Mostrando postagens com marcador Luiz Augusto Paiva da Mata. Mostrar todas as postagens

Não encontraremos por aqui refinarias de petróleo, montadoras de automóveis, fábricas de aviões, nem uma avenida que exerça o mesmo ...

feira literaria extremo oriental
Não encontraremos por aqui refinarias de petróleo, montadoras de automóveis, fábricas de aviões, nem uma avenida que exerça o mesmo poder de outra via — a Faria Lima — que, lá em terras paulistanas, detém as rédeas da vida financeira do país. Nada disso. Evoluímos na medida do possível, sem aquela pressa alucinante, escrava dos ponteiros e dos prazos.

Inicialmente, devemos esclarecer que o nome da criatura era Zenóbio; Manchão era só o apodo — ou o apelido, se preferirem. Convém també...

deboche vinganca brincadeira mau gosto
Inicialmente, devemos esclarecer que o nome da criatura era Zenóbio; Manchão era só o apodo — ou o apelido, se preferirem. Convém também lembrar aos mais antigos e esclarecer aos mais jovens o que vem a ser um manchão. Isso remonta aos tempos em que o pneu de automóvel precisava ter, entre ele e a roda, um apêndice chamado de “câmara de ar”. Constituída de borracha, sempre que o pneu furava ou sofria algum dano, a conta sobrava para essa câmara, que precisava quase sempre ser remendada. Esses remendos eram pedaços de borracha, constituídos do mesmo material da câmara. Os borracheiros usavam uma cola especial para fazer a colagem e, assim, reparar algum furo ou rasgo. Esse restauro de borracha era chamado de manchão.

Dizer que tempo e saudade são implacáveis é chover no molhado. Escrever coisas assim é o que chamamos no mundo das letras de um “luga...

nostalgia ribeirao preto tardes domingo
Dizer que tempo e saudade são implacáveis é chover no molhado. Escrever coisas assim é o que chamamos no mundo das letras de um “lugar comum”; ou seja, não é recomendado a um texto que vá ser publicado num rotativo de ilibada tradição e qualidade como este aqui. Mas fazer o quê se me falta inspiração e talento para buscar palavras ou algo de maior beleza estética

Ah, meus amigos, minhas amigas, hoje vou fazer uso “dessas mal traçadas linhas” para contar a vocês coisas de um ranchinho, uma modesta...

convivencia amigos recepcao amizada nostagia
Ah, meus amigos, minhas amigas, hoje vou fazer uso “dessas mal traçadas linhas” para contar a vocês coisas de um ranchinho, uma modesta edificação em duas águas, três de suas paredes em treliças organizadas em ripas de pinho e, onde haveria de ser a quarta delas, nada de alvenaria, nada de madeira, apenas um vão completamente livre para que, por ali, pudesse adentrar toda a benquerença que estivesse nas redondezas.

Joaquim e Das Dores, devidamente casados de cartório e altar, geraram quatro descendentes: três maricotas e um machinho. Esses rebento...

Joaquim e Das Dores, devidamente casados de cartório e altar, geraram quatro descendentes: três maricotas e um machinho. Esses rebentos vieram ao mundo nesta ordem: primeiro chegou Laudiceia, seguida de Deoclécia; em terceiro apareceu Valdenora e, puxando a fila, o Joaquim.

Jorjão foi só Jorjinho, das fraldas aos primeiros fios de barba. Aí virou Jorjão porque passou de um e noventa e ficou parrudo como um ...

vexame conto causo dor barriga
Jorjão foi só Jorjinho, das fraldas aos primeiros fios de barba. Aí virou Jorjão porque passou de um e noventa e ficou parrudo como um búfalo. Já o “Capivara” ganhou desde o curso primário, pois os incisivos centrais, aqueles do maxilar superior, na dentição permanente, deram-lhe ares do bicho em questão. Nunca se incomodou com o apodo.

Se é o que a gramática me faz supor, parça vem a ser uma corruptela de parceiro ; só que, no meu entender, essa derivação ganha força...

nostalgia professor
Se é o que a gramática me faz supor, parça vem a ser uma corruptela de parceiro; só que, no meu entender, essa derivação ganha força e um significado mais contundente. Ou seja, aquele parceiro (parceiro para valer) é que se torna o parça. Assim, diríamos que parça é um parceiro mais qualificado. E é exatamente por ter esse entendimento que resolvi eleger três criaturas a essa singular condição: Zé Luiz, Zezão e Celsinho.

