Nenhum lugar no Oiapoque me é mais querido:
aldeia Galibi, onde minha mãe foi professora.
O povo mais lindo e amado vive aqui.
Ontem visitei a aldeia Kunanã, do povo Karipuna. Um lugar cheio de beleza e paz, habitado por pessoas muito acolhedoras. As crianças são lindas, muito afetuosas e livres. Brincam em liberdade e segurança, tomam banho de chuva, nadam no igarapé Juminã, protegidas pela sua comunidade e estudando na escola local.
aldeia Kunanã (Oiapoque, Amapá) Sonia Zaghetto
Ontem foi a festa do Dia das Mães e fiquei encantada com a inteligência e o talento das crianças que escreveram mensagens e as leram para as suas mães. Toda a festa foi preparada pelos homens da aldeia, que cozinharam café da manhã e almoço, arrumaram a mesa linda e fizeram a decoração. Foi um dia inteiro de jogos e brincadeiras que vão habitar a minha memória afetiva.
A aldeia é muito bonita, limpa e organizada (ao chegar em São Paulo escreverei sobre o incrível trabalho de preservação ambiental desenvolvido ali).
aldeia Kunanã (Oiapoque, Amapá) Sonia Zaghetto
Obrigada ao cacique Silvio - um líder sábio e tranquilo - por ter me permitido participar da festa. Obrigada por me ensinar sobre união, liderança e comunidade. E obrigada ao senhor e aos pais das crianças por me autorizarem a partilhar as imagens.
Em meio àquele silêncio, senti nascer em mim a esperança de que possamos um dia, todos nós, alcançar esse privilégio de viver em paz.
aldeia Kunanã (Oiapoque, Amapá) Sonia Zaghetto
Som e silêncio se alternam. Piado de pássaro, água rugindo e espalhando os cabelos verdes das iaras sobre as pedras da Gran Roche. A Amazônia é terra sagrada. A gente sente vontade de tirar os sapatos, como fazem os indianos ao entrar num templo. Aqui, a natureza, deusa tremenda, pune os abusos e recompensa o amor, devolvendo a paz ao coração. Ela canta nas águas...