F oi assim que um dos maiores arquitetos do mundo, o brasileiro Oscar Niemayer, definiu a vida – como um sopro! Não fazem três anos que ele ...

Foi assim que um dos maiores arquitetos do mundo, o brasileiro Oscar Niemayer, definiu a vida – como um sopro! Não fazem três anos que ele fechou os olhos para o mundo, o mundo que ele tanto embelezou, com sua cultura, com sua genialidade, com sua arte, e com uma vasta obra que está presente em diversos países.

Foi o genial presidente Kubitschek que o chamou para projetar e embelezar Brasília, a nova capital federal. E saber que toda sua obra foi construída sem o avião, pois o arquiteto tinha medo das alturas. Para ele, a viagem de avião, que eu adoro, era um verdadeiro suplício.

Em Belo Horizonte, na Pampulha, visitei sua obra, a maior atração turística da cidade.

Niemeyer era de uma personalidade fascinante. Não digo que fosse simpático. O sorriso demorava pouco no seu rosto. Era um homem de semblante sério. Tinha ou teve suas idéias socialistas, e chegou a militar no Partido Comunista. Era amigo incondicional do líder vermelho Carlos Prestes, que ele muito admirava, chegando a presentear-lhe com um apartamento.

Uma das coisas mais bonitas que ele disse foi que “a poesia está na curva”. E a curva é feminina. Enfatizava que a Natureza é rica em curvas, que emolduram desde praias, montanhas e nuvens, aos planetas, suas órbitas e galáxias.

A sua vasta obra está espalhada não só por todo o Brasil, no exterior e inclusive aqui, na Paraíba, graças ao governador Ricardo Coutinho, que como prefeito da cidade, e com a ajuda do seu então secretário do planejamento municipal, arquiteto Luciano Agra, conseguiu erguer a monumental Estação Ciência.

Com sua maneira cética de ver o mundo, Oscar Niemeyer chegou a dizer que a vida é um sopro. Se assim fosse, a vida não valeria nada, não é meu mestre Chico Xavier? Você que criou, com um lápis comum e os olhos fechados, uma imensa literatura psicografada, e chegou a ser eleito o maior brasileiro de todos os tempos, em votação nacional, concorrendo, inclusive, como o grande arquiteto.

Mas, se a vida é um sopro, onde está a arte? E o que dizer do grande Arquiteto do mundo, que construiu uma arquitetura que o homem jamais faria? A arquitetura do corpo humano?...

E ra muito cedo ainda, quando me aproximei do gigante, que estava meio sonolento. Sua presença me fez muito bem. Que majestosa beleza. Corri...

Era muito cedo ainda, quando me aproximei do gigante, que estava meio sonolento. Sua presença me fez muito bem. Que majestosa beleza. Corri meus olhos por sua amplidão e disse com os meus botões: “Isto não é mais um mar. Isto é Deus!” Sim, o mar é a presença divina ensinando muitas lições aos que têm olhos de ver.

E sua primeira lição era sobre a constante mutação da vida. Tudo muda, nada permanece. Veja o jogo das ondas, aquele recuar e avançar constantes, como a dizer, que tudo nasce e renasce. As ondas crescem, se avolumam, e depois se diluem em espumas. Sim, e as espumas, esses sorrisos do mar? Depois de se transformarem em espumas, as ondas recuam e vão formar outras ondas. Coisa que está me parecendo muito com reencarnação... Tudo vai e tudo vem, no jogo da evolução.

Só sei que o mar me ensinou muita coisa, nesta manhã de sol. E pus-me a orar, não com palavras. Uma oração muda que nada pedia, apenas agradecia. Agradecia a presença daquele gigante, que não anda, mas dança.

Mas o mais interessante é que ele é uma majestade, no entanto, é humilde. Humilde como Jesus foi. Assim como o Mestre lavou os pés de seus discípulos, o mar também lava os nossos pés com suas espumas. O gigante torna-se pigmeu. Torna-se menino. Menino brincando de conchinhas...

E o mar, sendo um deus, não faz barulho. Seu barulho é chamado de marulho, que agrada aos nossos ouvidos. Quem faz barulho é o homem, quando se transmuta em demônio... O cantor Caymmi disse que “É doce morrer no mar”. Não, doce é conversar com o mar. Dialogar com ele, aprender com ele, Não existe melhor terapia. Você, que é um homem de negócio, não se esqueça de, vez por outra, ir conversar com o mar. Faz bem ao corpo e a alma.

