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Vem a ideia de ser dado, antecipadamente, à “ponte do futuro” o nome de Augusto dos Anjos. Seria uma forma de responder ao Brasil de ...

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Vem a ideia de ser dado, antecipadamente, à “ponte do futuro” o nome de Augusto dos Anjos. Seria uma forma de responder ao Brasil de hoje àquela pergunta antiga de Gilberto Freyre a Zé Lins do Rego, bestificados diante da estátua imensa, na Praça do Bispo, a um general da nossa primeira República: “Quem é esse?“ – e diante da resposta: “E por Augusto dos Anjos o que vocês fizeram?”.

Sem formar ostensivamente no bloco dos saudosistas e, seja como for, respeitando-os, Cícero Lucena , o piranhense que pela quarta vez...

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Sem formar ostensivamente no bloco dos saudosistas e, seja como for, respeitando-os, Cícero Lucena, o piranhense que pela quarta vez administra a terceira mais antiga capital do Brasil, não parece estranho a esta (para nós riquíssima) peculiaridade histórica de João Pessoa.

Roço o dedo à procura do telefone de João Batista Simões, nesta passagem de ano e, sem que possa me queixar, surge Gil Messias no...

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Roço o dedo à procura do telefone de João Batista Simões, nesta passagem de ano e, sem que possa me queixar, surge Gil Messias no site de Romero inconformado com o tempo que levamos para vencer uma avenida de légua das muitas que dão nome à nova cidade litorânea sem atinar com o que lhe devemos e mesmo quem foi.

Indicam-me a farmácia de manipulação “que fica defronte o jornal O Norte”. Indicação de três dias atrás. Como gostei! Reparei na menina ...

cronica paraibana gonzaga rodrigues jornal o norte
Indicam-me a farmácia de manipulação “que fica defronte o jornal O Norte”. Indicação de três dias atrás. Como gostei! Reparei na menina que me falou assim e não a vi com idade para fazer de um jornal fechado há mais de quinze anos um ponto de referência. Menina recepcionista se muito nos seus 18 aninhos.

Será pelo nome de João Pessoa que a fome ainda campeia às margens das nossas cidades? Por mais que se invista (e como se tem investido!...

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Será pelo nome de João Pessoa que a fome ainda campeia às margens das nossas cidades? Por mais que se invista (e como se tem investido!) fica difícil encontrar lógica nessa impertinência para mudar o nome da nossa capital ou abolir o que lhe foi dado, não pelo colonizador, menos ainda pelo poderes oficiais, mas pela pressão voluntária de um plenário que extravasou das portas do Teatro Santa Roza para a maioria das praças e ajuntamentos públicos acompanhados por todo o país.

Atraído por aforismo de Gide, saído da sombra para o Memorial que é página deste jornal, já me achava fechando a escrita à lu...

dalton trevisan curitiba literatura conto
Atraído por aforismo de Gide, saído da sombra para o Memorial que é página deste jornal, já me achava fechando a escrita à luz do do poente, quando vem o pior: a tevê anuncia a morte de Dalton Trevisan. Ele de sua Curitiba, província literária isolada até então dos cânones, tornada epicentro do mais novo modo de contar. O conto clássico já havia encurtado fora das nossas matrizes, aqui e ali com Tchekhov, Katherine Mansfield, William Saroyan, para falar do que sei. Mas não havia chegado ao conto-síntese, “beirando o patético e o grotesco, a face oculta de um ser humano que sempre procura mostrar o que na realidade não é”, como flagra Afrânio Coutinho.

Não me lembrava mais desse título dado por Luiz Hugo Guimarães à sua experiência de encarcerado do regime de 1964 na ilha de Fernand...

fernando noronha ditadura 1964 luiz hugo guimaraes
Não me lembrava mais desse título dado por Luiz Hugo Guimarães à sua experiência de encarcerado do regime de 1964 na ilha de Fernando de Noronha. Publicado há 36 anos, reencontrado por acaso entre meus livros injustamente fora da estante, por alguma razão me dá as caras.

