M orre Ariano Suassuna, com aquele jeito de matuto erudito, o rosto sempre pedindo um sorriso. Um homem que nunca usou máscara. De uma simpl...

Morre Ariano Suassuna, com aquele jeito de matuto erudito, o rosto sempre pedindo um sorriso. Um homem que nunca usou máscara. De uma simplicidade admirável, como sempre estivesse mangando de tudo, a começar da vida.

Nasceu num palácio, o Palácio da Redenção, ali na Praça João Pessoa. Quando eu era da Casa Civil do Governador Pedro Gondim, pensei ainda em sugerir que se colocasse, ali, uma placa alusiva ao nascimento de Ariano.
Conheci seu irmão, Lucas Suassuna, que foi juiz, mas depois abandonou a carreira e foi advogar. Era um autêntico diplomata. Como o admirei!

Ariano foi professor de Estética de minha esposa Alaurinda, que sempre me dizia que suas aulas eram uma mistura de cultura e bom humor. Os alunos aprendiam sorrindo. Era na Escola de Artes, no Benfica, na UFPE.

A última vez que o vi – faz tempo – ele tinha ido ao Palácio tratar de um interesse, e demorou a ser atendido. Muita gente desejando falar com o governador. Era fim do governo, o que Ariano depois disse para mim: “Onde fui me meter, tratar de interesse pessoal, com um governador já saindo...”

Ariano Suassuna! Nordestino até os ossos. Nada de sotaque sulista. Ele fazia questão de falar como nordestino. Tão nordestino como um José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Câmara Cascudo, Gilberto Freire.

“O auto da Compadecida”. Que maravilha! E a sua simplicidade, a sua autenticidade, a dignidade de escritor? São justíssimas as homenagens póstumas que estão lhe prestando. Os jornais, no dia seguinte à sua morte, gritaram em suas manchetes. E houve uma delas que chegou a dizer: “Morreu o maior grilo do mundo”. Só não gostei de uma notícia dizendo que Ariano foi enterrado... Que materialismo estúpido.

Lembrar que Ariano é imortal de nossa Academia de Letras, e que o dinâmico presidente Damião Cavalcanti trate logo de erguer, nos jardins daquela Casa, um busto em homenagem ao genial escritor.

E como era bom vê-lo com o seu genial sorriso. Um sorriso de muita sabedoria, sabedoria de quem levou a vida com muito amor e humor. Um autêntico matuto erudito.

A vida é cheia de interrogações, reticências, dois pontos, interjeições, traços de união, e viva a aritmética da vida. Com a reticência, su...

A vida é cheia de interrogações, reticências, dois pontos, interjeições, traços de união, e viva a aritmética da vida. Com a reticência, suspendemos o discurso, finalizamo-lo com o ponto, mas o que mais mexe com a gente é a interrogação. É ela que nos conduz à sabedoria.

Foi interrogando as pessoas que Sócrates ensinou a sua filosofia. Ninguém aprende com uma pessoa calada. Pobre daquele que não indaga, que não perquire, que não busca o conhecimento. E, aqui, ergo um brinde às crianças por muito perguntarem. As crianças e os filósofos. A interrogação mexe com a gente. Desafia-nos. É ela que, muitas vezes, nos perturba, nos inquieta.

Viver é indagar. Diz um estúpido ditado popular que “quem tudo quer saber, mexerico quer fazer”. Discordo da chamada sabedoria popular, e acho que quem tudo quer saber denota inteligência e perspicácia. E, às vezes, quem indaga não exige resposta. Indaga só por indagar, instigar à reflexão. Foi o caso de Pilatos quando perguntou a Jesus o que era a verdade. A indagação exigiria uma grande resposta. E eu fico pensando: Jesus poderia ter dito o que disse, depois, aos discípulos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Mas quem sou eu para aconselhar Jesus...

Prosseguindo na crônica, se me perguntassem qual a maior pergunta de todos os tempos? Eu responderia sem pestanejar: qual a finalidade da vida? Por que estamos aqui no mundo? Será que tudo termina num viver e morrer, e pronto? Suponhamos que você acordasse, altas horas da noite, sem saber que estava dentro de um navio. Qual seria sua primeira pergunta? Ora, ora, cronista... Indagaria: Onde eu estou e para onde vou depois dessa viagem?

O escritor Léon Denis, no livro extraordinário “O problema do ser, do destino e da dor”, conta que um professor universitário perdera uma filha, fato que lembrou o problema da imortalidade. Desesperado, foi ao encontro dos colegas pedindo-lhe uma palavra de consolação. Frieza total. Os colegas mudaram de assunto. Aí lamentou ele: “pedi um pão e me deram uma pedra”...
Narra, ainda, Léon Denis este dramático monólogo de outro professor universitário: “Estou na Terra. Ignoro, absolutamente, como aqui vim ter e o que será de mim quando daqui sair”.

