Movimentos com as mãos, feitos pelos médiuns passistas, nos indivíduos com desequilíbrios psicossomáticos ou apenas desejosos de uma ação ...

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Movimentos com as mãos, feitos pelos médiuns passistas, nos indivíduos com desequilíbrios psicossomáticos ou apenas desejosos de uma ação fluídica benéfica, com a assistência, invocada e sabida, dos protetores espirituais.

Para o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra passe apresenta vários significados, entre outros, é o “ato de passar as mãos repetidas vezes por diante ou por cima de pessoa que se pretende magnetizar ou curar pela força mediúnica.”

Nesse tempo de isolamento, abri mão da diarista que, duas vezes por semana, vinha deixar minha casa limpa e perfumada. Nunca fui madame. D...

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Nesse tempo de isolamento, abri mão da diarista que, duas vezes por semana, vinha deixar minha casa limpa e perfumada. Nunca fui madame. Dei muito duro na vida, na casa, no trabalho, com filhos e tudo o mais. Mas sempre deu pra ter uma trabalhadora em casa, com carteira assinada, e-social, férias, décimo terceiro e todos os direitos trabalhistas. O dinheiro do mundo todo era pouco, para que eu pudesse trabalhar, ter uma cabeça pensante, tempo, principalmente esse, para desfrutar outras coisas da vida. Claro que, desde pequena, tive obrigações: fazer a cama, arrumar o quarto... e sempre nunca gostei dessa parte. Para minha vergonha, nunca precisei lavar totalmente um banheiro. Limpar, limpei muito, mas lavar de água 'pra que te quero', vassoura em punho e os azulejos cheios d'água, não.

Pergunte-se à grande massa dos colegiais do Brasil qual o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o b...

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Pergunte-se à grande massa dos colegiais do Brasil qual o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”.

Falo daqueles às vésperas do vestibular, recém-saídos de cursinhos ou colégios caríssimo. À turma da escola pública desaparelhada e, salvo raríssimas exceções, com professores mal pagos e desmotivados, nem adianta perguntar.

Maquiada a capricho, os cabelos vastos arrumados, soltos, em ondas bem acentuadas, livres. O olhar voltado para o verde aguardado. Um verd...

Maquiada a capricho, os cabelos vastos arrumados, soltos, em ondas bem acentuadas, livres. O olhar voltado para o verde aguardado. Um verde que poderia tomar outra tonalidade, dependendo da coloração do diálogo previsto, da confirmação do enlace previsto.

Hoje abri um livro e dele caiu a folha de bordo que eu trouxe de Montreal. Flutuou até o chão e o gato a destruiu em segundos. Tornou-se ...

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Hoje abri um livro e dele caiu a folha de bordo que eu trouxe de Montreal. Flutuou até o chão e o gato a destruiu em segundos. Tornou-se pó. Imediatamente lembrei de Elizabeth Bishop e seu poema sobre a arte de perder.

O campo juncado de cadáveres, o sangue fluindo em jorros, cidades bombardeadas e saqueadas, pessoas desalojadas, inocentes mortos, soldad...

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O campo juncado de cadáveres, o sangue fluindo em jorros, cidades bombardeadas e saqueadas, pessoas desalojadas, inocentes mortos, soldados famintos, exaustos e sem cartuchos, comandantes despreparados e um líder fraco, eis como se desenha o cenário da guerra franco-prussiana (1870-1871), num desastre total para a França, em que a besta vencia o homem (la bête emportait l’homme, Segunda Parte, Capítulo VII), assunto do romance La débâcle (A derrocada, 1892), de Émile Zola, cujo título não poderia ser outro. O final dramático visto em La bête humaine (A besta Humana), em que um trem desgovernado, pela morte de seus condutores, porta, no compartimento de carga, soldados para a guerra, como gado sendo levado para o matadouro, aqui encontra o seu destino (considere o leitor “dramático” e “destino”, ambos com o sentido grego):

Não me iludo Tudo permanecerá do jeito Que tem sido Transcorrendo, transformando Tempo e espaço navegando em todos os sentidos Te...

