Quintili Vare, legiones redde!.
“Quintilius Varus, devolve as minhas legiões!” Quintili Vare, legiones redde! . Suetônio nos relata que o grande desastre romano na ...
Os sertões: a guerra e as guerras
Quintili Vare, legiones redde!.
'Eu dei tudo o que pude dar. O que eu consegui aqui, nunca mais alcançarei'. Assim Camille Saint-Saëns falou sobre a última Sinfon...
Ousadia sem precedentes
As rodas de conversa são um caminho para compartilhar os medos, desejos, fragilidades. Ela precisa ter medo para preservar o tempo e a vid...
Peer support
Ela precisa do medo para o autocontrole e ruptura do insensato. Ela precisa. O olhar ficou sofisticado e o espaço pequeno. Ela busca a expansão no divã do analista e no diário escrito à mão.
Minhas primeiras lágrimas no cinema datam de 1957, ou 58, por aí assim, se é que se possa tratar por cinema a tela pequena instalada por S...
A Paixão de Cristo
Seu Zé tomava um dos trens da Great Western (depois Rede Ferroviária do Nordeste) pela manhã e regressava ao fim da tarde com sua bagagem mágica
Nascido Marcos Antônio Carlos Alberto Bertoso seu nome foi diminuindo até se consolidar como Macêpa. Estreou no Manaíra e foi adotado pel...
Macêpa
Uma vez eu o levei para morar em meu apartamento no Rio de Janeiro, onde lhe franqueei conta aberta no restaurante que havia em frente ao prédio. Dias depois ele me surpreendeu dizendo que queria voltar porque não me aguentava mais. Paciência; fazer o que? Embarquei-o de volta a João Pessoa e no dia seguinte fui ao tal restaurante pagar o seu consumo. Em 10 dias aquela hipótese humana (no dizer do Professor Dorgival) havia comido “apenas” 22 estrogonofes de camarão.
Quando, com salário insuficiente, trabalhei também com publicidade, colecionava publicidade impressa. Um anúncio dos anos 70, 80, reco...
O que eles tinham que você não tem?
Resposta:
Imaginemos a seguinte situação: Antes de levar o livro para seu editor, Machado de Assis pede para alguém qualificado fazer a leitura crít...
A ‘leitura crítica’ tão em voga
— Tem um problema gravíssimo nesse livro, meu caro! Não vai dar certo uma obra cujo narrador é um defunto. Nem Augusto dos Anjos ousou enredo tão mórbido! – diz o cara após a leitura crítica.
FECHADA PARA O MUNDO Havia esse ritual De pôr a mesa Na esperança de Congregarmos o pão. Mas a mãe não Sentava à mesa ...
Engenho de vento
Havia esse ritual De pôr a mesa Na esperança de Congregarmos o pão. Mas a mãe não Sentava à mesa Porque não sabia Segurar os talheres Comia com a boca
Dona Clotilde até que gostava de após as duas refeições maiores, o almoço e o jantar, de dar uma bicadinha num golezinho de cachaça. Coisa...
O defunto e a cachaça
Ele não reclamava do hábito da esposa e nem ela insistia para que o consorte experimentasse uma cervejinha que fosse. Epaminondas era (eu disse, era) o homem com o qual muita mulher gostaria de ter juntado os panos. Um maridão! - diziam. Trabalhador, não fumava, não jogava e...E? Não bebia. Mas sabem os meus leitores como é essa tal de vida. Sempre tem alguém para desencaminhar um homem de bem. Tanagildo Garrafa era um desses elementos que gostava de tirar um vivente do bom caminho.
A criatura em questão era irmão de Dona Clotilde, o que nos permite sem exigir muito dos neurônios, concluir que era cunhado de Epaminondas. Dizem uns, que cunhado não é parente, é castigo. O caso aqui confirma o postulado. Pois foi esse biltre que desencaminhou o pobre.
Tudo começou quando foram chorar um defunto. No avançado da noite, pouca gente velando o falecido, um frio de rachar e os dois ali prestando solidariedade à viúva. Lá pelas tantas Tanagildo chamou Epaminondas para um particular.