Deu pra notar a ausência daquele vendedor de livros usados empilhados a partir de um pé de parede da esquina esquerda do Paraíba Hote...

revista careta j. carlos
Deu pra notar a ausência daquele vendedor de livros usados empilhados a partir de um pé de parede da esquina esquerda do Paraíba Hotel? Era ele do lado oposto ao de Régis, este um dos antigos gazeteiros que fundou seu ponto e sua parte com o Ponto de Cem Réis à porta de entrada do hotel.

Leio em Glauco Morais, em sua coluna da última terça-feira: “A Paraíba vive historicamente seu melhor momento econômico, tendo as ...

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Leio em Glauco Morais, em sua coluna da última terça-feira:

“A Paraíba vive historicamente seu melhor momento econômico, tendo as indústrias do turismo e da construção civil como molas propulsoras do verificado desenvolvimento. Esses dois segmentos se entrelaçam numa conjunção de fatores que os permitem traçar diversos cenários futuros. (...) Outros segmentos, como os de alimentos e bebidas, entretenimento, lazer, também se irmanam com a construção civil, numa simbiose permanente de geração de empregos,

A energia de Carlos Aranha contagiou todos na noite em que lançou na Academia seu livro, “Nós / an insight” (poesia). Contagiou pri...

carlos aranha jornalismo cultural paraibano
A energia de Carlos Aranha contagiou todos na noite em que lançou na Academia seu livro, “Nós / an insight” (poesia). Contagiou principalmente a casa, que viu gente nova, de outras cogitações e auditórios, ocupando as cadeiras e reclamando a falta de espaços. Contagiou a crítica do acadêmico Hildeberto Barbosa, que foi da análise literária ao fervor poético.

Por mais próximo que Bayeux estivesse ou sempre esteja, meu olhar nunca se deteve em algo que se distinguisse como seu cartão postal. E...

bayeux paraiba reminiscencias
Por mais próximo que Bayeux estivesse ou sempre esteja, meu olhar nunca se deteve em algo que se distinguisse como seu cartão postal. Em décadas e décadas de chegadas e saídas, de idas e vindas, a antiga Barreiras pouco passou de entrada ou saída para outros destinos. O ônibus entrando em Bayeux, cortando a avenida central que já foi incriminada como Corredor da Morte, e a intenção lá na frente, na ponte do Baralho ou subida de Álvaro Jorge e Matarazzo, que continuo avistando ainda que em ruínas ou cobertas de melão até que a Prefeitura ou o Estado possa transformar toda essa área abandonada num amplo recreio cultural com escola especial, centro de arte e praça de esporte aberto a todo aquele mundo pobre lá de baixo certamente rico de crianças.

Nem bem termino de ler as Elegias do poeta maduro, de Hildeberto Barbosa , expansão em ritmo de repente dos seus 70 anos, bate-me à p...

vladimir carvalho cinema paraibano
Nem bem termino de ler as Elegias do poeta maduro, de Hildeberto Barbosa, expansão em ritmo de repente dos seus 70 anos, bate-me à porta a Regente final surgida das sombras no último fragmento do poema, dessa vez interrompida pelo desgarramento de Vladimir Carvalho de sua obra. Obra que, por mais que eu tente comentar, pouco viria acrescentar a outra elegia, esta em prosa de Silvio Osias, escrita sob o imediato efeito da notícia e, paradoxal que possa parecer, de final feliz.

Saio do estacionamento na Marechal Deodoro com os olhos entrados no bangalô em frente, um modelo ao gosto de um século atrás, logo que...

cronica paraibana joao pessoa
Saio do estacionamento na Marechal Deodoro com os olhos entrados no bangalô em frente, um modelo ao gosto de um século atrás, logo que a cidade se estendeu em torno da Lagoa, espraiando-se modernosa entre Jaguaribe e Tambiá. Era a arquitetura do bem-estar da classe média nutrida pelo comércio que prosperava a leste, ladeira abaixo, até acostar ao porto colonial, ou privilegiada pelo status do funcionalismo. Inquilino na Alberto de Brito de Jaguaribe ou nas ruas da Torre, eu entretinha minhas idas e vindas diárias de olho grande nesses castelos encantados. Encantados por ficarem a rés dos meus passos e tão longe do meu emprego!