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Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito
Que tem sido
Transcorrendo, transformando
Tempo e espaço navegando em todos os sentidos
Tempo Rei, Gilberto Gil, 1984

Os versos da canção de Gilberto Gil, "Tempo Rei", citada como epigrafe, remete ao enfoque do tema (neo)barroco, no contexto do Brasil e da contemporaneidade, com ênfase na interface dos afetos, tecnologia e cultura política. Sua pertinência reside em criar a oportunidade para uma reflexão sobre o Ser e o Tempo, pela via da percepção estética. Joga com as relações entre imanência e transcendência, leva o espectador a despertar para o devir dos seres e coisas, as "dobras da alma", um novo modo de "estar no mundo". Antenado na complexidade do cosmos e da vida social, o artista estimula o ouvinte a perceber os "plurais da psique". A estranha beleza dos versos, construídos à base de oximoros e contrastes, remete à percepção e lógica sensível que temos reconhecido como barroca.

Parece esquisito a expressão do título. Mas como?, perguntaria alguém mais ingênuo. Uma rua pode ser tombada? Bem, claro que não significa...

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Parece esquisito a expressão do título. Mas como?, perguntaria alguém mais ingênuo. Uma rua pode ser tombada? Bem, claro que não significa derrubá-la, no chão ela já está.

Mas... Será que se refere ao tombamento histórico ou arquitetônico? Os seus prédios, talvez? Bom, não é o caso da rua em questão.

Pois se trata da rua Francisco Claudino Pereira, no bairro de Manaíra, na minha João Pessoa. Portanto não é um logradouro histórico, como seria a rua Maciel Pinheiro, por exemplo, no centro antigo da cidade, no baixo comércio.

Até o final dos anos de 1960, na Paraíba vivia um caboclo que tinha a alma cheia de serenidade e sabia cantar o sentimento do povo de sua...

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Até o final dos anos de 1960, na Paraíba vivia um caboclo que tinha a alma cheia de serenidade e sabia cantar o sentimento do povo de sua terra. Ele nasceu em Itabaiana e conquistou o Brasil com seu jeito simples de narrar nosso viver e nosso sentir. Sua poesia, eloquente, espalhava emoção com raízes da terra.

Muitas vezes agimos sem pensar nas conseqüências. As escolhas feitas com precipitação, em geral produzem dissabores. Afinal de contas tudo...

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Muitas vezes agimos sem pensar nas conseqüências. As escolhas feitas com precipitação, em geral produzem dissabores. Afinal de contas tudo tem seu preço. O destino não prega peças, somos nós mesmos que as provocamos. Erros cometidos nem sempre dão para voltar atrás.

Na afamada sentença “Deus está morto” é possível identificar muito mais religiosidade do que niilismo. A afinidade de Nietzsche com a reli...

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Na afamada sentença “Deus está morto” é possível identificar muito mais religiosidade do que niilismo. A afinidade de Nietzsche com a religião, autor da frase que impactou a humanidade no prolífico ambiente pensante do fim do século XIX, se deu desde a infância. Sob influência familiar, logo cedo esboçou vontade de ser pastor, como o pai, o avô, o bisavô, e depois ingressou na universidade para estudar teologia.

Mas as religiões o decepcionaram e até hoje desencantam muitos pela maneira como se estruturaram, sobretudo ética e institucionalmente. O que se entende como natural, pressupondo-se as imperfeições de caráter do ser humano ainda em evolução

No silêncio decretado do domingo, o amanhecer teve o ritual do preparo do café, e uma louça a ser lavada, levou o olhar à janela para o mu...