Jesus adorava caminhar à beira-mar. Certa vez, os apóstolos arregalaram os olhos de susto quando o viram caminhando sobre o mar de Tiberíades. E Ele ainda chamou Pedro para acompanhá-lo. O apóstolo tentou pisar nas ondas, mas terminou hesitando, com medo. “Ah, homem de pouca fé!” - disse-lhe Jesus. É a tal coisa, viver bem é ter fé. Quando esta falha, vêm a depressão, o medo, a doença. Para isso, a melhor terapia é dialogar com o mar...

U m amigo me disse, certa vez, que o pior não é a pobreza, mas o espírito de pobreza. E, por incrível que pareça, há rico com espírito de po...

Um amigo me disse, certa vez, que o pior não é a pobreza, mas o espírito de pobreza. E, por incrível que pareça, há rico com espírito de pobre, e pobre com espírito de rico. Parece que há aí uma contradição. Mas, o meu amigo tem suas razões. Tudo na vida depende da atitude que tomamos diante das coisas e das pessoas.

Pobre com espírito de pobreza é digno de lamentação. Nunca melhorará na vida, pois, há muito que perdeu sua auto-estima. Faz questão de ser miserável. Compraz-se com a miséria e pronto. Também há aquele que é rico, mas tem espírito de pobreza. Torna-se escravo do dinheiro. Sua fortuna não serve nem para ele, nem para os outros. Vive com medo de gastar. É incapaz de empreender uma viagem para conhecer novas terras e ampliar seus conhecimentos. Seu apego ao dinheiro é patológico.

Quando eu era criança, ouvi falar de um homem muito rico. Não me lembro do seu nome. Só sei que ele tinha muito dinheiro guardado. Um avarento. No entanto, trajava-se mal, costumava andar a pé, e, em sua casa, decerto faltava o mínimo conforto. Pois bem, esse senhor era o tipo do rico com espírito de pobreza. Sim – já ia me esquecendo – ele era usurário.

Acontece que, um dia, eu vi esse homem que me foi mostrado por um irmão meu. Confesso que tive pena dele: mal vestido, magro, a barba por fazer, sapatos sujos. Estava ali o tipo do avarento que Balzac gostaria de ter conhecido para melhor se inspirar. “Aquele sujeito é rico como o diabo!” – cochichou meu irmão.

Aí me contou uma história envolvendo o tal personagem, que muito me divertiu. Certa tarde, o velho agiota ia subindo a ladeira da antiga Avenida Guedes Pereira, desta Capital, carregando um embrulho que parecia ser um queijo do reino, que, naquela época, era muito caro. Só rico tinha o privilégio de possuí-lo. Lá ia o nosso herói com o embrulho debaixo do braço, quando um seu amigo indagou: “Que é isso que você vai levando aí?” Ele, sorrindo e meio encabulado, disse: “Um queijo do reino”. Ocorreu que, nesse momento, ele tropeçou numa pedra, e ao invés de queijo, o que se viu rolar ladeira abaixo, pelo chão, foi uma fruta-pão... O amigo caiu na risada, pois já sabia de sua avareza, de sua mesquinheza, de seu espírito de pobreza.

Mil vezes um pobre com espírito de riqueza do que um rico com espírito de pobreza. Lembrar que riqueza atrai riqueza, e pobreza atrai pobreza. É a lei sintonia que rege a vida.

E viva a riqueza que não se fecha, que flui como um rio, que se expande como o vento, que alimenta como o oxigênio que respiramos, servindo a tudo e a todos. Riqueza como bênção. Riqueza que também é teste para medir o espírito de solidariedade de quem a possui.

Tenhamos sempre na cabeça aquela regra ensinada por Paulo de Tarso: “Vivamos no mundo como possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém”. E por que tomar tal atitude diante das coisas do mundo? O próprio Paulo responde: “Porque nada trouxemos para este mundo e é evidente que nada podemos levar dele”.

O menino faz anos hoje. E eu não estou gostando nada disso. O menino envelhecendo. E eu, onde fico? Não quero o menino velho. Mas o que faz...

O menino faz anos hoje. E eu não estou gostando nada disso. O menino envelhecendo. E eu, onde fico? Não quero o menino velho. Mas o que fazer? É a inexorável lei do tempo, da vida, que não para. E haja aniversários, e haja bolos na mesa, e haja velas a apagar e haja aquela cantiga desejando ao aniversariante muitos anos de vida. Uma prova de que todo mundo deseja ser velho. Afinal, o que são muitos anos senão velhice?

