Mostrando postagens com marcador Luiz Augusto Paiva. Mostrar todas as postagens

Ao elaborar um texto, seja uma crônica, um conto ou qualquer outra modalidade textual, prefiro, quando me é permitido, caminhar pelos ...

igreja sao francisco joao pessoa
Ao elaborar um texto, seja uma crônica, um conto ou qualquer outra modalidade textual, prefiro, quando me é permitido, caminhar pelos labirintos coloridos do humor. É uma tessitura mais complicada, exige mais habilidade e dizem especialistas que fazer rir com a leitura de uma escrita é mais difícil do que fazer chorar. Pelo menos é o que dizem alguns deles.

O apodo vem provavelmente do nome. De Octavio (com “c” mudo), virou Tavico e depois, como era natural, se tornou Vico e Vico ficou pel...

campos jordao araucaria
O apodo vem provavelmente do nome. De Octavio (com “c” mudo), virou Tavico e depois, como era natural, se tornou Vico e Vico ficou pelo resto da vida.

Intitulava-se um “Nó de Pinho”. Vou explicar o porquê. A araucária, endêmica da Mantiqueira, oferece madeira vastamente usada em movelaria e construção civil. É árvore que chega fácil aos 30 metros de altura. No alto surge uma copa de onde sai a galharia formando uma espécie da taça de cabeça para baixo. É justamente dessa parte do tronco que está a parte de pouca utilidade como madeira. De onde saem os galhos é que nasce o nó, o chamado nó de pinho. O serrote comum de um carpinteiro não consegue encarar o dito cujo, é preciso serra elétrica para enfrentar o danado.

Foi no final de 1958, quando concluí a primeira série do curso primário, que recebi de minha professora, Emília Rachid Meira, dois o...

juca pontes poesia paraibana
Foi no final de 1958, quando concluí a primeira série do curso primário, que recebi de minha professora, Emília Rachid Meira, dois opúsculos, dois livrinhos. Um se chamava “Mamãe Coelha” e um outro tinha como título “A Horta do Juquinha”.

Mineirinho estava ali ajeitando a cerca de seu sitiozinho todo feliz com sua vacaria. Umas qua...

cronica literatura paraibana
Mineirinho estava ali ajeitando a cerca de seu sitiozinho todo feliz com sua vacaria. Umas quarenta cabeças, o nelore branquinho como neve e o hereford quase todo marrom, com cabeça branca e mais um pouco de branco esparramado nas patas e na barriga. Não tinha gado piquira, reses só dessas duas procedências e mais dois touros, um de cada raça para aprimorar o plantel.

Sábado que passou, depois de prolongada ausência, passei lá pelo bar do Lulinha, centro da cidade, onde encontrei alguns...

acerto conto esperteza humor
Sábado que passou, depois de prolongada ausência, passei lá pelo bar do Lulinha, centro da cidade, onde encontrei alguns amigos da escrita e de outras artes. Gente que eu considero da melhor cepa e dentre as artes que mencionei, estavam ali praticando uma que não pode faltar nessas ocasiões e lugares: a arte da mentira! A turma presente, entre um gole e outro, exercia com singular desenvoltura essa pratica secular da ficção e da fantasia. Foi onde e quando ouvi essa obra prima que ousarei relatar linhas adiante. Mentira? Provavelmente. Mas, elaborada com engenho e imaginação.

Para meu amigo, professor Zezão, que fui reencontrar depois de 43 anos+ Era o final dos anos 70 e o país começava a sentir os prim...

nostalgia sarau violao cantoria
Para meu amigo, professor Zezão, que fui reencontrar depois de 43 anos+
Era o final dos anos 70 e o país começava a sentir os primeiros bafejos de liberdade, já quando os coturnos haviam desistido de pisotear nossas margaridas. Alguns anos depois a farda apeou do poder. Os exilados políticos começavam a retornar. Toda aquela gente que “partiu num rabo de foguete” estava de volta. Num canto ou noutro ainda choravam Marias e Clarices, mas de qualquer forma, já se respiravam os primeiros ares de nossa primavera democrática.

Não é de hoje que a conheço. Aliás, nem posso precisar quanto tempo faz que essa doce criatura apareceu em minha vida, sem sequer ped...

palitos gina cronica literatura paraibana
Não é de hoje que a conheço. Aliás, nem posso precisar quanto tempo faz que essa doce criatura apareceu em minha vida, sem sequer pedir licença. Veio assim como quem nada quer e ainda está por aqui. Hoje mesmo estive com ela e por uns instantes fiquei contemplando aquele sorriso cheio de magia e encantamento.

