Mostrando postagens com marcador José Augusto Carvalho. Mostrar todas as postagens

Apesar da prolação generalizada pego (com /e/ (= < ê >), de preferência, e não com /ε/ (= < é > ), há razões para crer q...

gramatica lingua portugues
Apesar da prolação generalizada pego (com /e/ (= < ê >), de preferência, e não com /ε/ (= < é > ), há razões para crer que o verbo pegar só admita pegado como particípio.

Uma regra pouco conhecida, porque tácita, recomenda que se repitam, antes de cada complemento, as preposições a , com , de , em , para...

uso repeticao preposicao lingua portuguesa
Uma regra pouco conhecida, porque tácita, recomenda que se repitam, antes de cada complemento, as preposições a, com, de, em, para e por, sobretudo. A razão é simples: se a preposição não se repetir, o sentido pode mudar. Ex.: a frase “Maria saiu com João e você também” significa que “você também saiu com João”. Mas na frase “Maria saiu com João e com você também”, o que se quer dizer é que “Maria também saiu com você”.

Há dois substantivos compostos na linguagem do futebol que aparentemente não seguem um mesmo tipo de formação: lateral-direito e pon...

linguistica semantica
Há dois substantivos compostos na linguagem do futebol que aparentemente não seguem um mesmo tipo de formação: lateral-direito e ponta-esquerda.

A configuração normal em língua portuguesa é SVO (sujeito-verbo-objeto). Qualquer alteração nessa ordem, por menor que seja, pode p...

inversao sintatica sintaxe sinquise
A configuração normal em língua portuguesa é SVO (sujeito-verbo-objeto). Qualquer alteração nessa ordem, por menor que seja, pode perturbar a compreensão do falante. Uma frase simples como “Chegou o trem”, em que o sujeito é posposto, numa pequena alteração da ordem sintática, pode levar o falante a acreditar que “o trem” seja o objeto direto de “chegou” e não o sujeito.

Pleonasmo é o nome que se dá à repetição de ideias ou à redundância, no âmbito do elemento que constitui a significação básica de u...

lingua portuguesa criancas pleonasmo
Pleonasmo é o nome que se dá à repetição de ideias ou à redundância, no âmbito do elemento que constitui a significação básica de uma palavra. Isso quer dizer que o pleonasmo, em princípio, diz respeito ao léxico, à significação externa das palavras, sem levar em conta as relações gramaticais. Seriam pleonásticas, originalmente, expressões como: entrar para dentro, sair para fora, subir para cima, gritar alto, sussurrar baixinho, surpresa inesperada, encarar de frente, há anos atrás, cárie no dente, elo de ligação, etc. Os linguistas e filólogos estenderam
para a gramática o sentido da palavra pleonasmo, de maneira inadequada, pois, na sintaxe do português, a concordância é sempre redundante.

A variedade de expressões pleonásticas do tipo lexical levou os estudiosos a estabelecer uma distinção mais ou menos tênue (ainda) entre pleonasmo vicioso e pleonasmo aceitável. Aceitável, por força das regras da sintaxe, é todo pleonasmo gramatical.

Roma levou perto de quatro séculos para estender seus domínios por quase todo o mundo conhecido de então: de 241 a.C., com a conquista...

portugal romanos flor lacio
Roma levou perto de quatro séculos para estender seus domínios por quase todo o mundo conhecido de então: de 241 a.C., com a conquista da Sicília, até o ano 107 da era cristã, com a colonização da Dácia.

Com a decadência de Roma e com a invasão dos bárbaros, no séc. V, o Império Romano do Ocidente se esfacelou. O do Oriente – chamado também de Império Bizantino – só caiu em meados do séc. XV (1453), com a tomada de Constantinopla pelos turcos, marcando o fim da Idade Média.

O poema “Lisboa Aventuras”, de José Paulo Paes, do livro Melhores Poemas, da Global Editora, 1998, é um belo exercício de comparaçã...

lingua portuguesa dicionario gramatica
O poema “Lisboa Aventuras”, de José Paulo Paes, do livro Melhores Poemas, da Global Editora, 1998, é um belo exercício de comparação entre o léxico do português europeu e o léxico do português americano.

