A festa literária e de homenagens no Sol das Letras do mês passado foi para o professor Chico Viana, mas saímos ganhando todos seus leitores e admiradores, presentes ao evento que aconteceu na Academia Paraibana de Letras.
Ainda embalado pelas palavras do poeta e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho sobre a trajetória do cronista e estudioso da literatura Chico Viana, me contive o quanto pude para escrever alguma coisa sobre o que presenciamos naquele final de dia e começo de noite. O Pôr do Sol das Letras, como também é conhecido o evento que passou das 100 edições, conduzido pelo inquieto Hélder Moura, este trouxe motivação de sobra para estarmos presentes.
Neide Medeiros Santos, Hélder Moura, Hildeberto Barbosa e Chico Viana
103ª edição do Pôr do Sol Literário José Nunes
103ª edição do Pôr do Sol Literário José Nunes
Voltemos ao personagem principal das homenagens da tarde ou boca da noite literária, o professor Chico Viana que, incorporando o perfil de monge do cisterciense, no momento escutava silencioso tudo sem piscar os olhos, disfarçando a emoção, as vezes olhando para os lados, quando o professor Hildeberto Barbosa ressaltou as maravilhas deste estudioso da obra de Augusto dos Anjos, que em sala de aulas edificou castelos de luzes em centenas de jovens.
Hélder Moura, Hildeberto Barbosa e Chico Viana
103ª edição do Pôr do Sol Literário Chico Viana
103ª edição do Pôr do Sol Literário Chico Viana
Um professor por vocação, Chico Viana foi telhado em seu lar paterno para ocupar as salas de aulas.
Desde o primeiro momento quando largou a Medicina para se dedicar às letras, como mestre da língua portuguesa, soube apontar o sentido das palavras na descrição dos mais difíceis temas literários.
Como ressaltou o confrade Hildeberto Barbosa Filho, o professor Chico Viana, como estudioso da obra de Augusto dos Anjos, é quem mais se destaca pela abordagem das diversas áreas do pensamento poético do paraibano.
Hildeberto Barbosa e Chico Viana
Se o professor Chico é um estudioso e pesquisador de literatura brasileira, este também se eleva como cronista do cotidiano, fazendo abordagem da mais elevada beleza estética e correção gramatical, às vezes se sobressaindo com humor e ironia. “Ele tem muito carinho no uso da língua, no emprego das palavras”, acrescentou.
Ainda segundo o mestre Hildeberto, o professor Chico Viana não é cronista casual, mas “tem o estilo próprio e o olhar atento para o cotidiano, mas sem nunca abandonar o humor nos seus textos”, seguindo o ritmo de Rubens Braga, seu cronista predileto.
Para o leitor comum, como este que nos fala, percebe-se que ele tem sensibilidade estética diante da palavra, porque “a sensibilidade dele é profunda”, como destacou naquela noite o confrade que recepcionou o homenageado do Pôr do Sol Literário.
103ª edição do Pôr do Sol Literário Ana Paula Cavalcanti
Descobri novos caminhos para chegar ao conhecimento da obra literárias deste professor de Português, porque, como enfatizou Hildeberto Barbosa, “Chico Viana é um cronista que bebeu nas fontes balizares de Aristóteles e outros filósofos”. Enfim, “sabe harmonizar os mais eloquentes pensamentos”.