta, encheu o coração de alegria. Pedalou, jogou, passeou, viu o mar, matou saudades de tantas saudades. Até de Maria.

Mas, quem diria?… Só o destino, que não se pondera, que não se prevê. Às vezes confuso, injusto ou cruel, aos olhos pequenos, mas tão soberano perante o Divino.

Quem diria que apenas seria um breve adeus?… Nem esquentou o lugar que pousou. Mal chegou e assim nos deixou. Culpar a doença, a pandemia? Não. Não há culpa no destino. Do caminho que é traçado por alguma razão. E por alguma razão há razão no destino.

O guerreiro não disse estar só de passagem. Que o sonho era lá, juntinho de Maria. Aqui flanou, nadou, caminhou, viu e reviu o que tanto queria. Mas não encontrou a paz esperada, aquela dos tempos de sua Maria. Do jeito que veio, largou sua roupa no mesmo lugar que ela deixou. Ali no Parque, que dizem de acácias, em busca de outro, do parque sublime, ao lado daquela que nunca se foi nem nunca irá.

Assim estará também o guerreiro, vindo e revendo sem nunca ter ido. No meio de todos que amam e se amam, em torno de todos, agora de todos.

Dennes chegou e já se mandou. Ah, seu guerreiro, amado e querido, segue brincando, eterno garoto!

Aqui ficaremos, ainda um tanto. Quem sabe o quanto, mas nunca em pranto, porque lembraremos de tua alegria, agora maior que todos os sonhos que é de abraçar a nossa Maria.

Vem por aqui, sempre que der. Aprende com ela o mesmo caminho. Ou venham abraçados, do jeito que estão, brincando ao léu no mundo do céu. Serás um ausente mais que presente. Presente de todos que te conheceram e que te admiram, hoje até mais. Pois aqui estarás e sempre serás o nosso guerreiro.

Não sei por que insisto em caminhar de manhãzinha se faz tanto frio estes dias. Comigo segue uma solidão invencível que se enrola em véus ...

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Não sei por que insisto em caminhar de manhãzinha se faz tanto frio estes dias. Comigo segue uma solidão invencível que se enrola em véus de neblina, nuvens de grafite e árvores sem folhas. Ando com amendoins no bolso do casaco para dar aos corvos e esquilos. É fim de inverno e os bichos têm fome. A minha é outra fome, a de ver tudo renascer no parto anual da Terra.

Depois que ficou viúvo meu avô paterno Samuel passou a dividir a casa com o filho mais novo, tio Chico, e Luiza, uma senhora a quem nós ac...

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Depois que ficou viúvo meu avô paterno Samuel passou a dividir a casa com o filho mais novo, tio Chico, e Luiza, uma senhora a quem nós achamávamos carinhosamente de Pepeta. Era neta de escravos e quando nasci já fazia parte da família.

Cabia-lhe a função de arrumar e cozinhar, e o fazia com tanto zelo que meu avô, às vezes, reclamava, pedindo que fosse descansar, que não precisava de tanto.

Ele acreditava que Pepeta, talvez, tivesse feito alguma promessa à minha avó na hora da sua morte, pois cuidava dos interesses da casa como se sua salvação dependesse daquilo.

Parecia estar em todos os lugares, e volta e meia nos surpreendia, surgindo silenciosa e inesperadamente.

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- No tempo da finada, essa casa tinha ordem! – protestava, aos gritos, erguendo o cabo da vassoura contra nós. Mas acabava rindo. Era um riso doce, mudo, de quem tinha a alma pura.

Na sala extensa havia uma mesinha ornada com um elefante grande, cinzento, de louça. A tromba estava sempre voltada para a parede. Eu achava aquilo esquisito e, quando passava, mudava sua posição.

Na manhã seguinte encontrava-o de costas novamente, e tinha pena de vê-lo daquele jeito. Era como se ele não participasse dos acontecimentos do mundo.

E não demorou. Dias depois Pepeta me surpreendeu no momento em que eu me aproximava da mesinha.

- Ah... é você? Vá simbora antes que eu lhe mate! – explodiu medonha, ameaçando-me com a vassoura.

Depois meu tio me explicou que elefantes de bunda para rua traziam sorte. A partir dali tudo de bom que acontecia em nossa família eu pensava no elefante.

Observei, contudo, que nem na casa de Luiz nem da de Rubinho, dois amigos da rua, tinham elefantes na sala.

“Talvez não saibam que elefantes com a bunda para a rua trazem sorte”, pensei. Depois imaginei algo mais objetivo: “ Eles não têm elefantes porque não acreditam em elefantes.”

Quando perguntei ao meu tio a respeito, disse-me que era isso mesmo, que a sorte dependia do tamanho da vontade de cada um.

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“ Quando você acredita, tem vontade, e quem tem vontade tem sorte!”

