Acho que quase todos lembram do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo. Era fevereiro de 1974, e um curto-circuito num aparelho de...

Eu gostaria de entender

tragedia destino coincidencia edificio joelma
Acho que quase todos lembram do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo. Era fevereiro de 1974, e um curto-circuito num aparelho de ar condicionado do décimo segundo andar deu início a um incêndio que se espalhou muito rapidamente. As pessoas começaram a subir para os andares superiores, mas ali não podiam escapar do fogo e da fumaça. Quando os bombeiros chegaram, faltou água, e a escada Magirus só alcançava os andares inferiores. Muita gente começou a se jogar pelas janelas. Na contabilidade terrível: 191 mortos e 300 feridos. Treze vítimas que tentaram escapar pelo elevador ficaram presas e morreram queimadas dentro da cabine. Seus corpos não puderam ser identificados e foram enterradas juntas.

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Edifício Joelma em chamas Reprodução/TV Globo (1974)
Até aqui é de geral sabença, né?

E antes? Vocês sabem o que aconteceu na casa que existia no terreno onde foi construído o edifício Joelma antes daquela tragédia? Fui pesquisar e estou sem entender até agora como explicar tanta tragédia.

Em novembro de 1948, moravam no local o professor Paulo Ferreira de Camargo (26 anos), sua mãe, Benedita, e suas irmãs, Maria Antonieta e Cordélia. Paulo era químico e ensinava na Universidade de São Paulo. No dia 5 daquele mês, Paulo avisou aos amigos que faria uma viagem com a família ao Paraná. Dias depois, escreveu uma carta dizendo que as irmãs e a mãe haviam morrido num acidente de automóvel naquele Estado, onde foram sepultadas. Apenas ele sobrevivera, sem qualquer ferimento.

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GD'Art
Chamou a atenção dos vizinhos o fato de Paulo retornar e continuar a manter o mesmo ritmo de vida de antes. Nenhuma referência ao acidente e às mortas.

As suspeitas cresceram e houve uma denúncia à polícia, que começou uma investigação. Na visita que fizeram à casa, os policiais descobriram um poço profundo que havia sido cavado pelo professor para, segundo ele, ter água sem cloro e utilizar numa fábrica de adubos que pretendia montar. Fábrica de adubos? Epa! Chamaram os bombeiros, que imediatamente descobriram os corpos no fundo do poço. Paulo havia assassinado a mãe e as irmãs com tiros de um revólver que trazia escondido na cintura. Recebeu voz de prisão e pediu para ir ao banheiro, onde cometeu suicídio. Supôs-se, à época, que a razão dos assassinatos seria o fato de a família opor-se ao seu namoro com uma mulher que não era mais virgem.

Menos importa. Eu gostaria era de entender como se explicam tantas tragédias num mesmo local.

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