Poesia

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Palavras que capturam o instante Que se meio dizem No mais o silêncio da verdade inteira

Saudade…

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saudade de acreditar que dentro da concha vivia o mar.

Flores de Finados

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Finados nublado pelas lágrimas gotas escorridas do mistério Onde vibra o silêncio de Deus Falo a sós e com meus mortos a intimidade leva nossos espíritos à compreensão sem esforço à comunicação sem palavras o passado com que sonho

Cristina Siqueira

novembro 05, 2025

 

 

 

Condicional

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Queria escrever poesia Mas não posso Entregue aos fatos E a razão Queria o verbo sem condicional Mas não posso Palavras passam fluidas As mãos não as alcançam Retornam ao coração

Cristina Siqueira

outubro 10, 2025

 

 

Nada é o que parece ser

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Sai de mim sabor viciante do excesso de trabalho Estado negativo das notícias que se atropelam O cansaço está no ar Psiu, silêncio Vozes demais Tonta eu ao olhar para múltiplas direções O coração Oráculo que fala a verdade

Cristina Siqueira

outubro 02, 2025

Por quinze anos assinei a página semanal Prisma do Jornal O Progresso de Tatuí. Esta coletânea de entrevistas virou um livro “Prisma” e um blog. Neste trabalho a cidade interagia comigo por meio de entrevistas semanais, mas não só, minha trajetória beat, hippie, easy rider me permitiu realizar as entrevistas onde eu estivesse, do Brasil ou do exterior. E desta época trago a entrevista que fiz com Bruna Lombardi:

Cristina Siqueira

setembro 27, 2025

E um dia foi assim...

A manhãzinha na igreja da Matriz. As donas que rezam. O sino que chama. Do alto da igreja, na morada dos sinos, bem perto do céu, as duas torres que guardam a cidade em vigília.

Sempre tem um galo de não sei onde. Acho que sonhei com um tempo em que os galos cantavam nos quintais da cidade pequena. E os gatos no cio seduziam as fêmeas. Toca uma buzina ardida. Pão quente na padaria.

Cristina Siqueira

abril 28, 2025

 

 

Dia de festa. Compus a orquestra com virtuoses-mendigos, A palavra passei aos poetas mansos. Equilibrei o tom com vozes iradas; Desde que gritassem baixo, só um coro de fundo, com plasticidade dramática em poemas enérgicos. Rápido e passageiro, uma dose mínima de tempero.

Cristina Siqueira

dezembro 24, 2024

 

 

Pela janela espero um anjo Se tudo fosse mágico não haveria fim O perfume bastaria como um voto de paz sem pensar a felicidade estaria guardada sempre à espera em um lugar belíssimo que por tantas vezes eu vi Se houvesse amor a vida seria carícia A última palavra, o jardim de rosas O meigo cão, a guarda que basta

Cristina Siqueira

dezembro 02, 2024

Pausa para ver a água cair.

Sem pedir licença o mundo entra para dentro de casa TikTokando, YouTubeando invasivo.

As redes entram em bando, rompendo estruturas, coptando cabeças, seduzindo almas.

Cristina Siqueira

novembro 01, 2024

 

Rosarium

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para Jeannette Priolli Portal da Coroa de Rosas Íntimo ritual sagrado corola da rosa fechada nas pétalas orvalha o segredo o beijo do olhar guardado mistérios da luz

Cristina Siqueira

setembro 25, 2024

O som pode te projetar às alturas ou criar um inferno sonoro e você não ter escolha. Em um lugar barulhento não existe mais liberdade; não se pode escolher nem o silêncio ou a fala.

