"O essencial é invisível aos olhos” Antoine Saint Exupéry
¨Ver bem não é ver tudo: é ver o que os outros não veem” José Américo de Almeida
Inicio essas linhas exaltando o pensamento desses dois grandiosos escritores que norteiam os passos do meu caminhar e inspiram o teor dos meus escritos. O francês Exupéry imortalizou a frase, no clássico universal O Pequeno Príncipe. O nosso nobre escritor paraibano José Américo é, igualmente, conhecido por sua magnífica dicção de lucidez e beleza.
É o que acontece na vida de muita gente. Na minha, inclusive. Nossas existências são assim: cheias de altos e baixos. Temos até nossos momentos de júbilo e felicidade. Só que não dá para ser feliz todo tempo. Então, vivemos também fases de desconforto quando as coisas não acontecem como queríamos. Mas na maioria do tempo estamos ali no nem lá e nem cá. A vidinha corre marrenta e sem picos no gráfico.
Quando nasci, seu moço
uma estrela perguntou
— O que tu queres menina? Podes pedir que te dou.
Estava ainda chorando, com o oxigênio varando os meus pulmões com furor!
Mas respondi enfadada
— Estrela, não quero nada, além do que destinou o universo pra mim: um lar com pais amorosos, trabalhadores e éticos, empáticos, inteligentes,
amantes de festa e gente
“Sem amor não há paz” – diz uma das personagens do filme homônimo ao título deste texto. Do diretor russo Andrey Zvyagintsev, 2017, a obra cinematográfica narra um drama familiar a partir de um casal que está se divorciando. No centro do conflito, está Alyosha, um garoto de 12 anos de idade, filho do casal. Até então, nada tão banal, se não fosse a forma (mal) conduzida desse término por seus pais, uma vez que estes descontam suas frustrações e desafetos no fruto desse relacionamento.
A cidade de Serraria homenageou o jornalista Wellington Farias, juntamente lembrando do paraibano Ariano Suassuna, porque a temática do Caminho dos Frios teve a temática armorial. Coisa boa essas homenagens para ambos, porque Leto muito exaltou a terra onde nasceu e Ariano usou a arte para resgatar sua identidade cultural.
Ele ama uma esperança sem corpo, pensa que é um corpo o que é apenas sombra.”Ovidio. Metamorfoses. Livro III.
A vaidade é antiga como o mundo. Rompe a barreira do tempo e nos traz o velho mito grego de Narciso contemplando-se no espelho do mundo moderno e das redes sociais, onde sentimentos muito primitivos afloram e velhas histórias encontram lugar para explicar certos comportamentos extremados.
Está chegando o Dia dos Pais, e deverei receber presentes de vocês. Não posso fazer exigências, pois reconheço que não sou um pai exemplar (mas quem o é?). Às vezes fico muito tempo ausente e não posso lhes dar a atenção devida; noutras ocasiões me torno excessivo, ralhando e até batendo (uns tapinhas moderados, é verdade, que procuram mais corrigir do que castigar. Nunca ninguém aqui precisou apelar para a Lei da Palmada). Enfim, esse é o meu papel. Espero que me compreendam e perdoem.
No fue un sueño,
lo vi:
la nieve ardía.Ángel González
Compondo o sítio arqueológico
A vastidão
é uma pedra
redonda e fria.
Grande esfera
onde deslizam
e desabam as criaturas.
O horizonte ‒ gelo
intransponível.
Daí esse tatear – essa procura.
A obscura arqueologia de esconder-se.
Quem gosta de viver com a sombra dos outros é o cacau, cultivado em regiões com temperaturas superiores a 21 °C. O clima frio prejudica a qualidade das sementes. Por isso o plantio é recomendado em regiões mais úmidas e quentes. O cacaueiro necessita de arborização para ficar protegido dos raios solares. Seu brilho e sua vida dependem muito da sombra que o protege.
Edgar Morin é um filósofo, sociólogo, antropólogo francês, nascido em Paris em 1921. Ele é conhecido por desenvolver a epistemologia da complexidade, que teve seu início na década de 1960. Esse tipo de pensamento desafia o paradigma tradicional da razão e da ciência como as únicas formas de interpretar a realidade, buscando interconectar conhecimentos dispersos e
Edgar Morin UFRN/Daniel Teixeira
promover uma integração entre a cultura científica e a humanística. Na perspectiva da complexidade, “tudo está interligado”. Essa abordagem emerge como uma maneira de evidenciar a multidimensionalidade do mundo real, incentivando todos a estabelecer uma epistemologia que promova o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, visando uma compreensão mais abrangente do mundo. Compreender o contexto global de maneira unidimensional já não é viável, considerando que as relações humanas são múltiplas e incompreensíveis. Tanto uma visão analítica quanto uma visão holística têm se mostrado cada vez mais insuficientes para entender a condição humana.
O envelhecimento de tudo que é vivo marca a gradativa vitória de Tânatos sobre os viventes. É inevitável, sabemos nós, eternos aprendizes da finitude. Aceitar isso com alguma naturalidade é sabedoria, pois de que adianta qualquer revolta e irresignação? Entretanto, dentro do possível, e mesmo sem se mostrar, Eros luta contra Tânatos até onde pode. É inevitável também, pois é da natureza de tudo que vive querer permanecer vivo, pelo menos até onde der. Eros e Tânatos, pulsão de vida e pulsão de morte, como dizem os psicanalistas, as duas forças vitais que nos regem e se combatem mutuamente.
Reclamar pode se tornar um hábito nocivo que vai erodindo o chão abaixo de nós. Quem sempre realça o lado mais difícil da vida, acaba por cavar um abismo sob os próprios pés, cultivando a desesperança que obstrui a visão de soluções e saídas que, de outro modo, estariam claras.
As ruas da Cidade Velha de Jerusalém, palco de passagens bíblicas, revelam histórias verdadeiramente incríveis, desde logo, naturalmente, nos locais sagrados para as três religiões monoteístas, passando pelos enigmas mais profundos que se inalam, ao percorrer dos séculos, em cada degrau calcorreado ou dédalo estreito de rua por onde se caminhe.
Nesta véspera de aniversário da cidade, palmas primeiro para o fotógrafo Leonardo Ariel ao flagrar dois jovens restauradores em passarada com os pelicanos do Cruzeiro num banho de restauração e simbolismo que pela primeira vez me surpreende nestes 73 anos de vida pessoense. A foto, um flagrante antológico tanto pela surpresa da arte quanto pelo significado, saiu publicada na 1ª página da nossa A União da última sexta-feira (2).
Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes iguais pela filiação e também pelo local de nascimento:
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia,
como há muitos Severinos
Coisas estranhas. Quando, no Museo Reina Sofia, Madri, 1994, parei ante o Guernica (3,49 m X 7,77 m), fiquei impactado... comigo, pois nem separado da obra do século apenas pelo vidro à prova de balas, me empolguei. Isso, durante bom tempo, me azucrinou. “Por que? Por que? Por que?”