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Fui contemporâneo da escrita com pena, tinteiro e mata-borrão. Exigia que se escrevesse com leveza para não rasgar o papel. Sinto que...

tempo estudante escola antiga
Fui contemporâneo da escrita com pena, tinteiro e mata-borrão. Exigia que se escrevesse com leveza para não rasgar o papel. Sinto que o ato de escrever, naquele tempo, exigia maior concentração, no mínimo mais cuidado, até porque estudávamos caligrafia.

Revendo meu baú de anotações, verifico que em 27 de julho de 2016 encontrei na internet informações a respeito dos primeiros judeus que...

esperanca paraiba judeus
Revendo meu baú de anotações, verifico que em 27 de julho de 2016 encontrei na internet informações a respeito dos primeiros judeus que chegaram à Paraíba e escolheram uma área do atual município de Esperança para viver. Até agora não encontrei nenhuma explicação para a escolha que fizeram. Suponho, em dedução óbvia, que buscavam locais menos acessíveis, como serras, montanhas e, claro, água, clima agradável e boas terras para cultivar, mantendo proximidade com um centro maior, no caso, Campina Grande.

Acervo: Petrônio Souto
A Vila Maria Cecília teria sido o primeiro núcleo de judeus, em Esperança, mas nas últimas décadas tornou-se um pequeno sítio de humildes proprietários, sem nenhuma conservação. O imóvel ficaria na entrada da cidade, à esquerda de quem vem de Campina Grande.

Acervo: Petrônio Souto
Embora conheça muito pouco Esperança (estive lá apenas umas duas ou três vezes, durante toda a minha vida, assim mesmo quando meus pais ainda eram vivos), todos os meus ancestrais são dessa cidade e de Alagoa Nova, que no passado eram um só município: Banabuê.

Nas minhas buscas, encontro informação curiosa: no passado, algumas casas de Esperança tinham a Estrela de David em alguma parte da residência. Antigo morador teria informado a um parente que a Vila Maria Cecília era o lugar onde moravam "uns ateus (sic) que viviam por aqui".

Acervo: Petrônio Souto
As informações são ainda escassas e fragmentadas, curiosamente sem data, mas a história estava me prendendo a atenção. Até que veio a água na fervura: um parente me dá conta de que a Vila Maria Cecília vai virar um loteamento (se não já virou).

Mais história que se perde à toa. Uma pena.

Não se pode falar nas eleições gerais de 1986, que marcaram a redemocratização do país, sem fazer referência ao Plano Cruzado. O Plano ...

plano cruzado constituicao federal
Não se pode falar nas eleições gerais de 1986, que marcaram a redemocratização do país, sem fazer referência ao Plano Cruzado. O Plano Cruzado, o da inflação zero por decreto, lançado bombasticamente em 28 de fevereiro daquele ano pelo presidente Sarney, funcionou, em todos os estados, como uma espécie de anabolizante em favor dos candidatos do PMDB, apelidado na época de “ARENA da Nova República”.

Em 1973, com apenas 24 anos de idade, dando os meus primeiros passos como jornalista, fiz uma reportagem sobre a crise do abacaxi para...

producao abacaxi agricultura paraibana
Em 1973, com apenas 24 anos de idade, dando os meus primeiros passos como jornalista, fiz uma reportagem sobre a crise do abacaxi paraibano, publicada com destaque no Jornal O Norte. Naquele momento, nossa fruta, uma das campeãs da pauta de exportações do Brasil, enfrentava sérios problemas, em razão de pragas que ninguém sabe como chegaram por aqui, embora os técnicos, em seus estudos, tivessem apresentado suas suposições.

Duas pessoas foram fundamentais no processo de atualização, digamos assim, do jornal A União, a partir do começo dos anos 1980, que...

agnaldo almeida jornalismo paraibano
Duas pessoas foram fundamentais no processo de atualização, digamos assim, do jornal A União, a partir do começo dos anos 1980, que coincidiu com minha passagem por lá: Domício Córdula e Agnaldo Almeida. Domício, o mago das fotos coloridas, fazia uma “seleção de cores” impecável, de fazer inveja aos grandes profissionais do Sudeste. Grande profissional, Domício Córdula! Pena que, por razões que desconheço, não queira dar um depoimento para as memórias do jornal.

