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Um dia Antonio Carlos Villaça estava mostrando a alguém a sacristia do Mosteliteratura paraibana cronica mosteiro sao bento indiferenca auto ajudairo de São Bento do Rio de Janeiro. Trata-se de uma sacristia muito bonita, comprida, com paredes de azulejos antigos, um lugar muito especial, cheio de história e arte. Observou, no entanto, que a dita pessoa tudo olhava distraída, como se não estivesse verdadeiramente vendo o que lhe era mostrado. Villaça então se perguntou: “Por que os seres não prestam atenção às coisas que lhes estão próximas? Cismam sempre com outras, distantes. E isto me intriga”.

Pois é, a mim também. O leitor certamente sabe do que se está falando; já vivenciou o indisfarçado desligamento de algum interlocutor a quem falava ou apresentava algo,

Li que Beethoven teria dito : “Recomende aos seus filhos moralidade; somente isso, e não o dinheiro. Isso poderá fazê-los felizes.” Des...

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Li que Beethoven teria dito : “Recomende aos seus filhos moralidade; somente isso, e não o dinheiro. Isso poderá fazê-los felizes.”

Descobrindo um mundo totalmente diferente do seu, brigando para ter identidade, decisões e ponto de vista próprio, um jovem guerreiro foi pedir orientação, ao mestre da vila.

O poeta dos poetas que nasceu entre nós, na juventude viveu à sombra do tamarindo e permaneceu como essa paisagem na alma por toda a vida,...

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O poeta dos poetas que nasceu entre nós, na juventude viveu à sombra do tamarindo e permaneceu como essa paisagem na alma por toda a vida, suponho que fala em seus poemas da luta incessante contra o inimigo invisível.

Desde o primeiro momento do seu Pontificado, o papa Francisco ressalta a necessita de mais artesãos da paz. Essa paz que há milênios se busca e parece cada vez distante das pessoas. Lembra que enquanto são criados mecanismos capazes de contribuir com a convivência pacífica,

A dedicatória, no “Grande Sertão: Veredas”: Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro não me levou a me perguntar sobre ela...

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A dedicatória, no “Grande Sertão: Veredas”:

Aracy, minha mulher, Ara,
pertence este livro

não me levou a me perguntar sobre ela, nem o símbolo que encerra o romance, o “oito deitado”, do infinito, a lemniscata ou laço de Moebius, ou Moebius - sobrenome original, dela.

Foi necessária uma conjura mineira pra que eu viesse a ter alguma noção acerca dessa pessoa fora do comum. O escritor mineiro, meu amigo Hugo Almeida, fez a orelha do romance do também mineiro Eustáquio Gomes – O Vale de Solombra - , que saiu pela Geração Editorial, que pertence ao escritor, outro mineiro, Luiz Fernando Emediato, onde, nas páginas 21 e 22, se lê que no consulado brasileiro de Hamburgo o vice-cônsul... mineiro - João Guimarães Rosa (depois “escritor traduzido e celebrado”) – facilitava a fuga de judeus para o Brasil, inclusive com vistos e passaportes, estes sem a “estrela de Davi” e o “J” vermelho. Lê-se, também, que isso na verdade não era iniciativa dele, mas de sua companheira, a paranaense Aracy Moebius - chefe da seção de passaportes do consulado - que liberava tudo em prazos recordes, sendo conhecida, nos círculos judaicos, como “o anjo de Hamburgo”.

Ficção do Eustáquio?

Não. Há uma pedra com o nome de Schindler no Jardim dos Justos, de Jerusalém. E outra, com o de Aracy Moebius Carvalho Guimarães Rosa.

