Não encontraremos por aqui refinarias de petróleo, montadoras de automóveis, fábricas de aviões, nem uma avenida que exerça o mesmo ...

A Paraíba acontece

feira literaria extremo oriental
Não encontraremos por aqui refinarias de petróleo, montadoras de automóveis, fábricas de aviões, nem uma avenida que exerça o mesmo poder de outra via — a Faria Lima — que, lá em terras paulistanas, detém as rédeas da vida financeira do país. Nada disso. Evoluímos na medida do possível, sem aquela pressa alucinante, escrava dos ponteiros e dos prazos.

Vamos tocando a vida na velocidade que nos é conveniente — bem longe do marasmo e da inércia, mas nunca cativos da insanidade veloz que teima em devorar a paz e aquela harmonia que recomenda a boa convivência. Tocamos a vida ao nosso jeito — e parece que está dando certo.

As estatísticas comprovam, pela quantidade de gente que descobriu este nosso paraíso, que muitos aparecem por aqui e depois resolvem fincar raízes na terra de Zé Lins. O motivo? As paisagens deslumbrantes, sim. Mas há um fator a se considerar: o jeito de viver de nossa gente.

Nosso povo é também nosso cartão de visitas. Esse nosso jeitinho faz com que estejamos nos tornando um polo turístico, despertando de uma vocação que estivera adormecida por mais tempo do que seria justo e necessário.

A terrinha — como carinhosamente a chamamos por aqui — não tem lá um PIB considerável, mas também não é dos piores. Há, porém, um detalhe importante: nunca deixamos de exportar talentos nas mais diversas áreas do conhecimento, das atividades profissionais e das artes. E é nesse quesito — as artes — que vou ocupar algumas linhas deste poderoso rotativo.

A literatura é um ponto em que se destaca nossa Paraíba. Falta apenas levar para além dos postos fiscais de nossas rodovias federais essa esplendorosa produção literária que aqui se realiza. Tentativas de furar essa bolha vêm ocorrendo de forma individual ou coletiva. Alguns efeitos começam a dar os ares de suas graças, mas ainda precisamos de mais — muito mais.

Empenhadas nessa porfia, algumas entidades estão juntando esforços e partindo, como se diz, para a luta. Nesse sentido, a Confraria Sol das Letras, a União Brasileira de Escritores (seccional Paraíba) e a Academia Paraibana de Cordel estão promovendo a 1ª Festa Literária do Extremo Oriental, nos dias 23, 24, 25 e 26 de outubro.

O evento contará com a generosa parceria da Academia Paraibana de Letras, que reunirá, durante o encontro, academias de letras de todo o país.

No entorno da Praça do Bispo — entre o adro e a Igreja de São Francisco, a Avenida Duque de Caxias, a Academia Paraibana de Letras e o Casarão 37 — haverá polos dedicados às artes plásticas, literatura, literatura infantil, cinema, gastronomia, apresentações musicais, cordel e lançamentos de livros.

Entre os lançamentos, teremos obras de Mary Del Priore, Matheus Nachtergaele e José Octávio de Arruda Mello. No domingo, às 9 horas, na APL, ocorrerá o lançamento de Nossas Mulheres, livro que reúne a vida de 20 mulheres que contribuíram para a formação do nosso país, escritas pelas penas inspiradas de 20 autoras ligadas à UBE. A obra tem apresentação de Maria Valéria Rezende e conta com textos de Ana Daviana, Marineuma Oliveira, Ana Paula Cavalcanti, Rita de Cássia Ramalho, Thalita Lucena, Rose Pereira, Francisca Vânia, Ludmila Saharovsky, Ezilda Melo, Eurídice Hespanhol, Norma Alves, Cibele Laurentino, Neide Medeiros, Tânia Castelliano, Valéria Xavier, Irlanda Lúcia e Maria das Graças Santiago.

Após esses lançamentos, às 10h30, haverá uma homenagem à gestora da EPC, Naná Garcez.

O pavilhão montado na Praça Dom Adauto contará com vários estandes — inclusive o da UBE, no qual autores ligados à entidade estarão presentes para receber leitores e amigos.

Esse esforço conjunto merece sua presença.

A Paraíba também é você.


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