Temporão! É desse jeito que chamamos aquele fruto que fica maduro depois dos tempos da colheita, já fora da temporada, ou o filho que ...

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Temporão! É desse jeito que chamamos aquele fruto que fica maduro depois dos tempos da colheita, já fora da temporada, ou o filho que a vida nos presenteia quando já somos criaturas outoniças e nos vemos surpreendidos por essa bem-aventurança que aparece para nos renovar o espírito.

“Porém, se a pátria amada for um dia ultrajada...” O título acima faz referência aos sobrenomes — ou, se preferirem, como éramos cha...

cronica exercito servico militar causo
“Porém, se a pátria amada for um dia ultrajada...”

O título acima faz referência aos sobrenomes — ou, se preferirem, como éramos chamados lá no glorioso Exército Brasileiro quando servimos à Pátria. Mata era este escrevinhador aqui. Barleto, Ferri e Mineo, meus camaradas nos tempos em que galhardamente vestimos a farda verde-oliva.

Aluno não é gente, é uma criatura irritantemente feliz. José Maria Soares de Oliveira , professor de Biologia Há alguns anos resolv...

estudante escola cursinho magisterio
Aluno não é gente, é uma criatura irritantemente feliz.
José Maria Soares de Oliveira, professor de Biologia

Há alguns anos resolvi escrever acerca do que presenciei de cômico e inusitado em uma sala de aula e no seu entorno. À época em que comecei a registrar essas memórias já eram mais de 40 anos lecionando, principalmente em cursos pré-vestibulares. Aqueles auditórios lotados eram também terras férteis para colher essas histórias, ou se preferirem, esses causos.

Tenho por hábito fazer alguns exercícios de memória. Costumo buscar, nos escondidos do tempo, passagens de minha primeira infância lá ...

joao pessoa paraiba mudanca sao paulo recordacao nostalgia
Tenho por hábito fazer alguns exercícios de memória. Costumo buscar, nos escondidos do tempo, passagens de minha primeira infância lá nos espinhaços da Mantiqueira. Tudo começou em Campos do Jordão, bem nos altos de Jaguaribe (olhem a coincidência), bairro que fica entre Abernéssia e Capivari. Casa de madeira, como a maioria delas por lá naqueles anos distantes. Ainda na memória, lembro-me de que, em frente à minha casa, era a morada de Dona Gabriela, de Seu Juca; um pouco abaixo, a de Seu Zequinha, que tinha banca de frutas no Mercado Municipal.

Maria do Carmo P.C. gostava muito de assistir ao seriado de TV, “Os Waltons” exibido em terras tupiniquins, que se não me falha esta co...

pecado mau pensamento fantasia
Maria do Carmo P.C. gostava muito de assistir ao seriado de TV, “Os Waltons” exibido em terras tupiniquins, que se não me falha esta combalida memória, na década de 1970. Pois bem, ao final de cada episódio viam-se as luzes do casarão da família irem se apagando, uma a uma enquanto alguém, provavelmente a caçula da família, Elizabeth Walton (Kami Cotler) ia dando seu boa noite: “ Boa noite John Boy, Boa noite Mary Ann, etc, etc...”. Maria do Carmo achava aquilo uma fofura. Reclamava por se chamar Maria do Carmo e não Mary Ann. Que nome mais sem futuro esse meu, dizia ela. Mary Ann, sim que é nome de gente, completava. A partir de então quis só ser chamada pelo nome da irmã de John Boy, e assim ficou conhecida entre familiares e também entre os mais chegados. Esse é só o começo da história.

*Ou uma pequena tragédia hortifrutigranjeira Quando a conversa gira em torno das preferências, no que diz respeito às frutas, já vou...

pitanga pitangueira azar
*Ou uma pequena tragédia hortifrutigranjeira

Quando a conversa gira em torno das preferências, no que diz respeito às frutas, já vou esclarecendo que para mim só existem duas: a pitanga e as outras. Hão de estranhar. Por que pitanga? Bem, meus amigos e minhas amigas, já diziam que nariz e gosto cada um tem o seu (no original era outra parte do corpo e não nariz, mas vamos considerar assim). Pois bem, gosto de pitanga e pronto!