Um dos processos mais interessantes de formação de palavras, a reduplicação, não é tão pouco produtivo quanto sugerem as gramáticas....

lingua portuguesa
Um dos processos mais interessantes de formação de palavras, a reduplicação, não é tão pouco produtivo quanto sugerem as gramáticas. Chama-se reduplicação o processo pelo qual uma sílaba se repete total ou parcialmente para formar um novo vocábulo normalmente de sentido igual ao do vocábulo primitivo. Não se trata exatamente de uma composição, já que é apenas uma sílaba que se repete, mas os estudiosos que analisaram a reduplicação incluem-na entre os processos de composição vocabular. Do verbo saltar, por exemplo,

Na frase Eu vi minha mãe rezando , quem rezava? A mãe ou eu? Quem disser que é a mãe, cometerá um erro. Para se entender por quê, leia-...

oracao reza linguistica
Na frase Eu vi minha mãe rezando, quem rezava? A mãe ou eu? Quem disser que é a mãe, cometerá um erro. Para se entender por quê, leia-se o texto abaixo.

A frase é alteração de um verso da quinta trova de um longo poema de oito trovas, intitulado “Mãe”, de autoria do médico pernambucano Barreto Coutinho. O verso original dizia: “Uma vez vi-a rezando.” A trova, desgarrada do poema, tornou-se famosa com o primeiro verso alterado. Ei-la:

Em 1912, em Portugal, Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, no prefácio do seu livro Dama dos tempo id...

historia lingua portuguesa ortografia
Em 1912, em Portugal, Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, no prefácio do seu livro Dama dos tempo idos, propõe o termo estória para designar a narrativa de ficção. No Brasil, proposto por João Ribeiro e encampado por Gustavo Barroso, em 1942, o termo adquiriu popularidade e prestígio, graças, possivelmente, à publicação, em 1962, do volume de contos Primeiras estórias, de Guimarães Rosa.

Resumo Procura-se, neste artigo, explicar didaticamente o significado da frase atribuída a Saussure: “Língua é forma e não substân...

saussurre linguistica semantica linguagem
Resumo
Procura-se, neste artigo, explicar didaticamente o significado da frase atribuída a Saussure: “Língua é forma e não substância”. Para tanto, parte-se da comparação da língua com uma dessas massas de modelar que se vendem nas papelarias. Por se tratar da explicação de uma frase, não há aqui indicações bibliográficas, nem mesmo da obra de Saussure, uma vez que é bem possível que a frase não seja de Saussure, mas dos seus discípulos, Bally e Sechehaye.

Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina , João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes...

biblia nomes escritura alegoria
Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes iguais pela filiação e também pelo local de nascimento:

O meu nome é Severino, não tenho outro de pia, como há muitos Severinos

Nome próprio de pessoa tem plural? As gramáticas que tratam do assunto recomendam que se pluralize normalmente o nome de pessoa, mesmo ...

Nome próprio de pessoa tem plural? As gramáticas que tratam do assunto recomendam que se pluralize normalmente o nome de pessoa, mesmo o de família. Rocha Lima, em sua Gramática Normativa, depois de anunciar a regra, cita, entre outros exemplos, o título do romance Os Maias, de Eça de Queiroz, como prova de que nome de família também tem plural.

Saussure disse que o signo linguístico é constituído de significante (os sons) e de significado (o sentido) e que ambos são indissociáve...

linguistica portugues gramatica preposicao
Saussure disse que o signo linguístico é constituído de significante (os sons) e de significado (o sentido) e que ambos são indissociáveis, como o verso e anverso de uma folha de papel. Quando escrevi, num conto incluído no livro A fama e a cama, editado pela Bom Texto, do Rio de Janeiro em 2003, a história de uma pobre mãe solteira que entrega a filha a um casal estranho por não poder sustentá-la, procurei um título adequado que designasse a mãe que perde o filho, à semelhança de “órfão”, que designa o filho que perde um dos pais. Como não encontrei um nome equivalente, dei ao conto o título de “Órfã de filha”, traduzido adequadamente por Olga Obry para o alemão como “Nach Tochter verwaist”, publicado no jornal vienense Die Presse.