Cristina Siqueira

agosto 31, 2024

 

 

 

Palavras de fundo

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Assombra-me um vazio no peito É noite, noite Brisa carícia De onde estou não vejo estrelas. Eu as sei, mas não as vejo. O perfume forte da dama da noite chega pelo ar. A realidade é opressora

Cristina Siqueira

agosto 21, 2024

 

 

A língua que se fala no céu

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Lua distante espelho do oculto aparição efêmera imagens escapam sonhos neblinosos

Cristina Siqueira

agosto 02, 2024

 

 

Roteiro de ilusão

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Sou devota da beleza são as águas em que meu olhar se espelha é o poder de me divertir olhando o céu e ler um poema com perfume desenhar no ar um rosto marcado Tem dias que me sinto culpada por escrever coisas belas Para o querer não há ouro que pague nem sentido que renegue

Cristina Siqueira

julho 19, 2024

 

 

 

A vida que me chama

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A vida que me chama de todas as maneiras A vida que me chama Insiste nas palmas no portão tal como quando eu era criança e Aninha me chamava para brincar A vida que me chama fui à missa com o vestido de domingo, de estilo balão era de laise cor de rosa, todo lindo Que preguiça de ouvir o padre! olho comprido na saída no que estava do lado de fora

Cristina Siqueira

junho 06, 2024

One Love
Bob Marley
Toda música
Toda
Toda Rastafari
Bob Marley
Que filmaço!!

Cristina Siqueira

março 09, 2024

A vida não é fácil mas se oferece a mim sedutora quando abro as janelas do 16º andar sobre a cidade espetada em prédios, ninada em buzinas, freadas, luminosos hipnóticos.

Cristina Siqueira

janeiro 25, 2024

Vodka e lima da pérsia com pimenta rosa, Caipiríssima Brasil.

e no mais...
sou eu soul... alma livre
mergulhada feito um canudo

por onde circula o álcool da benção do entorpecer que permite que as palavras se soltem feito folhas em dias de outono e voem livres anunciando vida.

Cristina Siqueira

janeiro 17, 2024

 

 

 

Enrolando os sonhos com as mãos

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Papel de presente da papelaria da esquina Na caixa embalo sonhos Lembranças que escolhi a dedo Presentes de loja Nem sempre cabem no bolso Estico números Que sirvam no cartão de débito Debruço no papel meus olhos Grato coração O tempo da prece sentida A palavra com que reconheço a cada ser único que amo Todos com nomes próprios Partes vivas do enredo

Cristina Siqueira

dezembro 03, 2023

 

 

 

O enigma das palavras

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Zonza de não saber de onde vem o caudal de palavras que se entranham pelas frestas em qualquer papel em branco Esparramam-se na tela fria enraizam-se compondo livros Trazem em si a inteireza do pensamento veloz Põem arreios no concreto domam, represam, estruturam sem pôr fim ao infinito Transitam em leitos de essência luminosa se moldam em curvas que exigem contornos se enroscam em pedras de desafio Se fazem em fios

Cristina Siqueira

novembro 17, 2023

 

 

 

Baco

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Baco fez seu império libertando performances Criadores Poetas Homens comuns de lentas atitudes Baco posta- se à mesa Com os copos certos Serve- se do poder Da paixão Liberta o que se faz escuso Dá voz ao fraco Acende a tocha das verdades Não tolera a rigidez formal Enlouquece em ardor os homens Faz gemer de cio as mulheres E depois narcotiza em delírio a realidade Oferece a dádiva do esquecimento Todos os convivas conversavam em tom próximo do silêncio Ao fim, falavam de si, da vida e seus tormentos Quedaram - se mudos Sem culpa Libertos da sofrível mentira do veneno do olhar alheio

Na bagagem

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Papéis em branco Asas da pipa gigante Empinando palavras Dobraduras de origami Pássaros libertos Voam

Árvore

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E me enredo na complexa rede de vida em casca, sou seiva, musgo, pele nodosa a me multiplicar em séculos. Visto tons de infinitos verdes, folhas de enervação distinta. Tenho-a em mim árvore preciosa. Amo sua mudez distinta seu silêncio de raiz, sua força que me abraça em seus braços longos e me leva ao céu.

Cristina Siqueira

setembro 27, 2023