Há uma frase atribuída ao renomado psicanalista austríaco Sigmund Freud que diz o seguinte: "Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo". Embora sua autoria seja discutida — há quem sustente que a frase é da ensaísta canadense Lise Bourbeau —, é certo que a declaração atinge em cheio quem tem mania de fofocar.
Em cada época de nossa existência, sempre tentaram explicar o funcionamento do cérebro por meio de metáforas extraídas da tecnologia mais atualizada do momento. É famosa a descrição feita por Platão, que comparou a psique humana a uma biga puxada por dois cavalos: um deles representa a razão; o outro representa o desejo.
Os telefones celulares oferecem dopamina digital ao longo de 24 horas, 7 dias por semana, aos indivíduos conectados com seus interesses, apenas, e alheios ao que acontece ao seu redor. Vivemos em uma época de acesso sem precedentes a estímulos de alta recompensa e muita dopamina: drogas, comida, notícias, jogos, compras, sexo e redes sociais.
A variedade e a potência desses estímulos são impressionantes. E todos somos vulneráveis ao consumo excessivo e à compulsão ao utilizar as redes sociais. E qualquer pessoa pode desenvolver um vício desses.
Na era moderna, é fácil perceber o problema. Sabemos muito bem que os celulares, a internet e as mídias digitais são drogas potentes cujas baterias podem ser recarregadas todas as noites.
As redes ativam os mesmos circuitos que as drogas tradicionais, como o álcool, a cocaína e os comprimidos sintéticos. Elas liberam dopamina (nosso neurotransmissor de prazer) no sistema de recompensa do cérebro.
Quanto mais dopa mais viciante é a experiência. E a consequência disso é o que chamamos de custos irrecuperáveis de tempo, saúde, dinheiro... uma lista amarga que surpreende os especialistas à busca de soluções.
A doutora Anna Lembke, psiquiatra e professora da Escola de Medicina da Universidade Stanford, em seu livro Nação dopamina, explora as novas e empolgantes descobertas científicas que explicam porque a procura incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade. Ela mostra que o caminho para manter a dopa sob controle é encontrar contentamento nas pequenas coisas e buscar conexão com as pessoas queridas.
Como prova disso, Dra. Anna compartilhou diversas experiências vividas por seus pacientes, em trechos que são histórias fascinantes de sofrimento e redenção. Os relatos trazem esperança de que é possível transformar nossas vidas e encontrar o segredo do equilíbrio, combinando a ciência do desejo com a sabedoria da recuperação.
"Navios não afundam por causa da água que está no seu entorno, mas sim como consequência de quem os maneja mal". Não é sobre o que os outros dizem sobre nós que insistimos em respirar. É sobre sonhos, os nossos, aqueles que acreditamos serem possíveis de realizar na vida real, e compartilhar com alguém que tenha as mesmas aspirações.
Quem gosta de viver com a sombra dos outros é o cacau, cultivado em regiões com temperaturas superiores a 21 °C. O clima frio prejudica a qualidade das sementes. Por isso o plantio é recomendado em regiões mais úmidas e quentes. O cacaueiro necessita de arborização para ficar protegido dos raios solares. Seu brilho e sua vida dependem muito da sombra que o protege.
O ressentimento nasce na culpa que o indivíduo cria, em detrimento de algo que alguém pretensiosamente provocou para chegar em sua condição atual inaceitável. O mais difícil é entender o motivo pelo qual isso não passa. A versão provável desse drama é a de que a queixa se mantém porque a pessoa terá que assumir que foi ela quem fracassou em algum momento, e não os outros que provocaram o problema.
Qual é o tamanho de seu universo, onde se encontram aqueles com quem você se relaciona e onde mantém a memória de seus antepassados? Ele cabe em sua gaiola mental, demonstrando a frágil tentação em imaginar uma possibilidade de liberdade. Por vezes, nos faz ter medo em avançar para novos rumos. Mas, durante o caminho, em verdade voz digo, a única coisa que devemos temer é o próprio medo.
Estamos passando como o tempo, deslizando semelhante à água em recantos brumados, serenos e constantes. Nossos corpos não são mais como há alguns anos, porque se esgotou a textura, a firmeza e os sonhos. Muitos deles se apagaram com o chegar de noites duras e críticas, nem sempre fáceis de encontrar soluções e que frequentemente batem em nossas portas.
