Foi o primeiro dueto discursivo a que assisti mais do que ouvi, ajudado pela vibração de algumas palavras chaves que legendavam o rumo dos discursos. Tarcísio aplaudido a cada página (e não foram poucas), Hildeberto Barbosa vibrando a cada achado surgido ou rebentado dos muitos talentos do escritor, ficcionista e de franco e reconhecido domínio nas artes dramáticas.
Foi uma noite como poucas a que vi ontem no ânimo emocional dos oradores e dos que prestigiaram a posse de Tarcísio Pereira na Academ...
Na Academia
Foi o primeiro dueto discursivo a que assisti mais do que ouvi, ajudado pela vibração de algumas palavras chaves que legendavam o rumo dos discursos. Tarcísio aplaudido a cada página (e não foram poucas), Hildeberto Barbosa vibrando a cada achado surgido ou rebentado dos muitos talentos do escritor, ficcionista e de franco e reconhecido domínio nas artes dramáticas.
Era verdadeiramente um bosque, que começava nos sítios que escorriam para a Lagoa e vinham ondular-se nos baixios de mangues conto...
Aonde nos levam as lavandeiras
Eis o meu testemunho sobre Arnaldo Tavares . Testemunho remoto e vivo de quem nasceu no meio da bouba, de quem, inocente, foi levad...
Testemunho sobre Arnaldo
A ideia foi do jurisconsulto e historiador Humberto Mello, há algum tempo convidando-me a rever a Igreja da Guia, tão cercada e gua...
A Guia
Sou dos que resistem a aceitar como igreja a edificação da Universal que faz vizinhança ao prédio onde moro. Fala-se da imensa for...
Um fundo de reservas
Por que um autor é consagrado e outro mestre do mesmo ofício é esquecido?” Quem fez a pergunta há muito tempo, com acento forte em “me...
Bichara e José Vieira
Estava escrevendo para hoje motivado pela criação da Secretaria do Meio Ambiente, quase no mesmo dia em que a TV Cabo Branco serviu, no ...
Fim feliz
A nossa Academia de Letras, como não podia ser diferente, dispõe de uma boa biblioteca de peso literário. E reflete a cultura dos se...
O vulto de Burity
Em “Mar do olhar” vem esta dedicatória de Juca Pontes ao amigo-irmão Milton Nóbrega: “Para Milton Nóbrega, amigo-irmão, com quem apren...
Das dobras do aço ao infinito
Com meu tanto no ramo gráfico, acompanhei essa harmoniosa parceria. Com inveja, às vezes, não da harmonia, como desse infinito que eles juntos enxergavam. O que não chegava a um chegava ao outro. E se completavam, contrariando aquela ansiedade sem fim feliz do negro Cruz e Souza:
Na semana passada, um desses cachorros que conduzem seus donos pelas praças e calçadas, parando a cada poste e sendo atendidos em to...
O Chaleira que não entrou na História
Não sei se é meu sangue ou meu suor, mas nunca nos demos bem. Tarde da noite, quando tinha de arrastar a pé pela Almirante Barroso até alcançar a Torre, onde morava, ia pelo meio da rua temendo a bocanhada dos pastores alemães que guardavam os ricaços daquele tempo. No Censo de 1950 sofri com os “os amigos do homem” na zona rural. No seu ciclo evolutivo urbanizaram-se e se dividiram em classe: há os que no passeio fazem cocô na mão da madama, que já dispõe de papel de pet para isso, e há o vira-lata largado como os sapiens na classe dos coletores e caçadores primitivos. Escreveram que o cachorro foi o primeiro animal a ser domesticado pelo homem. De modo que é inútil estranhar essa sua ascensão aos cuidados burgueses, superior, a certas sensibilidades, ao amparo à criança pobre.
Em 1968, a lista castrense de punidos da UFPB deu-me a conhecer de nome o jovem professor José Jackson Carneiro de Carvalho, da Faculd...
Jackson e meu tormento
O relojoeiro me fez viver um contentamento de menino, uma alegria de camisa nova, ao devolver-me recuperado um Mido de corda que dois a...
O presente
Nesse tempo, o do presente, o Banco Indústria e Comércio, dos herdeiros de Flávio Ribeiro Coutinho, tinha uma agência na Duque de Caxias, ao lado da velha A UNIÃO, hoje Assembleia. Era a agência de Edmundo, tio do poeta e escritor Geraldo Carvalho, pessoa tão comunicativa que fazia desaparecer o nome do banco; para toda a cidade o banco era dele, de Edmundo.
Cultivo um ponto de vista estranho e mesmo confuso ante o significado humano do progresso. Talvez seja o dicionário Aurélio o que ma...
Seu nome é mulher
O dorso magrinho e sumido de um livro entre dezenas da estante a um canto da recepção de um consultório me desconcentra do que possa re...
De um dorso de livro
Indicam-me a farmácia de manipulação “que fica defronte do jornal O Norte”. Como gostei, como me senti agradado! Reparei na menina, n...
Seu Zé
Reparei na menina, não a vi com idade para fazer de um jornal fechado há quatorze anos um ponto de referência. Menina, recepcionista, se muito nos seus 20 aninhos.
E lá me vou, a memória se encarregando de povoar as casas hoje fechadas ou transtornadas da velha Pedro II.
Não devo ter sentido diferente de minha cronista predileta ao ver a Turquia desabar inteira, não sobre seus irmãos vizinhos, por ambiçã...
Tragédias visíveis e invisíveis
Faz tempo! Tarcísio Patrício de Araújo conseguiu salvar das coisas perdidas uma meia dúzia de contos de Robério Toscano, um afici...
O conto perdido
Tarcísio Patrício de Araújo conseguiu salvar das coisas perdidas uma meia dúzia de contos de Robério Toscano, um aficionado do gênero que não frequentava as rodas convencionais dos nossos literatos. Tarcísio é um paraibano de formação técnica, que integrou, salvo engano, a equipe do governo Jarbas Vasconcelos e que não perdeu os vínculos com a Paraíba, menos ainda com a cultura da terra. Nosso Cartaxo, paraibano de Cajazeiras há décadas morando em Recife, poderá conhecê-lo.
A crônica, a que é fruto da subjetividade, infunde bem mais vivência (e certamente por isto) do que a sua versão historiográfica. Co...
A hora do resgate
Estão me deixando para o fim sem levar em conta a vertigem dos dias na minha idade. Registra-se que o Censo na Paraíba alcança os 90 ...
A ganância humana
Foi meu primeiro emprego às custas federais. A 40 centavos a casa, mansão ou casebre, e 20 centavos por pessoa. Peguei a parte mais enladeirada, a que bate de testa com as serras de
Para Hildeberto Barbosa Filho De palavra em palavra sai brotando o poema. No negro maior que foi Cruz e Souza basta, absoluta, a pala...