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Tocada pelos lampejos de luz dos recentes escritos dos professores Milton Marques e Helder Moura , lidos com admiração e especial ...

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Tocada pelos lampejos de luz dos recentes escritos dos professores Milton Marques e Helder Moura, lidos com admiração e especial interesse, venho a este ambiente.

No cerne do diálogo que se estabeleceu entre ambos estão os grafiteiros de Coimbra e sua anárquica vocação de independência e arrojo, seu sonho de uma vida acima das estrelas.

Ritmo lento, cadência suave, melodia envolvente e apaixonada, letras poéticas e românticas combinadas com arranjos orquestrais rico...

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Ritmo lento, cadência suave, melodia envolvente e apaixonada, letras poéticas e românticas combinadas com arranjos orquestrais ricos e harmonias sofisticadas, o bolero é um gênero musical que se destaca pela capacidade de transmitir emoções e contar histórias de sofrência, amor e desilusão.

A música de Noel, que escuto nessa estranha manhã chuvosa de verão, expressa o último pedido do poeta a Ceci, dançarina de um bordel n...

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A música de Noel, que escuto nessa estranha manhã chuvosa de verão, expressa o último pedido do poeta a Ceci, dançarina de um bordel na Lapa e sua grande paixão. Fragilizado pela tuberculose e sob a ameaça da morte iminente, o poeta pede ao pianista Vadico, seu amigo e arranjador, que entregue aquela confissão apaixonada, e triste despedida, ao seu maior e inesquecível amor. Na noite boêmia e sedutora da Lapa, que acolhia os encantos e pecados de Ceci, ela, que trocara Noel por Mario Lago, recebe de Vadico o “Último Desejo“ do poeta:

O vinil começou a girar e o blue de George Brooks encheu a casa hoje cedo, enquanto eu, preguiçosamente, aguardava um café quentinho, ...

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O vinil começou a girar e o blue de George Brooks encheu a casa hoje cedo, enquanto eu, preguiçosamente, aguardava um café quentinho, saído da velha Bialetti que eu colocara momentos antes no fogo. Famoso nos anos 20, na interpretação de Bessie Smith, “SEND-ME TO THE ELETRIC CHAIR” chegava na voz vibrante e expressiva de Dinah Washington, paralisando o decorrer das horas e convertendo o cenário mais banal de uma cozinha, num reduto de melancólica “sofrência” e enigmática solidão.

Inteiramente fascinada, encantada, maravilhada com a narrativa profundamente humana de Annie Ernaux, concluí a leitura de PAIXÃO SIMPL...

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Inteiramente fascinada, encantada, maravilhada com a narrativa profundamente humana de Annie Ernaux, concluí a leitura de PAIXÃO SIMPLES, uma obra de pouco mais de cinquenta páginas, intimista e introspectiva, espécie de inventário da paixão intensa e proibida experimentada pela autora por um homem chamado A.

Tenho especial predileção pelos escritores, poetas, pensadores da suspeita. Aqueles que questionam as verdades estabelecidas, desvela...

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Tenho especial predileção pelos escritores, poetas, pensadores da suspeita. Aqueles que questionam as verdades estabelecidas, desvelam as motivações ocultas por trás das ideias e instituições, desafiam convenções literárias e sociais, exploram a incerteza, a ambiguidade, a complexidade, as contradições da condição humana, reconhecem a tragicidade, a dimensão noturna, sombria, melancólica da existência e, sobretudo, confirmam o peso mórbido da moral, a sádica dimensão dos moralistas e dos sobejamente religiosos.

Propondo-se a uma arqueologia da noite, Helder nos conduz poeticamente a um mergulho no escuro de que nos constituímos e que é a próp...

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Propondo-se a uma arqueologia da noite, Helder nos conduz poeticamente a um mergulho no escuro de que nos constituímos e que é a própria luminosidade em sua força mais intensa. A noite remete à tragicidade própria da existência, à questão do nada, do abismo no qual estamos suspensos, como finitos que somos, mas do qual fugimos, perdidos na agitação incessante e superficial da vida pública, impessoal.

“Poesia não é meio de vida É um modo de viver” Viver e morrer, qual a glória? A pergunta, inscrita num poema de Professor Hildeb...

hildeberto barbosa literatura paraibana
“Poesia
não é meio de vida
É um modo de viver”

Viver e morrer, qual a glória? A pergunta, inscrita num poema de Professor Hildeberto Barbosa Filho, tem uma intensidade mágica especial. São versos de uma vitalidade agressiva que nos lança nas grandezas e misérias do que somos, enquanto inexoravelmente para a morte.

Deslizo sobre o meu velho caderno de receitas e me vejo repentinamente instalada na vitalidade de antigas cozinhas familiares, cujo po...

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Deslizo sobre o meu velho caderno de receitas e me vejo repentinamente instalada na vitalidade de antigas cozinhas familiares, cujo poder de evocação vem da vida vivida ali, do afeto partilhado em singulares combinações de cores e odores, e dos sabores que dali saiam, até hoje incomparáveis, inesquecíveis. Não, não se falava em gastronomia, não havia supermercados. Minha tia comprava o “coxão” de porco no habitual vendedor de quem já era conhecida freguesa, e a batata doce, que tradicionalmente era seu acompanhamento, não podia vir de outro lugar que não daquele monturo acumulado no chão da feira pelas mãos de Manoel Cesário, que também vendia inhame e macaxeira, expostos do mesmo modo.