A verdade é que poucos têm coragem de fazer tal monólogo. E fazem tudo para esquecer o problema da imortalidade. Vivem como se fossem eternos no corpo de carne. E haja diversão para esquecer a reflexão. Há tantas atrações, tantos divertimentos para esse alheamento...

Mas no túmulo de Allan Kardec, lá no Père Lachaise, de Paris, há uma inscrição que diz: “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei”. Haverá mensagem mais consoladora do que esta? Ou tudo fica no morrer e pronto?

Como disse no começo, necessitamos das interrogações. São elas que nos fazem pensar e o homem é um animal que pensa. Lembro agora do escritor francês Anatole France que dizia ter muita pena de seu gato, porque não pensava...

Um lugar onde você pode transitar sozinho, à noite, sem medo de ser abordado por um gatuno que gosta de vida fácil, de arma na mão, ameaça...



Um lugar onde você pode transitar sozinho, à noite, sem medo de ser abordado por um gatuno que gosta de vida fácil, de arma na mão, ameaçando tirar a sua preciosa vida.

O que a mulher tem de mais precioso: o cabelo. Chega-se a dizer que os cabelos são a moldura do rosto. Antigamente, no tempo de minha mãe, ...

O que a mulher tem de mais precioso: o cabelo. Chega-se a dizer que os cabelos são a moldura do rosto. Antigamente, no tempo de minha mãe, lá em Alagoa Nova, o cabelo feminino quase dava nos pés. Cabelo curto era para meretriz. Minha mãe os tinha longos. Até que um dia, achou de ir à capital, o que sempre fazia, e viu que a moda do cabelo curto era a grande novidade. Muitas mulheres ficaram na dúvida se deveriam seguir a nova moda. Minha mãe não teve dúvida, tratou logo de meter a tesoura na bela cabeleira.

Voltando à terrinha, notou que muitas conservadoras da moda antiga, chegaram a censurá-la. Mas dona Piinha tinha muita personalidade. Começa que foi uma das primeiras mulheres a se submeter a um emprego público, na função de telegrafista. Tudo mediante concurso. Ela não quis ser dependente do marido. E ei-la de cabelo bem curtinho, dando duro no emprego federal, nos Correios e Telégrafos.

Sobre o cabelo feminino, lembramos que o filósofo Schopenhauer dizia que “a mulher é um animal de cabelos longos e idéias curtas”. Que discriminação absurda. Mas isto foi antigamente, porque hoje a mulher está dominando em todos os setores da sociedade.

E é tão bonito ver a mulher cuidando de seus cabelos. Quando pressentem que alguém está olhando para ela, principalmente se for homem, a primeira coisa que faz é ajeitar os cabelos.

Nada mais divertido do que ver, num grande salão de beleza, as mulheres entregando a cabeça às massagens dos aparelhos elétricos, num verdadeiro estado de êxtase..

Mulher pelada (refiro-me ao cabelo) seria um horror! E lembrar que a bela Maria Antonieta ficou completamente sem cabelos... Como o estado emocional influi na pessoa!

E, aqui para nós, eu acho lindo esse cuidado com os cabelos por parte da mulher. Nada de cabelos longos, cabelos que davam nos pés.

Não canso de observar quando elas se sentem notadas, passam logo a mão no cabelo. Um gesto muito feminino. Adoravelmente feminino.

E minha Alaurinda, mal chega do salão, vai logo perguntando: “gostou do meu cabelo?” Evidente que gostei...

G ostei de me reencontrar com o meu amigo Wilson Farias, procurador, globe-trotter dos melhores, que já pisou muito chão estrangeiro pelo mu...

Gostei de me reencontrar com o meu amigo Wilson Farias, procurador, globe-trotter dos melhores, que já pisou muito chão estrangeiro pelo mundo afora, e de onde sempre me mandou belos cartões postais, hoje residindo em Copacabana. Mas, vez por outra, Wilson está aterrissando na terrinha para visitar os familiares e amigos, a começar pelo seu irmão desembargador Onildo Farias e a cunhada Terezinha, ambos formando o casal mais distinto e feliz do mundo.

Logo que recebi o seu telefonema, reservei o fim da tarde da última quinta-feira para lhe fazer uma visita. E foi uma grande alegria rever Wilson, agora ostentando, com muito orgulho, uma elegante cabeleira branca. Na ocasião, batemos um agradável papo, sob a carinhosa hospitalidade do casal anfitrião, a que não faltou um delicioso lanche.