Mas, o danado é que o meu menino, o menino aniversariante, não deseja nem bolo, nem vela. Ele deseja é fugir para se encontrar com a Natureza, que o chama com a sua paz, com o seu silêncio, para a sua contemplação, sua meditação, para o seu crescimento espiritual.

Portanto, bolo o menino não quer, nem presente para agradecer. O menino não é mais menino. O menino já está entrando na casa dos... Digo não, curioso.

E a imaginação começa a funcionar. Quem era esse meu menino, há alguns anos atrás? Um galeguinho lindo, que chamava a atenção de todo mundo. Lindo, louro, irrequieto, corajoso, inimigo do medo. Uma vez pediu aos pais para andar, sozinho, numa roda gigante. E lá se foi, deixando os velhos com o coração na mão.

Germano é o nome dele. Saber fazer amigos é ali. Gostar de aventuras, ninguém como ele. Mas, o que ele gosta mais é da vida!

Pois é, o menino está completando mais um ano de existência. Como caçula, fez o que quis. Nunca levou uma palmada, a não ser, uma única vez, quando inventou uma doença porque estava com preguiça de ir à escola, e teimou em não ir. Mas foi só uma palmadinha...

Quanto à profissão que escolheu, não pensou duas vezes, Arquitetura e pronto. E nos intervalos dos projetos, ele ainda acha de escrever para os jornais, num estilo elegante e muito humano. Até na televisão, ao lado da elegante apresentadora, Rose Silveira, vem se metendo, há alguns anos, contando-nos sobre as viagens internacionais que fazemos, sempre juntos.

Mas, paremos por aqui. Vou já, já, dar um beijo neste aniversariante. Mas vejo que o menino já se mandou para as praias do litoral sul, onde costuma conversar com os bem-te-vis, com as flores silvestres, as galáxias e o mar, sua grande paixão.

A felicidade... Quem é feliz? Feliz é aquele que se julga, já se disse. O homem feliz não tinha camisa, conta uma história. Feliz é quem am...

A felicidade... Quem é feliz? Feliz é aquele que se julga, já se disse. O homem feliz não tinha camisa, conta uma história. Feliz é quem ama. Se você é feliz, tudo bem. A felicidade não é deste mundo. Para Jesus, feliz o é bem-aventurado. E os bem-aventurados são os que Ele citou no Sermão da Montanha.

Muito se escreveu sobre a felicidade. Se você é feliz, você está em paz. Você ama, você ajuda, você está sempre sorrindo, sempre alegre. Isadora Duncan, a genial bailarina, dizia que não somos felizes, temos momentos felizes.

Afinal, o que faz o homem feliz? Dinheiro, saúde, cultura, poder?

Os animais são felizes? Houve quem dissesse que os animais são mais felizes do que os homens. Se não estou equivocado foi Montaigne. Os homens são levados ao suicídio, os animais nunca se suicidam.

Cabe-me, aqui, lembrar, a história daquele rei, a quem disseram que se vestisse a camisa do homem feliz, também seria feliz. E haja procura pelo mundo inteiro. Até que encontraram o homem feliz, tranquilamente deitado numa rede. Que alegria. Acontece que o homem para desgosto dos emissários estava nu da cintura para acima...

Bilhões de livros já foram escritos sobre a felicidade, porquanto esse é o grande objetivo da vida. Já li muitos livros sobre a felicidade, que, se não me fizeram feliz, pelo menos me deram tranquilidade interior. Mas, a melhor definição que encontrei sobre essa deusa foi a seguinte, e não vejo outra melhor: felicidade é ter a consciência tranqüila.

A felicidade, segundo Jesus, está no Sermão das Bem-aventuranças. Mas essa felicidade é muito diferente da do que os homens buscam. A verdadeira felicidade não está fora de nós. Como já disse, está na consciência em paz.

O grande filósofo Bertrand Russel, um dos meus queridos, escreveu um belo livro sob o título “A conquista da felicidade”, em que ele, que foi um homem feliz, sugere várias dicas para não sermos infelizes. Vejamos algumas delas: Livrar-se da inveja, que, popularmente, se chama “olho grande”. Portanto, não inveje ninguém. Você nunca conhece muito bem a pessoa invejada. E Russel define a inveja como um revólver apontado para a gente. Infeliz, portanto, quem inveja. E chega a esta assertiva: “Os mendigos não invejam os milionários, mas invejam quando outro mendigo melhora de situação”. Que paradoxo.

