CATABI – É o resultado da passagem do automóvel por um buraco no meio da rua. Zeca Porto é testemunha da definição de Carlos Aquino, quando íamos os três ao T.R.F. do Recife em busca de justiça: “– São as oscilações excêntricas do asfalto.” Era um catabi de intelectual, né?
O CARNEGÃO DA PEREBA – Eram aqueles olhinhos de pus que nasciam no meio das perebas que os xaropes colocavam pra fora do nosso corpo. Minha avó tinha um certo prazer sádico em estourar aquelas porcarias. Doía demais.
Desde muito tempo tenho feito, com as pessoas que conheço, uma espécie de teste. Ao encontrá-las, pergunto se estão “meio assim”. É muito engraçada a reação. A quase totalidade nega que esteja, como se “meio assim” significasse algo depreciativo. São pouquíssimas as pessoas que me questionam: “Meio assim como?”. E realmente eu nunca defini o que é “estar meio assim”. Só um amigo, conhecido por sua brutalidade, respondeu que não estava meio assim, não — estava completamente assim. Vá entender o que significava.
Sandrinha acorda muito cedo, ergue os braços ao céu e sai pela areia da praia do Cabo Branco louvando o sol nascente. Sua cama é um dos banquinhos de cimento da calçadinha e sua morada é um oleado que cobre seus teréns (e são muitos). Em seguida, recolhe seu “imóvel” e carrega tudo para sua segunda casa, defronte ao bar do Cuscuz, onde ocupa a sombra de três frondosas árvores à beira-mar. Nunca vi Sandrinha perturbar ninguém; nada pede e, no seu mundo particular, deve ser muito feliz, porque jamais reclama. Só quer que a deixem na paz da praia.
Começo dos anos 40. Getúlio Vargas no poder e na corda bamba, sem querer decidir quem apoiaria na 2ª Guerra Mundial. Os ingleses descobriram que a empresa aérea italiana Lati usava seus aviões em voos Rio/Roma/Rio para contrabandear, principalmente, matérias-primas como diamantes industriais, platina e espiões — para alegria de Mussolini.
“– Dormir é bom demais... Ô, doutor, se dormir é tão bom, imagine morrer, hein?” Fui surpreendido com essa brilhante constatação anunciada pelo empresário Índio do Gelo, que acabara de comprar um colchão pelo qual pagara o preço de um carro usado. Na ânsia de demonstrar as maravilhas do colchão novo, disse que ele possuía infravermelho, ultravioleta, massagens, ondas curtas e outras atrações. Acho que exagerou um pouco, mas fechou bem: “– Doutor, o colchão é tão tecnológico que, quando vou me aproximando da cama, já vou fechando os olhos.”
Você pode até nem ter se dado conta, mas com certeza conhece alguém que "gosta" de dar notícias sobre mortes, sejam mortes de conhecidos, famosos ou, principalmente, mortes que resultaram de desastres. Essas pessoas não se comprazem com o mal alheio; ao contrário, ao darem as notícias demonstram um pesar genuíno e são daquelas que não perdem os velórios, motivo para mais comentários pesarosos no dia seguinte: “– Muitas coroas de flores.”, “– Me arrepiei toda com o que disse o padre.”, “– Coitada da viúva... porém poderia ter escolhido um vestido mais comprido e menos decotado, né?”.
Existem propagandas tão boas que são melhores do que muitos dos programas que patrocinam. Também existem propagandas tão ruins que dão vontade de trocar o canal da televisão. E existem as propagandas terríveis, que, de tão absurdas, conseguem vender o produto. Vamos a elas.
Eu era um pirralho no bairro do Miramar quando chegou a notícia de que todo mundo deveria voltar para casa e procurar um esconderijo, preferencialmente embaixo das camas, porque iria acontecer a explosão de um caminhão cheio de gasolina que estava em chamas no centro da cidade. Pelo menos é disso que lembro. À noite, com a chegada dos nossos pais vindos do trabalho, soubemos do fato.
Tenho testemunhas do que vou contar. Estávamos no café da manhã da padaria Bonfim, sempre numa mesa enorme que junta de bolsonaristas a lulistas (fato quase impossível nos dias que correm) e, somente por essa razão, já dá para imaginar a algazarra, não fora a presença diária dos senhores I. do Gelo e N. Panta, que protagonizam diálogos, digamos assim, não muito recomendáveis para menores de 50 anos, quando trocam “elogios” incríveis.
Por uma dessas maravilhosas coincidências da vida, reencontrei, no supermercado aqui em João Pessoa, um maître que conheci ainda garçom no Rio de Janeiro. Sempre alegre e falante, imediatamente reencetamos (eu estava doido para usar essa palavra) as lembranças de uma época maravilhosa — principalmente dos restaurantes Antiquarius e Satyricon, onde ele trabalhou.
