Trago notícias de uma flor. Um pequeno bilhete rabiscado numa folha frágil e multicolorida, escrito com uma caneta de cor verde, entregue ...

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Trago notícias de uma flor. Um pequeno bilhete rabiscado numa folha frágil e multicolorida, escrito com uma caneta de cor verde, entregue a mim numa quase manhã quando o Sol começava a dividir um pouco do seu calor com os corpos dos animais humanos recém despertos, enxugava as lágrimas orvalhadas dos galhos de árvores e ramos de arbustos e de outras flores, oferecia um aroma que invadia suavemente o novo dia.

Os poetas sempre foram fascinados pela loucura, e muitos a sentiram na pele. Alguns inclusive, atingiram seus limites, como Sylvia Plath. ...

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Os poetas sempre foram fascinados pela loucura, e muitos a sentiram na pele. Alguns inclusive, atingiram seus limites, como Sylvia Plath. O conceito de normalidade inspirou filósofos, escritores e estudiosos da área, uma definição complexa, um consenso não conquistado. “A loucura, longe de ser uma anomalia, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela, e ela ser grande, é ser louco”. (Fernando Pessoa).

Na Casa da Arte Popular brota um lugar para cultivar as flores de Goretti Zenaide Amanhece o dia ensaiando e regendo a majestosa sinfoni...

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Na Casa da Arte Popular brota um lugar para cultivar as flores de Goretti Zenaide

Amanhece o dia ensaiando e regendo a majestosa sinfonia do verde, enquanto o orvalho aflora no azul do horizonte, a desenhar os magníficos fios do tempo com a claridade que move os ventos da aurora. O sublime canto dos pássaros refloresce a bela paisagem de uma das cidades mais verdes do planeta.

         RANGEM AS ENGRENAGENS, TREME A TERRA, Há UM RUMOR. E horror!, ... mas a multidão se deslumbra: na sombra que a todos obu...

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RANGEM AS ENGRENAGENS, TREME A TERRA, Há UM RUMOR. E horror!, ... mas a multidão se deslumbra: na sombra que a todos obumbra, tudo, agora, relumbra: a Pedra... se abre... como em corte de sabre, e o que se vê ... é estupor! Na escuridão resplandece, com todos os seus vitrais, com profusão de torres

O sol paira sobre o mar profundamente azul da baía de Monterey. Algas dançam com a maré perto de um caiaque amarelo. Tudo brilha junto, nu...

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O sol paira sobre o mar profundamente azul da baía de Monterey. Algas dançam com a maré perto de um caiaque amarelo. Tudo brilha junto, numa sinfonia inesperada. Uma criança descalça, chapeuzinho à cabeça, cata conchas na areia. O pai a acompanha, com um olhar enternecido afivelado na cara. Tenho vontade de entender sânscrito, de desinventar feiuras, de falar a língua dos pássaros. A impossibilidade me empurra para a filosofia.

Ele definitivamente não está no panteão dos dez ou quinze maiores filósofos da humanidade, mas seu pensamento de inegáveis matizes morais...

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Ele definitivamente não está no panteão dos dez ou quinze maiores filósofos da humanidade, mas seu pensamento de inegáveis matizes morais persiste até nossos dias. Foi ele que nos ensinou que o homem se perde em tempos que não são seus (o homem só pensa em ver os dias passar, ou gastar seu próprio tempo, perdendo-se em atividades como dançar, beber, jogar etc), deixando o tempo presente escapar-lhe como areia de suas mãos – um pensamento poderoso e moderno sobre a fugacidade da vida que influenciou sobremaneira os filósofos de índole existencialista.

Da janela avisto ele, empurrando a carrocinha. Contrapondo-se ao mar, companheiro de trabalho, e, talvez seguro alívio para tantas incerte...

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Da janela avisto ele, empurrando a carrocinha. Contrapondo-se ao mar, companheiro de trabalho, e, talvez seguro alívio para tantas incertezas. Não é certo seu futuro, muito menos o sucesso. Do Sol, e não da chuva, dependem suas vendas. Já que a praia no inverno não lhe rende o desejado.

RESPEITO Quando lhe roubarem frutos de seu coraçãozeiro, espere a próxima safra e aumente os cuidados com a vigilân...