Conta a “Concise Encyclopedia of the Holocaust”, que nem a Kristallnacht - Noite dos Cristais, de 09/11/1938 - , em que os nazistas destruíram sinagogas, residências, e estabelecimentos comerciais de judeus na Alemanha e na Áustria, dando início ao que seria a chamada de “solução final”, nem a ordem do Itamarati – então pró-Hitler – que, na Circular Secreta Nº 1.127, de Getúlio, determinava que não se mandassem hebreus pro Brasil, fizeram com que essa Aracy parasse. Metia os vistos no meio da papelada que o cônsul-geral – coisa bem de brasileiro - assinava sem ler, e chegava a esconder seus protegidos em casa, para, depois, transportá-los no porta-malas do carro do consulado, um Opel Olympia alemão.

O casal Aracy/Guimarães Rosa foi obrigado a voltar ao Brasil em 1942, quando o virandum, numa virada de casaca muito misteriosa, declarou guerra ao Deutschland über Alles.

Ela, bela filha de português com alemã, separara-se do primeiro marido, alemão, em 34, e se mandara com o filho Eduardo Tess para a terra do Führer, onde se empregara no consulado brasileiro de Hamburgo, cujo cônsul adjunto era o jovem João Guimarães Rosa, que também vinha de um casamento arruinado. Amaram-se, casaram-se no México, viveram juntos até a morte do escritor em 1967, aos 59 anos.

Mas, voltando à dedicatória no Grande Sertão: Veredas. Olha que pergunta cavilosa de Alfredo Fressia, num pequeno ensaio sobre a mulher do escritor:

- “Por qué Guimaraes le dedicó ese libro, de 1956, y no los precedentes, como Sagarana, de 1946? La historia de Grande Sertao…, recreada por la memoria caprichosa de Riobaldo, quien va recomponiendo su amor por otro hombre - que se revelará un travesti masculino -, tiene una parte de desobediencia, un juego entre la rebeldía y la aparente aceptación, que podría contener algo de Aracy, la mujer que supo desafiar el orden y las órdenes de su tiempo.”

Claro. Ela não deu a mínima pros nazistas, pro Estado Novo, nem pra nossa ditadura pós-64, quando, por exemplo, um ano após a morte de Guimarães Rosa, escondeu em seu apartamento, no Arpoador, ninguém menos do que o paraibano Geraldo Vandré, perseguido por causa da canção “Pra não dizer não falei das flores”.

Mas parece que ela foi além.

A judia alemã Maria Margarethe Bertel Levy era lindíssima. De pais ricos e liberais, falava sete linguas e viajava muito. Até Hitler chegar ao poder. Aí, com a ajuda de Aracy Moebius, ela e seu marido Hugo partiram da Alemanha no navio Cap Ancona e chegaram ao Brasil com a fortuna intacta. Uma - brasileira, católica -, a outra - alemã, judia, as duas, belíssimas, iniciaram ali uma ligação que se prolongaria no Rio até o fim de suas longas vidas.

Na entrevista que deu à repórter Eliane Brum, da Revista Época, já no fim da vida, Margarethe disse:

- Entre mim e Aracy foi um golpe de amor. Só que entre duas mulheres. Eu era sexy. E Aracy?Linda, provocante, um corpo maravilhoso.

"Quando uma ficava doente – conta a reportagem - , a outra também ficava. Parecia que sentiam as mesmas coisas. Em 2003 as duas caíram, uma em casa, outra na rua, e acabaram ficando de cama até o final."

Enquanto Margarethe morria no hospital, a respiração de Aracy Moebius, em casa, começava a falhar. Maria Margarethe Bertel Levy morreu em 21 de fevereiro de 2011– e Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa em 3 de março. Ambas com 102 anos.
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Joe Gardner quer ser pianista famoso de jazz. Ele sente que a música é a sua vida, mas só se contentará se puder ser aclamado como grande ...

