Se existe um profissional para quem devemos o maior respeito do mundo é o coletor de resíduos, que anda agarrado nas traseiras dos veículos, saltando aqui e acolá, correndo de um lado para o outro, coletando o lixo produzido pela população.
Expostos ao contato com mau cheiro e à contaminação de resíduos deteriorados, eles cumprem uma tarefa visceralmente importante para a vida urbana. Ai do mundo urbano se não fosse o seu trabalho.
Expostos ao contato com mau cheiro e à contaminação de resíduos deteriorados, eles cumprem uma tarefa visceralmente importante para a vida urbana. Ai do mundo urbano se não fosse o seu trabalho.
César Mota
Jacques Demarthon
Certa noite, numa das ruas aqui de Tambaú, nos deparamos com o mesmo fato. Um caminhão de coleta à nossa frente se movimentava com velocidade moderada e os rapazes corriam apanhando apressadamente os sacos nas calçadas. Era incrível a rapidez com que eles se deslocavam para pegar o lixo e conseguir alcançar o carro, que não parava, decerto com medo de "atrapalhar" o trânsito. E não havia paciência alguma na expressão dos motoristas atrás deles... Como se não se conscientizassem da importância desse serviço.
César Mota
Ieda era acostumada a se confraternizar com festas em família, regadas a comidas, bebidas e presentes, tudo envolto em bons perfumes, roupas especiais e muitos abraços. Mas, ao se recolher, no final da festa, ano após ano, ela sempre sentia um certo vazio. Como se algo lhe faltasse naquela noite tão significativa para a sua fé cristã, sobretudo quando pensava nos que não tinham condições de comemorar o Natal. Uma vez, aproximou-se da janela e rogou aos bons espíritos que a inspirassem, lhe dessem alguma ideia. Foi quando avistou um gari terminando de fazer a coleta na sua rua e separando, em um saco, restos do lixo que lhe interessavam levar para casa.
Logo intuiu a resposta. A luz que queria. Dali por diante organizou na garagem de sua casa o Natal dos garis. E isso começou há quase 30 anos. Hoje ela diz que nenhuma noite do ano é tão feliz como esta, que se tornou tradicionalmente conhecida na sua rua e no seu bairro: “Dá gosto vê-los chegar, sempre na hora em que está programada a coleta de de nossa rua, nas noites de Natal. Noites que para eles são de trabalho, mas agora regadas à confraternização verdadeiramente cristã.
@parnamirim.rn.gov.br
Após a sobremesa, ela e os amigos enchem a boleia do caminhão com os presentes e se despedem com muito amor. E "nenhuma noite do ano tornou-se tão feliz como esta". Cheia de amor. Amor que não é só de Natal…