Acontece que a alegria desse reencontro veio acompanhada de tristeza. Informou-me Wilson o recente falecimento do mestre Mauro Coelho, magistrado federal, ex-professor do velho Lyceu Paraibano, onde ensinava com muito humor, amor e cultura, a História do Brasil.

Mauro Coelho, se não estou equivocado, era tio do desembargador do trabalho, meu amigo e ex-colega Carlos Coelho, atual presidente da nossa Corte Trabalhista.

Voltando a Mauro, diante dele, tenho certeza que o filósofo grego Diógenes, que andava em plena luz do dia, de lanterna em punho, à procura de um homem honesto, apagaria e guardaria a sua lâmpada ao encontrá-lo. E diga-se de passagem que o nosso amigo Onildo, seu irmão, não fica atrás.

Feliz daquele que sai deste mundo levando consigo o céu da consciência tranquila, isenta de remorsos e ressentimentos. É o caso de Mauro Coelho, cuja vida foi um exemplo de dignidade e bom caráter, seja como magistrado, seja como chefe de família.

Lembro-me dele com muita fidelidade, um homem profundamente religioso. Seu espírito está em paz pela vida exemplar que levou, aqui no mundo. Uma vida que foi uma lição para todos nós.

É talvez a mais difícil virtude de se exercer. Dir-se-ia a rainha das virtudes. Refiro-me à humildade. E existem muitos que a exerceram com...

É talvez a mais difícil virtude de se exercer. Dir-se-ia a rainha das virtudes. Refiro-me à humildade. E existem muitos que a exerceram com bastante dignidade. Digo ainda que é a mais difícil de todas. Tem muita gente que a confunde com sujeição, fraqueza, submissão. Acha que o humilde é um pobre diabo. Pilatos não foi humilde, mas muito orgulhoso e o orgulho é o contrário da humildade.

Mas quem foi que deu a maior lição de humildade da História? Jesus, é claro. Achou de escolher uma manjedoura para nascer, ao lado de animais. No entanto, essa manjedoura foi iluminada por uma estrela, o que jamais ocorreria nos palácios dos reis.

Tivemos outros exemplos admiráveis de humildade: Gandhi foi um deles. Convidado, certa vez, para visitar o Vaticano, ele se fez acompanhar de sua cabra, a cabra cujo leite o alimentava. Foi barrado na entrada, é claro.

É muito fácil ser orgulhoso, fácil ser prepotente, fácil ser invejoso, é fácil ser vaidoso. Difícil mesmo é ser humilde. No entanto, o que seria do mundo sem os humildes? E eu estou me lembrando agora mesmo das raízes, que não aparecem, que não são bonitas, que ninguém as leva para enfeitar uma mesa. Quem já viu alguém oferecer um buquê de raízes à pessoa amada? Mas, que seriam das flores, das frutas, das árvores, sem a raízes? E lembrar que há muitas raízes que são alimentos como as batatas, macaxeira, inhame e outras que são medicamentosas.

Humildade é isso. Isso que as raízes estão ensinando. Eu ainda não vi um poema exaltando as raízes. Elas não aparecem. Vivem escondidas na terra, trabalhando, silenciosamente, para sustentar e alimentar as árvores.

Pois bem, É exatamente humildade o que fazem as raízes, pois não exaltam a significativa função que desempenham. O genial Einstein costumava dizer que a pessoa mais importante de sua vida e a quem devia a própria saúde, era a sua cozinheira. Ah, as pessoas que nos servem e de quem tanto dependemos!...

No nosso corpo, são os pés que nos transportam, e são as peças mais humildes. Jesus lavou os pés de seus discípulos, causando estranheza aos mesmos, como exemplo de humildade...

Bem disse o iluminado Emmanuel: “Humilde é o sol quando beija o pântano, indiferente ao insulto da lama” - que maravilha.

E aqui para nós, não há nada mais ridículo do que uma atitude vaidosa, irada. Outrora, era costume, o ouvir de um vaidoso com o anel no dedo dizer para uma pessoa humilde: “O senhor sabe com quem está falando?”

Quer saber como sabemos que uma pessoa é humilde?: Veja como trata os seus empregados, os seus subordinados.

E concluo a crônica com este conselho. Diante de um lindo jardim, lembre-se de que ele dependeu das humildes e esquecidas raízes, que não aparecem, mas, sem elas, nenhuma vegetação existiria...

U m famoso psiquiatra norte-americano disse que uma coisa que alegra o espírito é ouvir uma boa notícia. E eu me lembrei disso quando meu fi...

