Há muitos fazendo poemas e, poucos, poesia. Explico: o que existe em profusão é a escrita feita através da disposição de versos, que produzida em alta escala padece de uma linguagem mais elaborada, sem estranhamento, com pouca exploração das figuras de linguagem.
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Tenho acompanhado, à medida do possível, os livros de poemas publicados nesta década. Sinto que a maioria carece de filosofia, falta-lhes ritmo e muitos prescindem da necessária sonoridade tão cara à poesia, a qual não deve ser confundida com “rima”.
Fazer poemas com dor de cotovelo ou falta de dinheiro, como diria Drummond, não é fazer poesia. Todos nós já cometemos uns versinhos piegas e colegiais, fruto de namoros — correspondidos ou não — que resultam em versos melancólicos, povoados de clichês. Rimamos amor com dor. Estes até podem se constituir bons motes, mas não devemos permanecer apenas nesse ponto.
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Outra: mostre seu texto a várias pessoas. Cuidado: não mostre para qualquer um. Confie seu texto a quem entende do assunto: professores e escritores. Se você é
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Escrever é um ofício de resistência. Maus-caracteres existem em demasia no meio literário. Estes não conseguem enxergar o próximo como colega de ofício, veem os incipientes como inimigos e por isso tentam interditá-los, com má-fé de uma opinião desabonadora, pela política de bastidores, sempre maledicente. Melhor do que fazer carreira literária é fazer literatura.