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Joe Gardner quer ser pianista famoso de jazz. Ele sente que a música é a sua vida, mas só se contentará se puder ser aclamado como grande intérprete. Quando surge a sua grande chance – tocar no quarteto da famosa jazzista Dorothea Williams –, Joe sofre um acidente. Em lugar de se encaminhar para o Além, porque ainda apegado à existência terrena, Joe tenta fugir e cai na Pré-Vida ou Escola Espiritual, onde, confundido com um sueco ganhador do Nobel, ele vai ser mentor das jovens almas que vão encarnar. Joe é escolhido como mentor da alminha 22, que há séculos se desvia e recusa encarnar, apesar da excelência dos mentores que teve – Copérnico, Jung, Ghandi, Madre Teresa de Calcutá, Einstein, Orwell, Mohamed Ali. Nenhum conseguiu fazê-la descobrir a sua missão como espírito a ser encarnado.

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O sonho do Menino Passarinho O sonho de voar deu lugar ao que outro dia todo mundo viu: foi com as asas do Garoto Cueca que o Menino Passarinho se vestiu.

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Dentro desta tecnocracia que atravessamos, predomina uma espécie de desnível entre o humano e a máquina. Simples: basta ir ao caixa eletrônico de um estabelecimento bancário para constatar: há pessoas tão despreparadas que não sabem usá-lo.

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Algumas pessoas que leram a crônica “O vendedor de milho” perguntaram-me, preocupadas, por onde andava o vendedor de milho. Aderindo ao sentimento do narrador da crônica, elas têm toda razão em fazer eco à dúvida dele, mas será que elas também poderiam ter lido o texto numa perspectiva meramente ficcional, sem perder o sentimento?

Na década de 1940 e até meados dos anos 1950, a música nordestina tinha grande predominância no mercado fonográfico brasileiro e Luiz Gonz...

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Na década de 1940 e até meados dos anos 1950, a música nordestina tinha grande predominância no mercado fonográfico brasileiro e Luiz Gonzaga era, indiscutivelmente, a principal figura dessa música regional. Segundo o jornalista Tárik de Souza, no livro “Gostos e Rostos da Música Popular Brasileira” (Editora L&PM, 1979), nos anos 1940, a presença de Gonzaga era tão forte no mercado musical que “as 17 prensas da fábrica RCA trabalhavam só para seus discos”.

Eis que junho sorri para o inverno e esquenta o coração nordestino. As temperaturas timidamente caem na marcação do termômetro e alivia da ...

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Eis que junho sorri para o inverno e esquenta o coração nordestino. As temperaturas timidamente caem na marcação do termômetro e alivia da secura os sertões de cada alma. É mês que nunca chega só, traz com ele novos-velhos dias no calendário, momentos enamorados, santos brincantes, alegres, que saboreiam milho e até festas pagãs com fogos e fogueiras. Junino é tempo diferente, é saudade de trem antes nunca andado, é passeio pela própria mente.

Saudações para o poeta e cantador popular que traz junho. Pois é mês de passagem pelo meio do tempo, figura que pelas bandas nordestinas é dividida entre duas únicas estações explícitas: verão e inverno, terra seca e molhada, vegetação de tons marrons acinzentados e verdinho vivo ressuscitado na campina. O meio do ano é só no encontro de junho/julho, mas o sexto mês dá a sensação que a temporada já virou pela metade.

É verdade. Para o sertanejo a invernada chega ainda em janeiro com o aguaceiro tão esperado e esperançoso, mas para os litorâneos ela avisa que está vindo em maio e despenca em junho. Ou seria apenas impressão que não é feita no papel ou no tecido? Talvez sim, talvez não, pois chuva exprime lágrimas de todas as formas em gotículas de água e fica impressa na roupa molhada, no papel desbotado e na pele tocada com mais sensibilidade no período junino.

Junho, mês que tem gosto. Sabor de lembranças, de pamonha e canjica, de meninice. E vem junto o inverno, tornando o junino mês da nação Nordeste colorido de bandeirolas e balões no céu das casas, terraços, ruas e arraiais. É pôr vida em todo canto ao som dos tocadores de hinos com sanfonas, triângulos, zabumbas e pandeiros. Tempo de vestir roupa boa para seguir para a festança e esquentar o corpo na fogueirinha no terreiro ou na calçada.

