Por uma dessas maravilhosas coincidências da vida, reencontrei, no supermercado aqui em João Pessoa, um maître que conheci ainda garçom no Rio de Janeiro. Sempre alegre e falante, imediatamente reencetamos (eu estava doido para usar essa palavra) as lembranças de uma época maravilhosa — principalmente dos restaurantes Antiquarius e Satyricon, onde ele trabalhou.
A Operação Lava Jato pegou o Antiquarius no contrapé e ele fechou em 2018. A “tchurma” mudou-se, então, de mala e cuia para o Satyricon, onde meu amigo era maître.
Restaurante Antiquarius (RJ) Linkedin
Pargo no Sal Grosso
Satyricon
Satyricon
Patrão, já vi por lá a Madonna e o Sting, que gostaram do pargo no sal grosso. Gisele Bündchen adorava o carpaccio, mas o rei da simpatia sempre foi Tony Ramos.
Esqueci de lhe contar dos políticos. Quem ia muito lá era o ex-governador Sérgio Cabral, que passava tardes inteiras conversando com amigos numa mesa bem discreta, tomando garrafas do vinho português Pêra-Manca. Por falar no ex-governador, quem também frequentava o Satyricon era o empresário de ônibus Jacob Barata, que ia com seu filho — preso por pagar propinas a Sérgio Cabral, mas solto três vezes por decisão do ministro Gilmar.
Clarisse Perissé, Jacob Barata Filho, Guiomar e Gilmar Mendes @hildeangel.com.br
Não vou contar da turma dos bicheiros porque tenho medo (risos), mas uma cena me lembrou muito das suas histórias. Um desses cafonas quis impressionar a jovem namorada e pediu um caranguejo king crab, daqueles enormes que custam 2.500 reais e vêm do Alasca. Ia tudo bem, até ele pedir... (deu uma gargalhada) — acredite, Doutor — um vinho na-ci-o-nal.”
Assim são meus amigos: fazem-me rir e continuar feliz.