Tem momentos que a vida parece ter chegado ao fim, que não existe saída para o sofrimento, a escuridão é a única luz presente.
Precisei ir para longe de tudo e de todos. Me escondia para não ter que disfarçar meu sofrimento. Era imprescindível enxergar alguma maneira de sobreviver mesmo imersa naquele buraco negro. Olhava e nada vislumbrava. Não conseguia ver nenhuma possibilidade de retornar.
Precisei ir para longe de tudo e de todos. Me escondia para não ter que disfarçar meu sofrimento. Era imprescindível enxergar alguma maneira de sobreviver mesmo imersa naquele buraco negro. Olhava e nada vislumbrava. Não conseguia ver nenhuma possibilidade de retornar.
PXB
E meus sonhos?
Acalentados para serem vividos, foram destruídos pelas mãos da descrença. Não acreditava na possibilidade de alcançar meus projetos, objetivos e metas.
O fato do meu filho Matheus com apenas 16 anos ter sido arrebatado de forma cruel pelas mãos frias da morte, fez surgir uma dor eterna, indescritível.
Me sentia sem vida e sem brilho, como larva seca de vulcão. Os motivos para seguir a caminhada desapareceram. Vivenciava a mais excruciante falta de esperança, não via nenhuma razão para ser feliz novamente. Carregando essa ferida que jamais será curada, naqueles dias só me interessava lutar por justiça.
Órfã de filho, consigo com muito sacrifício atravessar meu deserto.
PXB
Hoje, já me pego sorrindo sozinha, mesmo que meu coração chore diariamente a dor da saudade, minhas borboletas eclodem e voam pelos mundos.
A escuridão pode até me acompanhar pelo resto da minha caminhada, mas não se apoderará mais do meu espirito.
Vejo nas minhas rugas troféus. Apesar delas mostrarem que não sou mais jovem, me conferem que não preciso ser a melhor, já sou diferente. Certificam que tudo que aprendi, conquistei, dou e recebo, estão tatuados em meu espirito e corpo. Rugas, troféu do tempo.