Tantos junhos colecionados nas marcações do tempo, que o corpo pressente sua chegada, a alma alegra-se com trombeteio dos céus que se desarma sobre tenras terras molhadas. Mês de dengo, preguiçoso, de aconchego, deitar na rede, de cheiro perfumado, amanhecer orvalhado, friozinho encabulado.

Ser junino, é assim. Junho é rever nascimento, contentamento, fartura, assombramento, descobrimento. Reencontrar-se no meio do ano para perder-se em pensamentos. Ou seria o inverso?

Por enquanto Quando poderei brincar agora de viver sem receios nesses intervalos de tempo que dizem de recreios? A vida dolori...

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Por enquanto
Quando poderei brincar agora de viver sem receios nesses intervalos de tempo que dizem de recreios? A vida dolorida desbotou o matiz de quase todas intensidades!

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Os poemas de Élvio Vargas parecem recém-saídos do sono e do sonho; parecem esfregar os olhos, abri-los e bocejar, para, só então, serem tomados do susto de nascer e de adquirirem a condição de poemas. Mesmo assim, ainda conservam o cordão umbilical parcialmente atado ao mundo informe que lhes deu origem. São, em suma, jorros de um sonho onde convivem harmoniosamente o caos e a cosmogonia, ambos faces de uma só moeda,

Os começos são inesquecíveis até o momento em que os esquecemos. Eles viveram isso de forma intensa, como é dado aos amantes. A cara-...

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Os começos são inesquecíveis até o momento em que os esquecemos.

Eles viveram isso de forma intensa, como é dado aos amantes. A cara-metade, o amor que se completa como a lua e a estrela, as bandas que se unem num só todo. Embora a Natureza insistisse no contrário, eles acreditavam no amor romântico, na glória do eterno, aquele eterno que é mesmo o infinito, o sempiterno. Mãos e bocas entrelaçadas, o sexo como encaixe e ajuste perfeito.

É de Piero della Francesca o afresco que a vila de Sansepolcro caia, sem reação, como indigno da terra de tão bello e sinistro nome , que ...

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É de Piero della Francesca o afresco que a vila de Sansepolcro caia, sem reação, como indigno da terra de tão bello e sinistro nome, que assim o amortalha, com Piero vivo, no interior da Itália.

O que há de ser, no entanto, tem muita força, como se lê n´A Bagaceira, em que se reformula, queira ou não queira, o que diz o vidente do Édipo Rei: o mesmo Que será, será, sucesso da Doris Day. A cal pura conserva a pintura.
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Um homem que chora com os adágios da 8ª sinfonia de Bruckner e da “Nona” de Beethoven. Um homem que exulta com o canto da cotovia da Sinfo...

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Um homem que chora com os adágios da 8ª sinfonia de Bruckner e da “Nona” de Beethoven. Um homem que exulta com o canto da cotovia da Sinfonia Pastoral, vibra com a tempestade e, logo depois, se enternece quando os trovões se acalmam na seguinte "canção dos lenhadores”.

Um homem que mareja os olhos ao ouvir o Cisne de Saint-Saëns e a Ave Maria de Schubert. Que brinca com a ideia dos esqueletos bailando e rangendo os ossos, à meia noite, num cemitério sombrio, da Dança Macabra.

Em tempos tão lentos, arrastados, aparentemente sem perspectivas, precisamos ter consciência de que somos seres capazes de criar! Precisam...

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Em tempos tão lentos, arrastados, aparentemente sem perspectivas, precisamos ter consciência de que somos seres capazes de criar! Precisamos buscar coragem para criar o nosso presente e o nosso futuro. Entender que somos parte e que temos o poder de interferir agora em várias frentes!