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RESPEITO Quando lhe roubarem frutos de seu coraçãozeiro, espere a próxima safra e aumente os cuidados com a vigilância! Sua árvore merece RESPEITO.
Lá me vou pra mais um ano, caminhando comigo, sem saber pra onde, mas consciente do que me guia e me rege.

Miguel Bezerra é vivo? Que me lembre, a última vez que o ocupei, saí de sua casa da Juarez Távora com uma braçada feliz de livros encadern...

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Miguel Bezerra é vivo? Que me lembre, a última vez que o ocupei, saí de sua casa da Juarez Távora com uma braçada feliz de livros encadernados, verdadeiras reedições dignas da gratidão ou da memória devota dos próprios autores. O que ele fazia não era encadernação a ouro, a couro ou mesmo em boa percalina. Era simplesmente a gosto, sumo do talento artesão com materiais às vezes pobres que a nobreza artística, no auge da civilização do livro, tratava com aura de “divina proporção”.

No dia em que a rosa surgiu entre galhos, as pétalas caíram ao toque de minha mão displicente. Observávamos as manhãs esperando o sol que ...

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No dia em que a rosa surgiu entre galhos, as pétalas caíram ao toque de minha mão displicente. Observávamos as manhãs esperando o sol que aparecia lento, pois os dias eram chuvosos. Alguns botões indicavam novas rosas, que surgiram igualmente belas e perfumadas.

As flores do pequeno jardim de nossa casa são atraentes. Sendo poucas, a beleza se torna grande. As roseiras encostadas à parede do muro, na lua cheia que tivemos recentemente, abriram-se em forma de cacho, expelindo perfume e sorriso.
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Lembro como se fosse hoje. Era um sábado, início de tarde. Estava de saída de um shopping aqui de João Pessoa quando meu telefone celular ...

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Lembro como se fosse hoje. Era um sábado, início de tarde. Estava de saída de um shopping aqui de João Pessoa quando meu telefone celular tocou. Era minha mãe. "Meu filho, tudo bem? Olha, aquela cantora que você gosta morreu. Acabou de dar no Jornal Hoje". Recebi a notícia com certa indiferença: "Qual delas?". "Amy Winehouse", respondeu. O que se seguiu, daí, foi um turbilhão de vastas emoções e pensamentos imperfeitos... esse diálogo completa, sexta-feira que vem, dez anos.

Hoje, quando escuto músicas que lembram minha vida na Pitumirim com meus pais, irmão e irmãs, primos, primas, tios, tias, amigos, amigas f...

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Hoje, quando escuto músicas que lembram minha vida na Pitumirim com meus pais, irmão e irmãs, primos, primas, tios, tias, amigos, amigas fico pensando que nunca mais serei tão feliz!

Olho pra frente e sei que as coisas que provocaram aquela energia e tanta abundância não terão mais lugar, por diferentes motivos. São os momentos da vida que vão mudando e dando origem a outros.

Meus estimados leitores e queridas leitoras, sempre, desde que me conheço por gente, gerações mais novas têm desprezo por hábitos e ati...

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Meus estimados leitores e queridas leitoras, sempre, desde que me conheço por gente, gerações mais novas têm desprezo por hábitos e atitudes da geração anterior.

Mais modernamente acharam um outro jeito de nos aporrinhar o juízo. É o seguinte: passou dos quarenta ou está chegando perto, parece que o cidadão perdeu o selo de garantia diante dessa geração-digital nascida sob a égide da internet. É a geraçãozinha Z, para qual o mundo se apequenou às dimensões de um computador ou de um celular. Não conseguem viver sem essas engenhocas. Fora daí, para eles o mundo perdeu seus encantos e a relação entre as pessoas agora se restringe aos teclados, é por ali que eles conversam, se relacionam, se fazem presentes.

Abraço é coisa fora de moda. Mais que isso; abraço ou quaisquer manifestações de apreço podem virar cringe!

Fiquei inicialmente meio sem saber o que era essa história de cringe. Soube através de minha filha que mora lá nas latitudes de cima a origem do termo. “Cringy”, é o vocábulo cuja origem veio lá da parte de cima do mapa. Professora numa high school, na Pensilvânia, interpelou um aluno para saber o significado.

