Criada para perpetuar as letras da Paraíba, a Academia Paraibana de Letras completa 80 anos. No dia 14 de setembro de 1941, com retardo de...

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Criada para perpetuar as letras da Paraíba, a Academia Paraibana de Letras completa 80 anos. No dia 14 de setembro de 1941, com retardo de quase cinco décadas em relação à Academia Brasileira de Letras, um grupo reduzido de homens dedicados ao uso da palavra escrita achou oportuno criar uma instituição para eternizar as tradições literárias de nossa terra àquela época reverenciada em todo o País, sobretudo pela produção de José Lins do Rego, Augusto dos Anjos e José Américo de Almeida.

A boçalidade sempre foi um eficaz instrumento para tomada e manutenção do poder. Defendendo posições insustentáveis perante a razão e a c...

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A boçalidade sempre foi um eficaz instrumento para tomada e manutenção do poder. Defendendo posições insustentáveis perante a razão e a ciência, de uma forma geral, os boçais se valem da agressividade para tentar impor medo e assim fragilizar o poder de reação dos que se colocam em situação de divergência ao que praticam ou falam. Destilam ódio e ressentimento a todo instante. Estrategicamente tentam incutir na população a sensação de insegurança, levando-a a viver em permanente estado de alerta em razão das ameaças propagadas. Alteram a realidade dos fatos com o propósito de se apresentarem como “salvadores da pátria”.

Se alguém 'é' uma mulher, isso certamente não é tudo o que esse alguém é. Judith Butler Há quase uma década (2012), estiveram ...

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Se alguém 'é' uma mulher, isso certamente não é tudo o que esse alguém é.
Judith Butler

Há quase uma década (2012), estiveram aqui em João Pessoa a Ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, Eleonora Menicucci, e a sua vice, professora Lourdes Bandeira. Vieram lançar linha de crédito para mulheres, a fim de que pudessem enfrentar as desigualdades de gênero no trabalho. Duas feministas, poderosas, que sempre estiveram à frente das lutas das mulheres, fossem na saúde ou na Academia, em pesquisas sobre Violência contra à Mulher, e que hoje legitimadas e autorizadas representam o que Rose Marie Muraro, chamou de “Nova Ordem Simbólica” nos espaços políticos, não mais centrados no falo (o poder, o matar ou morrer que é a sua lei),

O quanto carrego de mim ...

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O quanto carrego de mim nesse retrato cinzento desbotado? Carrego o tempo que é vivo e um amor imenso permanente intenso alado ligado e infinito!
Metade de mim é interno onde estou me dou e me vejo lugar onde me procuro e me encontro. Metade de mim é integralmente ancestral kármico cósmico pleno absoluto e simplesmente!
O firmamento expôs uma janela com vistas pro infinito.

Desde que o homem é homem, tem a ambição de fabricar instrumentos que o auxiliem e eventualmente o substituam. A história humana pode ser ...

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Desde que o homem é homem, tem a ambição de fabricar instrumentos que o auxiliem e eventualmente o substituam. A história humana pode ser contada, e sobretudo compreendida, a partir dos artefatos com que ele vem transformando a natureza. A máquina é uma extensão de nossas faculdades e aptidões; quanto mais sofisticada, mais indicativa do refinamento a que terá chegado a inteligência humana.

Entre a enxada e o computador, vai um abismo que separa a nossa pré-história do estágio em que fazemos viagens fora da Terra, aspirando à conquista do espaço cósmico. O paradoxal é que, enquanto supercomputadores calculam as trajetórias

Gosto de chuva. Não sou sertanejo, mas gosto de chuva. Gosto gratuitamente, sem nenhum interesse, salvo o prazer físico - e metafísico, di...

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Gosto de chuva. Não sou sertanejo, mas gosto de chuva. Gosto gratuitamente, sem nenhum interesse, salvo o prazer físico - e metafísico, diria - de vê-la cair, também gratuitamente, sobre o mundo, sobre a paisagem, como que lavando e purificando tudo, até mesmo o que dela se encontra protegido, sob um teto. Fosse eu do campo, compreensível seria esse talvez esdrúxulo gosto pluvial, pois que lá, na campanha, tudo ou quase tudo depende da água que cai do céu, que a tudo dá vida, como se participasse, em alguma medida, da própria divindade fecundante. Mas, não. Sou urbano, profundamente urbano, nascido, criado e formado na urbe, mesmo que aldeã, todavia, urbe, em suas mais autênticas vocação e expressão citadinas.

Fácil capturar uma borboleta ou apanhar uma flor. Marisa vivia naquele mundo. Nunca se interessara por estudar: as irmãs, fazendo pós-grad...

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Fácil capturar uma borboleta ou apanhar uma flor. Marisa vivia naquele mundo. Nunca se interessara por estudar: as irmãs, fazendo pós-graduação, levavam grossos volumes, consultavam internet, passavam noites acordadas para subirem na vida.

Elogiadas pela família, o pai vendera uma fazenda, a fim de vê-las no cume. Marisa era o patinho feio, considerada uma medíocre, dada a receitas culinárias anotadas num caderno, preparando o bolo do fim de semana. No dia em que as estudiosas alcançaram o diploma, foi festa até o clarear do dia. Muita gente compareceu para cumprimentos, elogios, exaltações.

Passei a conhecer melhor Frutuoso Chaves em inícios da década de 1970, quando me entrevistou para o jornal “ A União”. Na oportunidade, ...

