Não existe a favela idílica de Antonio Conselheiro. O Rio Vasa Barris, imortalizado por Euclides da Cunha, transbordou suas sobras de home...

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Não existe a favela idílica de Antonio Conselheiro. O Rio Vasa Barris, imortalizado por Euclides da Cunha, transbordou suas sobras de homens da Canudos sobre os morros do Brasil, e elas escorreram das encostas aos manguezais e sarjetas. E não poderiam poupar a ilha do Mel.

Não o conheci pessoalmente, ou seja, nunca fomos apresentados, mas posso dizer que o conhecia mais ou menos de perto, na medida em que um...

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Não o conheci pessoalmente, ou seja, nunca fomos apresentados, mas posso dizer que o conhecia mais ou menos de perto, na medida em que um leitor pode conhecer um cronista, partindo do pressuposto de que, de uma forma ou de outra, o cronista se revela em cada crônica, já que toda literatura, assim como toda arte, é autobiográfica.

Imperceptível ou mesmo que negado seja, há nos íntimos recônditos da nossa consciência um traço, uma intuição, algo que nos sussurra um so...

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Imperceptível ou mesmo que negado seja, há nos íntimos recônditos da nossa consciência um traço, uma intuição, algo que nos sussurra um sopro divino diante do existir. É difícil não sentir, ainda que ínfima, uma ponta de entusiasmo, de emoção, ao contemplar o mundo, o céu, o mar, a vida, flores, estrelas, animais, plantas, e tudo o que existe.

Quando eu tinha três anos sofri um atropelamento. Lembro-me muito bem dessa manhã tão distante.

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Quando eu tinha três anos sofri um atropelamento. Lembro-me muito bem dessa manhã tão distante.

Se alguém morre, para as crianças dizemos que a pessoa virou estrela. Talvez a forma mais simples de explicar para elas essa passagem à vi...

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Se alguém morre, para as crianças dizemos que a pessoa virou estrela. Talvez a forma mais simples de explicar para elas essa passagem à vida no plano espiritual. Olhando para o alto, buscam nas estrela a pessoa que fisicamente nos deixou.

Bom Jardim, município do agreste de Pernambuco. Anos finais do século 19. Numa sala silenciosa e triste, velava-se o corpo de uma criança....

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Bom Jardim, município do agreste de Pernambuco. Anos finais do século 19. Numa sala silenciosa e triste, velava-se o corpo de uma criança. De repente, para assombro daqueles que se encontravam no local, o menino que estava morto tornou à vida, como se estivesse ficado, nas últimas horas, apenas em um sono profundo e reparador. O espanto e o susto dos presentes se transformaram, logo em seguida, em um incontido contentamento.

O cenário é Anfiteatro Flávio. O ano é 80 depois de Cristo. O César do momento é Tito, que tinha o mesmo nome do pai, o imperador Vespasia...

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O cenário é Anfiteatro Flávio. O ano é 80 depois de Cristo. O César do momento é Tito, que tinha o mesmo nome do pai, o imperador Vespasiano — Titus Flavius Vespasianus. O evento é a inauguração do anfiteatro que leva o nome da sua Gens, sua família. Na arena, uma cena clássica de Venatio ad bestias — a caça aos animais —, entretenimento que fazia parte das munĕra, os jogos gladiatórios dados pelo imperador. O momento era solene, para gáudio da população e dos estrangeiros, que acorreram a Roma, para ver a inauguração da mais nova maravilha do mundo antigo. O poeta é Marcus Valerius Martialis, o Marcial, responsável pelo único documento, escrito na ocasião das festas da entrega do teatro à população romana.

Entrega os originais e recua para a poltrona da sala, de onde observa Cori — gordo e fumando feito um desesperado — folheá-los. De lá o ...

Entrega os originais e recua para a poltrona da sala, de onde observa Cori — gordo e fumando feito um desesperado — folheá-los. De lá o vê deter-se rapidamente em trecho escolhido ao acaso, para logo prosseguir, passando páginas. Assiste um voo rasante sobre nova escolha aleatória, logo deixada de lado. Por instantes, há essa impressão segura de quem sabe o que busca, e que, um instante depois, vai parecer irresoluto. Ei-lo agora voltando, acelerando, até fixar-se naquele ponto anterior do calhamaço.