– Cunhado, sei que você não bebe, mas vamos dar uma saída e tomar um golinho pra rebater a friagem?
– Não bebo, você sabe disso. Um café bem quente até que eu encarava.
– Umazinha só, pra espantar o capeta. Defunto como Tiãozinho merece nossa consideração. Era um homem de bem e olha só como é o destino Tá aí, vai virar refeição de minhoca.
Epaminondas começou a matutar. De que valia a vida? Olha só o Tião, ontem bonzinho da silva e hoje aí, todo esticado. Que Deus dê um bom lugar a ele e conforto à família. – Quer saber de uma coisa, Tanagildo? Vou aceitar um golinho pra espantar os maus pensamentos – e tudo começou com aquele golinho. Dias depois vieram outros, outros…
Para encurtar a história, Epaminondas se tornou um cachaceiro e dos mais aplicados nesse, digamos, atributo. Tomava todas. Aquele homem dedicado ao trabalho e à família, escafedera-se. Tornou-se irresponsável e não raros eram os dias em que passava completamente embriagado. E começou a ser figurinha fácil em botecos e velórios. Isso mesmo, começou a frequentar velórios. E todo mundo sabe, em velório que se preza rola uma “água-benta”, discretamente, mas rola. Nessas centrais especializadas em cerimônias fúnebres, não. Mas se as exéquias são na casa do defunto, sempre a “marvada” aparece.
Dona Clotilde já andava até desanimada com a metamorfose daquele com quem dividia os travesseiros e passara a ter que suportar um bafo de bode daqueles. Estava difícil, mas como não há mal que não se acabe e bem que sempre dure, assim, meio de surpresa, Deus chamou Epaminondas para uma conversa. Ele foi.
Então agora, o “homenageado”, ia ser ele, o nosso pinguço. Os homens da funerária levaram o corpo para o “Caminho do Céu”, uma casa especializada em despachar gente para a chamada última viagem. Velório concorrido. Compareceram os familiares, amigos da repartição em que trabalhara, os vizinhos e como não poderia faltar, a turma da manguaça, dentre eles o cunhado Tanagildo.
Aos presentes, a casa oferecia água e um cafezinho servido em copinho de plástico e olhe lá. Foi então que o cunhado tomou a iniciativa de organizar aquele encontro.
– Epaminondas merece nossa consideração. Onde já se viu despedir de um amigo dessa qualidade sem tomar uma coisinha. E vai ser whisky e dos bons. Vamos fazer uma vaquinha.
E passou a recolher os donativos. Trocados de um, de outro, e foi juntando o que podia. A turma do alambique não deixou de dar sua contribuição. Até que a viúva viu o alvoroço e chegou junto.
– Juntando dinheiro pra quê, Tanagildo?
– Irmã, você me desculpe, mas é a última vez que vemos esse homem que era só bondade; então resolvemos tomar uma coisinha pra gente se despedir.
Dona Clotilde até se comoveu com a singela homenagem:
– Então me digam quanto é a minha parte. Com quanto eu entro?
– Não precisa, não. Você já entrou com sua parte.
– Como assim?
– Minha irmã, você entrou com o defunto.
Outro dia estava com meu amigo, num restaurante, e vimos um vinho daqueles bons e caros. O garçom, muito cortês, logo perguntou se quería...
Não deixe nada para depois
Depois de dar boas risadas com a expressão, ele me contou que a frase servia para a vida; que tempos atrás havia perdido um grande amigo possuidor de uma grande adega com vinhos caríssimos, e os deixava lá, sem abrir.
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A psicanálise não é apenas um método clínico. É sobretudo uma forma nova de ver o ser humano. Antes de o mestre vienense descobrir o inconsciente, o homem contentava-se com a soberania da razão. Achava, com Descartes, que existia porque pensava. Freud alargou a dimensão do eu; mostrou que há domínios obscuros, irracionais, que determinam o que somos – ou o que desejamos ser.
Manoel Jaime (Xavier Filho) faz parte de uma confraria de médicos intelectuais que muito tem abrilhantado a cultura paraibana e brasileira...