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No silêncio decretado do domingo, o amanhecer teve o ritual do preparo do café, e uma louça a ser lavada, levou o olhar à janela para o mundo. Essa mesma, que descortina o por do sol à tardinha. . . todos dormem, portas fechadas, carros guardados. A solidão desse momento é agradável e particular. “Aqueles que têm um grande controle ou que estão totalmente absortos no trabalho, silenciam” (Mahatma Ghandhi).

O som de um automóvel, surgiu para quebrar a abstração. E, no terreno anexo, uma pessoa abriu o portão de acesso... um homem alto, magro, pele muito clara, entre 65 e 70 anos, vestido com bermuda, camiseta, boné e luvas cinza. Nos braços, uma pá, uma enxada e um balde. Apoiou seu material no chão, e iniciou um trabalho. Recolheu pedras, de uma por uma que foi encontrando. “ No meio do caminho, tinha uma pedra, tinha uma pedra, no meio do caminho” (Carlos Drummond de Andrade). Empilhou no canto do muro. Não havia pressa nesse ir e vir. Quando se curvava, era visível os cabelos brancos que escapavam da nuca desprotegida. Durante horas, pacientemente, executou sua tarefa.

No dia seguinte, pontualmente às seis horas, o mesmo ruído metálico... e a segunda surpresa prendeu a atenção. Capinou com afinco, como se o senhor daquela terra o obrigasse... não poupou a vegetação nativa: matos, jurubebas, urtigas, carrapateiras, melão de São Caetano e a indomável tiririca. Quando o sol esquentava, o suor colava a roupa ao corpo, procurava a única árvore existente, e à sua sombra descansava por poucos minutos. Retornava mais disposto.

O que levaria um homem dessa idade, que provavelmente exerceu outra função antes de se aposentar, a enfrentar semelhante desafio? Transformar um terreno baldio, abandonado, oferecido e rejeitado por compradores?

“Uma pessoa continua a trabalhar, porque o trabalho é uma forma de diversão. Mas temos que ter cuidado para não deixarmos a diversão tornar-se demasiado penosa” (Nietzsche).

À medida que arrancava os indesejáveis habitantes vegetais, separava em montes, distribuídos simetricamente.

A curiosidade do não conhecido, não decifrado, deixava a observação mais interessante. O que pretendia esse senhor? Uma futura construção? Exercitar a forma física com tal atividade muscular e aeróbica? Sua preocupação com os espaçamentos, com a ordem, não passaram desapercebidos. O obsessivo é um trabalhador modelo, pois seu Superego é excessivamente severo e rude, exigindo do Ego, uma organização, um excesso de consciência, uma perfeição...

Essa fase, foi a mais demorada, consumindo toda a semana. Na segunda feira seguinte, chegou com sacos de lixo grandes, onde colocou tudo que separara, então seco, e mais fácil de acondicionar. Levou cada volume para o carro, em várias viagens, até que nada mais restasse.

“Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho, para mim, andam de mãos dadas, não retiro prazer de nenhuma outra coisa”. (Sigmund Freud).

O próximo tempo foi o preparo da terra, com um grande rolo de mangueira preta, distribuindo de forma retangular, por toda a extensão do terreno. Irrigação pronta, obra concluída e testada com sucesso, expediente encerrado. A observação curiosa chegou ao ápice, o que aconteceria na sequência dos fatos? “A curiosidade matou o gato, mas a satisfação trouxe-o de volta” (Eugene O ‘Neil).

Chegou cedo, e às seis horas, já estava em ação. Cavou depressões circulares, seguindo uma linha imaginária e proporcional. E... começou a plantar. . . bananeiras!!! Olhou uma por uma, até que se formassem pequenas lagoas... que surpresa, uma escolha incomum! Bananeiras cultivadas como flores no jardim. Jorge Ben Jor, fez sucesso com a música: “Olha a banana, olha o bananeiro”... mas o único som, vinha da água que jorrava...

