Já sabia que a Rota Romântica, na Alemanha, era especial, mas não tinha ideia de que, ao vivo, o lugar era tão aconchegante, ideal para um ...


Já sabia que a Rota Romântica, na Alemanha, era especial, mas não tinha ideia de que, ao vivo, o lugar era tão aconchegante, ideal para um curto período de férias.

E is aí uma pergunta que, decerto, causará espanto. É o mesmo que indagar se água é fogo? Ora, ora, mas vai ver que você já está dizendo que...

Eis aí uma pergunta que, decerto, causará espanto. É o mesmo que indagar se água é fogo? Ora, ora, mas vai ver que você já está dizendo que sim. E quem sou eu para discordar?

Voltando ao título da crônica, o amor seria ódio e vice-versa? E como definir o amor, esse sentimento sublime? Li, outro dia, uma definição que muito me agradou a respeito do amor. “Amor é Deus em nós”. Que beleza. Sim, quem ama, está com Deus. Quem ama, compreende, quem ama perdoa, não julga, quem ama ajuda, quem ama vê o outro como vê a si próprio. Não faz ao outro o que não deseja que lhe façam.

Paulo de Tarso disse que amava tanto Jesus que chegou a dizer: ”Não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim”. Haverá maior prova de amor?
Jesus veio ao mundo para ensinar o amor. O amor ao próximo, que é o amor mais difícil do mundo. Mas, como ele era um grande professor, e grande professor é aquele que pratica o que ensina, o Mestre ensinou: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Que bela sentença! Ele dera o exemplo. Amou, mas não foi amado.

Continuando com o que disse acima, o ódio é amor? Que indagação estúpida, cronista! Ora, mas acontece que eu li, faz algum tempo, um texto de João de Brito, psicografado por Chico Xavier, em que ele disse que o amor é uma energia. E veja só estas suas conclusões. Conclusões que não vi em parte alguma:

Para ele, o ódio é o amor que se envenena, a paixão é o amor que se incendeia, o egoísmo é o amor que se concentra em si mesmo, o ciúme é o amor que se dilacera, o orgulho é o amor que enlouquece, o vício é o amor que se embrutece”, e assim por diante.

E bela é esta descrição do articulista, por sinal muito inspirado, chegando a seguinte conclusão: “O amor é a religião da vida”.

Mas, o que dizer das religiões que não ensinam amar? Religiões que discriminam, cujos fiéis cometem atos de terrorismo, que ainda apedrejam seus semelhantes?

É preciso sempre lembrar de que o amor é energia, que o amor tudo cria, tudo transforma, tudo eleva.
Ocorre que o homem até hoje não soube amar. Amar ao próximo como a si mesmo.

Mas, é preciso não esquecer de que amar não é dar beijinhos no outro, mas, sobretudo compreendê-lo. Compreensão, eis a palavra certa. E o que é compreender? É colocar-se no lugar do outro. Só isto. Coloque-se no lugar daquele que perdeu a visão, que perdeu os braços, a família, que perdeu o emprego, a saúde, que está sozinho no mundo.

Ponha-se no lugar do outro, e pronto. Compreenda e aja. Lembremos sempre de que estamos no mundo para amar.
Não esquecer que a vida sem responsabilidade é um crime. Não esquecer que o ódio, o orgulho, a vaidade, o egoísmo não dão paz interior a ninguém.

Não esquecer que a vida é o seu grande teste. Não se deite, na cama, para o sono, sem antes fazer um ligeiro balanço do que você fez durante o dia. E veja qual a nota que você merece.

E ssa eu não esperava, mas a vida é uma caixa de surpresas. E sua beleza está justamente na imprevisão. Tudo é incerteza. Nada sei sobre meu...

Essa eu não esperava, mas a vida é uma caixa de surpresas. E sua beleza está justamente na imprevisão. Tudo é incerteza. Nada sei sobre meu longínquo passado e nada sei sobre o imprevisível futuro.