Outro motivo de infelicidade, segundo o filósofo: o isolamento. Ninguém é feliz sozinho. “Toda pessoa necessita de um ambiente de simpatia”. O torturado e infeliz Sartre disse que o inferno eram os outros.

Mas, continuemos ouvindo o nosso filósofo. Para que? Ora, para que? Para ouvir esta história que ele escreveu no livro A Conquista da Felicidade: “Conheci um homem que havia perdido as duas pernas, muito jovem ainda, e que continuava vivendo com uma felicidade serena, graças a uma obra que escreveu sob o título: As enfermidades das rosas”.

A crônica está se alongando e fica aqui um dos melhores conselhos do filósofo: “Quanto mais interesse você tiver na vida, mais feliz será”. E descreve o que seria A fórmula da felicidade: “ter apetite para a vida assim como tem apetite para a comida”.

Alguns lugarejos da Europa, por sua arquitetura peculiar ou pela paisagem estonteante que os cerca, fazem pensar que se tratam de pinturas ...


Alguns lugarejos da Europa, por sua arquitetura peculiar ou pela paisagem estonteante que os cerca, fazem pensar que se tratam de pinturas ou cenários de filmes de aventura e fantasia.

E stá lá no cemitério Père Lachaise, em Paris, no mausoléu de Allan Kardec, codificador do Espiritismo, a sua frase: ”Nascer, viver, renasce...

Está lá no cemitério Père Lachaise, em Paris, no mausoléu de Allan Kardec, codificador do Espiritismo, a sua frase: ”Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei”. Não vejo melhor síntese para conceituar o progresso, ou a evolução do que esta.

Nada fica estacionado, parado, segundo a lei do progresso. Que tal uma olhadela para o passado? Não ria, você, das coisas do passado, em seus mais diversos aspectos. Há alguns séculos, aqui no Brasil, os homens mal se vestiam. Os nossos antepassados indígenas andavam nus. Nada, portanto, de sentirem calor ou vergonha.

E que dizer das enfermidades, da peste matando milhares de pessoas, por conta da falta de higiene, de vacinas? Hoje, onde está a peste de outrora?

E o progresso da Medicina, das descobertas da ciência genética? Nem é bom falar. Apenas em pensar numa cirurgia sem anestesia, já começo a sentir dor. E pensar que a religião chegou a ser contra a anestesia. Viva Crawford Long, o primeiro cirurgião a usá-la!

No princípio, a fome era tão encontradiça como o ar que respiramos. Segue-se a ignorância, a pior desgraça do mundo. E o isolamento? Outrora, muito outrora mesmo, as tribos viviam isoladas. Ainda não tinham inventado o computador, a Internet, o Facebook, o celular. Hoje, a tecnologia anda fazendo o que a Religião ainda não conseguiu: unir as pessoas, acabar com o longe, com o distante. Tão fácil, atualmente, ver a cara para quem estamos telefonando, através dos aplicativos digitais chamados Facetime ou Skype. E muito outrora, como era?...

Agora vejamos a ignorância, tão presente, outrora, nas comunidades. Cadê a escola, o livro? Trabalho não existia. Predominava a ociosidade. Só depois, muito depois, é que apareceu a Universidade, lá pela Idade Média, embora, o obscuro período medieval seja chamado de “A noite de dez séculos”.

E na pressa, esquecemos a maior de todas as tragédias: a escravatura, que vendia homens livres. E viva a liberdade! Fizeram bem os Estados Unidos dedicando uma estátua a essa deusa.

Estamos nos lembrando também de outra calamidade, distante do progresso: a imundície, a ausência do asseio, da higiene. Daí a proliferação das doenças.

Mas, aos poucos tudo foi melhorando. Veio a boa política acabando com a barbárie. O comércio uniu os povos. Com o comércio surgiram os transportes, a navegação, o telégrafo sem fio. Veículo embaixo e veículo em cima, este graças ao avião descoberto pelo brasileiro Santos Drumond. Tudo isso nos leva a concluir que o que mais dignificou o homem, foi o trabalho.

Mas esta frase, do espírito Emmanuel, que nos inspirou para a redação deste texto, diz que “o progresso material não perdurará, enquanto não houver amor no coração dos homens”. E esta tarefa cabe a Religião, que ainda não foi, devidamente, compreendida. A Religião que foi ensinada por Jesus. Sem ela, não vale nenhum progresso material.