Em 1934 Getúlio Vargas promulgou uma Constituição avançada, que criava a justiça do trabalho e garantia tanto o voto secreto como o voto feminino. Um ano depois o querido Gegê expediu o Decreto 702, instituindo um estado de guerra e suspendendo muitas garantias fundamentais.
A prática do nadismo me leva constantemente a pensar. Sim, porque pensar é coerente com o nadismo. Fazer é que são outros quinhentos. Uma boa definição do nadismo é não fazer absolutamente nada, porém pode-se pensar desde que não seja pensar em algo sério.
Consta que os chineses escrevem a palavra crise com dois caracteres; um representa perigo e o outro representa oportunidade. Não me importa se é verdade, mas sou testemunha disso. Já contei aqui que quando Collor jogou o Brasil em uma de suas maiores crises ao congelar depósitos bancários, pôs em perigo não somente a economia nacional, mas principalmente a subsistência de milhões de famílias brasileiras. No entanto eu e muitos outros Advogados ganhamos uma boa grana desbloqueando esses valores. Deu certo porque enxergamos ali uma oportunidade e agimos no momento certo.
Senhor Governador, me permita tratá-lo por João. Começo agradecendo seu nobre gesto de sancionar a iniciativa da Assembleia Legislativa da Paraíba que deu meu nome para o Hospital da Mulher. Preciso ainda agradecer com muita força a iniciativa do Deputado Branco Mendes que contou com o apoio decisivo do Presidente Adriano Galdino. Sobre a ideia, pensei que era coisa daquele meu filho meio acelerado, que faz caminhadas nas madrugadas com o Deputado Branco. Mas não foi.
Ao completar 70 anos decidi tentar algo novo na minha pacata vida, algo que nunca tivesse feito antes, porém sem me afastar do nadismo, que pratico com afinco. As opções que se apresentaram foram: aprender a fumar, aprender a jogar baralho ou... começar a gostar de futebol. Fiquei com a última.
Semana passada tive o prazer e o privilégio de ser entrevistado em rede nacional pela Band News. Carla Bigato, Sheila Magalhães e Luiz Megale vieram a João Pessoa transmitir daqui o famoso programa e queriam saber a origem da expressão “Preciso ir para meu pilates”, que José Simão transformou em bordão quando encerrava sua participação diária naquele programa. Claro que todos vocês sabem das circunstâncias nas quais eu disse a frase, portanto vou direto ao ponto.
Desde a estória do dia em que choveu merda, passando pelo casal que fugiu levando a porta da casa por teimosia da esposa e chegando à maravilhosa estória de Justiniano, que alimentou Deus e jogou baralho com o diabo ganhando todas as almas do inferno, minha infância foi absolutamente diferente das infâncias das pessoas com quem conversei sobre essas estórias. Será possível que nenhum de vocês teve uma avó parecida com Dona Batistinha, que iluminava meus primeiros anos com o inimaginável para quem limitou-se a João e Maria, Rapunzel e outros que tais?
Se você confunde o bucho furado com o fofoqueiro está absolutamente errado. É do mais básico saber científico que o fofoqueiro nem sempre espalha notícias verdadeiras. Às vezes ele inventa ou adultera um fato para tornar a fofoca mais bombástica. Isso jamais ocorre com o bucho furado. Os estudos realizados pela tradicionalíssima Lies University apontam o nível de excelência das notícias dadas pelos buchos furados. E sabe por que? Porque simplesmente o que move o bucho furado é uma reação química criada no cérebro que o impede de guardar segredo.
Como todo mundo está careca de saber, em 59 A.C. o poder de Roma foi dividido entre três bacanas; Júlio César, Pompeu e Crasso. Os dois primeiros eram generais fantásticos, enquanto Crasso estava ali mais pela sua riqueza do que pelo seu conhecimento militar. César conquistou a Gália (menos a aldeia de Asterix),
Ataque ao império Parto CC0
Pompeu dominou a península Ibérica e Jerusalém. Crasso queria mostrar serviço e decidiu conquistar os Partos (hoje juntaria Irã, Iraque, Armênia...) porque achava que eles eram assim fraquinhos. Chegou lá com 50 mil soldados. Abandonou as clássicas táticas militares e confiando na superioridade numérica caiu numa esparrela. É que os Partos tinham uma habilidade especial; fingiam estar fugindo e lá na frente, perseguidos pelos romanos, voltavam-se nas selas e conseguiam flechar o inimigo certeiramente. A isso chamou-se o disparo Parto. Claro que foram vitoriosos e o exército romano foi dizimado. Crasso morreu ali. Daí se chamar um grande erro de erro Crasso.
Próxima semana comemora-se o dia do dito Santo casamenteiro. Santo Antônio era Fernando Bulhões, nascido em Portugal, porém vivendo a maior parte de sua vida na cidade de Pádua (Itália). Isso todo mundo sabe.