Para o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra passe apresenta vários significados, entre outros, é o “ato de passar as mãos repetidas vezes por diante ou por cima de pessoa que se pretende magnetizar ou curar pela força mediúnica.”
Movimentos com as mãos, feitos pelos médiuns passistas, nos indivíduos com desequilíbrios psicossomáticos ou apenas desejosos de uma ação ...
O passe magnético espírita
Para o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra passe apresenta vários significados, entre outros, é o “ato de passar as mãos repetidas vezes por diante ou por cima de pessoa que se pretende magnetizar ou curar pela força mediúnica.”
Nesse tempo de isolamento, abri mão da diarista que, duas vezes por semana, vinha deixar minha casa limpa e perfumada. Nunca fui madame. D...
Antes tarde do que nunca
Pergunte-se à grande massa dos colegiais do Brasil qual o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o b...
A história na moita
Falo daqueles às vésperas do vestibular, recém-saídos de cursinhos ou colégios caríssimo. À turma da escola pública desaparelhada e, salvo raríssimas exceções, com professores mal pagos e desmotivados, nem adianta perguntar.
Maquiada a capricho, os cabelos vastos arrumados, soltos, em ondas bem acentuadas, livres. O olhar voltado para o verde aguardado. Um verd...
Metaformosura
Hoje abri um livro e dele caiu a folha de bordo que eu trouxe de Montreal. Flutuou até o chão e o gato a destruiu em segundos. Tornou-se ...
A arte de perder
O campo juncado de cadáveres, o sangue fluindo em jorros, cidades bombardeadas e saqueadas, pessoas desalojadas, inocentes mortos, soldad...
A vida não para
Não me iludo Tudo permanecerá do jeito Que tem sido Transcorrendo, transformando Tempo e espaço navegando em todos os sentidos Te...
O Ser e o Tempo
Tudo permanecerá do jeito
Que tem sido
Transcorrendo, transformando
Tempo e espaço navegando em todos os sentidos
Parece esquisito a expressão do título. Mas como?, perguntaria alguém mais ingênuo. Uma rua pode ser tombada? Bem, claro que não significa...
O tombamento da rua
Mas... Será que se refere ao tombamento histórico ou arquitetônico? Os seus prédios, talvez? Bom, não é o caso da rua em questão.
Pois se trata da rua Francisco Claudino Pereira, no bairro de Manaíra, na minha João Pessoa. Portanto não é um logradouro histórico, como seria a rua Maciel Pinheiro, por exemplo, no centro antigo da cidade, no baixo comércio.
Até o final dos anos de 1960, na Paraíba vivia um caboclo que tinha a alma cheia de serenidade e sabia cantar o sentimento do povo de sua...
Zé da Luz, iluminai a poesia
Muitas vezes agimos sem pensar nas conseqüências. As escolhas feitas com precipitação, em geral produzem dissabores. Afinal de contas tudo...
Só colhemos o que plantamos
Na afamada sentença “Deus está morto” é possível identificar muito mais religiosidade do que niilismo. A afinidade de Nietzsche com a reli...
Nietzsche nunca matou Deus
Mas as religiões o decepcionaram e até hoje desencantam muitos pela maneira como se estruturaram, sobretudo ética e institucionalmente. O que se entende como natural, pressupondo-se as imperfeições de caráter do ser humano ainda em evolução
No silêncio decretado do domingo, o amanhecer teve o ritual do preparo do café, e uma louça a ser lavada, levou o olhar à janela para o mu...
Onde está o teu tesouro
O som de um automóvel, surgiu para quebrar a abstração. E, no terreno anexo, uma pessoa abriu o portão de acesso... um homem alto, magro, pele muito clara, entre 65 e 70 anos, vestido com bermuda, camiseta, boné e luvas cinza. Nos braços, uma pá, uma enxada e um balde. Apoiou seu material no chão, e iniciou um trabalho. Recolheu pedras, de uma por uma que foi encontrando. “ No meio do caminho, tinha uma pedra, tinha uma pedra, no meio do caminho” (Carlos Drummond de Andrade). Empilhou no canto do muro. Não havia pressa nesse ir e vir. Quando se curvava, era visível os cabelos brancos que escapavam da nuca desprotegida. Durante horas, pacientemente, executou sua tarefa.
No dia seguinte, pontualmente às seis horas, o mesmo ruído metálico... e a segunda surpresa prendeu a atenção. Capinou com afinco, como se o senhor daquela terra o obrigasse... não poupou a vegetação nativa: matos, jurubebas, urtigas, carrapateiras, melão de São Caetano e a indomável tiririca. Quando o sol esquentava, o suor colava a roupa ao corpo, procurava a única árvore existente, e à sua sombra descansava por poucos minutos. Retornava mais disposto.
O que levaria um homem dessa idade, que provavelmente exerceu outra função antes de se aposentar, a enfrentar semelhante desafio? Transformar um terreno baldio, abandonado, oferecido e rejeitado por compradores?
“Uma pessoa continua a trabalhar, porque o trabalho é uma forma de diversão. Mas temos que ter cuidado para não deixarmos a diversão tornar-se demasiado penosa” (Nietzsche).