Entrei no Ano Novo com muitas esperanças, mas, eis que surgiu o imprevisto: fui ao médico, meu clínico e cardiologista Marco Aurélio Barros para uma consulta por conta de umas manchas na pele, aproveitar para um check-up, e eis que ele detecta uma doença que eu nunca ouvi falar na minha vida: “Cobreiro”, que nada mais é do que catapora de idoso, ora veja só... Não gostei da catapora, nem gostei do idoso. E ele explicou que esse tal de cobreiro, que cientificamente tem até um nome bonito – herpes zóster – é o vírus da catapora que fica embutido no organismo por muito tempo, como que dormindo, e de repente ressurge com sua inchação e suas coceiras. Que a coceira é boa, não tenham dúvida, mas, como também dói, não dá para coçar.

O diabo é que, segundo o magistério do meu grande médico, não há remédio para essas sequelas do cobreiro. A doença passa, a pele e limpa, mas o danado continua incomodando. Já andei pesquisando, perguntando a alguém que me indicasse um remédio e nada... Todos dizem que o remédio é o tempo. Todavia, não faltou rezadeira.

Dizem também que o cobreiro pode ser resultado de um mau olhado. Daí eu não sei. Afinal, não faltam vibrações negativas por aí. Eu fui testemunha de um lindo cróton, no meu jardim, que secou logo depois de um olhar admirado, desses que chamam de “olho gordo”.

Mas voltando ao cobreiro, Deus o livre de um. Até o nome é feio. E há tantas enfermidades de nomes bonitos por aí. Mas não se deve esquecer que nada acontece por acaso...

Tive muitas doenças na minha infância: Asma, sarampo, catapora. Portanto, tem razão o meu médico Marco Aurélio. É a danada da catapora que voltou. Dir-se-ia que as doenças também têm saudade da gente.

Mas, repito, esse cobreiro eu não desejaria nem a um inimigo, que, felizmente, não tenho. Diz o ditado que o feitiço cai sobre o feiticeiro. Que assim seja. Mas, terminei gostando do diagnóstico bem humorado do Dr. Marco Aurélio: “Isto é catapora de idoso”. E disse isto sorrindo.

O homem desconhece muita coisa em seu organismo. Quase nada sabe sobre ele. Deixa tudo para os médicos. Ora, se ele ignora grande parte de ...

O homem desconhece muita coisa em seu organismo. Quase nada sabe sobre ele. Deixa tudo para os médicos. Ora, se ele ignora grande parte de seu corpo, como vai se conscientizar de seu funcionamento, como cuidar melhor de sua saúde, de sua alimentação, de sua vida? Ignorante de si mesmo, o homem é um inconsciente. Hoje, como sabemos, há uma vasta literatura abordando essa problemática, procurando tornar o homem um conhecedor de si mesmo.

O cérebro, por exemplo, deixou de ser um órgão misterioso, desconhecido. Há muito tempo, foi publicado um livro que provocou uma verdadeira revolução no mundo científico. O autor falava de uma coisa ainda desconhecida, na época, pela ciência: as nossas glândulas endócrinas. Seu autor era Alexis Carrel e o livro se intitulava “O homem, esse desconhecido”.

Mas, há um território ainda estranho. Não se trata do corpo físico, de sua anatomia e fisiologia. O território que o homem não quis ainda conhecer e que foge dele como o “diabo da cruz” - expressão muito usada por alguns religiosos tradicionais - é a sua própria consciência.

Por incrível que pareça, a maioria do seres humanos faz tudo para não se encontrar com o seu mundo interior. Um mundo tão perto e ao mesmo tempo tão distante. Enfrentar a consciência, cara a cara, exige muita coragem. Por que? Ora, porque o homem faz questão de esquecer os problemas fundamentais da existência: donde veio, o que está fazendo aqui no mundo e para onde vai. Poucos, muito poucos, refletem sobre essa realidade. A consciência o incomoda. A consciência lembra aquele morcego horroroso a que alude o nosso genial Augusto dos Anjos num de seus poemas: “E para muitos essa é a visão da consciência culpada, da consciência mordida pelo remorso, negra como um morcego”.

