De repente elas começaram a passar aqui em frente. Voavam sutil e delicadamente, como se desfilassem para chamar atenção aos aplausos do horizonte, que de longe as espiava. Sem muita pressa, flanavam serenas e se contrapunham à imensidão azul de céu e mar à sua frente.
Eram várias. Seguiam na mesma reta, alternando-se em grupos pequenos e sequenciados. Vez por outra, um mergulho cadente na superfície anil do oceano cristalino, decerto para bicar uma piaba e ter forças para seguir em frente, sem a menor pressa.
Maria Kalcheva
Só sei que as gaivotas desta manhã foram uma bela e agradável surpresa. Tão magnífica como estava o dia em que escolheram para traçar sua rota, no encantado cortejo aqui em frente. Tão frágeis, leves, soltas, que liberdade invejável! Felizmente não se prestam a viver em gaiolas, nem em jaulas de zoológicos. A liberdade lhes é tão vital como o ar puro que respiram das nuvens que se despedem. E como são delicadas no voo, na cor, no canto.
Steve Bidmead
Não pareciam tão grandes e bem nutridas como as que vimos, certa vez, no Lago Wakatipu, em Queenstown, na Nova Zelândia; nem com aquelas que enfeitam os bucólicos e românticos canais de Amsterdam. As de lá, talvez se sintam mais seguras e nem precisem migrar…
Não é comum ver gaivotas por nossas praias. As garças são mais comuns. Vez por outra, aparecem acolá pelas rochas e musgos, penteando-se ao Sol, brancas e inefáveis como as espumas que as rodeiam.
Candice Candice
Era uma visão invejável, aquele bando de gaivotas a esbanjar desprendimento e liberdade. A sonhada liberdade…
De repente, surgem mais algumas, em nova fila, serena, perene, no mesmo rumo, que felicidade! As da frente, não mais se viam…
E assim se foram. Nada levavam, apenas a vida. Nada possuem, apenas as asas, e o mundo inteiro...