Um dia, em plena pandemia da Covid-19, achei de dar uma olhada, ao cair da tarde, na Rua Gabriel Malagrida (Beco da Faculdade de Direi...

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Um dia, em plena pandemia da Covid-19, achei de dar uma olhada, ao cair da tarde, na Rua Gabriel Malagrida (Beco da Faculdade de Direito). Logo ao entrar, antes de descer as escadarias para a General Osório, imaginei estar em um mirante para o poente, que me permitiu vislumbrar um manto de luz no céu se projetando sobre o calçamento, deixando o beco com aquela aparência mágica de uma vereda iluminada para o infinito.

Que ele era um dos intelectuais mais ilustrados da Paraíba, eu já sabia. Que era um dos papos mais agradáveis da terrinha e um nome resp...

odilon ribeiro coutinho manduka thiago mello
Que ele era um dos intelectuais mais ilustrados da Paraíba, eu já sabia. Que era um dos papos mais agradáveis da terrinha e um nome respeitado nacionalmente, todos sabiam. Mas, por ser de outra geração sempre mantive respeitosa distância dele.

Nossa geração foi alfabetizada. As novas gerações são audiobetizadas e videobetizadas. Então, é natural que nossos códigos e signos ...

caderno recordacoes perguntas nostalgia
Nossa geração foi alfabetizada. As novas gerações são audiobetizadas e videobetizadas. Então, é natural que nossos códigos e signos sejam diferentes, o que dificulta o famoso “diálogo de gerações”. Há quem diga que entre jovens e velhos só há uma coisa em comum: o ar que respiram. Portanto, nesses tempos de Internet, redes sociais etc., o “Caderno de Confidências” pode soar estranho, esquisito, inacreditável até.

Vou procurar ser o mais sincero possível. Quando a orla já estiver saturada e não oferecer mais bons negócios, a indústria da construçã...

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Vou procurar ser o mais sincero possível. Quando a orla já estiver saturada e não oferecer mais bons negócios, a indústria da construção civil se voltará para o centro, área que já possui toda a infraestrutura passando na porta. Aí os escombros do que foi comprado bem barato serão removidos para novos empreendimentos.

Em 23 de fevereiro de 1973, com essa cara da foto, pus os pés pela primeira vez numa sala de redação, para trabalhar. Colaborações em ó...

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Em 23 de fevereiro de 1973, com essa cara da foto, pus os pés pela primeira vez numa sala de redação, para trabalhar. Colaborações em órgãos de Imprensa, desde o final dos anos de 60, talvez tenham chamado a atenção do secretário extraordinário de Comunicação Noaldo Dantas, amigo de um tio meu e que me convidou, numa de suas idas ao Cartório Souto, ali na Praça 1817, para trabalhar na redação da Secretaria de Divulgação e Turismo, atual SECOM.

O Cabo Branco, que já foi, segundo José Américo, a “terra paraibana invadindo corajosamente o mar bravio”, hoje não passa de um &quo...

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O Cabo Branco, que já foi, segundo José Américo, a “terra paraibana invadindo corajosamente o mar bravio”, hoje não passa de um "toco de charuto numa poça d´água". É a visão que se tem atualmente, depois que sua silhueta foi encoberta por várias edificações.

Faço meus exercícios espirituais nas festas de Natal e Ano-Novo. Em casa, sozinho, acendo uma vela e relembro os bons tempos das festas...

natal saudade reflexao espiritualidade
Faço meus exercícios espirituais nas festas de Natal e Ano-Novo. Em casa, sozinho, acendo uma vela e relembro os bons tempos das festas em família, junto com meus pais e meus irmãos.

Repasso as situações agradáveis e desagradáveis que vivi nos últimos meses - e aproveito para rezar pelos parentes e amigos, pelos que já se foram. Não deixo de fazer um ato de contrição,

Experimente caminhar na calçadinha da praia do Cabo Branco, um pouco antes das 5 horas da manhã, com o Sol no horizonte ainda lutando p...

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Experimente caminhar na calçadinha da praia do Cabo Branco, um pouco antes das 5 horas da manhã, com o Sol no horizonte ainda lutando para vencer a noite. Mas tem que ser longe daquela parte onde estão os quiosques, trecho que se parece muito com o antigo Mercado Central em seus piores dias.