A não ser galinhas e patos, na casa de vovô não tinha animais domésticos. Mas um dia meu tio arranjou um gato amarelo, assanhado, com listras brancas e pelo espesso.

Achou que sua aparência lembrava, de algum modo, o cantor Erasmo Carlos, que fazia muito sucesso na época.

Então o gato passou a se chamar Tremendão, o apelido do cantor. Pepeta não gostou muito, por isso lhe deu outro nome: Tupin.

Uma vez cheguei na sala com Tremendão nos braços. Vovô folheava o jornal.

- Vô, quando morrer o senhor deixa o elefante cinza para mim?

Ele me olhou por cima dos óculos, meio intrigado, perguntou:

- Está desejando minha morte?

- Não, vô! O senhor vai morrer um dia, não vai? É só quando morrer.

- Para que tanto interesse em meu elefante?

- Tio Chico falou que eles dão sorte.

- Você gosta de mim?

- Sim, vô, gosto muito.

- Então peça sorte para mim, aí eu não vou morrer.

Eu achei que ele estava certo, mas lembro que lhe disse:

- Só quero que morra quando ficar muito velho. Também quero que deixe Tremendão para mim. O senhor deixa?

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Na esquina da nossa rua ficava a casa de dr. Willian, um tipo alto, entufado e de muita conversa. O homem criava canários-da-terra e se gabava dos seus pássaros, dizendo onde chegava que, para briga, não existiam melhores na região.

Nesses dias escutei uma discussão na calçada. Saí para ver. O tal doutor, desaforado, fora enredar ao meu tio que que um gato amarelo tinha comido seus canários. Meu tio, que não ficou por baixo, disse-lhe que havia outros gatos em nosso bairro, dezenas deles.

Sem provas, o homem foi embora. Mas pelo jeito não se dera por vencido.

E não se dera mesmo. Na noite seguinte Pepeta reclamou que Tremendão - para ela Tupin - tinha sumido, pois não o vira hora nenhuma e que sua tigela do leite continuava cheia.

Por trás da casa dos canários existia um terreno baldio, com mato crescido, lixo por toda parte. Um caminho estreito cortava o terreno.

Eu passeava de bicicleta, de repente entrei ali, na esperança de encontrar Tremendão. Foi quando senti um cheiro de podre, de bicho morto, quase insuportável. Estava sobre o monturo, de pernas para cima, rijo e coberto de moscas.

Muito triste, entrei na casa do meu avô para dar a notícia. Num canto da sala vi a mesinha, sobre ela o elefante de louça.

Você sabe quantos anjos podem dançar na ponta de uma agulha? Ou quantos dedos dos pés são necessários doer para sentir que é hora de tirar...

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Você sabe quantos anjos podem dançar na ponta de uma agulha? Ou quantos dedos dos pés são necessários doer para sentir que é hora de tirar os sapatos de salto alto e deixá-los soltos ao vento?

Você sabe quanto vento bate na sua cortina ou assanha seu cabelo e suas pestanas ao ponto de você não conseguir respirar? Respirar é mesmo necessário? Quando é que respirar faz entender que estamos vivos?

A história ocorre em Portugal, século XIX. Por ocasião da morte dos pais, o pequeno Teodorico Raposo, então com 7 anos, vai morar com a t...

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A história ocorre em Portugal, século XIX. Por ocasião da morte dos pais, o pequeno Teodorico Raposo, então com 7 anos, vai morar com a tia Patrocínio das Neves. Dona Patrocínio, ou a tia Titi, alcunha a ela destinada, é uma senhora muito rica e extremamente carola. Ajuda muito a igreja, mas ao mesmo tempo é destituída de caridade até para com as pessoas pobres da família que lhe procuram pedindo auxílio.

Waldemar N.J.P. era um homenzinho desse tamanhico, trabalhador, responsável na vida pessoal e no emprego; além disso, muito educado. Esse...

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Waldemar N.J.P. era um homenzinho desse tamanhico, trabalhador, responsável na vida pessoal e no emprego; além disso, muito educado. Esse detalhe: educado; é muito importante para este causo.

Era o futuro, um espaço imenso que se abriu aos meus olhos. E fui transportado involuntariamente, levado, diferente de antes, quando eu de...

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Era o futuro, um espaço imenso que se abriu aos meus olhos. E fui transportado involuntariamente, levado, diferente de antes, quando eu desejei a viagem. Sim, eu estava à frente do tempo, digo, temporalmente, na verdade, paralelamente. Eu conseguia ver o que ainda estava por vir, mas não saíra também do presente. Eu flutuava entre o advir e o agora.

Fiquei parado, medindo cada palavra, cada gesto, a apreensão do olhar no apelo que o governador João Azevedo fez para as pessoas se cuida...

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Fiquei parado, medindo cada palavra, cada gesto, a apreensão do olhar no apelo que o governador João Azevedo fez para as pessoas se cuidarem.