O tempo não o apressava, o prazer ultrapassava a própria imagem, como se nada quisesse perder das atividades. Pequenas folhas, em formato de cone foram surgindo. . . e, ele parava e olhava como se filhas fossem. O homem em questão, de pontualidade kantiana, também se amoldava à sua Teoria de Apropriação: “um homem assume determinada conduta em relação a certo objeto, ele torna-se dono do mesmo, e adquire em relação aos demais seres humanos o direito de excluí-los do uso do objeto”.

Direito conquistado com muito esforço e dedicação. Em Matheus 21.6, a perfeita interpretação de todo o processo acompanhado da janela: “onde está teu tesouro, ali está o teu coração”. Afinal, o que resta ao homem que abandona o trabalho para se ocupar do ócio tedioso, além da tristeza e repetição? O sentido da completude, está em preencher o tempo com uma produção. “Sem trabalho eu não sou nada, não tenho dignidade, não junto meu valor, não tenho identidade” (Renato Russo). O estímulo para a pesquisa, o sentido de viver, a escolha do que cultivar, está em colher o prêmio do seu investimento: a frutificação.

“Não podemos mudar o mundo inteiro, mas podemos mudar uma vida de cada vez, e ela vai mudar outras. Para fazer o mundo florescer, só é preciso plantar. Plantar um deserto de cada vez “ (Dalva Agne Lynch).

A peste do milênio levou os cemitérios para as matas. O cemitério dos pobres, dos que não podem virar cinza antes do tempo. Pequeno, eu...

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A peste do milênio levou os cemitérios para as matas. O cemitério dos pobres, dos que não podem virar cinza antes do tempo.

Pequeno, eu via passar na estrada ao lado do nosso terreiro, acompanhado apenas pelos carregadores, os mortos que iam ser enterrados no cemitério da cidade. Parece que uma lei proibia de enterrar gente no mato, no lugar mais apropriado, como achava seu Herculano, um morador que era ouvido pelo dono da propriedade. “Com essas matas e capoeiras todas, por que não enterrar aqui mesmo? Bota-se uma cruz na cova e pronto”.

Enquanto a música, ecoando ao longe de uma caixinha de som, dava o ritmo suave e pássaros assanhavam em algazarra festiva os galhos das á...

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Enquanto a música, ecoando ao longe de uma caixinha de som, dava o ritmo suave e pássaros assanhavam em algazarra festiva os galhos das árvores na praça; em fim de tarde o mar cheio sacudia batidas de tambores como rajadas de fogos de artifício e a cidade se iluminava de escuro em pequenos pontos piscantes. No horizonte, fronteira dos sonhadores e limite dos terraplantados, a chuva cerrava fileiras para banhar a noite que chegava. "No dia em que fui mais feliz" no rádio do carro, mais um lembrete da efêmera vida, que é preciso construir felicidades.

Normalmente, ao se contar uma história em que existem reis, rainhas, castelos e bobos da corte, abre-se uma cortina de sonhos emocionantes...

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Normalmente, ao se contar uma história em que existem reis, rainhas, castelos e bobos da corte, abre-se uma cortina de sonhos emocionantes.

O livro “O que aprendi com Hamlet”, de Leandro Karnal (2018), que analisa a obra de William Shakespeare (1564–1616) é surpreendente. Com o apoio da leitura e assistindo ao filme Hamlet, com Lawrence Olivier, que estreou em 1940 e recebeu Oscar de melhor ator, torna-se ainda mais evidente a riqueza de detalhes a respeito de nós mesmos, da natureza humana.

Sons de minha alma Ao violoncelo te dedico, Toda a vida e todo o instante Pelo cello é que me expresso O que a palavra em si não f...

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Sons de minha alma
Ao violoncelo te dedico, Toda a vida e todo o instante Pelo cello é que me expresso O que a palavra em si não fala. És parte do meu dia, És o som que me alimenta, Mas trabalho que vicia... Só és tu que me completas E que à alma me sustentas!