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Passei a conhecer melhor Frutuoso Chaves em inícios da década de 1970, quando me entrevistou para o jornal “ A União”. Na oportunidade, recém-chegado de Curitiba, onde eu fora receber um dos prêmios do Concurso Nacional de Contos do Paraná, em plena ditadura Médici, ele me provocou: “O que você acha da proibição da exposição das obras eróticas de Picasso no território brasileiro? ” Remeto o leitor para o texto “Sérgio e Picasso”*, publicado no presente livro, que revela o repórter desassombrado que ele sempre foi.

“Você gosta de ler?” “Não!”. A resposta para essa indagação vem marcada por uma contundente negativa. Engana-se por desconhecer o quanto s...

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“Você gosta de ler?” “Não!”. A resposta para essa indagação vem marcada por uma contundente negativa. Engana-se por desconhecer o quanto sua cognição se prepara assiduamente para o exercício da leitura. Sim, você lê muito, seja o texto verbal ou não verbal. Estamos em um momento bastante imagético, em que muitas fotos, vídeos, memes circulam nas redes. Entretemo-nos. Horas a fio nos abastecemos de uma imensa gama de informações. Muito tempo quotidianamente dedicado ao acesso à vida alheia. O que sobra de nós? Quem se (re)conhece nessa multidão fantasiosa,

Muita gente não presta atenção ao inglês William de Ockham – Guilherme para nós —, esse frade franciscano que viveu na Idade Média, entre ...

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Muita gente não presta atenção ao inglês William de Ockham – Guilherme para nós —, esse frade franciscano que viveu na Idade Média, entre os séculos XIII e XIV. Sendo considerado por muitos um “pensador menor”, o estudioso e teólogo escolástico foi o mais proeminente representante da escola nominalista, para a qual a questão dos “universais”, um dos maiores problemas da filosofia, era apenas pura retórica, tola invencionice, isto é, falácia.

Seu pensamento empirista e paroxisticamente moderno para a sua época assume a defesa sem concessões do livre arbítrio, condenando a interferência do Estado ou da Igreja nas ações humanas. Discípulo de Duns Scott

Fui Pilatos na Paixão de Cristo e camponês paupérrimo, que se dana e se zanga, na caatinga paraibana do filme A Canga. Fui, também, no ...

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Fui Pilatos na Paixão de Cristo e camponês paupérrimo, que se dana e se zanga, na caatinga paraibana do filme A Canga. Fui, também, no cinema, fazendeiro escravagista do Ceará dos inícios da República, tenente de polícia nada abúlica, que perseguia um cangaceiro, fui pistoleiro, delegado nada nobre, fui aposentado... doente e pobre, um pequeno tirano - empresário pernambucano,

Longe seguem velhos e surrados tênis Passos que se escorrem dentro da noite Há uns que vão são quase comparsas destas ...

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Longe seguem velhos e surrados tênis Passos que se escorrem dentro da noite Há uns que vão são quase comparsas destas escuridões Rua larga Vagos homens vagam Faróis se cruzam no verde que diz:

Num livro de canto, no térreo da estante, encontro recortada, com algumas correções, crônica que assino em 31 de janeiro de 1979 sob o “Ch...

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Num livro de canto, no térreo da estante, encontro recortada, com algumas correções, crônica que assino em 31 de janeiro de 1979 sob o “Choque do futuro” de Alvin Toffler. Não a reproduzi em nenhum dos livros. E me surpreendo, agora, decorridos mais de quarenta anos, reagindo da mesma forma, sob o mesmo espanto, como se o choque saísse do instantâneo para o permanente. Toffler, ao tempo de sua reflexão, sente-se “esmagado pela rapidez com que se verificam as mudanças e alterações sociais na chamada sociedade tecnológica”.

A noite caiu há pouco, e o mar ali sussurra seus milenares mistérios... Já começam as saudades do inverno, enriquecidas com as lembranças ...

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A noite caiu há pouco, e o mar ali sussurra seus milenares mistérios... Já começam as saudades do inverno, enriquecidas com as lembranças da performance da orquestra de sapos, no brejo atrás da rua. Mas, contento-me com os exaltados marulhos desta preamar de lua nova. Tudo quieto, menos o vento que jorra em brisa impetuosa, com leve aroma de um verão já instalado. A paz faz eco na memória, acaricia as mais doces lembranças do existir. Ao fundo, somente os grilinhos do sereno mordiscam a penumbra deste saboroso silêncio.

Qualquer leitor, mesmo o mais afeito à poética de Sérgio de Castro Pinto, consideraria o risco ou o desafio de falar sobre essa Folha C...

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Qualquer leitor, mesmo o mais afeito à poética de Sérgio de Castro Pinto, consideraria o risco ou o desafio de falar sobre essa Folha Corrida que reúne os poemas escolhidos do autor.

Além da simbologia do cinquentenário e da solenidade que se impõe, existe uma fortuna crítica plural e sólida, cuja convergência de pontos de vista é salvo-conduto do poeta, válido em todo o território nacional. Há muito, Sérgio é reconhecido como poeta paraibano e brasileiro pelas melhores e mais respeitadas vozes

Ela é a matriarca de uma grande família. Uma mulher alta, esguia, elegante nos mínimos gestos. Pe...

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Ela é a matriarca de uma grande família. Uma mulher alta, esguia, elegante nos mínimos gestos. Percebe-se que disfarça sua autoridade com uma certa gentileza, mas o limite é passado pela caraterística do olhar. A chegada aos noventa anos, não a abateu como se temia...afinal, enfrentou todos os revezes da vida, mudanças, viuvez, problemas de saúde, com invejável controle das emoções. O tempo passou, mas como sempre, não impunemente. A rapidez de raciocínio aos poucos, deu lugar a pequenos lapsos de memória, que o seu inconsciente se apressava em justificar. Ainda havia a crítica da parte consciente em relação à que se perdia...assim o Alzheimer entrou na vida de Dona Anita”.