Descobri que sinto. Sinto e sinto por sentir. Indócil sentimento esse, Quase um martírio. Arde por dentro, Queima minhas pálpebras, Humilha meu arbítrio. Quero que se vá, Rogo que fique. Arrasto-me pelo caminho azul,
Nas areias de dezembro Descobri que sinto. Sinto e sinto por sentir. Indócil sentimento esse, Quase um martírio. Arde...
Suspeito que a paixão não traz felicidade
Descobri que sinto. Sinto e sinto por sentir. Indócil sentimento esse, Quase um martírio. Arde por dentro, Queima minhas pálpebras, Humilha meu arbítrio. Quero que se vá, Rogo que fique. Arrasto-me pelo caminho azul,
Noite maior Uma noite como aquela, Uma entre tantas, mas eterna, Única em sua plenitude, Plural em suas consequências...
Dolorosa é a descoberta da paixão
Uma noite como aquela, Uma entre tantas, mas eterna, Única em sua plenitude, Plural em suas consequências. Hoje, na imensidão do tempo E longitude dos mares ao norte, Sinto que a distância altera o sentido. Serei eu o mesmo que fui ontem? Serás tu em que penso todos os dias? Seremos nós o que sentíamos ser? Quem saberá todas as respostas?
O vento e a maré Amo as carícias que estão em tuas mãos, Mas não adianta quereres me reter, Pois, como a areia que busca o in...
Trovejo de paixão
Amo as carícias que estão em tuas mãos, Mas não adianta quereres me reter, Pois, como a areia que busca o infinito, Vou escorrer entre teus dedos macios, É assim que é. Mudar o que vai em meu coração Equivale a sacrificar o sublime Que ainda habita em mim. Sei que danço entre a amargura E a borrasca no dia seguinte.
Naquela tarde Uma tarde como aquela... Lembras? Como esquecer o gemido por horas? Insensato, insano, insaciável. A d...
Ah, uma tarde como aquela...
Uma tarde como aquela... Lembras? Como esquecer o gemido por horas? Insensato, insano, insaciável. A descoberta, a fonte do prazer, E o murmúrio tão clandestino. Amor e o limite da dor Que vem sempre após bater a porta.
Talvez um dos textos que mais exprimem a impetuosidade devastadora da paixão seja a tragédia de Hero e Leandro, imortalizada pelo poeta...
Breves apontamentos sobre a paixão
Meu pai gostava de comprar livros. Mas, não necessariamente de ler. Comprava, acredito, porque certamente não resistia aos insistente...
Minha breve história da leitura
Há um filme francês, do premiado diretor François Truffaut , de 1975, que traz o pungente sofrimento de Adèle, filha do escritor Victor...
A triste história de Adèle H, filha de Victor Hugo
Talvez a pergunta que se deva fazer seja: como pode alguém se tornar um dos maiores poetas de todos os tempos com apenas 18 anos (sua o...
Breves anotações sobre desregramento, anarquia e loucura em Rimbaud
Os primeiros hominídeos surgiram na Terra entre três e um milhão de anos atrás, mas o espécime do que se convencionou chamar de h...
A poesia como a primeira manifestação de fala do humano
O Decamerão ou Decameron (Abril Cultural, Tradução de Torrieri Guimarães, 1970) é um clássico da literatura, escrito entre 1348 e 135...
O corpo da mulher como objeto em Decamerão, de Boccacio
O olfato é considerado o sentido mais primitivo, e estudos revelam que o humano é capaz de distinguir nada menos do que 400 mil odore...
Uma aventura no mundo dos odores
Por alguma razão, lembra de um texto que escreveu, uns tempos atrás, sobre suicídio de escritores. Dentre eles, Ernest Hemingway. Tiro ...
A maldição continuou
“Bastou-me dar um passo para dentro das muralhas para vê-la em toda a sua grandiosidade sob a luz lilás das seis da tarde, e não pude...
Cartagena e o regalo de um guia especialista em Gabo
Foi o que disse Gabriel Garcia Marquez, ao chegar pela primeira vez a Cartagena das Índias, em maio de 1948.
Aquele mesmo pesadelo veio na noite de ontem. Aquele que não tem coragem de enfrentar. Mas, está sempre lá. E ele sabe como o pior pes...
O pior pesadelo não é o sonhado, e sim o que é lembrado
Poderia ser, talvez, um feriado. Mas, mesmo nos feriados, havia sempre quem se aventurasse sair. Era mais que isso. Uma paralisação ger...
Pela primeira vez, estava só no mundo
Mãe, tu já notaste como as lojas e empórios estão cobertos de preços e promoções especiais?
Mãe
É nas profundezas onde o mar guarda seus segredos mais ocultos. Quem visse, percebia como estava agitado o sono de Cilgin. Era um ser e...
Coisas de estorvar
Cilgin ficou imaginando se não havia acontecido algo semelhante agora. E, naquela manhã, precisamente naquela manhã, que poderia ser u...
Era domingo numa segunda-feira...
Ou poderia ter sido uma invasão alienígena. O cinema com seu mercado de catástrofes faz com que acreditemos na possibilidade. Uma invasão de seres,
E, pela primeira vez, pensou como tendo sido escolhido para sobreviver, era muito mais um castigo e um penar, do que tinha sido para os demais sacrificados pela fúria da carnificina alienígena. Morrer, afinal, só traz dor naqueles momentos derradeiros. Num instante, tudo acaba. Inclusive, qualquer possibilidade de sofrer. Sim, porque, para Cilgin, morrer era realmente o fim. Nada haveria além. Até entendia quem pensava na possibilidade de uma vida após a morte, mas ele, ele tinha imensa dificuldade de acreditar.
À tarde, cismou de ir até uma agência bancária. Se estava tudo tão disponível, então certamente haveria de encontrar dinheiro. E, realmente, a agência, como tudo ao redor,
Mas, roubar de quem, se não havia ninguém por ali? De quem é, afinal, o dinheiro que está nos bancos? Dos banqueiros ou das pessoas que depositam nos bancos? Haveria banqueiros sem pessoas para confiar seu dinheiro nos bancos? Caminhava digerindo esses pensamentos, quando se deu conta: pra que dinheiro, se tudo que preciso basta pegar e levar? Sim, de fato.
Mas, após algum tempo, decidiu levar o dinheiro assim mesmo, vai que de repente as pessoas voltam ao mundo, e ele terá feito uma poupança. Roubo? Sim, mas haverá roubo se não existe quem reclame o objeto do roubo? Roubo pressupõe um que rouba, outro que perde. Não parecia ser o caso.
"Gosto do modo como Hélder busca equilibrar o psicanalítico com o ontológico, associando a crise do ser (cuja defecção, segundo Kristeva, é uma marca do quadro depressivo) aos fantasmas a que o sentimento de culpa dá forma." (Chico Viana)
Então, acorda. Pelas três da madrugada. E o que vem, como uma imensa onda de alegria e alívio: era apenas um pesadelo em forma de son...
A solidão tinha lá suas vantagens
Cilgin havia lido, não lembra bem se em Freud, que os sonhos são desejos não realizados. Mas, e os pesadelos? São também desejos não r...