Desde quando participei da Missa do Galo no Mosteiro de São Bento de Olinda, em comemoração ao nascimento de Jesus, os cânticos gregorianos, o incenso perfumando o ambiente e todo o rito complementar da celebração fizeram com que a liturgia ganhasse sublimidade naquela noite.
Tinha ido ao Recife para os ajustes do meu casamento com a minha noiva. O monge beneditino Dom Bernardo, irmão dela, nos levou para participar da missa no mosteiro. Foi um momento que recordo com intensa emoção.
GD'Art
Os cânticos gregorianos, o uso do incenso e os gestos dos monges celebrantes, acompanhados pelo abade, ficaram na minha retina, porque muito emocionaram.
Tantos anos depois, volto meu pensamento àquela noite mística. É como se estivéssemos vivendo no espaço mítico das antigas catedrais, onde se revela o misterioso ato de veneração a Deus.
A música sacra ganhou dimensão solene na noite das grandes revelações. Era a revelação de Deus e a santificação dos fiéis. Momento de brilho e universalidade da presença divina, em santidade e na delicadeza dos gestos e atos litúrgicos.
Celyn Kang
Ao longo de sua história, a música ganhou sublime dimensão nas celebrações litúrgicas beneditinas, porque pode “possuir a santidade” e nos consagrar a Deus, porque Deus é poesia. A poesia de Deus é a música da natureza.
Depois daquela noite de oração no Mosteiro de São Bento, jamais convivi com o estágio de letargia espiritual. A música me conduziu até Deus, o Deus revelado na natureza, nas artes e no abraço fraterno.
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Alguns estudiosos da vida e da obra de Santo Agostinho confirmam que este chorava ao ouvir os cantos gregorianos, que muito penetravam em sua alma. Certamente, no decorrer dos séculos, como este convertido que se tornou um grande pensador católico e que deu novos rumos para a Igreja, muitos sentiram a presença divina através da música sacra. Hoje não choramos, mas somos acometidos de calma, de serenidade, de paz ao ouvir esse tipo de música, porque é como uma oração que nos leva em direção a Deus, dando repouso no nome do Senhor.
Desde o Natal de 1980, o primeiro que passei com minha mulher, nesse período do ano lembro o que aconteceu em Belém e recordo a noite na capela do Mosteiro de São Bento de Olinda.
Eduardo Paiva
Todas as vezes que observo as cenas do nascimento do Menino Jesus, lembro da missa com os beneditinos. Afinal, aquela celebração me tocou profundamente, abriu minha mente e meu coração para chegar mais perto de Deus, tentando ser um homem de oração e de trabalho.
Quando Dom Marcelo Carvalheira estimulou a vinda dos monges beneditinos para a arquidiocese, foi criada uma expectativa de presença mais constante destes em nossa cidade. Tanto é que, nessa época, foi estabelecida a celebração de missas com a presença de monges do Mosteiro de Olinda, e estas contavam com grande participação de fiéis. Logo teve início a preparação do primeiro grupo de oblatos seculares. Era visível o interesse dos fiéis pela presença dos beneditinos na Paraíba.






