Meus amigos, minhas amigas, devem estar lembrados daqueles anos quando a coqueluche da hora chamava-se vídeo cassete. Creio que esses ...

conto cronica beata
Meus amigos, minhas amigas, devem estar lembrados daqueles anos quando a coqueluche da hora chamava-se vídeo cassete. Creio que esses anos passados devem estar em suas memórias, afinal não faz tanto tempo assim. Desses idos é que vem nossa história.

Tudo começou numa manhã azul de domingo, primavera de 2009. Eu e um parceiro muito chegado, o Edu, tínhamos que dar cabo à missão de...

cachorro mascote amor bichos
Tudo começou numa manhã azul de domingo, primavera de 2009. Eu e um parceiro muito chegado, o Edu, tínhamos que dar cabo à missão de levar nossa prole a uma exposição que ocorria sob aquele teto cheio de composições geométricas, o Espaço Cultural. Para a dita prole, uma tropinha de três serelepes criaturas, eu contribuí com uma das componentes, uma garotinha que ainda atende pelo codinome familiar de Gabi. Já Edu, levou o Sussinho e a Repolhinho.

Noites atrás, tive um sonho. Naquele devaneio noturno, nosso mundo estava virado ao avesso. Não eram mais nós, que comandávamos o...

gatos felinos vegetarianismo
Noites atrás, tive um sonho. Naquele devaneio noturno, nosso mundo estava virado ao avesso. Não eram mais nós, que comandávamos o planeta, nem uma civilização alienígena dando as cartas por aqui. Quem é admirador da sétima arte haveria de pensar que seriam os macacos. Nada disso, quem estava mandando no pedaço eram os felinos.

Já estou naquela fase da vida em que não posso deixar certos registros para depois. Quem está mandando no meu pedaço é o “agora” e ...

nostalgia sao jose campos bares farra
Já estou naquela fase da vida em que não posso deixar certos registros para depois. Quem está mandando no meu pedaço é o “agora” e o “depois” está, para quem quiser saber, perdendo espaço todos os dias. Sendo assim, como tudo para mim é urgente, resolvi abrir o baú de minhas memórias e tirar algumas coisas de lá. Quando as escrevemos e depois as publicamos, eternizamos lembranças.

Meus amigos, minhas amigas, para começar sei bem diferenciar o que é inveja do que é cobiça. E sei também que há invejas e invejas......

poeta goleiro violao invejas
Meus amigos, minhas amigas, para começar sei bem diferenciar o que é inveja do que é cobiça. E sei também que há invejas e invejas... Já que vou discorrer acerca das minhas invejas e exclusivamente delas, creio ser prudente também esclarecer que as minhas são inofensivas, inocentes idiossincrasias. Nada além disso. Falemos delas, então.

Vou registrar nestas linhas algumas imagens de meu tempo de menino até que eu possa chegar ao que sugere o título do presente texto. Co...

infancia nostalgia recordacao cronica
Vou registrar nestas linhas algumas imagens de meu tempo de menino até que eu possa chegar ao que sugere o título do presente texto. Começo dizendo que foi o melhor dos meus tempos. Jogava-se bola na rua, empinava-se pipa nos ventos de julho, fazia-se o pião girar absoluto em chão de terra batida e havia de se mostrar destreza e pontaria nas contendas com bolas de gude.

Dias atrás encontrei-me com Sérgio Botelho, cronista de boa cepa que vem resgatando o que dessa nossa memória pessoense merece ser res...

personagens cotidiano loucos loucura
Dias atrás encontrei-me com Sérgio Botelho, cronista de boa cepa que vem resgatando o que dessa nossa memória pessoense merece ser resgatado. Um casarão ali que está em ruínas, aquela rua que foi de um jeito e hoje é de outro, o monumento que está ligado à partes importantes de nossa história e por aí vai esse escrevinhador eternizando através de seu cálamo inspirado os tesouros que muitas vezes escapam aos nossos olhos.