“Nunca nos procuramos: como poderia acontecer de um dia nos encontrássemos?”
Friedrich Nietzche
Friedrich Nietzche
A angústia seguinte me espera – eu sei –, mas resolvi me atrasar um pouco e cultivar aquela que ora me afasta do que sou – não mais! Pelo menos a da consciente ideia de que tenho adiado a evolução de um Eu maduro diante do que tenho perpetuado.
H. Matisse, 1905
Devo aceitar o que me entregam? Devo realmente ressignificar? Essa é a semântica mais difícil na gramática dos afetos, quando a sintaxe morre antes do luto.
Por maior que tenha sido o meu esforço, não caminhei pela trilha vislumbrada pelo outro. Por maior que tenha sido o meu empenho, não caminhei pela trilha desejada por mim. E sei que nesse itinerário lírico
H. Matisse, 1917
A quem decidiu ficar, resta o malefício da dúvida? A quem decidiu seguir, o benefício do vivido, ainda que esteja arrependido? Pediram-me para não demonstrar raiva e fiquei irado. Quem pensa ser para controlar minha expressão?, esse moinho que move sem água, esse catavento constante e para mim incontornável. Mas de que ou de quem estou falando? Caí no ato falho e acertei.
Questiono-me o quanto sou capaz de suportar da minha própria história escrita em (trans)parentes linhas e o quanto sou capaz de suportar deste estranho familiar. Foi por sensibilidade que encontrei a psicologia? Foi por defesa que a poesia me encontrou?
H. Matisse, 1922
Quem anda pelas estações
Sem sucumbir
Aos intermináveis desejos
Está a anular a angústia
Que nos move.
Para nossa imaginação,
Somos invencíveis.
Para o nosso desejo;
Insolucionáveis,
Como o silêncio de Narciso
Sobre a própria beleza.
H. Matisse, 1900