A tez Da tarde Meu ardor A onda blues Do oceano Minha saudade A mó em rodopio A semente deitada nas pedras Ve...

Doçuras do trigo ''que cabe na semente''

poesia paraibana antonio aurelio cassiano
 
 
 
A tez Da tarde Meu ardor A onda blues Do oceano Minha saudade A mó em rodopio A semente deitada nas pedras Vertendo pão As doçuras Do trigo "Que cabe na semente" E a dor da gente Que não cabe Em nós Mas virar a alegria no terreiro Em que se faz a fogueira de Assar milho Depois da fogueira A cinza E os belos blues de despedida Ainda haverão homens Que façam tudo isso E os que não possam mais fazê-lo





Escrever As cartas Do tempo Singrar As páginas Das águas Criar mapas Marcar morros E enseadas Matar gente Erguer Muralhas Rezar o terço Para laçar Os negros Desembainhar As espadas E queimar as culpas Os homens Os homens Os homens





Do código Escrito da fala Da palavra E do silêncio Do cílio ao vento E a falta da alma São as ilusões sólidas As que produzem poderes Criam códigos Velados Leves e indeléveis Mas não são impenetráveis Determinam os preços E os brilhos dos desejos Há homens e Acordos tácitos Eles acompanham Todos os cortejos Até que seja o seu próprio E esteja banhado me flores Os que estão fora desse Rosário Debulham-se em covas rasas E que na verdade não morreram Foram expurgados do tempo Suas flores são de vento e suas memórias São cores alaranjadas no Céu Um rio Um mar Um amor E tudo que ficar pra traz No lado escuro Do homem





Poste Luz incidente Na madrugada Porção de luz única No nada Sob a diáfana Luz Uma breve mariposa E o bêbado na calçada Soluça um blues desperado Sem cachaça e sem dinheiro Sem pecados Não sabe voltar pra casa Aquece a luz E a lei da física A apaga

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