Daí a fuga de muitos para enfrentar tal realidade. E como fugir? Ora, não faltam meios para a evasão, embora temporários e que funcionam como meros paliativos. A verdade é que o homem, queira ou não, um dia, vai se defrontar consigo mesmo. Aí ele terá um céu ou um inferno. O céu da paz interior, do dever cumprido, a paz que advém de uma vida saudável, sem comprometimentos, sem culpas, sem medo”.

Muitos são os meios para fugir dessa realidade, desse confronto com a consciência. Vejamos alguns: o barulho. Quanto mais barulho, mais ele sufoca a voz interior, esquece aquela indagação que aludimos no começo da crônica.

Quer ver outra fuga? A bebida. A bebida que lhe dá aquela embriaguez, espécie de anestesia para as suas dores, os seus problemas, suas angústias e sofrimentos. Mais outra fuga? A festa. Na festa ninguém fala de coisas sérias. A festa é para a distração e não para a reflexão, até que venha aquela dramática interrogação do poeta: "E agora José?”. Outra modalidade de fuga: a TV, com suas novelas, seus palhaços e camelôs, tipo Faustão e Ratinho.

Segue-se o esporte, notadamente o futebol... Eis aí uma boa fuga. Todo mundo com a atenção voltada para a bola e os pés dos jogadores... Vejamos outra fuga: o trabalho excessivo, absorvente, obsessivo. Conclusão: fuga implica em medo, e o maior medo do homem é o confronto consigo mesmo, com quem um dia vai se encontrar, queira ou não queira...

F oi assim que um dos maiores arquitetos do mundo, o brasileiro Oscar Niemayer, definiu a vida – como um sopro! Não fazem três anos que ele ...

Foi assim que um dos maiores arquitetos do mundo, o brasileiro Oscar Niemayer, definiu a vida – como um sopro! Não fazem três anos que ele fechou os olhos para o mundo, o mundo que ele tanto embelezou, com sua cultura, com sua genialidade, com sua arte, e com uma vasta obra que está presente em diversos países.

Foi o genial presidente Kubitschek que o chamou para projetar e embelezar Brasília, a nova capital federal. E saber que toda sua obra foi construída sem o avião, pois o arquiteto tinha medo das alturas. Para ele, a viagem de avião, que eu adoro, era um verdadeiro suplício.

Em Belo Horizonte, na Pampulha, visitei sua obra, a maior atração turística da cidade.

Niemeyer era de uma personalidade fascinante. Não digo que fosse simpático. O sorriso demorava pouco no seu rosto. Era um homem de semblante sério. Tinha ou teve suas idéias socialistas, e chegou a militar no Partido Comunista. Era amigo incondicional do líder vermelho Carlos Prestes, que ele muito admirava, chegando a presentear-lhe com um apartamento.

Uma das coisas mais bonitas que ele disse foi que “a poesia está na curva”. E a curva é feminina. Enfatizava que a Natureza é rica em curvas, que emolduram desde praias, montanhas e nuvens, aos planetas, suas órbitas e galáxias.

A sua vasta obra está espalhada não só por todo o Brasil, no exterior e inclusive aqui, na Paraíba, graças ao governador Ricardo Coutinho, que como prefeito da cidade, e com a ajuda do seu então secretário do planejamento municipal, arquiteto Luciano Agra, conseguiu erguer a monumental Estação Ciência.

Com sua maneira cética de ver o mundo, Oscar Niemeyer chegou a dizer que a vida é um sopro. Se assim fosse, a vida não valeria nada, não é meu mestre Chico Xavier? Você que criou, com um lápis comum e os olhos fechados, uma imensa literatura psicografada, e chegou a ser eleito o maior brasileiro de todos os tempos, em votação nacional, concorrendo, inclusive, como o grande arquiteto.

Mas, se a vida é um sopro, onde está a arte? E o que dizer do grande Arquiteto do mundo, que construiu uma arquitetura que o homem jamais faria? A arquitetura do corpo humano?...

E ra muito cedo ainda, quando me aproximei do gigante, que estava meio sonolento. Sua presença me fez muito bem. Que majestosa beleza. Corri...