E a lição do Mestre foi tão simples. “Amar ao próximo como a si mesmo”. Mas o próximo ainda continua tão distante... E não deve ser pela inteligência que devemos buscá-lo. Não é pelo computador, pela tecnologia, mas pelo coração.

C omeço dizendo: nada é inútil nesta vida, tudo tem a sua utilidade, seu lado bom. E quando a aparente inutilidade serve à utilidade, temos ...

Começo dizendo: nada é inútil nesta vida, tudo tem a sua utilidade, seu lado bom. E quando a aparente inutilidade serve à utilidade, temos que aceitar a contradição. É a vida expressando-se nos seus contrastes. E a beleza da vida está na harmonia dos contrastes.

Que seria da planta sem o estrume? Que seria da vida sem a morte? Que seria do amor sem o ódio? O ódio é vibração desviada, energia equivocada.

Temos os pés, temos as mãos. Jesus utilizou muito bem os dois. Com as mãos aplacou tempestades, expulsou maus espíritos; com os pés caminhou léguas divulgando a Boa Nova. Com as mãos restituiu vista aos cegos, limpou leprosos, com os pés passeou no Mar da Galiléia, nas praias de Cafarnaum, como se estes fossem avenidas...

As mãos! Vou beijá-las, já, já. E os pés? Difícil, não? Nem com anos de alongamentos ou Pilates...

E a mente? Este é o nosso tesouro, que Deus colocou lá em cima. O diamante que tanto reflete a lama como a luz. Ah, os bons pensamentos! Pensamentos de amor. Pensamentos positivos.

Que seriam das nossas caminhadas sem os pés? Eis uma obviedade que não devemos esquecer. Lamentável quem não os tem.

Pés e mãos. Minha Alaurinda sempre está dizendo: “vou fazer, hoje, pés e mãos lá em Anthony. E quanta gente, ali, cuidando da beleza física, da aparência externa.

Pés e mãos! E chega Alaurinda, como faz Germano sempre, me trazendo o Concerto nº 2 para piano e orquestra, de Rachmaninov, para ver e ouvir. A pianista é linda, e suas mãos dançam no teclado que é uma beleza. Viva as mãos. E os pés? Estão lá embaixo mexendo nos pedais, que ninguém vê, mas que têm uma grande importância no fraseado musical.

Ah como os pés invejam as mãos! E quando termina o concerto, aí é que as mãos vibram, aplaudindo e fazendo inveja aos pés, embora, algumas vezes, os músicos, por estarem com as mãos ocupadas segurando seus instrumentos, aplaudem o maestro batendo com os pés no tablado.

Mas, quem vai esvaziar o teatro? Serão as mãos? Não, são os pés que levam toda aquela gente de volta para casa... Afinal, não esqueçamos de nada, tudo é útil, nesta vida!

S im, qual foi o maior perdão de todos tempos? E, afinal, o que é o perdão? Você já perdoou alguém pelo mal que este lhe fez? E se perdoou, ...

Sim, qual foi o maior perdão de todos tempos? E, afinal, o que é o perdão? Você já perdoou alguém pelo mal que este lhe fez? E se perdoou, bateu com os pés dizendo: perdoo, mas não esqueço. Aqui para nós, valeu esse perdão?

Lembremos que perdoar é esquecer, limpando a alma de qualquer resquício de mágoa. Jesus ensinou-nos que deveremos nos conciliar com o nosso adversário enquanto estivermos a caminho com ele. Sim, porque depois ele desaparece de nossa vida, a oportunidade se perde e a conciliação torna-se impossível.

Para a nossa paz interior, não é nenhuma vantagem conservar mágoas, ressentimentos, que valem como espinhos. Perdoar e esquecer, eis a grande fórmula.

O grande Gandhi disse aos seus discípulos que nunca havia perdoado na vida. Estes ficaram horrorizados... Mas o Mestre, imediatamente, esclareceu melhor o que dizia: “Nunca perdoei porque nunca me senti ofendido. ”

Mas, qual teria sido o maior perdão de todos os tempos? Continuemos pensando. Cá entre nós, não é nada fácil perdoar. Fácil é vingar-se...

Voltando a Jesus, disse Ele que deveríamos perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete. Que o leitor faça as contas, pois a crônica precisa continuar.

Afinal, você costuma orar o Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos seus apóstolos? Pois, tenha muito cuidado quando afirma: “Perdoai nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Você perdoa aos seus devedores? “Pense bem na responsabilidade no que está afirmando”. Cuidado com a oração do Pai Nosso”.