À medida que arrancava os indesejáveis habitantes vegetais, separava em montes, distribuídos simetricamente.
A curiosidade do não conhecido, não decifrado, deixava a observação mais interessante. O que pretendia esse senhor? Uma futura construção? Exercitar a forma física com tal atividade muscular e aeróbica? Sua preocupação com os espaçamentos, com a ordem, não passaram desapercebidos. O obsessivo é um trabalhador modelo, pois seu Superego é excessivamente severo e rude, exigindo do Ego, uma organização, um excesso de consciência, uma perfeição...
Essa fase, foi a mais demorada, consumindo toda a semana. Na segunda feira seguinte, chegou com sacos de lixo grandes, onde colocou tudo que separara, então seco, e mais fácil de acondicionar. Levou cada volume para o carro, em várias viagens, até que nada mais restasse.
“Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho, para mim, andam de mãos dadas, não retiro prazer de nenhuma outra coisa”. (Sigmund Freud).
O próximo tempo foi o preparo da terra, com um grande rolo de mangueira preta, distribuindo de forma retangular, por toda a extensão do terreno. Irrigação pronta, obra concluída e testada com sucesso, expediente encerrado. A observação curiosa chegou ao ápice, o que aconteceria na sequência dos fatos? “A curiosidade matou o gato, mas a satisfação trouxe-o de volta” (Eugene O ‘Neil).
Chegou cedo, e às seis horas, já estava em ação. Cavou depressões circulares, seguindo uma linha imaginária e proporcional. E... começou a plantar. . . bananeiras!!! Olhou uma por uma, até que se formassem pequenas lagoas... que surpresa, uma escolha incomum! Bananeiras cultivadas como flores no jardim. Jorge Ben Jor, fez sucesso com a música: “Olha a banana, olha o bananeiro”... mas o único som, vinha da água que jorrava...
O tempo não o apressava, o prazer ultrapassava a própria imagem, como se nada quisesse perder das atividades. Pequenas folhas, em formato de cone foram surgindo. . . e, ele parava e olhava como se filhas fossem. O homem em questão, de pontualidade kantiana, também se amoldava à sua Teoria de Apropriação: “um homem assume determinada conduta em relação a certo objeto, ele torna-se dono do mesmo, e adquire em relação aos demais seres humanos o direito de excluí-los do uso do objeto”.
Direito conquistado com muito esforço e dedicação. Em Matheus 21.6, a perfeita interpretação de todo o processo acompanhado da janela: “onde está teu tesouro, ali está o teu coração”. Afinal, o que resta ao homem que abandona o trabalho para se ocupar do ócio tedioso, além da tristeza e repetição? O sentido da completude, está em preencher o tempo com uma produção. “Sem trabalho eu não sou nada, não tenho dignidade, não junto meu valor, não tenho identidade” (Renato Russo). O estímulo para a pesquisa, o sentido de viver, a escolha do que cultivar, está em colher o prêmio do seu investimento: a frutificação.
“Não podemos mudar o mundo inteiro, mas podemos mudar uma vida de cada vez, e ela vai mudar outras. Para fazer o mundo florescer, só é preciso plantar. Plantar um deserto de cada vez “ (Dalva Agne Lynch).
A peste do milênio levou os cemitérios para as matas. O cemitério dos pobres, dos que não podem virar cinza antes do tempo. Pequeno, eu...
Refúgio verde
Pequeno, eu via passar na estrada ao lado do nosso terreiro, acompanhado apenas pelos carregadores, os mortos que iam ser enterrados no cemitério da cidade. Parece que uma lei proibia de enterrar gente no mato, no lugar mais apropriado, como achava seu Herculano, um morador que era ouvido pelo dono da propriedade. “Com essas matas e capoeiras todas, por que não enterrar aqui mesmo? Bota-se uma cruz na cova e pronto”.
Enquanto a música, ecoando ao longe de uma caixinha de som, dava o ritmo suave e pássaros assanhavam em algazarra festiva os galhos das á...
Cenas da veloz tarde
Normalmente, ao se contar uma história em que existem reis, rainhas, castelos e bobos da corte, abre-se uma cortina de sonhos emocionantes...
A corte de Elsinore
O livro “O que aprendi com Hamlet”, de Leandro Karnal (2018), que analisa a obra de William Shakespeare (1564–1616) é surpreendente. Com o apoio da leitura e assistindo ao filme Hamlet, com Lawrence Olivier, que estreou em 1940 e recebeu Oscar de melhor ator, torna-se ainda mais evidente a riqueza de detalhes a respeito de nós mesmos, da natureza humana.
Sons de minha alma Ao violoncelo te dedico, Toda a vida e todo o instante Pelo cello é que me expresso O que a palavra em si não f...
Sons de minha alma
Ao violoncelo te dedico, Toda a vida e todo o instante Pelo cello é que me expresso O que a palavra em si não fala. És parte do meu dia, És o som que me alimenta, Mas trabalho que vicia... Só és tu que me completas E que à alma me sustentas!