Com o passar do tempo a gente vai se recolhendo, sumindo dos pontos ou lugares onde foram sedimentadas as mais fundas amizades. Onde está o clube dos meus antigos intervalos de redação? Dos meus dedos de prosa com Dr. Celso Mariz, com Rubin Falcão, com Mário Santa Cruz, com Luciano Wanderley, com Rivadávia Pereira Guedes? O meu Cabo Branco erguia-se desse calcário humano. E ficou neles, tão insubstituível quanto a cal das almas em suas paredes.
Esporta Clube Cabo Branco (1950) A União
“Por que não aparece? - estou lá toda manhã com alguns remanescentes do velho clube”. Levou tempo a se convencer de que terminaria contando apenas com a própria companhia.
Onde ainda me vinha a ilusão do antigo cenário e de sua convivência era através da janela que a coluna de Ivonaldo Correia abria enquanto ele atuou como cronista social. De vez em quando aparecia uma amizade, uma presença atenciosa. Quase sempre uma D. Stella Wanderley, suscitando a lembrança do grande amigo Luck; aqui e ali Cláudio Leite com a sua Célia. Tantos e tantos que se debruçavam na janela sempre viva e saudável do meu velho companheiro!
Tudo me vem pela homenagem que Abelardo Jurema Filho lhe prestou há alguns dias. E o melhor dela foi saber descrever por dentro e por fora a especial personalidade que constituía Ivonaldo. Um homem e, sobretudo, um profissional isento na lavratura da sua escrita. De uma seriedade que não comprometia a simpatia.
Abelardo Jurema Filho e Ivonaldo Correa Abelardo Jurema
E deu no que deu. Sóbrio de expansões, medido em seus elogios, fez-se acreditar num gênero de jornalismo que as matrizes do Rio, exceção a nomes como o de Zózimo, não davam o melhor exemplo.
Ivonaldo Correa de Oliveira Fernando Moura
Não podíamos ter melhor representante. Nem eu, nestes dias de trevas, melhor clarão.