Peço a Deus que Ele não permita que o destino me leve a morar em um apartamento de condomínio. Com todo o respeito aos que moram em edifíc...

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Peço a Deus que Ele não permita que o destino me leve a morar em um apartamento de condomínio. Com todo o respeito aos que moram em edifícios e a centenas de pessoas que já se acostumaram e se adaptaram a esse tipo de moradia.

“Quem não gosta caia fora, escolha os livros que vão para a casa de campo ou para a ilha deserta. Com Carnaval não se brinca. Quem gosta ...

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“Quem não gosta caia fora, escolha os livros que vão para a casa de campo ou para a ilha deserta. Com Carnaval não se brinca. Quem gosta já escolheu fantasia, escola para desfilar, ligou para os amigos do bloco, já sabe de cor o samba-enredo. Quem gosta nasceu assim, nem desgosto vai mudar."
Rosiska Darcy de Oliveira, "Carnavalescas", em A natureza do escorpião

É muito comum se estigmatizar a figura do boêmio. A primeira imagem é a de alguém que leva um estilo de vida voltado para a farra, vagan...

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É muito comum se estigmatizar a figura do boêmio. A primeira imagem é a de alguém que leva um estilo de vida voltado para a farra, vagando pelos bares, aproveitando ao máximo os prazeres da noite. Pejorativamente procura-se classificar a boemia como comportamento de vadiagem. Talvez porque os espaços frequentados pelos boêmios sejam, de certa forma, considerados locais onde as pessoas se libertam da obrigação de estar rigorosamente enquadrados ao que definem as regras sociais.

Jornalismo não é literatura, mas sempre houve a tentação de se confundir um com a outra. A diferença entre os dois reside basicamente na f...

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Jornalismo não é literatura, mas sempre houve a tentação de se confundir um com a outra. A diferença entre os dois reside basicamente na forma como utilizam a língua. No jornal a palavra é veículo, e não fim. Ao contrário do que acontece no texto literário, ela “se apaga” para deixar transparecer o fato ou a opinião.

O calendarium eclesiástico luterano reúne diversos eventos litúrgicos dentre os quais o nascimento do Redentor é reiterado, relembrado e ...

O calendarium eclesiástico luterano reúne diversos eventos litúrgicos dentre os quais o nascimento do Redentor é reiterado, relembrado e simbolicamente revivido. E vê-se na liturgia luterana que vida e morte são parte de um mesmo propósito: os ciclos do tempo calendarius são distintos e interligados, pois a vida a partir do nascimento de Jesus só se faz completa com sua morte de cruz, por condenação do pecar de muitos; foi por isto que ele veio ao mundo! E essa consciência é praticada em música, inclusive pelo próprio Martin Luther que, além de teólogo, foi também compositor.

Sobre Martinho, quem tocou fundo aqui na corda ou nervo mais sensível foi Ana Adelaide Peixoto ao lembrar “a imagem daquele homem enorme, ...

Sobre Martinho, quem tocou fundo aqui na corda ou nervo mais sensível foi Ana Adelaide Peixoto ao lembrar “a imagem daquele homem enorme, aos prantos e aos frangalhos no velório, e com três filhos pequenos para criar. Chorei junto!”. E cravou-a para sempre.

Eu também, amiga. E foi a imagem desse homem enorme que me reteve, sábado passado, para não ir, de vontade própria, vê-lo inerme num caixão, de mãos cruzadas no peito sem ter sido ele quem as tivesse cruzado. E com flores que nunca pediu nem desejou.

Nem me lembro quando comecei a ir ao bloco das Muriçocas do Miramar . Mas lembro da primeira emoção que me atingiu em cheio, e que me fez ...

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Nem me lembro quando comecei a ir ao bloco das Muriçocas do Miramar. Mas lembro da primeira emoção que me atingiu em cheio, e que me fez seguir o bloco todos os anos, na quarta-feira de fogo, para sentir aquela sensação de novo.

Eu gostaria de ter a minha idade, mas sou mais velho do que eu mesmo. Preocupa-me o avanço da velhice , e vivo como se tivesse alguns anos...

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Eu gostaria de ter a minha idade, mas sou mais velho do que eu mesmo. Preocupa-me o avanço da velhice , e vivo como se tivesse alguns anos mais... Ninguém me avisou de que a velhice dói. Não me preparei para ela...