Era muito cedo ainda, quando me aproximei do gigante, que estava meio sonolento. Sua presença me fez muito bem. Que majestosa beleza. Corri meus olhos por sua amplidão e disse com os meus botões: “Isto não é mais um mar. Isto é Deus!” Sim, o mar é a presença divina ensinando muitas lições aos que têm olhos de ver.

E sua primeira lição era sobre a constante mutação da vida. Tudo muda, nada permanece. Veja o jogo das ondas, aquele recuar e avançar constantes, como a dizer, que tudo nasce e renasce. As ondas crescem, se avolumam, e depois se diluem em espumas. Sim, e as espumas, esses sorrisos do mar? Depois de se transformarem em espumas, as ondas recuam e vão formar outras ondas. Coisa que está me parecendo muito com reencarnação... Tudo vai e tudo vem, no jogo da evolução.

Só sei que o mar me ensinou muita coisa, nesta manhã de sol. E pus-me a orar, não com palavras. Uma oração muda que nada pedia, apenas agradecia. Agradecia a presença daquele gigante, que não anda, mas dança.

Mas o mais interessante é que ele é uma majestade, no entanto, é humilde. Humilde como Jesus foi. Assim como o Mestre lavou os pés de seus discípulos, o mar também lava os nossos pés com suas espumas. O gigante torna-se pigmeu. Torna-se menino. Menino brincando de conchinhas...

E o mar, sendo um deus, não faz barulho. Seu barulho é chamado de marulho, que agrada aos nossos ouvidos. Quem faz barulho é o homem, quando se transmuta em demônio... O cantor Caymmi disse que “É doce morrer no mar”. Não, doce é conversar com o mar. Dialogar com ele, aprender com ele, Não existe melhor terapia. Você, que é um homem de negócio, não se esqueça de, vez por outra, ir conversar com o mar. Faz bem ao corpo e a alma.

Jesus adorava caminhar à beira-mar. Certa vez, os apóstolos arregalaram os olhos de susto quando o viram caminhando sobre o mar de Tiberíades. E Ele ainda chamou Pedro para acompanhá-lo. O apóstolo tentou pisar nas ondas, mas terminou hesitando, com medo. “Ah, homem de pouca fé!” - disse-lhe Jesus. É a tal coisa, viver bem é ter fé. Quando esta falha, vêm a depressão, o medo, a doença. Para isso, a melhor terapia é dialogar com o mar...

U m amigo me disse, certa vez, que o pior não é a pobreza, mas o espírito de pobreza. E, por incrível que pareça, há rico com espírito de po...

Um amigo me disse, certa vez, que o pior não é a pobreza, mas o espírito de pobreza. E, por incrível que pareça, há rico com espírito de pobre, e pobre com espírito de rico. Parece que há aí uma contradição. Mas, o meu amigo tem suas razões. Tudo na vida depende da atitude que tomamos diante das coisas e das pessoas.

Pobre com espírito de pobreza é digno de lamentação. Nunca melhorará na vida, pois, há muito que perdeu sua auto-estima. Faz questão de ser miserável. Compraz-se com a miséria e pronto. Também há aquele que é rico, mas tem espírito de pobreza. Torna-se escravo do dinheiro. Sua fortuna não serve nem para ele, nem para os outros. Vive com medo de gastar. É incapaz de empreender uma viagem para conhecer novas terras e ampliar seus conhecimentos. Seu apego ao dinheiro é patológico.

Quando eu era criança, ouvi falar de um homem muito rico. Não me lembro do seu nome. Só sei que ele tinha muito dinheiro guardado. Um avarento. No entanto, trajava-se mal, costumava andar a pé, e, em sua casa, decerto faltava o mínimo conforto. Pois bem, esse senhor era o tipo do rico com espírito de pobreza. Sim – já ia me esquecendo – ele era usurário.