“Como foi bom te ver...” Operava-se nesta exclamação um milagre de supermercado, abelheiro em que nem sempre as vistas se dispõem a s...

cartorio souto jose carneiro
“Como foi bom te ver...”

Operava-se nesta exclamação um milagre de supermercado, abelheiro em que nem sempre as vistas se dispõem a sair da lista de compras ou do chamariz das gôndolas.

Qual a praça, a rua, o parque, a vista, o horizonte que mais me toca nesta cidade inteiramente outra em relação à vila real que me ...

joao pessoa varadouro nostalgia
Qual a praça, a rua, o parque, a vista, o horizonte que mais me toca nesta cidade inteiramente outra em relação à vila real que me acolheu em meados do século passado? Vila na visão bairrista da cidade de onde saí, orgulhosa do seu comércio e da imponência de quase todas as estatísticas anteriores a 1970.

Praça foi feita para a gente sentar. Fiquei sozinho, numa noite dessas, num banco de praça que o prefeito montou no Retão de Manaíra...

Praça foi feita para a gente sentar. Fiquei sozinho, numa noite dessas, num banco de praça que o prefeito montou no Retão de Manaíra. Filha e netos mandaram parar no acostamento enquanto postavam uma encomenda nos Correios do outro lado.

Setembro era o mês de Nathanael Alves, 11 de setembro o seu dia. Se vivo fosse estaríamos levantando o cálice a estes 90 anos. Cálice, ...

nathanael alves jornal a uniao jornalismo
Setembro era o mês de Nathanael Alves, 11 de setembro o seu dia. Se vivo fosse estaríamos levantando o cálice a estes 90 anos. Cálice, que sugere muitos sentidos, desde o sagrado aos extremos da dor.

Onde os índios se esconderam, se enfurnaram para subsistir está sob chamas. Atingidos pela fornalha ambiental da poluição , ateada pe...

indio desmatamento queimadas amazonia
Onde os índios se esconderam, se enfurnaram para subsistir está sob chamas. Atingidos pela fornalha ambiental da poluição , ateada pelo desmatamento incontrolável ou por mãos incendiárias?

Reencontro um livro de que me desfiz não sei como. Estou só, a casa no primeiro sono, a solidão da noite e o peso dos anos levando-me...

leitura palmeira guimaraes saudades recordacoes
Reencontro um livro de que me desfiz não sei como. Estou só, a casa no primeiro sono, a solidão da noite e o peso dos anos levando-me juntos a recorrer à brochura encontrada por acidente num sebo pouco frequentado da Visconde de Pelotas. Ia a caminho da ótica, tombei numa saliência da calçada, indo bater entre as estantes do sebo. Deram-me água, retomei o fôlego e me vi com o olhar num livro de Palmeira, “O habitante do amanhã”.

Custa compreender como pessoas cultas e de sensibilidade para as vicissitudes da condição humana se agastem com programas sociais adota...

injustica social desnivel agricultura
Custa compreender como pessoas cultas e de sensibilidade para as vicissitudes da condição humana se agastem com programas sociais adotados num país com dívida cinco vezes centenária a um povo que nasceu igual e foi encontrado plantando e colhendo com deveres e dádivas pacificamente iguais. País verde com seus arranha-céus cercados de montanhas que servem de painel ostensivo para a mais profunda desigualdade social num mundo ultramoderno. Triste e perigosa miséria, seja às margens do nosso pequeno rio Jaguaribe, em cujo pico se adensam os andares de luxo, ou da belíssima e universal Baía da Guanabara. Lá, aos olhos do mundo; aqui afrontando o deslumbre do mais novo turismo.