Um famoso psiquiatra norte-americano disse que uma coisa que alegra o espírito é ouvir uma boa notícia. E eu me lembrei disso quando meu filho, arquiteto Germano Romero, e, hoje, homem de televisão, levado como parceiro pela amiga e exímia apresentadora, jornalista Rose Silveira, me informou que o próximo convidado para o programa “Cá Entre Nós”, da RCTV, será a escritora e professora Vólia Loureiro, que acaba de lançar o livro “Quando as Paralelas se Encontram”. Obra que tive a honra de apresentar em recente lançamento na Usina Cultural. Um livro denso, que aborda a problemática da recordação de vidas passadas e outros temas espíritas, cuja maior temática é o Amor. Nada, portanto, de vidas apenas paralelas, mas que se encontrem, porquanto o ódio é que separa.

Deixemos a obra de inspiração mediúnica, e falemos sobre a autora, que também é palestrante e intelectual de elevado nível. Decerto, Germano foi inspirado pela Espiritualidade Maior quando teve a ideia de convidar Vólia para a entrevista. E, cá entre nós, a escritora, que é médium, tem muito o que dizer sobre a problemática da nossa existência, aqui no mundo.

O livro recentemente lançado narra a história de um grande amor. Rico de páginas, “Onde as paralelas se encontram” deixa o leitor cheio de reflexões.

A entrevista que vai ao ar nesta terça-feira, amanhã, na RCTV, às 22:00h, pelo canal 27 da Net Digital, tenho certeza que agradará bastante aos telespectadores, porquanto a escritora Vólia Loureiro tem muito o que dizer, não apenas no que concerne à mediunidade, mas sobre a problemática da vida, que se resume na indagação: “Por que estamos no mundo, quando daqui sairemos e o que será de nós ao daqui sairmos?”

Professora universitária, Engenheira Civil, palestrante das melhores e possuidora de uma profunda cultura espírita e espiritualista, o que mais caracteriza a sua personalidade é a modéstia. Não esquecer que ela também é poetisa. Excessivamente simples, suas palestras abordam temas doutrinários com muita leveza, como se levitasse sobre os assuntos tratados.

Parece que Germano anda aprendendo com nossa amiga Rose Silveira a escolher bem os entrevistados do Cá Entre Nós. Parabéns aos dois!

S im, tentação é teste. Como se livrar dela? E o quem vem a ser a tentação? Que tal esta definição: “arrastamento irresistível à prática de ...

Sim, tentação é teste. Como se livrar dela? E o quem vem a ser a tentação? Que tal esta definição: “arrastamento irresistível à prática de um ato”? Quem não foi tentado, neste mundo? Até Jesus, segundo informa o Evangelho, foi tentado pelo Demônio, em pleno deserto. Não sabemos se tal fato foi verídico, ou se tudo não passou de uma parábola.

Mas, segundo a Bíblia, cuja exegese não deve ser ao pé da letra, Eva, a mulher de Adão, foi tentada pela serpente a comer o fruto proibido, que simbolizaram numa maçã. Uma maçã que se transformou num abacaxi.

Deixemos a linguagem simbólica da Bíblia e vamos a outras tentações. Para começar, vejamos estas: o dinheiro, o poder e o sexo – três poderosas forças que movem a humanidade. O dinheiro é como água salgada. Quanto mais você bebe, mais sede tem. Um milionário nunca dirá: “tenho dinheiro bastante, agora vou ajudar os outros com minha fortuna”. Difícil encontrar um rico assim.

Continuemos. Existem também a tentação da comida, da vaidade, do orgulho, do álcool e do fumo. Mas, só existe tentação se dentro de nós houver o que o apóstolo Tiago chamou de concupiscência. Não havendo concupiscência, não haverá tentação. E o que é concupiscência? Ora, concupiscência é a sede, é a fome, é o desejo, é a falta. Para quem está saciado, a comida não é mais uma tentação... Portanto, repitamos: só há tentação quando há concupiscência, quando há atração. Aqui no jardim, por exemplo, vejo as borboletas sendo atraídas pelas flores, a lagartixa buscando o sol.

E qual o remédio para evitarmos a tentação? Houve um médico que deu uma receita maravilhosa. Um médico sem diploma, mas que fez muitas curas. E decerto você já adivinhou: Jesus! A receita não fala em medicamento. A receita é muito simples, e não tem efeitos colaterais: “Orai e vigiai para não entrardes em tentação”. Estejamos, portanto, atentos sobre nós mesmos. Muito cuidado com a tentação da maledicência, isto é, viver falando mal dos outros. Saibamos usar e não abusar das coisas. O abuso da saúde é a doença, o abuso do necessário é o supérfluo, o abuso do direito é o egoísmo. Assim ensinou Emmanuel, o iluminado guia de Chico Xavier.