Quando nos conhecemos Numa festa em que estivemos Nos gostamos, nos juramos Um ao outro ser fiel Depois continuamos Nos q...

jamelao sosia cronica bem humor
Quando nos conhecemos Numa festa em que estivemos Nos gostamos, nos juramos Um ao outro ser fiel Depois continuamos Nos querendo, nos gostando Nosso amor foi aumentando Qual a Torre de Babel
Lupicínio Rodrigues

O primeiro vocês conhecem, ou dele já ouviram falar, Jamelão. Mas de Nego Lau, duvido. Acontece que segundo o que me contou meu amigo Valdemir dos Correios (para todo mundo, o Enxuto), Nego Lau cantava o repertório de Jamelão melhor do que o próprio; isto é, melhor até do que esse notório puxador de samba da Estação Primeira, a gloriosa Mangueira.

Nós, filhos adotivos da Paraíba, costumamos olhar essa nossa terrinha com olhos mais generosos, diria ...

Nós, filhos adotivos da Paraíba, costumamos olhar essa nossa terrinha com olhos mais generosos, diria com mais ternura, do que os aqui nascidos. Acho natural! Os descendentes biológicos, habituados à cultura e aos atrativos locais, veem com mais naturalidade aquilo que julgamos ser extraordinário.

De como meu avô deu um tiro de garrucha no presidente Arthur Bernardes No quesito dinheiro, meu avô,...

De como meu avô deu um tiro de garrucha
no presidente Arthur Bernardes

No quesito dinheiro, meu avô, o Vico da Matta, era um homem previdente e controlado. Poupava hoje para se garantir nas incertezas do amanhã. Acreditávamos que era meio pão-duro. Não era. Previdente seria o adjetivo mais adequado. Tinha um cuidado danado com o seu dinheiro. Para se ter uma ideia do trato mimoso com aquelas cédulas, não gostava que olhassem o conteúdo de sua carteira e quando precisava abri-la diante de alguém, usava de suas artimanhas para que o interlocutor não olhasse o conteúdo daquela capanga de couro.

Andrezinho era um sujeito namorador. Bem ajeitado, bonito até, diríamos. Família de classe média que o provia do ne...

Andrezinho era um sujeito namorador. Bem ajeitado, bonito até, diríamos. Família de classe média que o provia do necessário, nos limites do que chamamos de uma vida com dignidade. Nada lhe faltava, nada lhe sobrava. Tinha ele 17 anos quando se deu o ocorrido.

Contador de causos igual o meu tio Miro, ninguém. Nem meu amigo Zé Laranja é bom proseador como foi esse meu tio, irmão do meu avô ...

sitio vida rural misterio
Contador de causos igual o meu tio Miro, ninguém. Nem meu amigo Zé Laranja é bom proseador como foi esse meu tio, irmão do meu avô Vico. Como perceberam, era na verdade tio de meu pai, mas para mim e meus irmãos era o nosso tio Miro e pronto.

Se não tê-los, como sabê-los”, já diziam. Mas é assim mesmo, criá-los é uma arte. Como é difícil conduzi-los pelas melhores veredas! A...

Se não tê-los, como sabê-los”, já diziam. Mas é assim mesmo, criá-los é uma arte. Como é difícil conduzi-los pelas melhores veredas! Ainda mais hoje em dia, quando as mais básicas virtudes são descartadas como meras utopias. Isso mesmo, virtude, atualmente, para um montão de gente, é um desvario, uma alucinação. Há sempre alguém abraçando o ruim para esconder o pior. Na política, então...

É isso aí, Fred. Já disseram isso há muito tempo: “Amigo é pra essas coisas”. Então, meu amigo, chegou a hora “dessas coisas”. Vou me a...

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É isso aí, Fred. Já disseram isso há muito tempo: “Amigo é pra essas coisas”. Então, meu amigo, chegou a hora “dessas coisas”. Vou me ausentar por uns vinte dias e você vai ter que segurar a onda. Afinal, você é ou não é aquele amigo que a gente guarda do lado esquerdo do peito?