O extraordinário Chico Xavier confessou que a virtude mais difícil de ser praticada é a do perdão. Dizia ele que o perdoar exige um esforço de auto-superação muito grande.

E lembremos que Chico, certa vez, disse: “Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste, se fosse eu o ofensor. Magoar alguém é terrível”.

A verdade é a seguinte: cometido o mal, vem, impreterivelmente, o arrependimento. O arrependimento, como o próprio nome indica, é um movimento para trás. Mas antes há o remorso, que é um verdadeiro fogo, fogo da consciência culpada.

Por fim vem o desejo de reparação, que significa desfazer o mal que se praticou. Como preleciona o livro “O céu e o inferno”, de Allan Kardec: “O sofrimento é ligado à imperfeição, como a alegria à perfeição”.

Perdoar! Eis a virtude máxima. Perdoar e esquecer. E como aludi no começo da crônica, qual foi, então, o maior perdão de todos os tempos? Será que você está lembrado? Foi o de Jesus! Crucificado, o rosto sangrando, sentindo a dor das chibatadas, dos cravos perfurando seu corpo, a dor dos insultos, assim mesmo abriu a boca, ainda com gosto do vinagre que lhe deram, e rogou ao Pai: “Perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”...

F eliz daquele que atende a uma vocação para o exercício de uma profissão. Houve tempo em que os pais é que escolhiam a carreira do filho. D...

Feliz daquele que atende a uma vocação para o exercício de uma profissão. Houve tempo em que os pais é que escolhiam a carreira do filho. Daí as frustrações que disso decorriam, e, ainda hoje, ocorrem com aquele que escolhe mal a sua profissão.

Estou me lembrando disso ao ler algumas informações do ecologista paraibano Heretiano Zenaide, pai do jornalista e escritor Hélio Zenaide, que muita falta faz a este matutino, no qual publicou inúmeras crônicas em uma coluna que era um verdadeiro manancial de ensinamentos espíritas e cristãos.

Heretiano, pai de Hélio, não seguiu a carreira política por vocação, mas por escolha paterna, que, como já disse, era muito natural naquele tempo.

Nascido em Alagoa Grande, ele passou por todos os escalões da vida pública. Teve de frequentar as câmaras e assembléias, mas o que ele desejava mesmo era ser botânico. Tanto é assim que, muitas vezes, deixava a Câmara Federal, para dar um pulinho até o Jardim Botânico, onde ficava horas e horas contemplando as árvores, estudando a flora e esquecendo os prosaicos projetos parlamentares. A Natureza era o seu verdadeiro templo. Dela ele foi seu apóstolo.

Heretiano Zenaide, eis um nome que não deve ficar esquecido da nova geração. Seus livros, inclusive “Aves da Paraíba”, devem ser reeditados. Está aí uma sugestão ao novo Secretário de Cultura, Lau Siqueira. E estou me lembrando também de outro livro ecológico maravilhoso: “Escola Pitoresca”, do nosso imortal Carlos Dias Fernandes.

Voltando a Heretiano, ele foi um pioneiro da ecologia, da defesa do meio ambiente, assunto tão importante e urgente hoje em dia. Estudou as ciências naturais, aprofundou seus conhecimentos no campo da botânica, da zoologia, da ornitologia. Seu nome figura no volume VI da série “Vultos da Zoologia Brasileira”, do PHD em História Natural, Dr. Hitoshi Nomura. Chegou a empreender estudos profundos na Biblioteca do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Biblioteca do Jardim Botânico.

Heretiano também lançou o “Livrinho dos nossos animais”, fruto de suas pacientes pesquisas. Fico a imaginar seus livros sendo reeditados com bela e moderna ilustração.

Estou, aqui, com “Aves da Paraíba”, editado por uma editora de Mossoró, e fico a pensar como foi possível o autor botar na cabeça tão variadas espécies de aves, sem esquecer o meu querido bem-te-vi, que me acorda todas as manhãs, aqui no Cabo Branco. Quanta variedade deles.

E já que estamos falando de aves termino com esta referência a um grande trabalhador da limpeza pública que é o urubu: “Feio, deselegante, mau cheiroso, metediço, tudo pode ser atribuído a esse príncipe, um dos mais privilegiados planadores do nosso lindo céu azul.” Além de ser muito astuto, segundo a interessante observação do nosso Carlos D. Fernandes a seu respeito: “É o único carnívoro coerente, pois espera que a carne apodreça para melhor digeri-la”.