- What is cringy? – ao que ele respondeu:

- It is like when you see a person over forty-years-old dancing.

Traduzindo ao pé da letra, seria : “é como quando você vê uma pessoa com mais de quarenta anos dançando”. Difícil chegar ao exato significado, mas é bem próximo do nosso: “sem noção”. Também algo como “sentir vergonha alheia”, cafona.

Na verdade é um embate de uma geração chamada de “Millennials” (os nascidos entre 1980 a 1995 nos EUA e de 1980 em diante aqui) contra uma outra geração mais novinha, a que veio depois desta, a chamada de “geração Z”. Esta última já nasceu conectada na internet.

A derradeira geração desanca xingação na anterior por esta, a Millennials, ter hábitos e atitudes que envergonham quem é da geração Z. Essas atitudes é o que chamam de cringe. Vamos tentar relacionar alguma delas para entendermos o vazio que se instalou na cabecinha dessa gente.

Dizer que é mãe ou pai do seu pet é muito cringe. Ir a Disney também é. Tomar café da manhã, usar facebook, ser fã de Harry Potter, assistir a série Friends são outras atitudes muito cringes.

Agora entendo porque nas aulas virtuais, nesses tempos de pandemia, alguns dos meus alunos nem sob tortura abrem as câmeras, Sabem por quê? Porque é cringe assitir aula online com a câmera do notebook aberta. Pode uma coisa dessa?

Outras atitudes consideradas cringes:

Usar pontuação na internet, ficar dizendo que tem boletos para pagar, usar hashtag na legenda do Instagram. Tem mais: rir com o emoji “chorrindo”, usar sapatilha com bico redondo, ler jornal impresso, beber cerveja litrão, usar calça skinny, alugar DVD e VHS na locadora, dizer que somos jovens adultos quando já passamos dos trinta.

Imaginem se daqui a alguns anos se essa geração Z viesse a comandar o planeta. O que seria de nós? Ou dos que ficarem. Ainda bem que muita gente nessa faixa etária não se identifica com essas idiotices. Ainda bem.

Minha geração também achava brega coisas da geração anterior: chamar uma mocinha de broto, dizer “é uma brasa, mora!”, usar lenço, chamar carro de carango, usar calça jeans apertada, gostar de assistir o programa Jovem Guarda, tomar banho em Praia Grande no litoral paulista e outras coisas do mesmo tipo. Tinha mais: comprar camiseta com as inscrições “estive em tal lugar e me lembrei de você”, colocar na varanda uma placa dizendo “seja bem vindo, mas limpe os pés”; pingüim de louça em cima da geladeira e por aí vai.

Acho normal que esses conflitos existam, mas o difícil é entender de como algumas pessoas levam isso tão a sério, como uma espécie de filosofia de vida. A internet se apresentou como uma poderosa ferramenta a serviço da informação, mas se tornou também chão fértil para semear uma variedade insondável de idiotices, como esta que estamos relatando.

Que essa geração Z acorde, pois está ficando para trás. Há gente na idade deles ocupando espaço onde vai ser importante estar e esses patrulheiros perderão a vez por incapacidade intelectual. Tanta coisa importante para pensar e discutir e uns e outros preocupados em ser ou não ser cringe.

Talvez, algum dia essa geração Z, que sofre de bibliofobia; isto é, sente febre, tem urticária, sudorese quando chega perto de um livro, descubra que não há nada mais cringe do que achar alguém cringe.

Será que eles entenderiam isso?

Segundo o criacionismo, o mundo foi criado por Deus. Isso, a meu ver, de modo algum O recomen...

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Segundo o criacionismo, o mundo foi criado por Deus. Isso, a meu ver, de modo algum O recomenda. É mais sensato imaginar que Deus queria fazer o mundo perfeito, à sua imagem, mas foi atrapalhado por um assistente inábil. Esse modo de ver se compatibiliza com os inúmeros desacertos que vemos nele. O maior desacerto é o próprio homem, esse bicho marcado pela dualidade do Bem e do Mal.