Uma amiga, viúva dos seus quase 70 anos, com dois filhos já casados e resolvidos financeiramente, vivia se queixando dos inúmeros probl...

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Uma amiga, viúva dos seus quase 70 anos, com dois filhos já casados e resolvidos financeiramente, vivia se queixando dos inúmeros problemas de saúde, da violência crescente na sociedade, da impossibilidade de viver tranquila com a própria aposentadoria e a pensão do marido, fontes que lhe garantem uma renda de algo em torno de 8 mil reais por mês.

Sempre que assumia cargos de “ordenador de despesas”, costumava eu, antes de mais nada, fazer uma análise de balanços dos anos anterior...

Sempre que assumia cargos de “ordenador de despesas”, costumava eu, antes de mais nada, fazer uma análise de balanços dos anos anteriores, além de conhecer em detalhes todas as pendências herdadas.

Fiquei assustado quando assumi a direção da Rádio Tabajara, em março de 1995, a convite do governador Antônio Mariz. Encontrei a rádio visivelmente sucateada, com uma multidão de funcionários admitidos sem nenhum critério; uma empresa sem personalidade jurídica definida. Vejam só, era ao mesmo tempo uma empresa em liquidação (ainda não liquidada) e, paralelamente, uma autarquia criada por lei (ainda não instalada), com enorme contencioso trabalhista.

Gosto sempre de lembrar das coisas positivas que vivi por onde passei. Na direção de A União (1981 – 1982), relembro uma atitude do edi...

Gosto sempre de lembrar das coisas positivas que vivi por onde passei. Na direção de A União (1981 – 1982), relembro uma atitude do editor Agnaldo Almeida que demonstra toda sua criatividade e competência profissional.

Após muita reflexão, acho que a Monarquia Parlamentarista é o sistema político ideal. Nela, temos um rei que é mera referência naciona...

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Após muita reflexão, acho que a Monarquia Parlamentarista é o sistema político ideal. Nela, temos um rei que é mera referência nacional, quando muito usando sua autoridade para mediar crises (Poder Moderador), mas o Poder Executivo é exercido por um Conselho de Ministros (o Gabinete, nomeado e presidido por um primeiro-ministro, escolhido pela maioria do Parlamento), que só presta contas de sua gestão ao Parlamento eleito pelo povo.

Quando está viva, disponível a qualquer hora, bem ou mal lá no cantinho dela, há aquela sensação de que está tudo bem, tudo em ordem. P...

Quando está viva, disponível a qualquer hora, bem ou mal lá no cantinho dela, há aquela sensação de que está tudo bem, tudo em ordem. Parece que o simples fato de a pessoa estar viva é o bastante para a gente pensar que a vida segue às mil maravilhas.

Mas, ao desaparecer para sempre, vem o enorme vazio, a saudade oceânica. E a coisa piora quando, no caso de um parente próximo, junto com esse sentimento de perda total, absoluta,

Todo jornalista tem sua tragédia profissional. Também tive a minha. No segundo semestre de 1987, no auge da carreira e com elevados índ...

demissao decepcao radio arapuan am
Todo jornalista tem sua tragédia profissional. Também tive a minha. No segundo semestre de 1987, no auge da carreira e com elevados índices de audiência, fui sumariamente demitido da Rádio Arapuan AM. E, em consequência, vi-me alijado do mercado de trabalho na Paraíba, por um bom tempo.

Numa época em que João Pessoa tinha apenas uma emissora de ondas médias e a Tabajara reinava absoluta, ele pegou uma rádio incipiente, ...

radio arapuan otinaldo lourenco
Numa época em que João Pessoa tinha apenas uma emissora de ondas médias e a Tabajara reinava absoluta, ele pegou uma rádio incipiente, amadora, de potência e abrangência quase nulas, com transmissor caseiro, e transformou a Arapuan na mídia mais poderosa e influente do estado.

Estou falando do jornalista, radialista e advogado Otinaldo Lourenço, o homem que provocou uma verdadeira revolução na radiofonia paraibana, entre boa parte dos anos 50 e meados dos anos 70.