Acontece que, um dia, eu vi esse homem que me foi mostrado por um irmão meu. Confesso que tive pena dele: mal vestido, magro, a barba por fazer, sapatos sujos. Estava ali o tipo do avarento que Balzac gostaria de ter conhecido para melhor se inspirar. “Aquele sujeito é rico como o diabo!” – cochichou meu irmão.

Aí me contou uma história envolvendo o tal personagem, que muito me divertiu. Certa tarde, o velho agiota ia subindo a ladeira da antiga Avenida Guedes Pereira, desta Capital, carregando um embrulho que parecia ser um queijo do reino, que, naquela época, era muito caro. Só rico tinha o privilégio de possuí-lo. Lá ia o nosso herói com o embrulho debaixo do braço, quando um seu amigo indagou: “Que é isso que você vai levando aí?” Ele, sorrindo e meio encabulado, disse: “Um queijo do reino”. Ocorreu que, nesse momento, ele tropeçou numa pedra, e ao invés de queijo, o que se viu rolar ladeira abaixo, pelo chão, foi uma fruta-pão... O amigo caiu na risada, pois já sabia de sua avareza, de sua mesquinheza, de seu espírito de pobreza.

Mil vezes um pobre com espírito de riqueza do que um rico com espírito de pobreza. Lembrar que riqueza atrai riqueza, e pobreza atrai pobreza. É a lei sintonia que rege a vida.

E viva a riqueza que não se fecha, que flui como um rio, que se expande como o vento, que alimenta como o oxigênio que respiramos, servindo a tudo e a todos. Riqueza como bênção. Riqueza que também é teste para medir o espírito de solidariedade de quem a possui.

Tenhamos sempre na cabeça aquela regra ensinada por Paulo de Tarso: “Vivamos no mundo como possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém”. E por que tomar tal atitude diante das coisas do mundo? O próprio Paulo responde: “Porque nada trouxemos para este mundo e é evidente que nada podemos levar dele”.

O menino faz anos hoje. E eu não estou gostando nada disso. O menino envelhecendo. E eu, onde fico? Não quero o menino velho. Mas o que faz...

O menino faz anos hoje. E eu não estou gostando nada disso. O menino envelhecendo. E eu, onde fico? Não quero o menino velho. Mas o que fazer? É a inexorável lei do tempo, da vida, que não para. E haja aniversários, e haja bolos na mesa, e haja velas a apagar e haja aquela cantiga desejando ao aniversariante muitos anos de vida. Uma prova de que todo mundo deseja ser velho. Afinal, o que são muitos anos senão velhice?

Mas, o danado é que o meu menino, o menino aniversariante, não deseja nem bolo, nem vela. Ele deseja é fugir para se encontrar com a Natureza, que o chama com a sua paz, com o seu silêncio, para a sua contemplação, sua meditação, para o seu crescimento espiritual.

Portanto, bolo o menino não quer, nem presente para agradecer. O menino não é mais menino. O menino já está entrando na casa dos... Digo não, curioso.

E a imaginação começa a funcionar. Quem era esse meu menino, há alguns anos atrás? Um galeguinho lindo, que chamava a atenção de todo mundo. Lindo, louro, irrequieto, corajoso, inimigo do medo. Uma vez pediu aos pais para andar, sozinho, numa roda gigante. E lá se foi, deixando os velhos com o coração na mão.

Germano é o nome dele. Saber fazer amigos é ali. Gostar de aventuras, ninguém como ele. Mas, o que ele gosta mais é da vida!

Pois é, o menino está completando mais um ano de existência. Como caçula, fez o que quis. Nunca levou uma palmada, a não ser, uma única vez, quando inventou uma doença porque estava com preguiça de ir à escola, e teimou em não ir. Mas foi só uma palmadinha...

Quanto à profissão que escolheu, não pensou duas vezes, Arquitetura e pronto. E nos intervalos dos projetos, ele ainda acha de escrever para os jornais, num estilo elegante e muito humano. Até na televisão, ao lado da elegante apresentadora, Rose Silveira, vem se metendo, há alguns anos, contando-nos sobre as viagens internacionais que fazemos, sempre juntos.