Há quem atribua nossas lacunas e arestas ao material de que fomos feitos – o barro. Por que Deus não usou um material mais resistente? Ou mesmo um desses produtos modernos, como o silicone? Algumas mulheres procuram hoje reparar o equívoco enchendo partes do corpo com esse nobre produto sintético. Mas é tarde. Por mais que plastifiquem a anatomia, a base continua lá, envelhecendo e se preparando para voltar à lama.

Deus usou o que tinha à mão, e só dispunha de seis dias. Era muito pouco para providenciar a Natureza com suas árvores, rios, vales, montanhas. Como seria possível, nesse prazo exíguo, trabalhar cada artefato com esmero? Um dos enigmas da Criação é saber por que Ele, sendo o patrão de si mesmo, trabalhou num prazo tão curto. Talvez não gostasse do que estava fazendo.

Como se não bastasse a exiguidade do prazo, Deus resolveu fazer o homem no último dia, ou seja, quando já estava exausto e tudo que queria era descansar (o trabalho foi tanto, e sob pressão, que Ele descansa até hoje). O efeito dessa pressa é que Adão foi um protótipo mal testado. Isso constituiu uma brecha para o descalabro que se seguiu: veio a Serpente, assessorada por Eva (ou vice-versa), e levou o primeiro homem a provar do fruto proibido. Adão pecou e logo descobriu, envergonhado, que estava nu – o que é estranho. Como ele poderia se perceber nu se nunca tinha usado roupa? O fato é que, devido a esse primeiro pecado, perdemos o Paraíso e nos tornamos mortais.

Geralmente se considera a morte a pior coisa que pode nos acontecer, mas há nisso um contrassenso. As pessoas aceitam de bom grado que o homem é um ser vivo – nasce, alimenta-se, cresce – mas acham um absurdo que ele vá morrer. Ou seja: querem da biologia apenas o que ela traz de bom. É como se depois de nascidos e já formados devesse ocorrer em nós um cancelamento das leis naturais e alguma forma de transcendência viesse nos animar; alguma coisa que daria a nossas células a eternidade. Infelizmente não é assim, de modo que o melhor é tratar de comprar o jazigo (pode ser em prestações). Tem gente que deixa para fazer isso literalmente “na última hora”, o que não é aconselhável. Comprando logo pode-se escolher o lugar e, com sorte, a vizinhança.

Teorias como a do Big Bang sugerem que a Criação está em curso. O universo continua a se povoar de luas, estrelas, galáxias, buracos negros. E agora, aparentemente, sem o controle divino. Deus pretendia que o Cosmo se resumisse à Terra, ao Sol e a alguns poucos corpos celestes, mas parece que perdeu o controle. Outros dizem que Ele continua descansando, mas um dia acorda e vai dar um sentido a tudo isso. Só nos resta esperar.

Estava a conversar pelo telefone com o amigo Wilson Marinho e ele me dá ciência de uma boa nova: seu neto foi promovido e vai trabalhar e...

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Estava a conversar pelo telefone com o amigo Wilson Marinho e ele me dá ciência de uma boa nova: seu neto foi promovido e vai trabalhar e viver em Belo Horizonte. Começamos então, com o sadio descompromisso das conversas fiadas, a comentar sobre as vantagens de BH sobre o Rio e São Paulo, metrópoles hoje difíceis de habitar, por tantas razões que sabemos. A capital mineira, ao contrário, soube crescer guardando um certo ar pacato de suas origens, o que lhe dá um encanto especial dentre as grandes cidades do país. Vai nisso, estou certo, muito da chamada mineirice dos habitantes das montanhas, sábios desde sempre e mestres na arte do bem viver, indiferentes às modas e novidades de outras plagas ditas cosmopolitas.

A revista “Entrelivros” publicou, em abril/2006, trechos de minha entrevista ao poeta Fabrício Carpinejar sobre Mário Quintana , cujo cent...

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A revista “Entrelivros” publicou, em abril/2006, trechos de minha entrevista ao poeta Fabrício Carpinejar sobre Mário Quintana, cujo centenário de nascimento foi comemorado naquele ano. Por razões de espaço, o texto da entrevista não foi publicado de forma integral, razão pela qual veiculo os trechos que foram omitidos.