Reconhecimento e gratidão são coisas que não podemos deixar para depois, mas acontece. E quando ocorre, aquele cantinho escuro, pouco ...

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Reconhecimento e gratidão são coisas que não podemos deixar para depois, mas acontece. E quando ocorre, aquele cantinho escuro, pouco visitado por nossos mais marcantes sentimentos, sejam eles de saudade ou de reconhecimento, fica condenado à aridez de um Saara.

Não podemos perder a oportunidade de um abraço, de um beijo, ou quem sabe de um simples olhar fazendo parceria com um sorriso transbordando de benquerença. Precisamos dessas coisas para não nos sentirmos indiferentes às mais básicas relações de uma humana convivência com aquelas pessoas, que por um motivo ou outro, marcaram nossas vidas com tintas de ternura.

Semana atrás me encontrei com Mirabeau Dias no escritório deste para uma despretensiosa sabatina, temas variados, mas sempre encostados...

Semana atrás me encontrei com Mirabeau Dias no escritório deste para uma despretensiosa sabatina, temas variados, mas sempre encostados na cultura e suas vertentes. Encontro que ele promove com amigos, gente da melhor qualidade, mas eventualmente abre uma exceção nesse quesito e num desses descuidos convidou-me para a prosa daquela manhã. Ao chegar lá estavam o Modesto, o Wilson, o Martinho, o próprio e João Batista . O tema da conversa não poderia ser outro: cinema. O João Batista que estava lá, era do de Brito, o que justificava a pauta.

A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida. Vinícius de Moraes Aconteceu dia 17 deste mês de setemb...

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A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida.
Vinícius de Moraes
Aconteceu dia 17 deste mês de setembro. Não pude ir. Estava prontinho para pegar o rumo, mas compromissos não me permitiram dar uma chegada até a distante São José dos Campos e matar 53 anos de saudade.

Saudade no peito, É como fogo de monturo. Por fora tudo perfeito, Por dentro, fazendo furo. (Patativa do Assaré) ...

Saudade no peito, É como fogo de monturo. Por fora tudo perfeito, Por dentro, fazendo furo.
(Patativa do Assaré)

Domingo, como o que passou, para mim é uma tortura. Dia dos pais. Tempo de recolhimento, de introspecção, nada para comemorar. Fico aguardando os telefonemas dos filhos e netos distantes, esparramados nesse mundão de Deus. É o que traz um pouco de conforto e vem de bandeira branca pedindo para minhas saudades darem uma trégua. Ouvir suas vozes, mesmo que estejam afastados por muitas latitudes, traz-me aqueles hiatos de bem aventurança. Dura pouco, mas alivia.

Eis-me aqui presente depois de uma longa e exaustiva semana para deixar pública minha gratidão em relação à Sua Excelência, o Arcebi...

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Eis-me aqui presente depois de uma longa e exaustiva semana para deixar pública minha gratidão em relação à Sua Excelência, o Arcebispo da Paraíba. Quão nobre de sentimentos e também quão corajoso foi esse prelado (se é que assim a ele posso me ferir) em atender ao rogo daqueles que vivem sob o manto protetor de suas preces e bênçãos. Súplicas que chegavam eivadas de angustias e apreensões. Fiz-me à revelia, procurador dessa gente e daí minha ousadia em escrever uma carta, publicá-la em nossos veículos de comunicação e endereçada à nossa maior autoridade eclesiástica? Por quê? Vou explicar.

Excelentíssimo Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba. No trigésimo primeiro dia do sétimo mês, do segundo milés...

Excelentíssimo Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba.

No trigésimo primeiro dia do sétimo mês, do segundo milésimo e vigésimo segundo ano da Graça do Senhor, faço-me aqui respeitosamente presente para solicitar o que se segue:

Estou ocupando uma coluna deste poderoso rotativo para uma súplica junto a Vossa Excelência. Esclareço humildemente que me faço procurador de uma fatia considerável daquelas almas que estão sob a égide de nossa Arquidiocese. Sim; Excelência, estou aqui em nome desse rebanho numeroso que vê no destinatário desta missiva a autoridade máxima capaz de aplacar essa aflitiva perspectiva de uma ausência impensável no transcorrer dos dias quando festejamos o 437º aniversário de nossa Filipeia. Refiro-me ao tempo quando ocorre a Festa das Neves, que acontece no entorno da basílica de nossa padroeira.