O pulo da gata Só mesmo a super heroína Para olhar o mundo de ponta cabeça E, mesmo subindo pelas paredes Achar tudo...

Há uma lua que colhi com gosto

poesia tatui cristina siqueira
O pulo da gata
Só mesmo a super heroína Para olhar o mundo de ponta cabeça E, mesmo subindo pelas paredes Achar tudo normal
Era aquela lua…
Entre as grandes luas há uma lua que colhi com gosto meio despida e orvalhada por meus olhos em amor tocada Pedi licença a São Jorge para recolhê-la inteira suas sombras e cavernas para a viva morte que espreita o dia No alto escuro descansei farta de fadigas Coberta de nuvens frágil ser pequena nau perdida boiando em mar de estrelas nova em luares e desejos Por certo recortei o vazio em meu peito Costurei o infinito No arco íris o coração em chamas e a pele no avesso Paguei à lua o seu preço
A moça só queria pensar
A felicidade entra clandestina pelas frestas janela sem cortina escancara a vida … que quer sol Distrai a angústia Vence o enredo anunciado exaustivamente em palavras comprometidas A cada instante uma situação nova narra o pensamento Existe uma pressa calma Hora a hora A lida preenche o vazio da alma Ansia pelo fazer Para não enlouquecer ângulo agudo da mulher que pensa Unhas sem fazer Viver é artesanal A via crucis do corpo A mulher que pensa Lava o medo no sabão em pó arrisca uma receita nova dóem-lhe os pés e todos estão surdos queima o arroz salga demais o feijão Um raio de sol Invade o espaço Puro amor Ela não vê Na esquina da sala As crianças brincam de brigar Cai a conexão da manhã on line Queria pintar um quadro de vermelho intenso remexe as tintas escolhe o cinza quase preto Não tem forças Retraça o caminho do andar de baixo ao andar de cima Tem pilhas de roupas para guardar Ela só queria pensar É um outro mundo Entre as quatro paredes No espelho não se reconhece Se educa Para o caminho no sentido oposto Resiste Fala sozinha Mexe o Nescau para o filho Instantâneo E, quando achou que poderia... Ler O celular trilhões de interrupções a hora já passou Frustra-se Não se reconhece Nesta vida que não se conta Sob o pano de prato 500 copos pra lavar que se multiplicam Até a noite milhões de copos Na caneca o bigode de Dali lembrança de algum museu Remota imagem trânsito livre pelo mundo O imperativo pessoal antes de mais nada Seria o banho demorado Alguém chama Esqueceu a toalha O sabonete está no fim As coisas exigem Vida ! E ela só queria pensar

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