A cordilheira dos Andes guarda memórias que contam histórias peculiares. Os incas que reinaram ali por séculos acreditavam que vulcões eram deuses, com suas erupções extraordinárias e sinais de fúria frequente. Aquele povo pensava que seria necessário entregar uma vida em oferenda para acalmar a ira do gigante do tamanho de uma montanha.
Ontem à noite estive em Paris, porém não visitei muitos lugares porque meu passeio foi rápido. Estive na Rue de Sèvres, no número 149, perto da entrada do Hospital Necker. Lá encontrei uma placa de mármore onde pude ler: "Neste Hospital, Laennec descobriu auscultação".
Eventualmente, ouço vozes que comentam como alguns indivíduos tiveram sorte em suas vidas, mas que suas próprias não ganharam oportunidades semelhantes. Lembro de muitos casos que negam essa verdade sem noção.
Uma das hipóteses sobre a origem dos indígenas brasileiros, descrita pelo Instituto Socioambiental (ISA), é que eles descendem dos povos asiáticos e atravessaram o estreito de Bering há 62 mil anos. Estudos arqueológicos recentes mostraram que a chegada dos primeiros habitantes ao Brasil (na Bahia e Piauí) ocorreu entre 20 e 40 mil anos.
O sociólogo francês Roger Bastide, que analisou o comportamento de algumas personalidades da literatura brasileira, sugeriu a existência de uma maldição pesando sobre os poetas, que os fazia viver à margem da sociedade como seres amaldiçoados. Eles, os poetas, seriam vítimas de zombaria e de rancor, que os levava a um sentimento de revolta.
A Moral Filosófica dos estoicos propõe que nossas opiniões atormentam mais do que as coisas em si, sendo formuladas pelas palavras que utilizamos quando algo surpreendente ocorre; pois chamamos uma coisa pelo nome de outra, e a imaginamos como aquela outra coisa, permanecendo a ideia em nossas mentes.
Quem não vê que a fome é o melhor tempero não entende o sentido na busca em se alimentar, mesmo sabendo que seu conteúdo se encontre em um jarro de estanho de origem desconhecida. O prazer em comer está em ter apetite, não em se fartar comendo.
Você é aquilo que consome e por isso é seu próprio fandom (fã-clube)”, assim escreveu a escritora Claire Dederer que publicou o livro Monster: A fan's Dilema, que trata da busca pessoal para lidar com a intersecção de critérios morais e estéticos na apreciação de uma obra.
Andei pesquisando sobre o Etarismo para entender melhor o tamanho do problema que alguns se meteram. O termo ageism, cunhado pelo gerontologista americano Robert Butler, em 1969, definiu uma forma de intolerância relacionada com a idade, com conotações semelhantes ao racismo e ao sexismo, porém direcionadas às pessoas idosas.
Para conhecermos a relevância deste tema, convém lembrar que, em 1967, o congresso norte-americano promulgou o Age Discrimination in Employment Act, para proteger os trabalhadores com idade acima de 40 anos, o que foi considerado um passo muito importante no combate ao Etarismo institucional.
Gertrude Stein foi uma genial escritora e poetisa americana que, em sua permanência na França, se alistou no F.A.F.F. (Fundo de Proteção aos Americanos) durante a Primeira Guerra Mundial.
Ela e sua companheira, Alice, foram à Europa observar a vida dos franceses no início do século XX. Elas não consideravam os franceses insensíveis à ciência,
Meu despertador toca em momentos inesperados, mas sempre bem vindos, como quando estou sentado à beira da janela da sala, ou no café da esquina na mesa da calçada.
Os filósofos estoicos ensinavam em uma coluna pública ou pórtico (stoa) com vista para Ágora de Atenas, por isso o estoicismo ficou conhecido como a Filosofia do pórtico, em oposição as outras filosofias que aconteciam em outros lugares.
Em seu livro “O verdadeiro criador de tudo”, o neurocientista Miguel Nicolelis trata daquilo que são as criações do cérebro humano (dinheiro, religião, ideologia, entre outras). Esse órgão, que deveria ser o centro do universo, desenhou nossa existência e se mantém evoluindo num caminho adverso e sem volta.Como não somos máquinas ou sistemas digitais, nosso sistema nervoso opera em um estado analógico muito oposto ao digital.