O professor René Étiemble, durante a década de 50, no século passado, tentou “higienizar” as letras francesas, numa luta que culminou ...

gerundio lingua portuguesa
O professor René Étiemble, durante a década de 50, no século passado, tentou “higienizar” as letras francesas, numa luta que culminou com a publicação do livro Parlez-vous franglais?, em 1964. O “moralista” da língua fez escola: posteriormente, na França, promulgou-se uma lei que proíbe expressões estrangeiras em placas e letreiros públicos, nas transmissões radiofônicas e televisivas, na publicidade e nas redações oficiais. Xenofobia inconsequente,

No dia 09.03.05, a TV Globo, no seu programa “Bom-dia, Brasil”, fez uma reportagem sobre o uso do gerúndio, em frases como “Vou estar t...

gerundio lingua portuguesa
No dia 09.03.05, a TV Globo, no seu programa “Bom-dia, Brasil”, fez uma reportagem sobre o uso do gerúndio, em frases como “Vou estar trabalhando”. O entrevistado concluiu, inadequadamente, que se trata de um decalque da sintaxe inglesa. Ele não usou o termo “decalque”, mas deu a entender que se tratava de um.

Na língua existem séries ou relações abertas e séries ou relações fechadas. Uma série é aberta quando se podem nela incluir novos ite...

lingua portuguesa neologismo
Na língua existem séries ou relações abertas e séries ou relações fechadas. Uma série é aberta quando se podem nela incluir novos itens; e é fechada, quando não há mais a possibilidade de aumentá-la. A flexão é uma série fechada. Não há a menor possibilidade de se inventar um feminino novo, uma desinência verbal nova ou um plural novo. Mas a derivação é uma série aberta: podemos inventar palavras novas (isto é, neologismos), com os recursos de que dispomos na língua.

É admissível e até necessário que a linguagem específica da tecnologia, da ciência ou de uma profissão, como a dos computadores, por e...

lingua portuguesa colonialismo cultural
É admissível e até necessário que a linguagem específica da tecnologia, da ciência ou de uma profissão, como a dos computadores, por exemplo, mantenha o uso de empréstimos (como deletar), ou de estrangeirismos (como download, shift, etc.), até porque sua universalidade os torna cômodos. Mas a existência de equivalentes semânticos no nosso léxico deveria inibir o uso ou o abuso desses recursos linguísticos ou metalinguísticos estranhos ao nosso idioma,

A linguagem neutra (LN) é uma inovação linguística preconizada, a meu ver, pela comunidade LGBTQIA+ (doravante LGBT), que se sentiu e...

linguagem neutra
A linguagem neutra (LN) é uma inovação linguística preconizada, a meu ver, pela comunidade LGBTQIA+ (doravante LGBT), que se sentiu equivocadamente estigmatizada pelas normas da língua portuguesa ensinada nas escolas (LP), em que o masculino prevalece nas regras de concordância nominal, o que caracterizaria uma forma de machismo inaceitável.

O Aurélio , versão em papel, teve seu início no Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa , organizado por Hildebrando de Lima...

lingua portuguesa dicionario
O Aurélio, versão em papel, teve seu início no Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, organizado por Hildebrando de Lima, revisto por Manuel Bandeira e José Baptista da Luz. Em 1975, Aurélio Buarque lança o dicionário com seu nome na capa, e o nome anterior deixou de existir. A segunda edição ocorreu em 1986. Pouco depois, Aurélio lança o dicionário com o nome de Novo Dicionário da Língua Portuguesa, pela Editora Nova Fronteira. Depois da morte de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em 1989, familiares assumiram a edição do Dicionário com o nome de Aurélio Século XXI – O Dicionário da Língua Portuguesa. Em 1999 saiu a primeira edição em CD, mesmo ano em que saiu a 3ª edição do Dicionário em papel, a última com o selo da Nova Fronteira.