E na oração ensinada por Jesus, o “Pai Nosso”, está este pedido a Deus: “Não nos deixei cair em tentação”. Não há coisa melhor do que vencer uma tentação. A tentação é excelente teste. Forte é quem a vence.

Há muitas outras tentações, desde a ociosidade ao excesso de trabalho, aqueles que fazem do trabalho uma droga, uma maneira de esquecer os problemas, de esquecer a si mesmo, os chamados “workaholics”.

Concluindo, diríamos, que o maior abuso é o desperdício do tempo. Este tempo que não se vê, este tempo que não espera, este tempo que não volta. Um grande pensador disse que o tempo é como o solo, isto é, a terra. Se você nada planta, nela nada nasce... E o pior é o remorso, que, um dia virá. O remorso do tempo perdido...

Dia 8 de julho de 2014. Semifinais da Copa do Mundo no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Um dia negativamente histórico, no qual o sonh...

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Dia 8 de julho de 2014. Semifinais da Copa do Mundo no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Um dia negativamente histórico, no qual o sonho terminou para milhões de brasileiros que esperavam a conquista do hexacampeonato pela seleção de futebol.

S im, que seria de nós sem as frutas? Segundo as Escrituras foi a comida do fruto proibido, que complicou a vida de Adão e Eva. E esse fruto...

Sim, que seria de nós sem as frutas? Segundo as Escrituras foi a comida do fruto proibido, que complicou a vida de Adão e Eva. E esse fruto, ao que se informa, foi a maçã, que terminou se transformando num abacaxi.

A gente fica absorto quando contempla o firmamento, com suas galáxias, provando a existência de Deus. Sim, como admitir um Universo criado pelo acaso? Nada sai do nada. Bem define O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec quando respondendo à pergunta: “O que é Deus?” A resposta veio incisiva: “Deus é a inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas”. Daí se deduz que o homem é apenas uma causa secundária de todas as coisas.

Mas, voltando ao Universo, o grande Pascal se abismava quando contemplava o firmamento, sobretudo à noite. Mas há outras evidências provando a existência divina. O próprio homem é uma comprovação, o homem e o seu corpo, que é um universo em miniatura. Há trilhões de estrelas no céu e trilhões de células no nosso corpo.

Aí você indaga: e qual a razão do título deste texto? Ora, é porque a prova da existência de Deus não está apenas no firmamento, no nosso corpo, mas nas frutas. E minha boca já começa a se encher d'água só em me lembrar de uma gostosa manga, a fruta que mais marcou presença na minha infância. Fui um menino de sítio, que era o meu paraíso, o paraíso de minha infância. No sítio havia tudo que era de fruta.

Eis algumas delas: manga, banana, abacate, jaca, melancia, cacau – donde sai o chocolate – laranja, goiaba, pitomba, oliveira, jenipapo – com seu cheiro de sovaco – groselha, pitanga, coco, fruta-pão, abricó, quanta variedade, meu Deus do céu!... Quanta diversidade de gosto e de caroços. O abacate com apenas um, enquanto a jaca e a melancia ostentam uma imensidade de caroços. E vem a indagação: por que a banana não tem semente, enquanto a laranja tem uma enorme variedade delas? Mais outra singularidade que mexe com a cabeça do cronista: a casca. Que diferença entre a casca de uma jaca e de uma pera. E o coco, o gostoso coco, com sua água saborosa?

Como vê o leitor, as frutas, com suas diversidades de sabor, de cascas, de sementes, provam a existência de um criador supremo.

A própria Natureza com sua magnificência é uma prova eloqüente da existência divina. Frutas que caem, frutas que não caem. E graças à queda de uma maçã é que o físico Newton descobriu a lei da gravitação.

As frutas.... O nosso país é tão pródigo em frutas! Em país nenhum, dos que visitei, vi tanta variedade frutífera como aqui no Brasil. Aqui a gente vê meninos vendendo frutas em pleno trânsito. Que maravilha.

Como são pobres em frutas os outros países. Pera, maçã, uvas, caqui, e só.

Voltando à digressão a propósito das provas da existência divina, considero as frutas como uma delas. E o que mais me impressiona é o fato de Deus haver criado uma melancia, com milhares de caroços, enquanto a banana é só massa.

Ah, meu querido Pascal, por que não detiveste o olhar nas frutas, que homem nenhum criará?...

E antes de sair do computador, obra do homem, vou ali saborear uma saborosa fruta, obra de Deus.