Mas, paremos por aqui. Vou já, já, dar um beijo neste aniversariante. Mas vejo que o menino já se mandou para as praias do litoral sul, onde costuma conversar com os bem-te-vis, com as flores silvestres, as galáxias e o mar, sua grande paixão.

A felicidade... Quem é feliz? Feliz é aquele que se julga, já se disse. O homem feliz não tinha camisa, conta uma história. Feliz é quem am...

A felicidade... Quem é feliz? Feliz é aquele que se julga, já se disse. O homem feliz não tinha camisa, conta uma história. Feliz é quem ama. Se você é feliz, tudo bem. A felicidade não é deste mundo. Para Jesus, feliz o é bem-aventurado. E os bem-aventurados são os que Ele citou no Sermão da Montanha.

Muito se escreveu sobre a felicidade. Se você é feliz, você está em paz. Você ama, você ajuda, você está sempre sorrindo, sempre alegre. Isadora Duncan, a genial bailarina, dizia que não somos felizes, temos momentos felizes.

Afinal, o que faz o homem feliz? Dinheiro, saúde, cultura, poder?

Os animais são felizes? Houve quem dissesse que os animais são mais felizes do que os homens. Se não estou equivocado foi Montaigne. Os homens são levados ao suicídio, os animais nunca se suicidam.

Cabe-me, aqui, lembrar, a história daquele rei, a quem disseram que se vestisse a camisa do homem feliz, também seria feliz. E haja procura pelo mundo inteiro. Até que encontraram o homem feliz, tranquilamente deitado numa rede. Que alegria. Acontece que o homem para desgosto dos emissários estava nu da cintura para acima...

Bilhões de livros já foram escritos sobre a felicidade, porquanto esse é o grande objetivo da vida. Já li muitos livros sobre a felicidade, que, se não me fizeram feliz, pelo menos me deram tranquilidade interior. Mas, a melhor definição que encontrei sobre essa deusa foi a seguinte, e não vejo outra melhor: felicidade é ter a consciência tranqüila.

A felicidade, segundo Jesus, está no Sermão das Bem-aventuranças. Mas essa felicidade é muito diferente da do que os homens buscam. A verdadeira felicidade não está fora de nós. Como já disse, está na consciência em paz.

O grande filósofo Bertrand Russel, um dos meus queridos, escreveu um belo livro sob o título “A conquista da felicidade”, em que ele, que foi um homem feliz, sugere várias dicas para não sermos infelizes. Vejamos algumas delas: Livrar-se da inveja, que, popularmente, se chama “olho grande”. Portanto, não inveje ninguém. Você nunca conhece muito bem a pessoa invejada. E Russel define a inveja como um revólver apontado para a gente. Infeliz, portanto, quem inveja. E chega a esta assertiva: “Os mendigos não invejam os milionários, mas invejam quando outro mendigo melhora de situação”. Que paradoxo.

Outro motivo de infelicidade, segundo o filósofo: o isolamento. Ninguém é feliz sozinho. “Toda pessoa necessita de um ambiente de simpatia”. O torturado e infeliz Sartre disse que o inferno eram os outros.

Mas, continuemos ouvindo o nosso filósofo. Para que? Ora, para que? Para ouvir esta história que ele escreveu no livro A Conquista da Felicidade: “Conheci um homem que havia perdido as duas pernas, muito jovem ainda, e que continuava vivendo com uma felicidade serena, graças a uma obra que escreveu sob o título: As enfermidades das rosas”.

A crônica está se alongando e fica aqui um dos melhores conselhos do filósofo: “Quanto mais interesse você tiver na vida, mais feliz será”. E descreve o que seria A fórmula da felicidade: “ter apetite para a vida assim como tem apetite para a comida”.

Alguns lugarejos da Europa, por sua arquitetura peculiar ou pela paisagem estonteante que os cerca, fazem pensar que se tratam de pinturas ...


Alguns lugarejos da Europa, por sua arquitetura peculiar ou pela paisagem estonteante que os cerca, fazem pensar que se tratam de pinturas ou cenários de filmes de aventura e fantasia.