E a estrada se abre em artérias sanguíneas negras interligando mundos. E pontinhos seguem percorrendo distâncias em várias direções....

Rotas distintas

rodovia paisagem nordeste contemplacao
E a estrada se abre em artérias sanguíneas negras interligando mundos. E pontinhos seguem percorrendo distâncias em várias direções. Enquanto uns vão, outros voltam... Talvez seja o contrário: uns voltam enquanto outros vão. Muitos, ficam parados, inertes, observando filosoficamente o vai-e-vem.

Pelo caminho é comum encontrar os que adentram desvios e novas estradas. Há ainda os que param no acostamento, na maioria das vezes, momentaneamente. Uma parada para reavaliar a rota, outras tantas para apenas esticar as pernas. Contudo, existem os que encostam eternamente.

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GD'Art
Apressados, a maioria nem observa a paisagem. Segue, segue, segue.... sem saber ao certo aonde irão. Estes correm o risco de continuar perdidos em qualquer lugar do mundo e dentro dos próprios mundos. As rotas de cada um.

O que se sabe sobre o que leva o caminhão mais lento, ou o ônibus da pista ao contrário? O que pensam os ocupantes dos carros que seguem no mesmo rumo, no mesmo prumo? E o silêncio do motorista solitário que fala com seus próprios pensamentos?

E lá vai a estrada a esticar-se na imensidão das retas e curvas até encontrar-se com cidades e povoados. E segue na mudança de cenários. Aclives e declives que interrompem o cenário, árvores e pedras a fazer pose e desviar o olhar do passante pelo caminho, os sinais emplacados a alertar sobre os cuidados necessários.

Eis que surge um belo lago, um açude de uns dos lados, ou o mar de placas apontados para o Sol e sequestrar a paisagem pelo Sertão pacífico e acolorado,
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ainda há os mega cataventos em fileira cerrada no horizonte que vão crescendo como gigantes a capturar força do vento e enjaulá-lo e que não brincam com as crianças.

Os pés de borracha e ferro giram e encurtam os espaços. Levam às serras, descem ladeiras, cruzam por entre casas, atravessam sobre andares de concreto e aço pelas águas de rios e riachos. E choram pelas gotas das nuvens o chão molhado, enquanto aquecem o sangue oleoso de óleo e gasolina.

E serpenteiam as rotas. E passam mundos pelas janelas laterais. Cruzam velozes muitas vezes, outras tantas se arrastam. A pé, em carroça, em tantos carros, nos pensamentos, nos silêncios ou assobios, no sopro do vento, no reflexo solar, na lua em espetáculo noturno, no breu soturno, na nuvem gigante a despencar do céu.

Rotas que levam e trazem pelo mundão vasto... Mundos, espaços...

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